terça-feira, 30 de agosto de 2011

Artigo Violencia contra os idosos


Índice do Artigo
Violencia contra os idosos
Violência contra o idoso II
Princípios Orientadores
Denuncie a violência
Recomendações aos idosos
Indícios de Violência
Violência Institucional
Todas Páginas

Violência contra a pessoa idosa

Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio!

Por Redação Clube Vida Moderna

Velhice tem sido considerada, quase sempre, como um processo degenerativo, oposto a qualquer progresso. É como se nessa etapa da vida deixasse de existir o potencial de desenvolvimento humano. O estereótipo tradicional da velhice é o de pessoas doentes, incapazes, dependentes, demenciadas, rabugentas, impotentes, um problema e ônus para a sociedade.

Esquece-se que envelhecer é um processo inerente aos seres humanos, que se inicia no nascimento e prossegue ao longo da vida. A cada instante tornamo-nos mais velhos.

“Todos envelhecemos e, os mais jovens, um dia, serão os idosos de seu tempo. Esse processo resulta em duas situações-limite: uma com excelente qualidade de vida e outra com qualidade de vida muito ruim. Entre esses dois extremos, há diversas situações intermediárias. Em qual extremo chegaremos depende de inúmeras variáveis. Algumas pertencentes a nós mesmos como indivíduos e, as demais, dependentes da sociedade e do meio em que vivemos”, comenta o Coordenador da área Técnica de Saúde do Idoso – CODEPPS/SMS, de São Paulo, Sr. Sérgio Márcio Pacheco Paschoal.

Quando se fala em violência contra os idosos, pensa-se imediatamente na violência física, mas esta não é a única, pois há inúmeras formas de violência, veladas e mascaradas. A violência também se manifesta como psicológica, econômica, moral, sexual, familiar, social, institucional, estrutural, e pode resultar de atos de omissão e negligência. Muitas vezes não a reconhecemos, pois os idosos têm menor importância num mundo que valoriza o vigor e a beleza da juventude. Sem perceber, tornamo-os cidadãos de segunda classe. Mesmo com leis avançadas, o descumprimento desqualifica sua importância como cidadãos. "Apesar da existência do Estatuto do Idoso, os idosos continuam a ter os direitos desrespeitados, sendo tratados, por vezes, como crianças ou pessoas incapazes", desabafa Mirian Trindade, CMI de João Pessoa, PB.

A longevidade humana apresenta-se atualmente como uma grande conquista histórica e social.

“Diante do crescimento populacional do segmento idoso e do aumento do número de anos de vida, impõe-se hoje pensar e analisar a velhice, não como o fim da vida, mas como uma nova etapa a ser vivida.

A nossa sociedade prioriza o novo, destaca a juventude como valor cultural a ser perseguido por todos e apresenta o futuro como algo que pertence ao jovem. O velho aparece como o oposto dele, sem futuro, vivendo de lembranças de uma vida passada, onde foi adulto e jovem.

Essa visão da velhice é geradora de representações sociais que a homogeneízam, podendo desenvolver atitudes discriminatória em relação ao segmento idoso.


Violência contra a pessoa idosa

Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio!

Por Redação Clube Vida Moderna

A discriminação, presente nos olhares e atitudes, manifesta-se nas diversas esferas da vida social – família, trabalho, saúde – criando diferentes formas de violência em relação ao idoso”, esclarece Elisabeth Frohlich Mercadante – Antropóloga e Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da PUC.

O aumento da expectativa de vida da população brasileira, conquistado graças aos avanços tecnológicos e da medicina, não garantiu, no entanto, a qualidade dessa existência prolongada. Para a maioria das pessoas, há dificuldade de compreender a ocorrência do problema, porque consideram que é somente nas instituições que os idosos sofrem violência e lhes parece improvável que eles possam ser maltratados em casa.

A violência contra idosos é uma violação aos direitos humanos e é uma das causas mais importantes de lesões, doenças, perda de produtividade, isolamento e desesperança.

“Diante da violência contra o idoso, a sociedade deverá prestar mais atenção a ela, elaborando alternativas com o intuito de erradicar as causas das diversas violências que este contingente populacional sofre. Tenhamos em mente que as melhorias investidas nos idosos de hoje é com certeza melhor para todos nós, pois mais tarde chegaremos a esta etapa da vida”, alerta Nelson García Araneda, Assistente Social, Mestre em Ciências Sociais e Professor da Univesidad del Bio-Bio, no Chile, onde coordena o Programa de Políticas Públicas para pessoas idosas.

