quinta-feira, 18 de março de 2010

Pedofilia - o pior dos flagelos





Pedofilia - o pior dos flagelos



A arquidiocese de Boston, foi abalada por um escândalo que tinha como protagonista o sacerdote John Geoghan, que era acusado de molestar sexualmente mais de 130 crianças em trinta anos de trabalho em paróquias diferentes. Foi condenado a dez anos de cadeia por um dos crimes e em 2003, foi espancado com brutalidade e assassinado por Joseph Druce, quando cumpria sua pena de prisão, em Shirley, Massachusetts. Por ocasião do seu julgamento descobriu-se que a arquidiocese de Boston, havia gasto cerca de US$ 10 milhões em indenizações com acordos extrajudiciais com outras vítimas de Geoghan.
O caso abalou a comunidade católica nos Estados Unidos e trouxe na sua esteira dezenas de outros casos semelhantes, envolvendo sacerdotes católicos.
Recentemente o julgamento de Michael Jackson, revelou detalhes sórdidos das suas predileções sexuais por meninos. Para se ter uma idéia de como as atitudes de Jackson mexeram com a opinião pública, a lei na Califórnia foi modificada a partir de um outro caso rumoroso que o pop star esteve envolvido em 1993, onde um acordo milionário estimado em US$ 25 milhões pôs fim a acusações de Jackson havia molestado sexualmente um garoto. O acordo garantia que os detalhes do caso jamais seriam revelados. A partir dai casos semelhantes não poderiam mais ser objeto de acordos financeiros, e teriam de forçosamente ser levados as cortes.
Incansável, o promotor Thomas Sneddon, ofereceu acusação contra o cantor, que foi acatada pelo juiz Rodney Melville, da Corte de Santa Maria, na Califórnia. O pretexto para a acusação foi o polêmico documentário “Living With Michael Jackson” - Vivendo com Michael Jackson, do jornalista britânico Martin Bashir, onde o cantor admitia ter dividido a cama com crianças.
O documentário exibido em horário nobre na televisão americana mostrava Jackson ao lado do menino, cuja mãe acusava-o de abuso sexual. A repercussão mundial do julgamento de Michael Jackson, trás a tona os esforços das autoridades do mundo todo contra a pedofilia. Por mais que se caçe, prenda, reprima a pedofilia, sempre haverá pedófilos a solta para abusar sexualmente de crianças. Apesar de todos os esforços da promotoria Michael Jackson, foi inocentado de todas as acusações – conspiração, extorsão, seqüestro e abuso, foram as principais – pelo juri composto por oito mulheres e quatro homens – todos brancos. As decisões de inocentar Jackson das dez acusações foram unânimes.
Os rumores de que Jackson é pedófico circulam há anos, e os advogados de acusação classificaram o cantor de predador e pervertido sexual.
A mãe do acusador de Jackson foi mostrada como uma oportunista que se aproveitou da ingenuidade do cantor para tirar proveito de uma situação – a de que seu filho que sofria de câncer na ocasião dos supostos abusos – e pedir uma indenização milionária, caso houvesse a condenação.
No começo do mês de junho, a polícia federal brasileira prendeu o engenheiro e professor de artes marciais Anderson Luís Juliano Borges Costa, acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos, 20 crianças. A prisão só foi possível depois que a polícia produziu provas suficientes e incontestáveis. O material apreendido na casa do professor é o maior já recolhido no Brasil e um dos maiores em poder de uma só pessoa, no mundo todo. O professor teria produzido, divulgado, trocado e vendido no Brasil e no exterior, fotos e vídeos de atos sexuais com menores de idade.
Anderson Luiz foi descoberto depois que a polícia espanhola descobriu na internet uma foto dele com uma criança onde aparecia o nome da cidade de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro ao fundo. Acionada, a polícia brasileira apreendeu os computadores de Anderson, e descobriu mais de um milhão de imagens, de crianças nas mais variadas poses eróticas, e o que mais chocou as autoridades brasileiras foi a constatação de que entre as fotos havia bebês sendo violentados.
