Homossexualismo na Visão Espírita
“A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns
círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características,
por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura
do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos
psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é
perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação” (Xavier) Espírito
Emmanuel 1
Introdução
Tema que ainda gera muita polêmica em nosso meio, surgindo naturais
divergências de opiniões quando esse assunto entra em pauta. Mas
intransigência, intolerância e falta de compreensão é o que se vê na
maioria das pessoas que não conseguem vislumbrar que existe o outro lado
da moeda. Falta a muitos a capacidade de ver nessas pessoas irmãos em
doloroso estágio evolutivo.
Não percebem que o sofrimento deles é tanto que, em alguns casos,
tiram-lhes a vontade de viver. Quantos já não abandonaram a vestimenta
carnal, como fuga ao insuportável preconceito de que sofrem? Quantos não
se isolam, entre quatro paredes, evitando o contato com a sociedade que
lhes repelem como se estivesse diante de uma asquerosa doença
contagiosa.
Ouvimos de várias pessoas que Kardec não fala sobre esse assunto, o que
nos incentivou a pesquisá-lo em suas obras para ver qual é a realidade.
Embora muitos, com certeza, não saibam que, mesmo sem falar
especificamente sobre esse assunto, Kardec diz algo a esse respeito.
Entretanto, como a maioria dos espíritas mal mal só lê o tal do
“Pentateuco Kardequiano”, dificilmente irá encontrar a opinião do
codificador do Espiritismo, pois somente na Revista Espírita é que ele
faz sua abordagem ao tema.
Opinião de Kardec
Em janeiro de 1866, na Revista Espírita, quando analisa o assunto “As mulheres têm uma alma?”, ele diz o seguinte:
(...)
As almas ou Espíritos não têm sexo. As afeições que as une nada têm de
carnal, e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas sobre
uma simpatia real, e não são subordinadas às vicissitudes da matéria.
(...)
Os sexos não existem senão no organismo; são necessários à reprodução
dos seres materiais; mas os Espíritos, sendo a criação de Deus, não se
reproduzem uns pelos outros, é por isto que os sexos seriam inúteis no
mundo espiritual.
Os Espíritos progridem pelo trabalho que realizam e as provas que têm
que suportar, como o operário em sua arte pelo trabalho que faz. Essas
provas e esses trabalhos variam segundo a sua posição social. Os
Espíritos devendo progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos,
cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a suportar os
diferentes gêneros de provas; é por isto que renascem alternativamente
como ricos ou pobres, senhores ou servidores operários do pensamento ou
da matéria.
Assim se encontra fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o
princípio da igualdade, uma vez que o grande da véspera pode ser o
pequeno do dia de amanhã, e reciprocamente. Deste princípio decorre o da
fraternidade, uma vez que, nas relações sociais, reencontramos antigos
conhecimentos, e que no infeliz que nos estende a mão pode se encontrar
um parente ou um amigo.
É no mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos;
tal que foi um homem poderá renascer mulher, e tal que foi mulher poderá
renascer homem, a fim de cumprir os deveres de cada uma dessas
posições, e delas suportar as provas.
A Natureza fez o sexo feminino mais frágil do que o outro, porque os
deveres que lhe incumbem não exigem uma igual força muscular e seriam
mesmo incompatíveis com a rudeza masculina. Nele a delicadeza das formas
e a fineza das sensações são admiravelmente apropriadas aos cuidados da
maternidade. Aos homens e às mulheres são, pois, dados deveres
especiais, igualmente importantes na ordem das coisas; são dois
elementos que se completam um pelo outro.
O Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se
modifica segundo as circunstâncias e se dobra às necessidades e aos
cuidados que lhe impõem esse mesmo organismo. Essa influência não se
apaga imediatamente depois da destruição do envoltório material, do
mesmo modo que não se perdem instantaneamente os gostos e os hábitos
terrestres; depois, pode ocorrer que o Espírito percorra uma série de
existências num mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, ele
possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher
do qual a marca permaneceu nele. Não é senão o que ocorre a um certo
grau de adiantamento e de desmaterialização que a influência da matéria
se apaga completamente, e com ela o caráter dos sexos. Aqueles que se
apresentam a nós como homens ou como mulheres, é para lembrar a
existência na qual nós os conhecemos.
Agora vem o principal do texto, que fala exatamente do assunto que estamos tratando:
Se essa influência repercute da vida corpórea à vida espiritual, ocorre o
mesmo quando o Espírito passa da vida espiritual à vida corpórea. Numa
nova encarnação, ele trará o caráter e as inclinações que tinha como
Espírito; se for avançado, fará um homem avançado; se for atrasado, fará
um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá, pois, sob essa impressão e
em sua nova encarnação, conservar os gostos, as tendências e o caráter
inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas
anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas
mulheres. (RE 1866, pp. 3-4).
Foi-nos necessário colocar o texto um pouco mais longo, pois, caso
contrário, a idéia de Kardec poderia não ficar bem clara. O pensamento
de Kardec não deixa nenhuma margem à dúvida: “assim se explicam certas
anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas
mulheres”. Ora, se fala em “anomalias aparentes” é porque ele, Kardec,
admite tais situações como dentro da normalidade, o que em outras
palavras, poderíamos dizer como coisas completamente naturais.
Opinião de autores espíritas
Dr. Hernani de Guimarães Andrade, foi, segundo cremos, quando encarnado
entre nós, o maior pesquisador brasileiro sobre o assunto reencarnação.
Podemos ver sua opinião, a respeito desse assunto, em seus livros
Espírito, Perispírito e Alma e Você e a Reencarnação, nos quais dedica,
em cada um, um capítulo ao tema. Vejamos o que coloca nesse último:
Por que Reencarnação?
Em outubro de 1969, tomamos contacto com o primeiro caso de reencarnação
por nós investigados, a pedido do Dr. Ian Stevenson. Daí em diante
passamos a levantar e a investigar outros mais, por nossa própria
iniciativa. Desse modo, em 1972, já nos encontrávamos familiarizados com
essa área de pesquisa.
A leitura de diversas obras versando sobre a reencarnação e suas
pesquisas científicas consolidou ainda mais a nossa crença de que,
talvez, a reencarnação fosse uma das causas do homossexualismo, se não a
única. Entre os autores que consultáramos figuraram: Muller (1970),
Banerjee (1964, 1965) e Stevenson (1966).
Mas, naquela ocasião, não era só a explicação das causas do
homossexualismo que visávamos descobrir. Na realidade, esperávamos obter
também mais uma fonte de evidência de apoio à idéia da reencarnação. O
plano inicial era, partindo da investigação por meio da regressão de
memória, chegar à causa do comportamento homossexual do paciente. Seria
uma explicação do homossexualismo e, ao mesmo tempo, uma evidência da
reencarnação.
Outro ponto importante era fornecido pela pesquisa direta de casos de
reencarnação efetuados por nós, com evidências da possibilidade de troca
de sexos, e sustentados em base de relatos de casos semelhantes de
outros investigadores.