Simone de Beauvoir, no clássico livro: A Velhice, afirma que há "conspiração do silêncio" contra a velhice, manifestada por alguns grupos sociais que perpetuam uma imagem de velhice como fase temida e apavorante da vida. A violência contra o idoso é parte dessa conspiração.

A sociedade e muitos dos idosos consideram que as condutas são normais da idade. Há resistência e dificuldade por parte dos idosos, dos profissionais e da sociedade em falar sobre o tema e conseqüentemente negam a existência do fato.

É preciso romper o véu do silêncio que cobre o assunto. A violência ao idoso ocorre, na grande maioria, no contexto familiar, praticada por um membro da família. Muitas vezes, em defesa do agressor (filho, filha, neto, neta...) o idoso se cala, omite e, muitas vezes, somente a morte cessará a cadeia dos abusos e maus tratos sofridos. Para os idosos, a dificuldade acentua-se quando eles têm que denunciar ou declarar que seus filhos são os agressores. Muitos idosos se culpam pela violência sofrida ou acreditam que seja normal da idade sofrer a violência.


Violência contra a pessoa idosa

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Por Redação Clube Vida Moderna

Princípios Orientadores

O tema da violência contra o idoso comporta uma complexidade muito grande, a começar pelo recente reconhecimento do fenômeno pela sociedade.

Para facilitar a compreensão dos diversos fatores que envolvem a violência contra o idoso, chamamos a atenção para os seguintes princípios orientadores:

- Todo idoso, até que se prove o contrário, é competente para tomar decisões sobre a vida dele.

- Envelhecimento não é sinônimo da perda de autonomia. Entretanto, sabemos que a presença da violência pode promover o medo e inibir a capacidade de decisão do idoso.

Em alguns casos, a avaliação profissional, a partir da situação apresentada, nos levará à conclusão de que existe a violência contra o idoso, mas ele mesmo não tem a percepção de que esteja acontecendo. Essas situações exigem do profissional maior cuidado e prudência.

– Prevenção deve ser a palavra-chave.

- É preciso investir numa cultura que ofereça atitudes positivas na sociedade sobre a velhice e envelhecimento.

- Para a detecção da violência é indispensável a prontidão e atenção para identificar os sinais de alerta.

Quando se caracteriza violência

São muitos os termos utilizados para definir o que é a violência contra o idoso. São exemplos: maus tratos, abuso, negligência, omissão, abandono, etc.. Usaremos a expressão Violência contra a Pessoa Idosa (VCPI).

Violência Física: é o uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar dor, incapacidade ou morte.

Violência Psicológica: corresponde a agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar do convívio social.

Violência Sexual: refere-se ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou heterorrelacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.

Abandono: violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro ao idoso que necessite de proteção e assistência.

Negligência: refere-se à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. A negligência é uma das formas de violência mais presente no país Ela se manifesta, freqüentemente, associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade.

Violência Financeira ou econômica: consiste na exploração imprópria ou ilegal ou ao uso não consentido pelo idoso dos recursos financeiros e patrimoniais que possui.

Autonegligência: diz respeito à conduta do idoso que ameaça a própria saúde ou segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si mesmo.

Violência Medicamentosa: é administração por familiares, cuidadores e profissionais dos medicamentos prescritos, de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos.

Violência Emocional e Social: refere-se à agressão verbal crônica, incluindo palavras depreciativas que possam desrespeitar a identidade, dignidade e autoestima. Caracteriza-se pela falta de respeito à intimidade, aos desejos, negação do acesso a amizades, desatenção a necessidades sociais e de saúde.


Violência contra a pessoa idosa

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Denuncie a violência

“Para denunciar é muito simples. A pessoa pode realizar a denúncia pelo telefone 181 do disque-denúncia ou se dirigir a uma delegacia especializada ou qualquer distrito policial. Em nenhuma dessas opções há risco de revelação da identidade do denunciante, caso ele queira manter-se em sigilo”, explica o delegado Cosmo Stikovics Filho, titular da Delegacia do Idoso, em São Paulo.

“Não é necessário que a vítima esteja presente, nem que o denunciante apresente nenhuma prova, pois será a Polícia quem realizará a investigação. As provas devem ser colhidas se a policia presenciar o fato denunciado, ouvindo o idoso, por perícia, para verificar as condições de higiene e alimentação, ou por qualquer detalhe que ofereça a denúncia.

A maior parte das infrações penais previstas na lei 10741/03 resultam em TC (Termo Circunstanciado), que impõe pena de multa ou restrição dos direitos e das visitas, e prestação de serviços. Algumas resultam em autos de prisão, em flagrante e inquéritos policiais que podem levar a uma infração mais grave com pena de detenção”, esclarece o delegado Cosmo Stikovics Filho.