A Interpol – associação que reune autoridades policiais do mundo todo – combate ferozmente a pedofilia e não dá tréguas para a modalidade. A internet é o canal e o meio mais usado para a propagação da rede de pedofilia mundial. Com dinheiro disponível, os praticantes da pedofilia hospedam seus sites em provedores do leste europeu ou do Oriente Médio – em tese difíceis de ser rastreados, e mantidos na sua maioria por profissionais liberais e com recursos financeiros disponíveis para investir, inclusive para apagar seus rastros. O pedófilo é um depravado moral, cuja finalidade é realizar seus desejos e instintos sexuais com crianças.
Entregue pela própria mãe, o belga Marc Dutroux, chefe de uma rede de pedófilos, foi condenado pela justiça, depois do assassinato de duas meninas e do sequüestro de outras quatro. Uma delas, Sabine Dardenne foi mantida por mais de 80 dias em cárcere privado no porão da casa de Dutroux, sendo violentada repetidas vezes. Ao ser questionado porque não a havia entregue a outros pedófilos, afirmou ter se afeiçoado a ela, e se o fizesse, ela seria morta. A declaração de que era direito seu violentar e abusar sexualmente de crianças, causou revolta e consternação pública, e dificilmente Dutroux vai escapar da prisão perpétua. Por mais que a ciência tente explicar como funciona a mente de um pedófilo jamais vai conseguir, primeiro por causa da frieza com que comete seus crimes, depois por causa da mente doente e fora da realidade.
Um pedófilo raramente usa da violência para convencer uma criança, valendo-se de artifícios e da linguagem infantil, nos chats de bate-papo na internet, faz-se passar por um coleguinha do menino ou da menina. Segundo a ONG italiana Telefono Arcobaleno, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial dos sites dedicados à pornografia infantil. A entidade trabalha com informações do FBI, da Interpol e de polícias de vários países. Em 2003 – últimos dados disponíveis – eram mais de 17 mil sites na internet, cujos conteúdos eram voltados para a pornografia infantil. Destes números, cerca de 1,3 mil eram brasileiros.
Outro dado assustador é fornecido pela Interpol, de que a pornografia infantil virtual movimenta cerca de US$ 5 bilhões anualmente. Este número pode dobrar, pois é somente uma estimativa, com base na internet, sem considerar clubes e entidades que reunem pedófilos do mundo inteiro. Os números são terrivelmente assustadores e a prática está longe de ter um fim, pois as autoridades andam no rastro dos criminosos, e tão logo uma rede é descoberta, outras tantas entram em operação.
Na
maioria das vezes o agressor sexual é pessoa do convívio familiar e social da criança.
Maria, descobriu que seus filhos eram fotografados pelo próprio pai que vendia as imagens na internet. A menina com oito anos fora manipulada de tal forma que somente depois de muito custo e insistência da terapeuta admitiu as práticas do pai. A cada seção de fotos a que era submetida ganhava doces, roupas e brinquedos, e era lembrada de que não devia contar nada para ninguém, especialmente sua mãe. Já o irmão de quatro anos era fotografado e filmado desde um ano de idade. Maria descobriu tudo ao acessar um arquivo de fotos que o marido havia esquecido aberto e precisou ser internada por causa do abalo sofrido.
Há casos registrados no mundo de crianças que foram adotadas, sofrerem abusos sexuais por parte de quem as adotou, e que fotos e filmes destas crianças circularam entre pedófilos do mundo todo. Fora do círculo familiar, os maiores violadores são professores, amigos, conhecidos, que tornam a criança cúmplice, imputando a elas a responsabilidade de não contar nada a ninguém. Fisicamente o crime de abuso sexual muitas vezes é difícil de ser evidenciado, restando ao abusado as seqüelas emocionais e psicológicas, que invariavelmente vai carregar pela vida toda.
A igreja católica nos Estados Unidos ao contrário de atitudes que protegeram sacerdotes no passado, afastou sacerdotes e funcionários com suspeita de envolvimento em casos de pedofilia; colaborou com as autoridades; indenizou vítimas e demonstrou que está disposta a extirpar de vez do seu meio quem comete este crime. Não é tudo, mas pelo menos é o princípio de um caminhar que tem de abranger toda a sociedade de um modo geral. O necessário é que haja uma mobilização mundial que prenda, julgue e tranque na mais profunda masmorra quem é pedófilo e pervertido sexual, e que as nossas crianças, adolescentes e jovens sejas protegidas definitivamente contra esta perverssão cruel e profundamente odiosa e repulsiva.