Tudo apontava em direção à validade da nossa hipótese de trabalho. Em
suma, a nossa suspeita de que a troca de sexo de uma encarnação para
outra talvez fosse, em certas circunstâncias, a principal causa do
homossexualismo, mas não a única, especialmente a do transexualismo
parecia emergir cada vez mais clara.
Existem três modalidades de homossexuais
Para que o leitor ainda pouco familiarizado com a questão do
homossexualismo, lembramos que, basicamente, distinguem-se três
modalidades de homossexuais:
1 – O homossexual genérico, cuja característica fundamental é a atração
sexual por pessoas do mesmo sexo. O homossexual possui o impulso erótico
dirigido para indivíduos de seu próprio sexo.
No heterossexual esse impulso parece não depender exclusivamente da
carga hormônica no organismo. O indivíduo castrado geralmente perde o
apetite sexual, mas não muda a direção da atração pelo outro sexo.
No homossexual, embora muitos deles possuam órgãos sexuais normais, bem
como cargas hormonais suficientes e com atividade sexual normal,
verifica-se a impulsão erótica em direção aos indivíduos do mesmo sexo.
Nestes casos, o homossexualismo pode ter-se desenvolvido em razão de
outros fatores que não a troca de sexo proveniente da reencarnação. Tais
fatores podem ser os familiares e educacionais. Há também os
circunstanciais, resultantes de situações especiais como, por exemplo,
promiscuidade em cárceres, internatos, conventos, comunidades
místico-religiosas, iniciações em seitas esdrúxulas, etc. etc.
Os homossexuais podem formar pares (casais) em que um deles exerce o
papel ativo nas relações sexuais. No caso do sexo masculino, esta
diferenciação torna-se mais definida.
2 – O travesti é aquele indivíduo que procura assumir a aparência dos de
sexo oposto. Nem todo travesti é sistematicamente homossexual, assim
como nem todo homossexual é obrigatoriamente travesti.
3 – O transexual é a modalidade mais típica do homossexualismo. Neste
caso, o indivíduo se sente uma pessoa de determinado sexo, ocupando um
corpo físico do sexo oposto; uma mulher em um corpo masculino, ou um
homem em um corpo feminino.
O transexual sugere fortemente a intervenção da reencarnação em sua ocorrência.
No transexual podem ocorrer alterações inatas fisiológicas e
cromossômicas. Permitimo-nos deixar sem comentário esse aspecto, para
não estender excessivamente o presente capítulo.
“Sankhârâ” e homossexualismo
Finalizando esse capítulo, pedimos licença para transcrever parte do Cap. X, do livro Espírito, Perispírito e Alma.
“...A realidade do Sankhârâ”, revela nos casos que sugerem reencarnação,
favorece a hipótese de que pelo menos o transexualismo seja motivado
por uma herança reencarnatória. Neste caso, se um indivíduo, que se
reencarnou reiteradas vezes com um determinado sexo, vem a renascer com
um sexo oposto, ele provavelmente sofrerá problemas do gênero
transexualismo. Pelo menos há grande possibilidade de isto ocorrer.
A troca de sexo de uma encarnação para outra pode não ser exclusivamente
a causa do homossexualismo, pois vários fatores educacionais poderiam
contribuir para despertar no indivíduo as tendências sepultadas nas
profundezas do seu inconsciente espiritual. Deve ter-se em conta,
também, outras variáveis que possam influir na equação que define o
homossexualismo em função do “Sankhârâ”. Assim, por exemplo, apontamos
duas imediatamente evidentes: 1) o tempo que o indivíduo passou
desencarnado (intermissão); 2) o número de vezes que ele renasceu e
viveu tendo um determinado sexo. A intermissão muito prolongada apaga
muitos “Sankhârâs”, especialmente aqueles que poderiam gerar as
“birthmarks” resultantes de ferimentos, malformações, moléstias graves,
etc. É possível que as fontes características sexuais se atenuem com uma
demorada intermissão. Por outro lado, a reiterada repetição de um mesmo
tipo de sexo pode contribuir para acentuar as tendências do indivíduo a
determinado comportamento sexual. Se, em sucessivos renascimentos, ele
alternou os sexos, talvez seu comportamento sexual venha a depender
sobretudo da educação recebida durante a infância e juventude. Isto
porque ele é portador aproximadamente de igual carga de sexualidade
masculina e feminina. Talvez seja este o motivo pelo qual o número de
homossexuais parece aumentar à medida que o meio social se torna mais
tolerante e menos repressivo. Os indivíduos com maior tendência em
relação a um dado comportamento sexual e que poderiam proceder
normalmente, serão estimulados pelas facilidades do meio social a mudar
de atitude. Antigamente a educação muito rígida e repressiva contribuía
para enquadrar o indivíduo ambisséxuo, em seu sexo natural. (Andrade,
1984, pp. 227-229)”. (Andrade, 2002, pp. 113-117)
As colocações do Dr. Hernani além de coerentes são sensatas não fugindo
ao que Kardec disse. Em nenhum de seus dois livros, ele citada a
conclusão a que chegara o codificador do Espiritismo, fato esse que
também percebemos em todos autores espíritas que trataram dessa matéria.
Agora iremos ver a opinião de outro autor que fala sobre o assunto.
Trata-se do Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza, foi no triênio 2001/2003 o
Vice-Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil, atualmente
(2004) exerce a função de Assessor de Pesquisas da AMEMG – Associação
Médico Espírita de Minas Gerais, num artigo intitulado A Visão Espírita
da Homossexualidade, publicado na Revista Cristã de Espiritismo, faz
interessantes colocações a respeito das causas desse tipo de
comportamento. Vejamos:
(...) tentamos classificar, do ponto de vista doutrinário, as causas da
homossexualidade em: morais, educacionais, obsessivas e psiquiátricas.
Causas morais
No campo das causas morais, encontramos aquelas criaturas que abusaram
das faculdades genésicas tanto da posição masculina como da feminina,
arruinando a vida de outros indivíduos, destruindo uniões e lares
diversos. Elas são induzidas a procurarem uma nova posição ao
reencarnarem, em corpos físicos opostos às suas estruturas psicológicas,
a fim de que possam aprender, em regime de prisão, a reajustarem seus
próprios sentimentos.
Encontramos também aqueles que persistem nessas práticas por uma busca
hedonista, sem maior compromisso com a vida, que reencarnam assim na
tentativa de retratarem suas posições em nova chance de resgate. São
espíritos rebeldes, pertinazes em seus erros, que encontram na questão
da inversão sexual uma oportunidade para o refazimento de suas vidas, na
qual a lei divina lhes coloca diante de situações semelhantes ao
passado de faltas, cobrando-lhes posturas mais éticas perante si e o
outro.