Como prevenir a violência contra o idoso?

A prevenção tem como principal objetivo evitar as diversas manifestações da violência contra o idoso, detectando situações e fatores de risco e a efetiva intervenção nas conseqüências.

Entre as diversas circunstâncias que podem favorecer a VCPI podemos destacar:

– A dependência (física, mental, afetiva, socioeconômica);
– Desestruturação das relações familiares;
– Existência de antecedentes de violência familiar;
– Isolamento social;
– Psicopatologia ou uso de dependências químicas (drogas e álcool);
– Relação desigual de poder entre a vítima e o agressor.

Além das situações anteriores, destacamos:

– Comportamento difícil do idoso;
– Alteração de sono ou incontinência fecal ou urinária que podem causar estresse muito grande no cuidador.

As dicas citadas acima não são fatores de acusações. Devemos analisá-las com cautela e cuidado. O propósito é para servir de alerta sobre a necessidade de prestar apoio ao idoso que se encontra em situação de risco.


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Recomendações aos idosos

Evitar o isolamento social por meio das seguintes ações:

- Manter em contato com velhos amigos;
- Ter um bom amigo com quem possa falar abertamente dos seus problemas;
- Ter amigos que possam te visitar em casa;
- Aceitar as oportunidades que aparecem, inclusive as novas amizades;
- Participar de atividades sociais da comunidade (grupos de idosos, centros de convivência, etc.);
- Participar dos serviços voluntários;
- Realizar suas necessidades pessoais;
- Ter controle dos seus pertences;
- Abrir e enviar sua própria correspondência;
- Ter o controle do seu cartão bancário, não fornecendo a senha para estranhos ou terceiros;
– Procurar ajuda legal quando necessitar;
– Ter alguém a quem recorrer quando se sentir maltratado.

Muitos idosos têm medo de denunciar o agressor por diversos fatores, como citamos abaixo:

- Medo da vítima de possíveis represálias. Por exemplo: o aumento da violência, a institucionalização, a perda da liberdade, etc..
- Medo que ao revelar a existência da violência, o agressor (geralmente membro da família da vítima) torne-se mais violento e ponha em risco a vida deles.
- Sentimento de culpa. O idoso pode pensar que é dele a culpa por estar sofrendo os maus tratos, por não ter sido bom pai ou boa mãe e agora está colhendo os resultados.
- Vergonha. A vítima pode sentir vergonha por não ter conseguido controlar ou superar a situação em que se encontra. O fato dela romper a cadeia de violência, poderá abalar a reputação da família.
- Chantagem emocional por parte do agressor.
- Pensar que se relatar o fato, ninguém acreditará na sua palavra.
- Déficit cognitivo. A vítima não é capaz de informar a situação que se encontra, pelo fato de sofrer de problemas de memória, comunicação e outros distúrbios.
- Acreditar que buscar ajuda é o reconhecimento do fracasso.
- Isolamento social. O idoso que vive no isolamento social tem menos oportunidade de pedir ajuda.
- Dependência exclusiva do cuidador para prover suas necessidades de vida diária.
- Acreditar que ser maltratado faz parte do processo do envelhecimento: "isso é normal da idade".


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Abaixo mostramos os principais indícios de que o idoso possa estar sofrendo algum tipo de violência:

Físicos

• Queixas de ter sido fisicamente agredido.
• Quedas e lesões inexplicáveis.
• Queimaduras e hematomas em lugares incomuns ou de tipo incomum.
• Cortes, marcas de dedos ou outras evidências de dominação física.
• Prescrições excessivamente repetidas ou subutilização de medicação.
• Desnutrição ou desidratação sem causa relacionada a doença.
• Evidência de cuidados inadequados ou padrões precários de higiene.
• A pessoa procura assistência médica de médicos ou centros médicos variados.

Comportamentais e Emocionais

• Mudanças no padrão da alimentação ou problemas de sono.
• Medo, confusão ou apatia.
• Passividade, retraimento ou depressão crescente.
• Desamparo, desesperança ou ansiedade.
• Declarações contraditórias ou outras ambivalências que não resultam de confusão mental.
• Relutância para falar abertamente.
• Fuga de contato físico, de olhar ou verbal com a pessoa que cuida do idoso.
• O idoso é isolado pelos outros.