• Desconfie de amizades repentinas de seus filhos com pessoas mais velhas;
• Questione presentes e valores em dinheiro que seus filhos ganhem sem motivo aparente;
• Não deixe seus filhos a sós com pessoas que desmontrem carinho e atenção excessivos;
• Fique atento a mudanças bruscas de comportamento dos seus filhos, especialmente choro, agressividade e introspecção – estas características podem significar problemas;
• Verifique as páginas e sites visitados por seus filhos na internet;
• Verifique arquivos e e-mails trocados por seus filhos;
• Verifique de há sinais de sangue nas roupas íntimas dos seus filhos;
• Se tiver dúvidas de que seus filhos estão sendo abusados emocional e sexualmente, busque ajuda especializada, inclusive das autoridades policiais;
• Proteja, ampare e ame seus filhos se eles forem abusados ou molestados. É a melhor forma de minorar o sofrimento.

Polícia Federal ataca a pedofilia

Na maior operação de combate à pedofilia realizada até o momento no Brasil, a Polícia Federal realizou buscas e apreendeu farta quantidade de pornografia infantil em 113 endereços, de onde o material era distribuído pela rede mundial de computadores. As buscas foram realizadas em 17 estados e no Distrito Federal. A maior parte das apreensões se concentrou em São Paulo, com 50 endereços devassados, sendo 22 só na capital. O segundo do ranking foi o Rio Grande do Sul, com 16 mandados, seguido de mais dois Estados do Sul: Paraná (8) e Santa Catarina (8).

A operação, denominada Carrossel II, foi desencadeada em parceria com a CPI da Pedofilia. Entre os endereços visitados pelos policiais há desde modestas casas de favelas a mansões, sedes de grandes empresas, escritórios de todos os tipos, lan houses, aeroportos e até hospitais. Entre os suspeitos há pobres, ricos e remediados, de profissões diversas, inclusive pediatras infantis.

Apenas três pessoas foram presas em flagrante, sendo uma em Florianópolis; uma no Rio Grande do Sul e uma em Belo Horizonte. Também entre os suspeitos de pedofilia existem casados e solteiros.

O diretor da Divisão de Combate aos Crimes Cibernéticos da PF, delegado Adalto Martins, encarregado da operação, informou que as investigações agora vão se intensificar com a análise do material apreendido.

Os dados estão sendo compartilhados com pelo menos 70 países, onde milhares de pedófilos foram identificados a partir das investigações desencadeadas no Brasil desde dezembro de 2007, na Operação Carrossel I. A partir de 18 mil arquivos cedidos pela CPI, a PF estima que pode chegar a 7 mil pedófilos no Brasil e em outros países.

Só três suspeitos foram presos ontem porque a legislação brasileira não tipifica como crime a posse de material pornográfico infantil. As vítimas são crianças, com idade entre dois e 17 anos, que foram abusadas sexualmente e tiveram suas imagens distribuídas na internet para consumo da rede criminosa que se estende pelo mundo.

- É um absurdo que precisa ser corrigido imediatamente - protestou o senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da Pedofilia, que deu entrevista conjunta com Martins na sede da PF., em Brasília.

Projeto que criminaliza o delito tramita na Câmara

Projeto de lei que criminaliza a posse de cenas de pornografia infantil com até oito anos de prisão, dependendo do grau de envolvimento, já foi aprovado no Senado, mas depende de votação na Câmara.

Por enquanto, o delito só é caracterizado quando o pedófilo é apanhado em flagrante no momento em que grava as cenas ou as distribui na rede. O texto altera o artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente tornando crime também a posse.