Causas educacionais
As causas educacionais podem ser agrupadas em atávicas e atuais. A
atávica é resultado de vivências repetitivas dos espíritos em culturas e
comunidades onde a prática homossexual seria aceita e até estimulada,
como na Grécia antiga e em certas tribos indígenas, ou nas sociedades
culturais e religiosas que segregavam ou segregam seus membros,
facilitando esse comportamento nas criaturas. Assim, ao reencarnarem em
um local onde o homossexualismo não fosse mais aceito como prática
livre, esbarrariam em sua condição viciosa.
Já dentro das atuais, temos aquelas causas advindas dos defeitos de
educação nos lares, onde o comprometimento dos afetos já estaria
presente anteriormente, em que as paixões deterioradas do passado tendem
a levar pais e parentes ascendentes a estimularem posturas psicológicas
e sexuais inversas ao seu estado físico em seus descendentes, sem que
necessariamente ocorressem comportamentos ostensivamente incestuosos.
Encontramos também os casos de pais contrariados em seus desejos quanto
ao sexo do rebento, levando-o a uma condição inversa do de seu sexo
físico ou aqueles dos quais a entidade reencarnante, ao perceber esse
desejo inconsciente dos pais, busca se adaptar patologicamente a essa
situação durante o processo de gestação.
Outra causa está na presença de segmentos atuais da sociedade e da
cultura estimulando esse tipo de conduta, quando uma linguagem mais
política e sem qualquer comprometimento ético, através dos vários meios
de comunicação de massa, estimula e condiciona as criaturas a
acreditarem que essas vivências seriam uma postura natural, dependendo
unicamente da escolha realizada pelo indivíduo. Esse posicionamento vai
de encontro a uma visão social mais ampla, que continua atribuindo ao
homossexualismo uma condição de marginalidade, mantendo um processo de
segregação social e associando a ele outras posturas marginalizadas,
como o abuso das drogas e a prostituição, agravando ainda mais a
situação daqueles que optaram por esse caminho sexual.
Causas obsessivas
Entre esse tipo de causa, podemos citar os casos em que parceiros do
passado delituoso, em processos homossexuais ou vivências heterossexuais
pervertidas, reencontram-se em condição de ódio ou paixão doentia,
estimulando uma postura homossexual no encarnado como objetivo de
atender o desencarnado em seus anseios viciosos ou de levar sua vítima
para uma situação constrangedora e de intenso sofrimento. Esses
desencarnados poderiam estar em uma condição mental de homossexualidade
ou não, induzindo o encarnado em um projeto de total desestruturação
íntima e social.
O processo obsessivo não precisa necessariamente ter sua origem em uma
encarnação anterior. Ocorre que, nos casos de uma obsessão atual, os
parceiros da vivência patológica participam de opções de vida viciosas,
onde geralmente o encarnado invigilante busca posições mentais
sexualmente pervertidas ou locais nos quais esses comportamentos são
socialmente aceitos, condicionando-se a essas práticas.
Uma outra situação possível, oriunda de um processo obsessivo, seria
aquela na qual um espírito obsediando um encarnado em posição sexual
inversa à sua, enfermado por uma interação intensa e duradoura, passa a
sentir prazer sexual semelhante à sua vítima, pervertendo-se nesse campo
e se condicionando a uma vivência homossexual em uma próxima
encarnação. Nesses casos, a situação obsessiva teria existido em uma
encarnação anterior e a homossexualidade seria a desdita daquele que
teria sido o algoz naquela vivência. Seria o famoso caso em que “o tiro
saiu pela culatra”.
Causas psiquiátricas
São causas que reúnem casos nos quais a criatura, presa a um processo de
deficiência mental ou de desestruturação psicótica, vê-se com a crítica
comprometida, permitindo-se condutas sexuais das mais diversas, sem
necessariamente existir uma escolha do objeto de desejo ou compreensão
da condição moral. São relações homossexuais sem necessariamente
representarem opções de homossexualidade. Resultam de um passado
delituoso em outras áreas que influenciam a criatura nos vários setores
de sua vida.
No campo da psicopatologia, encontramos ainda os transtornos
psicopáticos, nos quais as criaturas se posicionam em uma condição de
amoralidade e imoralidade, optando por uma vida de prazeres sem limites,
não se constrangendo na busca do hedonismo por nenhum motivo,
estimulando a homossexualidade em si e nas criaturas psiquicamente
influenciáveis.
De maneira especial, temos os processos gerados por vivências
traumáticas na infância, quando a criança seduzida sexualmente por um de
seus ascendentes familiares viu-se condicionada por ele a adotar um
comportamento sexual invertido (como, por exemplo, um pai que utiliza
sexualmente um filho) ou, então, quando o jogo de sedução e perversão
realizado por parentes de sexos opostos provoca uma situação de ódio
intenso, levando a criança ou o jovem a fazer uma opção pela
homossexualidade como forma de rejeitar aquela vivência. (pp. 40-45)
Essas causas identificadas pelo Dr. Roberto, nos dão uma dimensão
totalmente diferente da simplicidade que muitos pensam ser a opção
sexual de uma pessoa. Como vimos existem fatores que, fugindo totalmente
ao controle do encarnado, poderão influir nessa questão, daí, segundo,
pensamos a homossexualidade não poderá ser vista como coisa pervertida,
cujos praticantes a fazem por lhes faltar o senso moral.
Alguns autores espíritas não se alinham à idéia de que o homossexualismo
possa ter como causa a mudança de sexo entre uma encarnação e outra.
Fora as opiniões acima, ainda poderemos, para reforçar essa idéia, o que
encontramos no livro Ação e Reação, André Luiz na psicografia de Chico
Xavier. Leiamos:
(...) Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades
passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito
acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas
evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha
por longo tempo nas experiências do homem. Contudo, em muitas ocasiões,
quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo
abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele
próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido
pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino,
para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua
irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo idêntica
situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão
e à delinqüência, cria para si mesma terrível alienação mental para
além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo
masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade,
saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem, perante o
Senhor. Nessa definição, porém, não incluímos os grandes corações e os
belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que
lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, posição
solicitada por eles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e
valor, não só o acrisolamento moral de si mesmos, como também a
execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de
solidão, em favor do campo social terrestre que se lhes vale da renúncia
construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e no
progresso espiritual. (Ação e Reação, p. 209).
Opinião de quem viveu o problema
Vamos transcrever do site Portal do Espírito um trecho de um artigo
publicado na Revista de Espiritismo, nº 39, abr-mai-jun1998, do autor
Luiz de Almeida. Leiamos:
Para melhor entendermos o drama da homossexualidade, citamos depoimentos
de dois espíritos (2). Isso porque poderão contribuir para esclarecer
certas partes desta tendência.