Sexuais

• Queixas de ter sido sexualmente agredido.
• Comportamento sexual que não combina com os relacionamentos comuns do idoso e com a personalidade antiga.
• Mudanças de comportamento inexplicáveis, tais como agressão, retraimento ou automutilação.
• Queixas freqüentes de dores abdominais; sangramento vaginal ou anal inexplicável.
• Infecções genitais recorrentes ou ferimentos em volta dos seios ou da região genital.
• Roupas de baixo rasgadas com nódoas ou manchadas de sangue.

Financeiros

• Retiradas de dinheiros que são incomuns ou atípicas do idoso.
• Retiradas de dinheiro que não estão de acordo com os meios do idoso.
• Mudança de testamento ou de títulos de propriedade para deixar a casa ou bens para "novos amigos ou parentes".
• Bens que faltam.
• O idoso "não consegue encontrar" as jóias ou pertences pessoais.
• Atividade suspeita em conta de cartão de crédito.
• Falta de conforto quando o idoso poderia arcar com ele.
• Problemas médicos ou de saúde mental que não são tratados.
• Nível de assistência incompatível com a renda e os bens do idoso.

Indicadores relativos às pessoas que cuidam dos idosos

• A pessoa que cuida do idoso aparece cansada ou estressada.
• A pessoa que cuida do idoso parece excessivamente preocupada ou despreocupada.
• A pessoa que cuida do idoso censura o idoso por atos tais como incontinência.
• A pessoa que cuida do idoso se comporta agressivamente.
• A pessoa que cuida do idoso o trata como uma criança ou de modo desumano.
• A pessoa que cuida do idoso tem uma história de abuso de substâncias ou de abusar de outros.
• A pessoa que cuida do idoso não quer que o idoso seja entrevistado sozinho.
• A pessoa que cuida do idoso responde de modo defensivo quando questionada; ela pode ser hostil ou evasiva.
• A pessoa que cuida do idoso tem estado cuidando dele por um longo período de tempo.



Violência contra a pessoa idosa

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Por Redação Clube Vida Moderna

Como proceder quando há suspeita de violência contra o idoso?

É imprescindível o respeito à vítima e as decisões dele. Se o idoso está em pleno exercício das capacidades cognitivas, deve-se respeitar as decisões dele, mesmo que não estejam de acordo.

Infelizmente, muitos idosos que estão sendo violentados, escolhem continuar na situação, devido aos laços afetivos que tem com o agressor.

Essa situação pode resultar em frustração e sentimento de impotência para quem deseja ajudar. Apesar da escolha do idoso não ser a mais apropriada, continue apoiando. Tente mostrar, de alguma forma, que ele não precisa necessariamente continuar nessa situação e proporcionar algumas alternativas para cessar essa violência. Por exemplo:

• "Quando o senhor (a) se sentir preparado para..., estarei disposto a ajudá-lo (a). Pode me procurar."

Violência Institucional

Há práticas violentas exercidas por instituições públicas e privadas, cujo principal objetivo deveria ser a prestação de serviços aos cidadãos que delas necessitam e dependem, principalmente, das instituições de prestação de serviços de saúde, assistência e previdência. Segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos, essas instituições são as campeãs de queixas e reclamações nas delegacias de proteção aos idosos.

Abaixo, alguns exemplos de como a violência institucional deve ser manifestada nos serviços de saúde:

– Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento;
– Falta de escuta e tempo para a clientela;
– Frieza, rispidez, falta de atenção, negligência;
– Maus tratos dos profissionais para com os usuários, motivados por discriminação, abrangendo questões de raça, idade, opção sexual, gênero, deficiência física, doença mental;
– Desqualificação do saber prático, da experiência de vida diante do saber cientifico;
– Violência física (por exemplo: negar acesso à anestesia como forma de punição, uso de medicamentos para adequar o paciente a necessidades do serviço ou do profissional);
– Detrimento das necessidades e direitos da clientela;
– Proibição ou obrigatoriedade de acompanhantes ou visitas com horários rígidos e restritos;
- Criticas ou agressões dirigidas a quem grita ou expressa dor e desespero, ao invés de se promover aproximação e escuta atenciosa, visando acalmar a pessoa, fornecendo informação e buscando condições que lhe tragam maior segurança no atendimento e internação.
– Diagnósticos imprecisos, acompanhados de prescrição de medicamentos inapropriados ou ineficazes, desprezando ou mascarando os efeitos da violência.