A operação foi desencadeada simultaneamente ontem em outros seis países, que têm parceria com o Brasil desde a Operação Carrossel I. A primeira fase da operação foi realizada em 20 de dezembro passado quando foram cumpridos 102 mandados. As investigações da primeira etapa já identificaram aproximadamente 200 pedófilos em mais de 70 países.

Segundo dados da Interpol, o Brasil é o quarto país no ranking internacional da pedofilia, em volume de acessos a material pornográfico infantil na rede mundial de computadores. É superado apenas por Alemanha, Estados Unidos e Itália.

Brasília
Crime na rede
A Operação Carrossel II
A Polícia Federal usou ontem cerca de 650 policiais para cumprir 113 mandados de busca e apreensão em 17 estados e no Distrito Federal (ao lado). Em Santa Catarina, a operação chegou a cinco cidades. Em quatro foram cumpridos mandados; em uma, uma pessoa foi ouvida
A produção
Vídeos e fotos são produzidos ilegalmente em estúdios caseiros em diferentes partes do mundo. Geralmente, crianças e adolescentes são drogados antes das filmagens. Em alguns casos, envolvendo bebês, a polícia acredita na participação de pais no crime.
A distribuição
A maioria dos pedófilos não se conhece. Entre eles, o material de pronografia infantil é distribuído por programas de compartilhamento. Cada usuário coloca à disposição de outros internautasos vídeos e as fotos já armazenados em seu computador. Assim, imagens que eventualmente são produzidas no Brasil, por exemplo, são copiadas por internautas de outros países.
Como compartilham
Na operação de ontem da Polícia Federal, os suspeitos usavam o eMule, programa de compartilhamento pela internet de arquivos digitais.
A identificação dos criminosos
Programa da Polícia Federal identifica computadores usados para troca de material ou que acessaram sites pedófilos. A partir do número da máquina na internet (IP), a PF solicita judicialmente às empresas que fornecem o serviço de acesso à internet o nome e endereço do usuário.
A punição dos pedófilos
Apreender computadores que armazenam imagens de pedofilia, no entanto, é apenas a primeira fase da investigação. Como a posse desse material não é crime, os proprietários dos computadores só são indiciados quando a perícia técnica confirma a troca de material.




Brasil contra a pedofilia


Rio - Ao lado de países muito mais ricos, como Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Rússia, Itália e França, o Brasil participa de um grupo vergonhoso: o dos principais consumidores de pornografia infantil do mundo. Recentemente, entretanto, o governo contra-atacou com medidas que colocam o País no primeiro mundo quando o assunto é o combate à rede de troca de conteúdo pedófilo pela Internet.

Um exemplo é o fato de o Brasil agora trabalhar com banco de dados da Interpol e até produzir seus próprios softwares para investigar o intercâmbio de arquivos. Um programa criado pela Polícia Federal, por exemplo, ajuda a identificar criminosos que distribuem pornografia infantil na rede ‘E-Mule’. A corporação já está inclusive desenvolvendo novos softwares: “Há outras redes, outras formas de distribuição de material pornográfico, e já estamos desenvolvendo ferramentas para enfrentar a moderna criminalidade”, diz o delegado da Unidade de Repressão a Crimes cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Sobral.

O compartilhamento com o banco de dados da Interpol tem o objetivo de identificar e localizar pedófilos e crianças abusadas, não só no Brasil, mas também em outros países. Os avanços renderam, esta semana, um elogio da chefe da Divisão de Tráfico de Pessoas da Interpol, Kristin Kvigne. Segundo ela, a cooperação com o Brasil é considerada um exemplo para outros países.

LEI DURA

Mas a principal das medidas tomadas pelo Brasil foi a nova lei da pedofilia, ratificada no dia 25 de novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de aumentar a pena máxima de crimes que envolvem pornografia infantil na Internet de 6 para 8 anos, criminaliza a aquisição, posse e divulgação para venda de material pornográfico. Antes, a lei punia com prisão apenas quem distribuía o material.