CASO 1: Eu fui lésbica. Dentro do meu corpo de mulher, sentia-me um
homem. Desde pequena, os meus pendores foram todos masculinos. Menina, e
os meus companheiros de peraltagem eram os meninos, tanto que minha mãe
repetia: Não sei a quem me saiu a Laurinha; é peralta como um menino,
está sempre no meio deles; coisa feia. E assim era: em qualquer reunião
raramente me encontrava entre minhas amiguinhas. Porém, nos grupos de
rapazes, lá estava eu, não como mulher, mas como homem, que intimamente
me parecia ser.
Veio-me a menstruação; sofri horrores que se repetiam mês após mês.
Completei 15 anos. Eu era bonita de rosto, conquanto desgraciosa de
corpo. E os meus pais chamaram-me em particular:
— De agora em diante, evita estar tanto entre os moços; tens coleguinhas... porquê isso?
— Mas, mamãe, não gosto das conversas delas, de vestidos, de modas, de
sapatos, de batons, de penteados, de namoradinhos. Eu, por mim, cortaria
os meus cabelos como homem, e vestiria calças.
A minha resposta desgostou-os. Mudei: apaixonava-me facilmente por
meninas e mulheres casadas. Deliciava-me freqüentar o vestiário de meu
clube; contemplando aqueles corpos nus, lavando-se, esfregando-se,
enxugando-se, muitas vezes, surpreendia-me exclamando: Ah, se eu fosse
homem! Viciei uma prima; além do prazer que ela me proporcionava,
dava-me a sensação de ser verdadeiramente um homem. Descobriram-me, e
passei a ser vigiada. Evitam-me. O meu pai tratava-me com rispidez.
Uma fria solidão envolvia-me. Mesmo assim, casei-me. Não lhes
descreverei o horror do sofrimento íntimo que senti na minha noite de
núpcias; foi pasmoso. O meu esposo tinha-me nos braços e acariciava um
corpo de mulher, dentro do qual se escondia o espírito de um homem. E
durante as carícias, enlaçada pelo meu marido, que me abraçava e me
beijava, quantas vezes tive ímpetos de repeli-lo e gritar: Eu também sou
um homem! Jamais ele o percebeu; fui-lhe fiel até ao fim. A nossa união
durou 15 anos; não tivemos filhos.
O meu marido enviuvou, e contraiu segundas núpcias, desta vez com uma
autêntica mulher, de corpo e alma. Desencarnado, compreendi o porquê
dessa encarnação como mulher; porque eu, um espírito masculino, fora
embutido — sim, embutido é o termo certo —, num corpo feminino. Por
quatro encarnações consecutivas, eu erigira o sexo como o supremo fim de
um homem. A mulher para mim era um objeto, um mero instrumento de
prazer, de gozo. Quando uma me saciava, atirava-a para um canto
qualquer, e servia-me de outra. Jamais lhes respeitava a dignidade.
Jamais as reconhecera como mães, esposas, irmãs. E nos intervalos de
minhas encarnações, em vez de me corrigir, freqüentando as escolas
correcionais da Espiritualidade, para o que não me faltaram convites,
associava-me a hordas maléficas, cujo escopo era implantar o domínio do
sexo. Até que, por ordem superior, encaminharam-me de forma compulsória
aos engenheiros maternais, que me agrilhoaram a um corpo feminino a fim
de que eu aprendesse a valorizar a mulher. Felizmente tão dolorosa
experiência valeu-me.
Corrigi-me. Não só aprendi a valorizar a mulher como a divinizá-la no
seu papel de mãe, de esposa, de irmã. Voltei à minha forma masculina.
Trabalho agora no sector de socorro aos náufragos do sexo. Quando soar a
hora, tornarei à Terra no corpo de homem normal, e saberei respeitar a
mulher no altar sagrado do casamento. Claro que o meu carma não será
tranqüilo, e as vicissitudes que por certo virão, em que pese gerar
aflições, serão lições valiosas. E ao depararem com homens e mulheres
transviados do sexo, compaixão, muita compaixão para com eles.
CASO 2: Eu fui uma prostituta em seis encarnações sucessivas. A primeira
foi num navio pirata. Apanharam-me numa razia contra nossa cidadezinha
na orla do Mediterrâneo; com o saque e outros cativos, embarcaram-me
numa caravela. Eu era jovem e bonita. Um dia, o comandante atraiu-me
para o seu camarote. Percebi-lhe a intenção. Eu já tinha os meus planos,
e antes que ele tomasse a iniciativa, adiantei-me: Saiba que sou uma
virgem. Quanto dá por minha virgindade? Dirigiu-se a uma das arcas ao pé
do leito, abriu-a; estava cheia de jóias preciosas, produto de
pilhagens. Colocou um punhado delas sobre a mesinha à minha frente. É
pouco, disse-lhe com firmeza. Mergulhou ambas as mãos na arca, e pô-las
sobre as primeiras. É o bastante.
Ainda por muitas vezes lhe arranquei peças de valor. Logo que o notei
farto de mim, entreguei-me aos outros marujos, a troco de ouro, que
todos possuíam. Desembarquei em porto europeu, rica, e dediquei-me ao
meretrício de alto luxo.
Vejo-me agora reencarnada na França, na época do I Império. Sou dama da
corte. E, para obter honrarias, jóias, luxo, prostitui-me não
abertamente, mas entregando-me aos cortesãos que servissem aos meus
intentos.
A terceira reencarnação foi em Portugal. Casei-me com um caixeiro
modesto em pequena cidade portuguesa. Abandonei-o e transferi-me para
Lisboa, onde montei casa de tolerância, desgraçando mocinhas ingênuas, e
desencaminhando pais de família.
Na minha quarta reencarnação, ainda em Portugal, não me sujeitando a uma
pobreza digna, tão logo me emancipei, comercializei o meu corpo. E, por
isso, a minha mãe finou-se de desgosto. Como cobra venenosa, atraía a
mocidade da nobreza, sugando-lhe impiedosamente os haveres e até a
honra, em luxuoso prostíbulo no Rio de Janeiro, no tempo do império.
Na minha quinta reencarnação, no início do século XX, ainda no Rio, aos
14 anos já me envolvia no meretrício. De nada me adiantavam os
intervalos de minhas reencarnações. Não dava ouvidos a espíritos
benévolos que me queriam afastar dessa vida imunda. Endurecida no vício,
filiava-me a grupos de obsessores sexuais, e praticava desatinos
vampirescos com encarnados que aceitavam minhas sugestões.
Até que engenheiros maternais decidiram aplicar-me a corrigenda cabível.
Estudaram minuciosamente o meu passado, submeteram-me a rigoroso exame
psíquico, e concluíram que só havia um remédio para mim, posto que
amargo: reencarnar em corpo masculino, tantas vezes quantas as
necessárias. A petição seguiu para instância superior e foi aprovada.
E eu, mulher, espírito essencialmente feminino, reencarnei-me em corpo
de homem, no Rio de Janeiro, como quarto e último filho de um casal da
classe média, remediados.