Saiba mais:

Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa

Delegacia dos Idosos no Brasil - Endereços e Telefones

O VELHO PROBLEMA DA FELICIDADE


O VELHO PROBLEMA DA FELICIDADE

Kardec indaga aos Espíritos se "Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?”[1] Os Benfeitores responderam que “Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra."[2]

Experimentamos momentos decisivos a cada instante da vida. Não podemos esperar outro clima de luta, nem outro lugar de batalha, senão o que defrontamos, resultado das nossas realizações do presente e do passado. O problema da felicidade pessoal nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador”.[3] As dores deixam marcas , porém lembremos que “o lutador que não traz a cicatriz da batalha, ao receber quaisquer condecorações externas, não é vitorioso!”[4] portanto, sofrer também compõe as linhas do currículo humano. A felicidade é uma resultante da vitória na refrega.

Não podemos esquecer que a Terra e um mundo de expiações e provas, por isso a felicidade total não se encontra aqui no planeta, porém em mundos mais evoluídos. Em nosso Orbe a felicidade é relativa, consoante diz o item 20, capítulo V (Bem-aventurados os aflitos), de O Evangelho Segundo o Espiritismo.[5]


A felicidade, nasce na paz da consciência tranqüila pelo dever cumprido e cresce, no íntimo de cada pessoa, à medida que a pessoa procura fazer a felicidade dos outros, sem pedir felicidade para si própria. Destarte a importância do inesquecível mandamento de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
[6] Quando este preceito for praticado, certamente usufruiremos a felicidade do Mundo Melhor.

A felicidade depende exclusivamente de cada criatura. Brota da sua intimidade. Depende de seu interior. Como ensinou o doce Mestre Galileu: “o reino dos céus está dentro de vós.”[7] Portanto, a verdadeira felicidade reside na conquista dos tesouros imperecíveis da alma.

Estabelecendo, conforme o Eclesiastes, que a verdadeira "felicidade não é deste mundo"[8], Jesus preconizou que o homem deve viver no mundo sem pertencer a ele, facultando-lhe o autodescobrimento para superar o instinto e sublimá-lo com as conquistas da razão, a fim de planar nas asas da angelitude.

A felicidade é o bem que alguém proporciona ao seu próximo. O eu se anula, então, para que nasça a comunidade equilibrada, harmônica e feliz. “A alegria de fazer feliz é a felicidade em forma de alegria”.[9]

Na clássica Grécia o filósofo Epicuro procurou demonstrar que a sabedoria é verdadeiramente a chave da felicidade. Antes dele, Diógenes, cognominado o Cínico, estabelecia que o homem deve desdenhar todas as leis, exceto as da Natureza, vivendo de acordo com a própria consciência e com total desprezo pelas convenções humanas e sociais. Entre os pensadores gregos Sócrates, considerado o pai da ciência moral, em sua dialética a expressar-se, não raro de forma irônica, combatia os males que os homens fomentam para gozarem de benefícios imediatos, objetivando com essa atitude de reta conduta o bem geral, a felicidade comunitária.

Para a filósofa Dulce Critelli, confundir felicidade com desejo é um escorregão herdado do estoicismo e do epicurismo, as primeiras escolas filosóficas a pensar a moral de forma individual. Desde então, muitas pessoas acreditam que a felicidade está na satisfação do prazer. Por isso, a roupa de grife, a cirurgia plástica e o carro do ano são tão valorizados. Antes, admirávamos pessoas honradas e generosas.[10] Não é feliz o homem em possuir ou deixar de possuir, mas pela forma como possui ou como encara a falta de posse.[11]

Segundo Joanna de Ângelis “depois da Segunda Guerra Mundial o existencialismo reconduziu o homem à caverna, fazendo-o mergulhar nos subterrâneos das grandes metrópoles e ali entregando-se à fuga da consciência e da razão pelo prazer, numa atitude de desconsideração pela vida, alucinado pelo gozo imediato”.[12]

“O estágio atual de evolução espiritual média do ser humano não lhe garante ausência total de sentimentos de ódio, inveja, rancor, egoísmo e de atitudes compatíveis com esses sentimentos.”[13]

Em uma sociedade onde o homem fosse consciente da vontade de Deus, isto é, da prática do bem, não haveria violência, drogas, seqüestros, prostituição, poligamia, traição, inveja, racismo, inimizades, tristeza, fome, ganância, guerras. E, mais ainda, não é raro encontrar-se nas ruas pessoas que tiveram algum relevo social, e agora perambulam embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando.