O ajuste na lei foi comemorado por entidades que acompanham a luta contra a pedofilia. “Não é exagero dizer que será uma das leis mais avançadas do mundo em termos de combate à pornografia infantil na Internet”, declarou o presidente da ONG Safernet Brasil, Thiago Tavares.

MENOS PRISÕES POR FALTA DE LEI

A aprovação da nova lei foi comemorada também na Polícia Federal. Os agentes ressaltam, entretanto, que os resultados da elogiada ‘Operação Carrossel’, a maior já feita no País contra a pedofilia, poderiam ter sido outros, caso a legislação já tivesse sido alterado quando as buscas foram cumpridas, este ano.

“Durante a operação, realizamos 220 buscas residenciais e encontramos 3 mil CDs e DVDs, além de 300 HDs, com suspeita de conter material pornográfico infantil. Entretanto, como a nossa lei somente punia a distribuição do material, o que é difícil de ser provado, somente cinco pessoas foram presas em flagrante”, explica o delegado Carlos Eduardo Sobral.

Na Espanha, com um número semelhante de buscas residenciais, 121 pessoas foram presas em flagrante por guardar material pornográfico infantil.

“Se a nova lei já estivesse em vigor no Brasil quando demos cumprimento aos mandados de busca e apreensão, certamente teríamos efetuado a prisão de centenas de pessoas, e este fato ajudaria a prevenir a prática de novos crimes”, acrescenta o policial, para quem “a certeza de uma punição razoável à gravidade do delito irá desestimular a prática do crime”.

Foco está em pedófilos internacionais no País

Ainda segundo o delegado Sobral, o fato de a legislação que reprime a pornografia infantil no País ter sido incompleta até bem pouco tempo pode ter atraído criminosos estrangeiros para cá. O primeiro passo para evitar a situação, segundo ele, foi dado na semana passada, quando foi sancionado o Projeto de Lei da CPI da Pedofilia do Senado Federal, que tipifica novas condutas relacionadas à pornografia infantil.

“Agora, há outros passos importantes a serem dados, como a aprovação pela Câmara dos Deputados do segundo Projeto de Lei da CPI da Pedofilia, que permitirá a prisão de procurados internacionais incluídos na lista vermelha da Interpol. Atualmente, só é possível efetuar a prisão de um estrangeiro procurado após os trâmites burocráticos e diplomáticos, o que inviabiliza o cumprimento do pedido de prisão internacional”, exemplifica o policial.



Abuso de crianças: em cinco anos, dez padres indiciados em Portugal


Por toda a Europa sucedem-se as denúncias de padres pedófilos na Igreja Católica e Portugal não fica fora do leque de suspeitas. De 2003 a 2007, dez padres foram indiciados pelo Ministério Público por abuso sexual de crianças, indica um estudo do investigador da Polícia Judiciária (PJ) Pedro Pombo, a que o i teve acesso. Desses dez casos (num total de 5128), seis ocorreram em 2007. O i contactou o Ministério Público para perceber o desfecho destes casos - arquivamento ou acusação -, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.

Pedro Pombo, 42 anos, actualmente responsável pela Provedoria da Universidade da Beira Interior, explicou ao i que recolheu estes dados dos relatórios anuais da PJ para a tese de doutoramento "Abusadores Sexuais. Uma Perspectiva Neuropsicológica", apresentada no ano lectivo de 2007/2008 na Universidade de Salamanca, em Espanha.

Olhando para os números, explica Pedro Pombo, tudo indica que os alegados abusos terão acontecido no local de culto, já que o número de padres indiciados em cada ano coincide com o número de crimes cometidos em igrejas. Em Portugal, em 2006, segundo o Anuário Católico, existiam 4 mil padres.

De acordo com o investigador da PJ, "a média de idade das vítimas é de 8 a 13 anos". Já os agressores terão, em média, entre 31 e 40 anos.

Reacção da Igreja

"Fico escandalizado. Não julgo ninguém, até porque é preciso respeitar a presunção de inocência. Ainda assim, uma das razões trágicas do que tem acontecido noutros países é a ocultação dos casos. Este é um problema que precisa de ser debatido no seio da Igreja", reagiu D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, que disse desconhecer estes números.