Hoje sei dos motivos que teve este casal para me receber como filho;
porém, não vem ao caso mencioná-lo. Bem cedo começaram os meus
martírios. Eu adorava brincar com meninas, evitava os meninos. Na escola
ouvia os ditérios dos colegas; e ao ir ao quadro dar a lição, a classe
ria-se ante o meu andar feminil. Durante o recreio, escondia-me. Com a
idade, mais se acentuou minha inclinação feminina: parava diante das
vitrinas de modas e das de jóias, e extasiava-me a admirar os vestidos,
os sapatos, as meias, os colares, os brincos, os braceletes, tudo, enfim
que pertencesse à toilette da mulher. Por vezes, ansiava ir à
cabeleireira maquiar-me, e a custo reprimia-me. O meu pai não me
aceitava; os meus irmãos detestavam-me e repeliam-me; a minha mãe,
pobrezinha, era o meu único refúgio. Consolava-me, acariciava-me,
infundia-me ânimo, abraçava-me.
A solidão embrulhou-me no seu pesado manto. Certa vez, atraído por um
homem, fui com ele ao seu apartamento. O horror, o nojo que isto me
causou vós não podeis imaginar. Quis tornar-me seu amante; tive
dificuldades em livrar-me dele. Para vós terdes uma idéia do meu
suplício de espírito feminino num corpo masculino, faço uma comparação:
havia outrora um instrumento de tortura, que consistia numa caixa de
ferro, mais ou menos no formato de um homem, em cuja porta, do lado de
dentro, se engastavam punhais. O condenado era encaixado nessa caixa, e
nela ficava por dias e dias à espera que o carrasco recebesse ordem de
fechar a porta, quando era trespassado pelas lâminas. Todavia, raramente
o corpo do condenado se amoldava à caixa; e então os verdugos o
ajustavam à força naquele aparelho, no qual com corpo horrivelmente
comprimido, aguardava o fechar da porta, cessando o seu tormento. O
condenado à tortura da máscara era mais feliz do que eu: o sofrimento
dele durava poucos dias; o meu durou 68 anos, que se arrastaram como uma
eternidade.
Jamais me passou pela cabeça a idéia do suicídio, ou de me prostituir,
felizmente. Agüentei firme o rojão, como se diz popularmente.
Uma tarde, de volta a casa, um grupinho de estudantes vadios pôs-se a
chacotear-me. Para fugir deles, entrei na primeira porta que vi aberta;
subi pequena escada, e achei-me num vasto salão; muitas pessoas lá
estavam; sentei-me entre elas. Era a Federação Espírita Brasileira.
Explicaram-me e entendi que o acaso não existe, e o fato de ali entrar é
porque por certo encontraria lenitivo. Passei a freqüentar aquela casa,
onde conquistei muitos amigos e amigas. Os passes e a água fluidificada
fizeram-me muito bem, e assim a minha solidão foi suavizada.
Eu não trabalhava; tive vários empregos, mas na ocasião, o meu problema
não era tolerado como hoje em dia (embora seja uma tolerância falsa e
aparente) sendo despedido de todos. Quem sempre me socorria e socorreu
foi a minha mãe, fornecendo-me algum dinheiro. Os meus irmãos
casaram-se; os meus pais desencarnaram. Envelheci.
Vivi penosamente de minguado benefício que me tocou por herança. Fui
morar num telheiro, mal transformado em quarto, no fundo do quintal da
casa de um dos meus irmãos, com ordem expressa de não me mostrar a
visitas fossem quem fossem. Proibiram-me de ter intimidades com os meus
sobrinhos. Mais tarde, recolheram-me a um asilo, onde desencarnei.
Acordei, não sei depois de quanto tempo, em um quarto hospitalar. Tão
logo me mexi na cama acorreu uma enfermeira gentil que me disse:
— Tudo bem, minha irmã, não se impressione!
-— Irmã?... murmurei arregalando os olhos. Ela não me respondeu, mas ajeitou-me a coberta, sorrindo.
Hoje estou plenamente integrada nos meus predicados femininos.
Regenerei-me. Faço parte do Grupo de Socorros das Servas de Maria
Madalena, que se dedica ao reerguimento das infelizes que resvalam pelo
abismo escuro da prostituição.
(2) - Extraído do Boletim Eletrônico n.º 258 de 1997 do GEAE (Grupo de Estudos Avançados de Espiritismo).
Esses dois depoimentos molduram muito bem o drama íntimo de muitos que
vivem a prática sexual com parceiros do mesmo sexo que o seu. Deveremos
refletir sobre esse assunto, e tentar entender que, em sua grande
maioria, eles vivenciam insuperável conflito interno. Percebemos que,
como já foi evidenciado anteriormente, alguns casos não há escolha
deliberada, os indivíduos são levados a essa pratica por fatores que
fogem completamente ao seu controle.
Conclusão
Tentamos fazer um levantamento sobre o assunto em pauta, procurando dar,
a você leitor, instrumentos para uma possível reavaliação do que
poderia estar pensando sobre isso.
Considerando que os Espíritos não tem sexo podemos concluir que o
impulso sexual reside no próprio espírito, sendo o corpo físico apenas o
veículo de sua instrumentalização. Assim, não seria absurdo dizermos
que ao reencarnar o Espírito traz dentro de si as duas polaridades
sexuais, daí ser necessário rever conceitos sobre o homossexualismo
entre os seres humanos.
Apesar de que para muitos isso não ser natural, advogamos ser, pela
razão de que podemos encontrar esse tipo de comportamento entre os
animais, embora suas causas possam ser absolutamente diferentes das que
poderíamos atribuir aos seres humanos. O que defendemos é que se há essa
ocorrência entre os animais não vemos porque taxar como perversão todos
os casos de homossexualismo que acontecem entre nós, os humanos. E
definindo o que é natural é tudo aquilo em que não há trabalho ou
intervenção do homem. Além desse significado o Aurélio ainda nos indica:
inato, ingênito, congênito. Se uma pessoa já trás de nascença alguma
tendência para a prática homossexual, por que então crucificá-lo, já que
a própria natureza ou pela lei de causa e efeito ou pela do progresso, é
a origem do seu problema?
Há quem diga, que não devemos nos comparar aos animais, entretanto, em
algumas situações não há como fugir dessa comparação. Os animais, comem,
dormem, fazem sexo, e inúmeras outras coisas que nós os humanos também
fazemos, é por isso, que enxergamos isso como coisa da natureza. O que
não significa dizer que os que assim se comportam não devam se esforçar
para mudar, apenas não vemos nenhuma situação para se ter qualquer tipo
de preconceito a pessoas que assim agem.
Ana Paula Corradini, numa reportagem na Revista dos Curiosos, intitulada Eu quero é sexo!, coloca a certa altura:
O prazer homossexual
Outro comportamento registrado entre os bonobos é o das relações
homossexuais: as fêmeas adultas enroscam pernas e braços ao redor uma
das outras e esfregam suas genitais, emitindo ruídos de contentamento.