Sabemos que muitos psiquiatras, psicanalistas, psicólogos, astrólogos, esotéricos e embusteiros de toda sorte, enriquecem a custa do “mal do século”: A Depressão. Existe todo tipo de comprimidos: É pílula para dor de dente, dor cabeça, emagrecimento, sono (benzodiazepínicos), calmante (ansiolíticos), excitante. Faz-se propaganda dos comprimidos como se eles pudessem resolver tudo. Em verdade, quando não entendemos o verdadeiro amor ficamos procurando, nos labirintos da ilusão, uma fórmula mágica para a felicidade. Para o psiquiatra Roberto Shinyashiki "o mundo exige que as pessoas estejam permanentemente alegres e, por isso, ele se tornou o paraíso das drogas e do Prozac". Para Shinyashiki, o importante é ouvir a própria consciência em vez de buscar os aplausos dos outros.[14]

“A depressão é dez vezes mais freqüente hoje do que era em 1960. Ela também ataca cada vez mais cedo. Acredito que o que aconteceu foi um excesso de confiança nos atalhos que prometem a felicidade imediata: drogas, consumismo e sexo casual, entre outros exemplos. Tudo isso é fruto do narcisismo. E o narcisismo pode levar à depressão. Preocupar-se demais consigo próprio só faz intensificar tendências depressivas. Os profissionais da auto-ajuda vivem apregoando que todo mundo deve ‘entrar em contato com seus sentimentos’. Ora, há limite para isso. Talvez fôssemos mais felizes se nos preocupássemos mais com o outro”.[15]

Cremos que as teorias atuais sobre o bem-estar em Psicologia e Economia não dão conta na descrição dos resultados. Urge uma novas propostas teóricas para interpretar a felicidade em termos de valores mais duradouros. Tais dados comprovarão a assertiva dos espíritos e do Evangelho de que os bens materiais não trazem felicidade. A felicidade não é resultante de privilégios biogenéticos e de personalidade nem, muito menos, ela pode ser adquirida com a obtenção de um bem de consumo.

Desfrutamos de uma realidade tecnológica que, num passado recente era impossível imaginarmos exceto nos filmes de ficção. Recordo-me do início da década de 70, não havia como pensar em fornos microondas, videocassete; telefone celular; microcomputadores; cartões magnéticos; e, principalmente, a Internet e no entanto, atualmente são recursos comuns.

Os programas de televisão de qualidade dúbia, tornaram-se os preceptores dos nossos filhos. As novelas impõem a moda, invertem os valores éticos da vida real, deturpam consciências, transformam cabeças, e mudam culturas. Folhetins que instigam muita alegria ruidosa, incontáveis expressões festivas, exibição de gozos, mas muito pouca harmonia nos telespectadores.

Cremos que os pequeninos sacrifícios em família formam a base da felicidade no lar. O Professor da Universidade da Virgínia (EUA), Jonathan Haidt escreveu em seu livro The happiness hypothesis que a família e os amigos são mais relevantes do que o dinheiro e a beleza. "Uma condição que nos torna felizes é a capacidade de nos relacionarmos e estabelecermos laços com os demais."[16]

Ter um princípio religioso propicia não apenas viver por mais tempo como se sentir mais felizes do que os contumazes agnósticos e ateus. "A religião dá a esperança de que tudo vai melhorar, mesmo que seja após a morte. Ela conforta"[17], explica o cientista da religião Frank Usarski, da PUC de São Paulo. Autor do best-seller Sucesso é ser feliz.

O Espiritismo nos dá suporte moral e outras diversas motivações, revelando-nos a imortalidade, a reencarnação e a lei de causa e efeito, explicando-nos que a felicidade é possível e que se constrói no dia-a-dia no esforço continuado para luta contra as nossas tendências inferiores.

Desenvolvamos, pois, o hábito de colocar espiritualidade em nossa vida. Aprendamos a observar o mundo pela ótica do espírito e sejamos felizes compreendendo a vida como um dom de Deus.


[1] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB , 2003, pergunta 920

[2] idem

[3] Xavier Francisco Cândido. Fonte Viva, Ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB,

[4] Franco, Divaldo Pereira. Compromissos Iluminativos – Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes Ba: Ed Leal, 2004

[5] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB , 2003, item 20, Cap V

[6] (Jo 15, 12).

[7] (Lucas 17:20-21).

[8] (Ec 6:1-5)

[9] Franco, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas – Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis , RJ: ED FEB, 1971

[10] Cf. Istoé on line (13/09/2006) in Segredos da Felicidade

[11] Franco, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas – Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, RJ: ED FEB, 1971

[12] idem

[13] Fonte: Jornal Mundo Espírita – Jan/1998/artigo de Nilson Ricetti Xavier Nazareno

[14] idem

[15] Martin Seligman, de 61 anos, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos e também ex-presidente da Associação Americana de Psicologia

[16] idem

[17] idem


Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen
Servidor público Federal, Expositor Espírita na região de Brasília e Goiás,
Articulista das Revistas "Reformador", "O Espírita" e "Brasília Espírita "
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site:
http://meuwebsite.com.br/jorgehessen