"Estes assuntos têm de ser resolvidos com a Conferência Episcopal Portuguesa", apontou também o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. O i tentou várias vezes contactar o porta-voz episcopal, Manuel Morujão, sem sucesso. Já no Patriarcado de Lisboa, fonte oficial disse não ter conhecimento de padres indiciados por abuso sexual de crianças na diocese e apenas admitiria pronunciar-se caso existisse um caso concreto.

No final do mês passado, o bispo auxiliar de Lisboa disse, numa grande entrevista ao Rádio Clube/"Correio da Manhã", não ter conhecimento de actos de pedofilia na Igreja Católica portuguesa, como aconteceu nos Estados Unidos, na Irlanda, na Alemanha, na Itália, na Holanda, na Suíça e na Áustria (ver texto ao lado). Questionado pelo i sobre os dados do relatório anual da PJ, D. Carlos Azevedo remeteu esclarecimentos para a Conferência Episcopal.

"Em Portugal, [o assunto] não é alvo de debate porque não é conhecido", argumentou D. Januário. "Um dos grandes inimigos da vida dos padres é a solidão. Os que a conseguem enfrentar e aguentar são heróis", reconhece o bispo, embora realce que isso não explica estes crimes.

Segundo os números apresentados na tese de mestrado, o número de padres indiciado por abusos sexuais de crianças é uma minoria. A maioria dos investigados, entre 2003 e 2007, foram pais (720), seguidos de conhecidos da vítima (584), num total de 5128 casos.

Padre condenado por pedofilia é suspenso na Alemanha


Uma arquidiocese alemã, supervisionada pelo papa Bento 16 entre 1977 e 1982, anunciou hoje que um padre condenado em 1986 por abuso sexual de crianças foi suspenso por violar uma ordem para que não tivesse contato com menores de idade. A revelação ocorre em um momento no qual a Igreja se depara com acusações levantadas por cerca de 300 alemães que afirmam ter sido molestados sexual ou fisicamente por padres em escolas religiosas e outras instituições.

Por meio de nota, a arquidiocese de Munique e Freising anunciou o afastamento do padre, identificado somente como reverendo H., "até que fique provado se ele descumpriu ou não as condições estabelecidas depois de acusações de abuso sexual de menores e de uma condenação pela justiça". O prelado Josef Obermaier, responsável pela indicação do pastor a sua última posição, renunciou a seu cargo, afirmou a arquidiocese.

Segundo a arquidiocese, o padre suspenso foi transferido para Munique em 1980. Ali, ele passou por terapia por causa de "relações sexuais com meninos", segundo a arquidiocese. Apesar de seu passado de pedofilia ser conhecido, o padre foi enviado dois anos depois para uma paróquia em Grafing.

Ele foi afastado sem seguida, no início de 1985, depois do surgimento de novas acusações de abuso sexual, pelas quais veio a ser condenado no ano seguinte. De acordo com a arquidiocese, desde 1986 não apareciam novas acusações e ele havia sido "expressamente proibido de trabalhar com crianças e adolescentes".

O papa Bento 16 ainda não se pronunciou sobre a série de acusações de abuso sexual e físico contra menores envolvendo padres católicos na Alemanha, mas o arcebispo Rino Fisichella disse que, em breve, o pontífice dará a conhecer uma carta sobre acusações similares levantadas na Irlanda.

Hoje, na Irlanda, o cardeal Sean Brady informou que só deixará seu posto se o papa assim pedir, mas admitiu ter ajudado a igreja a coletar evidências de que um padre havia molestado dezenas de crianças na Irlanda, no Reino Unido e nos Estados Unidos antes de ser detido em 1994.