Os machos penduram-se em galhos e friccionam os pênis eretos. O
lesbianismo já foi constatado em onze espécies, mas o homossexualismo
não é só notado em primatas. Ele existe entre golfinhos, zebras,
gaivotas, pingüins, felinos e até baleias. Muitos estudiosos afirmavam
que isso só poderia acontecer em uma situação de confinamento, como
entre dois pingüins machos que, por ventura, fossem colocados a sós em
uma jaula no zoológico. No entanto, a conduta ocorre também na natureza,
mesmo em bandos em que há machos para todas as fêmeas e vice-versa.
Ainda não existe um consenso para explicar o porquê dessa opção. “Os
animais não se tornam homossexuais por falta de parceiros, mas pela
alternativa de se obter prazer”, afirma Eduardo Cunha Farias (...) O
homossexualismo no reino animal passou a ser discutido mais abertamente
após o lançamento do livro Biological Exuberance – Animal Homosexuality
and Natural Diversity (Exuberância Biológica – Homossexualidade Animal e
Diversidade Natural), do biólogo norte-americano Bruce Begamihl, em
1999. O autor descreveu casos de homossexualismo entre 450 espécies, em
sua maioria mamíferos e aves. (p. 50)
Está aí a comprovação desse acontecimento na natureza, o que, para nós,
justifica a mudança de atitude em relação aos homossexuais que existem
no nosso meio.
Por outro lado, também gostaríamos de saber dos que alimentam
preconceitos contra os homossexuais se também o teriam pelos
heterossexuais que, em atividades sexuais viciosas, fazem sexo até mesmo
com animais, fato que todos sabemos que acontece, mas fingimos de peixe
morto.
Muitos advogam que na pratica sexual tradicional entre um homem e mulher
há troca de energias, para fazer disso uma arma conta as relações
sexuais homossexuais. Não duvidamos que numa relação sexual há troca de
energias entre o homem e a mulher, mas perguntamos: isso ocorre em todas
as situações? Mesmo que um dos dois a pratique por prostituição? Será
que poderia haver troca de energias, quando o casal, saindo dessa
prática sexual tradicional, pratica o sexo oral e anal? E aqui, por
acreditar que aquilo que podemos encontrar na natureza é perfeitamente
natural, afirmamos então, que: a prática do sexo oral e anal, entre os
casais, como não a encontramos na natureza, obviamente, para nós, não se
trata de uma coisa natural. Embora, também não vamos dizer que seja
imoral. Por outro lado, não poderia um homem viciar sua mulher na
prática sexual anal de tal forma que na encarnação seguinte ela, mesmo
habitando um corpo físico masculino, mantenha seu impulso sexual
canalizado para essa zona erógena, agindo assim como homossexual?
Para demonstrar que nem todos discriminam, e que, graças a Deus, muitos
não admitem esse preconceito, apenas buscam respeitar a opção pessoal de
cada um, o que não significa, necessariamente, concordar com tais
práticas, fecharemos nossa pesquisa com a opinião de alguns desses
autores:
José Herculano Pires: “os casos de homossexualismo adquirido,
não-congênito ou constitucional, de classificação psiquiátrica, decorrem
de fatores educacionais mal dirigidos ou de influências diversas,
posteriores ao nascimento, que dão motivo à sintonia do paciente com
espíritos obsessores vampirescos. O problema sexual é extremamente
melindroso, pois tanto o homem quanto a mulher dispõem de tendências de
ambos os sexos, podendo cair aos desvios provocados por excitação de
após nascimento” (Mediunidade, p. 141).
Drauzio Varella: “... O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta
complexidade, no entanto, vai dos heterossexuais empedernidos aos que
não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em
gradações variadas entre a hetero e a homossexualidade, oscilam os menos
ortodoxos”.
“Como o presente não nos faz crer que essa ordem natural vá se
modificar, por que é tão difícil aceitarmos a riqueza da biodiversidade
sexual de nossa espécie? Por que insistimos no preconceito contra um
fato biológico inerente à condição humana?”.
“Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade
humana não é questão de opção individual, como muitos gostariam que
fosse, ela simplesmente se impões a cada um de nós. Simplesmente é!”. (
www.drauziovarella.com.br)
Chico Xavier: em resposta às perguntas: como encara o espiritismo o
problema da homossexualidade? Qual a melhor atitude da sociedade frente a
essa ocorrência?
- “Acreditamos que o tempo e a compreensão humana traçarão normas
sociais susceptíveis de tranqüilizar quantos se vinculam a semelhante
segmento da comunidade, assegurando-se-lhes a benção do trabalho com o
respeito devido a todos os filhos de Deus (...) Até que isso se
concretize, não vejo qualquer motivo para críticas destrutivas e
sarcasmos incompreensíveis para com os nossos irmãos e irmãs portadores
de tendências homossexuais, a nosso ver claramente iguais às tendências
heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas”.
“Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender por que
razão esse ou aquele preconceito social impedirá certo número de
pessoas de trabalhar e de serem úteis à vida comunitária, unicamente
pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e
fisiológicas diferentes da maioria. (...) Nunca vi mães e pais,
conscientes da elevada missão que a Divina Providência lhes delega,
desprezarem um filho porque haja nascido cego ou mutilado. Seria humana e
justa a nossa conduta em padrões de menosprezo e desconsideração,
perante os nossos irmãos que nascem com dificuldades psicológicas?”. (
www.espirito.org.br, texto de Luiz Almeida intitulado: Homossexualidade).
Hernani Guimarães de Andrade: O homossexualismo não deve, pois, ser
classificado como uma psicopatia ou como um comportamento merecedor de
discriminação ou medidas repressivas. O homossexual, especialmente o
“transexual”, merece toda a nossa compreensão e ajuda, para que ele
possa vencer sua luta de adaptação ao novo sexo adquirido com o
renascimento. Alguns homossexuais poderão ser reorientados, de maneira a
se comportarem normalmente dentro dos padrões impostos pelo meio
social. Entretanto, igual reorientação é necessária aos que se dizem
normais para que se compenetrem da necessidade de respeitar e aceitar
fraternalmente os homossexuais. (Espírito, Perispírito e Alma, pp.
228-229).
Richard Simonetti: ao responder à questão: Ele [o homossexual] pode ser
acolhido como colaborador do Centro Espírita, trabalhar como médium, por
exemplo?, diz: Condenável qualquer discriminação. Não há porque
vedar-lhe essa possibilidade, a não ser que esteja envolvido em
relacionamento promíscuos. Essa mesma restrição estende-se ao
heterossexual. A promiscuidade, herança das tendências à poligamia que
ainda caracterizam o ser humano, inspirando o comportamento
irresponsável, é incompatível com as atividades espirituais.
(Reencarnação - tudo o que você precisa saber, p. 124).