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DROGAS: CIGARRO

DROGAS: CIGARRO Parte: 2

CAMINHANDO PARA O SUICÍDIO INCONSCIENTE

A invigilância moral que nasce e se estrutura na ignorância humana com relação ao conhecimento da vida espiritual, tem dizimado milhões de criaturas através dos tempos, e o pior é que continuará sua marcha lúgubre.
O Espiritismo vem tirar da pasmaceira moral os espíritos aqui reencarnados a fim de que melhorem, um pouco que seja, a qualidade de suas vidas, fazendo-os ver e sentir as conseqüências de seus vícios, paixões e desatinos cultivados através do corpo carnal.
Nessas horas de devaneio a criatura se deixa envolver por espíritos de baixo astral, ou de baixo padrão vibratório, quando o ser perde o domínio integral de si mesmo. Criam-se algemas cruéis, difíceis de serem abertas. É a malha do vício que aprisiona, cerceia a liberdade, impõe condições, passa a dominar.
Queremos nos referir ao tabagismo, esquecendo por enquanto os demais, como por exemplo o alcoolismo, o uso de drogas, a maledicência, o hábito de caluniar, a glutonaria, o sexo em desregramento, a violência, etc., etc., tudo isso causando sérios curtos-circuitos no perispírito do viciado, energeticamente desestruturando-o, lamentavelmente, tendo em vista que ele será o molde do novo corpo físico da próxima reencarnação do viciado.
Segundo dados colhidos num trabalho sobre saúde, da jornalista Magaly Sonia Gonzales, publicado na revista "Isto É", de julho de 2000, "o vício do fumo foi adquirido pelos espanhóis, junto aos índios da América Central, que o encontraram nas adjacências de Tobaco, província de Yucatán. Um dos primeiros a cultivar o tabaco na Europa foi o Monsenhor Nicot, embaixador da França, em Portugal, de onde se derivou o nome nicotina, dado à principal toxina nele contida".
Através das constatações médicas científicas, verifica-se que o fumo é um veneno para o corpo. Como aliado deste princípio, encontramos os preceitos médicos/morais do Espiritismo, que mostra o fumo como um destruidor da mente, que provoca tonteiras, que enseja vômitos no estômago, dispara perturbações brônquicas nos pulmões e no sangue; é um agente envenenador, com ameaças de leucemia.
O tabagismo se apodera do viciado em processo lento mas contínuo, fazendo-o mais uma "vítima", inicialmente de si mesmo, depois dele, o fumo. Em verdade, o viciado se torna escravo de sua vontade pusilânime. O tabagismo é uma doença que, tratada a tempo, tem cura, requerendo do viciado, no entanto, muita obstinação para dele se desvencilhar, determinação esta que ainda não é apanágio dos espíritos aqui residentes.
Para deixar o cigarro é preciso readquirir o poder da vontade que se estiolou diante da prepotência, do autoritarismo da nicotina e seus sequazes.
O viciado é aquele que perde o comando da mente.
A luta do viciado pela recuperação do controle da vontade torna-se mais acerba pelo fato do vício haver encontrado quem lhe insufla maior potência: os espíritos desencarnados tabagistas. As mentes de além-túmulo não se desvinculam com facilidade, sem mais nem menos, deste foco que alimenta seus desregramentos: o fumante terreno.
Os efeitos do tabagismo são devastadores, a saber: afeta o sistema respiratório, provocando bronquite, enfisema, câncer pulmonar, angina do peito, laringite, tuberculose, tosse e rouquidão; ataca o sistema digestivo, dificultando o apetite e a digestão, além de provocar úlcera gastroduodenal, hepatite; aumenta a concentração do ácido úrico, instalando a chamada gota; o sistema circulatório sofre com o aparecimento de varizes, flebite, isquemia, úlceras varicosas, palpitação, trombose, aceleração de doenças coronarianas e cardiovasculares; o sistema nervoso, sempre muito sensível, leva à uremia, mal de Parkinson, vertigem, náuseas, dores de cabeça, nervosismo e opressão. A falta do fumo no organismo do viciado gera ansiedade, angústia, desencadeando crises, convulsões e espasmos. Instala-se, como se depreende, toda uma dependência mental, psíquica e física.
Para os indígenas, a fumaça afastava os "maus espíritos", daí o surgimento dos defumadores. Os pajés jogavam folhas secas no braseiro, ao mesmo tempo em que invocavam os seus deuses. Com o passar do tempo, habituaram-se a fazer um rolo de folhas secas de tabaco, fumegantes, aspirando e tragando a fumaça, o que neles provocava sensações de prazer. Nascia aí, para a desgraça de tantas pessoas e o enriquecimento despudorado de muitas outras, o vício de fumar.
Rogamos a Deus que surjam, cada vez mais, medidas restritivas aos fumantes e aos que propagam o cigarro, como também exemplos de abominação ao tabagismo nas famílias, nas escolas e na sociedade em geral. Com tal procedimento se dará uma demonstração de que o tabagismo é um suicídio em processo inconsciente lento, porém pertinaz.
A tendência do tabagismo é desaparecer antes do alcoolismo. Os dois têm seus dias contados na face da Terra.
Os males de um vício altamente destruidor da vida física, como o tabagismo, destrói também a vida espiritual pelo fato de lesar o perispírito. Acompanhando o espírito na erraticidade, não só de imediato aparecem as seqüelas, mas também no seu retorno à vida carnal, num novo corpo altamente comprometido, estruturado que se acha em matriz defeituosa - o perispírito.
Largar o tabagismo, dizem os entendidos, tem de ser feito de uma só vez. Não concordamos tacitamente com isso, tendo em vista que cada criatura tem suas próprias reações orgânicas. O resultado que se obtém em relação a um caso pode ser diverso daquele que se constata em um outro. Deve-se, entendemos, colocar em ação todos os recursos existentes e, estando a pessoa determinada a parar com o uso do cigarro, surgirá o meio mais eficaz, o que seja mais aconselhável para o seu organismo reagir ao assédio do vício. Referimo-nos ao fato de que, na hora em que o viciado se predispõe a deixar o vício, logo a Espiritualidade Superior passa a cuidar do caso, a ele se dedicando com determinação e amor. O resultado só poderá ser o melhor - libertação do vício.
O Espiritismo analisa o tabagismo como um "inimigo" do ser humano que precisa ser "eliminado". Sendo um gerador de doenças e de dependências, merece do Espiritismo uma batalha sem trégua. Contudo, ele atuará sem violentação de consciências, somente ajudando, com a sua terapia, a quem quer ser ajudado.
O viciado recebe do Espiritismo, além de informações fornecidas pela medicina tradicional quanto aos males provocados pelo fumo, o alerta contra as obsessões e as desastrosas conseqüências no campo energético do espírito, fator este a exigir atenções especiais e procedimentos profundos na mentalização do fumante.
Mostra a Doutrina Espírita a necessidade não só de se cuidar do corpo, mas, sobretudo, do espírito e de seu campo vibratorial, o perispírito.
A visão reencarnatória é o principal fator que induz reformulação dos valores éticos/morais de quem se aproxima do Espiritismo, pois ela representa, acima de tudo, o uso da lógica e da razão na busca de uma melhor compreensão da vida, abrangendo o aspecto dual da existência: o material e o espiritual.
Compete-nos, portanto, ajudar os nossos irmãos a irmãs que se encontram sob o jugo do vício a fugirem desta forma sub-reptícia de mergulhar num suicídio inconsciente.
ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista
O cigarro e Chico Xavier
Chico Xavier - O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.
Resposta de Emmanuel, através do Chico Xavier, dada a entrevista feita pelo jornalista Fernando Worm, em agosto de 1978, inserida no livro Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, escrito por Marlene R. S. Nobre.