PADRE CONDENADO POR ABUSOS SEXUAIS NA ALEMANHA É SUSPENSO

BERLIM, 16 MAR (ANSA) - O arcebispado de Munique e Freising anunciou em um comunicado a suspensão do padre Peter H, que fora condenado em 1986 por abusos sexuais contra menores e mesmo assim continuou a exercer atividades pastorais em uma paróquia.
Segundo o comunicado, o superior direto de Peter H, Josef Obermaier, o suspendeu por ter violado a proibição de cuidar de crianças e de adolescentes.
Em 1980, o padre, que tem 62 anos, havia sido transferido da diocese de Essen, onde havia cometido os crimes, à de Munique. Na época, o papa Bento XVI era o responsável pela arquidiocese alemã.
Nos últimos dias, uma nota da diocese informou que o sacerdote estava afastado, contudo, o vigário-geral da Baviera, Gerhard Gruber, permitiu que ele realizasse trabalho pastoral em Munique, e as violações se repetiram até que o reverendo H fora condenado a apenas 18 meses de prisão.
Este é mais um dos casos de pedofilia que envolvem a Igreja Católica da Alemanha. Desde o início do ano, uma série de denúncias veio à tona no país e também em outras diversas nações.
Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a Igreja acompanha o tema com "preocupação". "Não se pode negar a gravidade do tormento que a Igreja está atravessando", mas "não é preciso renunciar a fazer todo o possível para que se obtenha no final também resultados positivos", disse o religioso em um de seus pronunciamentos.

Vaticano já investigou 3 mil denúncias de pedofilia

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O monsenhor Charles J. Scicluna, do Ministério Público do Tribunal da Congregação da Fé, revelou, numa entrevista para um jornal italiano, no sábado (13), que três mil denúncias de pedofilia contra padres foram examinadas pela Justiça do Vaticano nos últimos dez anos (2001-2010). Essas acusações se referem a fatos cometidos nos últimos 50 anos.

Segundo Scicluna, cerca de 60% dos casos são atos de “efebofilia”, ou seja, atração física por adolescentes do mesmo sexo. Em 30% foram relações heterossexuais e os 10% restantes de verdadeira pedofilia.

Entrevista polêmica: irmão do papa era violento

Também no sábado (13), a revista Spiegel publicou uma entrevista com um ex-aluno de um coral da Alemanha, Thomas Mayer, revelando que o irmão do papa Bento XVI jogava cadeiras contra estudantes. O ex-membro do famoso coral de meninos de Ratisbona (sul do país), dirigido entre 1964 e 1994 pelo irmão pontífice, monsenhor Georg Ratzinger, relatou as violências que este era capaz de infligir.

Mayer contou que a fúria dele era tão grande, que a dentadura do então padre Ratzinger chegou a cair da boca. A arquidiocese de Ratisbona reconheceu dois casos de abusos sexuais contra menores no coral, ambos anteriores ao período do monsenho Ratzinger como diretor.

Imprensa quer explicações

A imprensa da Alemanha está cobrando explicações do Papa Bento XVI (o alemão Joseph Alois Ratzinger) sobre os recentes casos de pedofilia no país. Cerca de 19 das 27 dioceses alemãs estão envolvidas em escândalos de abusos sexuais, que começaram a serem denunciados no fim de janeiro. (DT)

Padre português é acusado de pedofilia e preso na França


Um padre português que era responsável pela Pastoral dos Portugueses e por duas paróquias em Sens, nos arredores de Paris, capital da França, foi preso sob a acusação de pedofilia.

Gaston Borges foi encontrado por autoridades há poucos dias, em casa, na companhia de um afilhado de 12 anos.

A primeira denúncia contra o clérigo foi feita por um jovem de 16 anos que passou a noite de Natal com o padre. O rapaz queixou-se dias depois às autoridades, dizendo que foi sexualmente agredido.

O padre português foi levado para a prisão de Fleury Mérogis, em Paris. O bispo de Sens declarou que lamenta a situação e disse estar chocado.


Padres pedófilos pagam seus pecados na cadeia PDF Imprimir
Dom, 11 de Outubro de 2009 00:00

SÃO PAULO - Não são apenas os fiéis que têm que pagar pelos pecados que cometem. Um levantamento realizado pelo Diário de S. Paulo aponta que, dos dez representantes de igrejas que foram acusados de abuso de menores nos últimos cinco anos no estado, seis já foram condenados pelo crime. Em outros quatro casos, os processos ainda estão tramitando. Os casos analisados envolvem seis padres católicos, três pastores evangélicos e um missionário.