Divaldo Pereira Franco, psicografando Joana de Angelis diz: Outro fator
que merece análise é o da identidade sexual. Há jovens que logo definem e
aceitam a sua natureza essencial, masculina ou feminina. Nessa
oportunidade surgem os conflitos mais fortes do transexualismo e do
homossexualismo, alguns deles como resultado de fatores genéticos,
trabalhados pelo Espírito na constituição do corpo através da
reencarnação, que se utilizou do perispírito para a modelagem da forma
orgânica, outros como efeito da conduta familiar ou social, e, outros
mais, ainda, pela necessidade de ser trabalhada a sexualidade como
diretriz preponderante para a aquisição de recursos mais elevados e
difíceis de conquistados.
Quando essa identidade sexual é prematura, o adolescente sofre de um
efeito apenas biológico, sem preparação psicológica para o comportamento
algo estressante. Quando atrasada, reações igualmente psicológicas
podem levar a uma hostilidade ao próprio corpo como ao dos outros.
A identificação sexual do indivíduo equilibrado faz-se definir quando se
harmonizam a expressão biológica – anatômica – com a psicológica,
expressando-se de forma natural e progressiva, sem os choques da
incerteza ou da incapacidade comportamental diante da realidade do
fenômeno sexual. (Adolescência e Vida, Divaldo P. Franco, pp. 70-71).
J. Raul Teixeira, psicografando Camilo: Provenientes dos recônditos da
alma, onde se alocam reminiscências de desrespeito e de crimes
hediondos, cometidos contra as leis morais que são presentes nas
consciências humanas, ou, por outro lado, decorrentes de processos
educacionais deletérios que se apoiaram em inclinações morais
deficitárias, ainda não suficientemente amadurecidas para a verdadeira
liberdade, os dramas homossexuais têm lugar na intimidade das criaturas,
largamente.
Motivados, ainda, por terríveis programas obsessivos, que antigos
inimigos desencarnados engendram por vingança ou, ainda, decorrentes de
perturbações psiquiátricas não devidamente diagnosticadas, explodem
quadros homossexuais, aqui e acolá.
A situação vem se tornando tão comum que, ao largo do tempo, vem sendo
admitida como terceiro sexo ou como opção normal daqueles que assim
almejam viver.
Desembocam no estuário dos conflitos da homossexualidade infindáveis
gravames assinalados nos arquivos extra-cerebrais, provenientes de
passadas reencarnações, quando o abuso do próprio corpo e dos corpos
alheios, a agressão à própria constituição emocional e às constituições
alheias determinaram os torturantes quadros de agora, na esfera da
sexualidade.
Ninguém suponha que tais conflitos não se estendam do mesmo modo, nas
esferas heterossexuais, uma vez que os Espíritos que se movimentam sobre
a Terra, com poucas exceções, carregam complexos problemas na área
sexual, carecendo reestruturar-se, renovar-se, a fim de valorizar tão
sublime fonte de estesias que a Divindade ensejou as Suas criaturas com o
objetivo feliz, na cooperação junto à obra Universal.
O fenômeno homossexualismo, em si mesmo, impõe aos que por ele estão
assinalados, um regime de imperiosas disciplinas em sentido amplo,
capazes de ensejar à alma, se atendidas, bênção de venturas crescentes a
projetarem luzes de paz, de harmonia para o amanhã.
Quem disse que será crime ou pecado que um homem a outro homem ame?
Onde a condenação para o amor e o afeto entre as mulheres?
O amor, devidamente compreendido, é a energia que nos diviniza, é o
traço que nos liga ao Criador, impulsionando-nos a espalhar a Sua
vontade pelo Universo.
Não cogitamos aqui desse arremedo de amor com que o vulgo resolveu
apelidar as práticas carnais do sexo, mas cogitamos desse Amor que é o
próprio Deus, que faz com que na sexualidade a criatura humana se torne
co-criadora com o seu Criador,
O drama que se instala nas vidas terrenas é que não estão aptos aos
indivíduos a vivenciarem o Amor que sensibiliza a alma, que imprime
sentimentos de renúncias felizes, que enleva, que renova, forjando saúde
e plasmando vida plena.
Amar jamais será desaconselhável seja entre quem for. Não obstante, o
homossexual não necessitará mergulhar nos pântanos da pederastia,
tampouco as homossexuais carecerão perder-se nos viscos do lesbianismo,
nas voragens da relação carnal.
Se um companheiro ou uma companheira percebe em si as inclinações
homossexuais, que procure identificar nisso os gritos da expiação,
induzindo à educação para que a vida seja vitoriosa.
O amor, o entendimento, a prestação de serviços, a comunhão idealística,
tudo isso contribuirá para a gradativa liberdade do ser. (Educação e
Vivências, J. Raul Teixeira, pp. 73-75). (grifos do original).
Chico Xavier, psicografando André Luiz: (...) Empenhou-se a repetir que
na Crosta Planetária os temais sexuais são levados em conta, na base dos
sinais físicos que diferenciam o homem da mulher e vice-versa; no
entanto, ponderou que isso não define a realidade integral, porquanto,
regendo esses marcos, permanece um Espírito imortal, com idade às vezes
multimilenária, encerrando consigo a soma de experiências complexas, o
que obriga a própria Ciência terrena a proclamar, presentemente, que
masculinidade e feminilidade totais são inexistentes na personalidade
humana, do ponto de vista psicológico. Homens e mulheres, em espírito,
apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de característicos
viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidade de
comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de
normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social.
Tendo Neves formulado consulta sobre os homossexuais, Félix demonstrou
que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no
domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que
exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as
aceitam. Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais
ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na
condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação,
aditando que a alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para
melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos
constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer
posições, correm por nossa conta. À vista disso, destacou que nos foros
da Justiça Divina, em todos os distritos da Espiritualidade Superior, as
personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão
carentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência
garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens,
observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado
anormal são examinadas no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas
tidas por normais, notando-se, ainda, que em muitos casos, os desatinos
das pessoas supostas normais são consideravelmente agravados, por menos
justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima
estável da maioria.
E à ligeira pergunta que arrisquei sobre preceitos e preconceitos
vigentes na Terra, no que tange ao assunto, Félix ponderou, respeitoso,
que os homens não podem efetivamente alterar, de cofre, as leis morais
em que se regem, sob pena de precipitar a Humanidade na dissolução,
entendendo-se que os Espíritos ainda ignorantes ou animalizados, por
enquanto em maioria no seio de todas as nações terrestres, estão
invariavelmente decididos a usurpar liberalidades prematuras para
converter os valores sublimes do amor em criminalidade e devassidão.
Acrescentou, no entanto, que no mundo porvindouro os irmãos
reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas
anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade
humana, reparando-se as injustiças assacadas, há séculos, contra
aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a
perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes
impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência
física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de
mentir incessantemente para viver, sob o Sol que a Bondade Divina
acendeu em benefício de todos. (Sexo e Destino, Chico Xavier, pp.