O padre Alfieri Eduardo Bompani e o frei Tarcísio Tadeu Sprícigo escreveram diários em que relatam como convenciam as crianças a se submeterem a abusos sexuais. Bompani foi acusado de ter relações com meninos de idades entre 6 e 10 anos, em um sítio que mantinha em Sorocaba, a 99 quilômetros da capital. Ele foi condenado em 2004 a 93 anos de prisão e está detido, desde então, na Penitenciária de Sorocaba.

O frei Sprícigo foi condenado em 2005 a 14 anos de reclusão por ter molestado dois meninos, de 8 e 13 anos de idade, em Anápolis (Goiás) e em Agudos, a 313 quilômetros da capital. Em seu diário pessoal, que serviu como prova contra ele, o frei descreveu a forma como persuadia as crianças, salientando a importância de "ser carinhoso e não apressado". Tanto ele como Bompani negam os crimes.

- Se a Justiça os julgou e, no final do processo, considerou-os culpado, nada mais óbvio que sejam condenados. Mas pedofilia virou moda atualmente. Não há nenhum estudo que indique que os religiosos sejam mais pedófilos que outras pessoas, como pais e padrastos, que estão no círculo familiar da vítima - diz o teólogo e sociólogo Gedeon Freire de Alencar, pesquisador do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos.

O Diário procurou durante duas semanas o padre Juarez de Castro, porta-voz da Arquidiocese Metropolitana, para saber se há algum trabalho de prevenção e combate à pedofilia na Igreja, e se padres inocentados pelos crimes podem continuar exercendo o sacerdócio. Foram deixados recados na sede da Igreja Católica na capital e no celular do padre, além do envio de emails. Não houve resposta. A Igreja Universal, a qual estavam ligados os pastores denunciados, afirmou que não iria se manifestar sobre o tema.

O advogado Pedro Strozenberg, diretor do Instituto de Estudos da Religião (Iser), afirma que as igrejas não sabem lidar com os problemas e tendem a "negar e esconder" crimes cometidos por religiosos.

- As igrejas baseiam sua crença em dogmas e normas. Na situação de um crime, há uma tentativa de proteção da imagem da Igreja. Existe um receio de enfrentar situações como tráfico e pedofilia. Há uma respeitabilidade por parte dos fiéis, que deve ser mantida - diz Strozenberg.

Em 2008, o papa Bento XVI prometeu "excluir definitivamente os pedófilos do sagrado ministério". Sobre a pedofilia na Igreja Católica, o líder máximo do catolicismo afirmou ser "mais importante termos bons padres que muitos padres". Ele disse que "fará o que for possível para curar essa ferida".

Há dois meses, dois casos de religiosos acusados de pedofilia foram julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado. No mesmo mês em que o padre Juscelino de Oliveira foi condenado a 12 anos de prisão por ter abusado de uma menina de 10 anos, filha de um primo, em Franca, a 400 quilômetros da capital, o padre José Eduardo Balikian foi inocentado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça da acusação de ter abusado sexualmente de duas irmãs, de 15 e 16 anos, em Marília, a 452 quilômetros de São Paulo.

Balikian ficou preso e foi condenado em primeira instância a 14 anos, em regime fechado, pelos crimes. Sua defesa recorreu da sentença e venceu.

- Agora ficou provada a injustiça que foi feita pela sociedade contra ele - afirma o advogado Marco Antonio Martins, que defende o padre.

Atualmente, Balikian é professor em uma universidade de Presidente Prudente, no oeste do estado. A defesa diz que o padre pode voltar ao sacerdócio, que seria uma reivindicação da comunidade de Marília. O pai das meninas, que flagrou as duas em um carro com o padre em frente a um motel, afirma que a família está "marcada" pelo episódio e que irá recorrer da decisão.

- Essas jovens nunca mais vão ser as mesmas. São apontadas pela sociedade pelo que aconteceu e viraram motivo de chacota na escola. Têm vergonha de sair nas ruas - explica Pedro Camacho, advogado das vítimas.










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