272-274)
Poderemos ainda deixar para uma reflexão individual, a ser feita por cada um de nós, o seguinte:
Suponhamos que vivêssemos num país onde, por determinação superior,
tivéssemos que, por um longo tempo, abrigar em nossa casa uma pessoa,
cuja escolha poderíamos fazer entre duas que nos seriam indicadas.
Apresentam-nos, então, para essa escolha, um assassino psicopata e um
homossexual. Perguntamos: qual dos dois você escolheria para viver sob
seu teto durante o tempo estabelecido?
Suponhamos, também, que tivéssemos uma criança pequena que demonstrasse
tendências homossexuais, cuja causa poderia ser a viciação por outras
pessoas mais velhas, como por exemplo, o uso indiscriminado de
supositórios como medicamento para problemas de “ar preso”, que veio
despertar nela o prazer na região anal, o quê faríamos diante dessa
realidade?
Suponhamos, ainda, que entre os nossos filhos atuais ou que viéssemos a
ter no futuro, houvesse um deles, com a idade de 18 anos, que, por
alguma razão que desconhecemos, resolve, durante a festa de seu
aniversário, assumir publicamente diante de todos os convidados sua
homossexualidade. Qual seria a nossa atitude diante deste bombástico
fato? Iríamos tratar esse filho com o mesmo preconceito que temos para
com os que não se ligam a nós pelos laços da consangüinidade?
Assunto abordado pelo Dr. Roberto Lúcio, com o qual plenamente
concordamos, é que, em algumas situações, a causa da homossexualidade
poderia ser por indução psíquica dos próprios pais, quando desejando
ardentemente que o seu futuro rebento seja de um sexo diferente daquele
que a vontade de Deus determinou, acabam implantando no psiquismo desse
feto o desejo de seus pais. Após nascer poderá, consciente ou
inconscientemente, agir para realizar tal desejo, passando a ser apenas
na esfera psíquica a criança cujo sexo foi objeto do sonho dos pais.
Somente quando nos colocamos na mesma situação do outro é que poderemos
avaliar o que ele poderia estar passando, daí a razão de colocarmos
essas situações para a nossa reflexão, esperando que cada um possa ter a
capacidade de considerar tais hipóteses, na expectativa de, se for o
caso, mudar seu pensamento diante da homossexualidade dos que jornadeiam
conosco em busca da própria evolução moral e espiritual. Oportuno não
esquecermos de que “... nenhuma coisa é de si mesmo imunda senão para
aquele que a tem por imunda, ,para este é imunda”. (Rm 14,14).
O texto já estava por nós encerrado, mas um amigo após analisá-lo pediu
ao seu guia para opinar sobre esse assunto. Essa mensagem, novíssima,
vem arrematar tudo o que já foi dito, quanto ao preconceito, que, com a
permissão dele, estamos incluindo agora ao final.
O nosso amigo advogado Raimundo de Moura Rego Filho, médium, espírita
atuante na cidade do Rio de Janeiro, nos envia, por e-mail, o seguinte:
Hermes, por sentir-te por perto penso que me poderias dar um
esclarecimento sobre o tema que hora estudo e d qual, preciso dar uma
opinião ao autor da matéria de estudo.
Seria possível que me explicasses sobre as causas do homossexualismo?
Estariam essas causas ligadas à reencarnação, com elemento fulcro, desse
acometimento?
Responde Hermes:
Amado meu:
Temas como este, tão discutidos e por vezes tão insistentemente
associados somente aos nossos quereres ou visões mais íntimas, têm mais
das vezes, afastado irmãos de ideal espírita não só da Casa Espírita,
mas de todo o entendimento que, haurido da doutrina Espírita, poderia
ajudar a que eles fossem mais bem compreendidos, e por isso mesmo,
tratados com mais respeito, amor e tolerância.
O mais importante em qualquer caso, querido, é o entendimento fraterno
do problema, e a recondução do paciente adoecido, ao caminho do
recomeço.
Ora, o que se vê, é a tônica da intolerância, do desrespeito, e por
vezes os ataques e achaques mal intencionados, oriundos das assertivas,
sempre baseadas no desconhecimento doutrinário, ou reforçadas pelo
preconceito para com essas pessoas. São nossos irmãos em Cristo, são
também eles, o nosso elemento de melhora e ascensão espiritual, ao
sabermos com eles conversar, de modo doutrinário, correto e adeso às
Leis do amor, da Caridade e do Progresso. Sem esses elementos, não se
reeduca, não se ensina, em suma não se faz Espiritismo.
Quantos já não terão sentido o gosto do amargo fel do desprezo, o
escárnio, as palavras duras com que muitos se manifestam e lhes dirigem?
Quanta dor, sofrimento e humilhação, já não haverão de ter passado? Estes, também, são nossos irmãos, meu filho.
Se voltarmos olhos ao episódio da “adúltera”, encontraremos não a
condenação do Rabi, mas o julgamento sensato e amoroso que a indicou o
caminho da regeneração.
Tal é assim para com esse caso em específico. Remeter-se o homem de
hoje, ainda cheio de preconceitos, (e isso dos dois lados), aqueles que
querem descobrir tão somente as causas, sem atacar os irmãos em
provação, e daqueles por quem chegam as palavras mais duras, mais
distantes, tanto do conhecimento sobre o tema, quanto da formação
doutrinária, descambando para os apupos e para os acicates, brandindo
seus chicotes idiomáticos como se estivessem isentos de erros, a tema
tão importante e tão controverso, seria pedir não a descoberta do
remédio, mas que se estabelecesse a discórdia afastante, o cisma, a
cizânia, todos os desvarios a que a pouca moral humana possa encaminhar
alguns irmãos, por vezes em maior desalinho do que o próprio
Homossexual. Como se os Heteros formassem a nação dos eleitos, dos
corretos e dos infalíveis, quanta empáfia, quanto desamor. Notas como o
Evangelho, bem estudado e conhecido faz falta a essas pessoas?
Por não terem alteados os patamares morais, a ponto de entenderem o Evangelho, não entendem as premissas da doutrina Espírita.
Por não se reconfigurarem, persistindo também, nas próprias mazelas
morais que já lhe são de conhecimento, tornam-se míopes aos ensinos que a
própria doutrina oferece, e que lhes indicaria o caminho para a
resposta que, ao que nos é permitido saber e dizer distaria, ainda para
um próximo período reencarnatório, este já sob outra vibração, mais
sutil e elevada, remetendo os ideais do Amor Crístico e da Fraternidade,
à maior celeridade no cumprimento da Lei do Progresso.
Faze, então, teus amigos e tu mesmo, da experiência transitória nesta
existência, caminho para um aprendizado mais amplo e dignificante ao
espírito, para que no porvir, possam todos ajudar, sob o olhar do
Cristo, a todos os doentes, da alma e do Corpo.
Até lá, amado meu, ora por eles, por estes nossos irmãos que tanto
sofrem escondidamente, não os diminuam ou discriminem, esclareçam! Posto
que já sofrem deveras, neste período de dor sob o qual passam suas
existências, no hoje.
Amor e Paz,