VÍCIO E VAMPIRISMO

Intercâmbio obsessivo simples, pois não influi no cunho moral do homem, nem o avilta até a degradação completa, como acontece com o vício da embriaguez ou da toxicomania. Mas se a pessoa se entregar em demasia ao hábito, poderá servir de "piteira viva" para desencarnados também viciados, de natureza inferior que, ao se servirem dele para satisfazer o vício de fumar, poderão influenciá-lo a fumar muito mais e estabelecer com ele uma forma de simbiose prejudicial, inoculando-lhe pensamentos deletérios, de ordem moral inferior, cuja receptividade será tanto maior quanto mais fraquezas a pessoa possa ter. Trata-se, enfim, de más companhias que, por sua influência perniciosa, poderão acarretar deslizes morais perigosos e associações com delinqüentes e viciados.
Mas nem sempre tais influências provocam situações de domínio caracterizáveis. O domínio psíquico tem diversas gradações e a pessoa pode passar uma existência inteira a desviar-se do que se havia proposto antes de reencarnar, sem aperceber se. Ao desencarnar, os vícios se tornam mais dominantes, acarretando momentos de angústia muito cruciantes que impelem a buscar a saciedade no vampirismo dos encarnados "...Infunde pena a angústia dos desencarnados amantes da nicotina..."
O vício do fumo é uma porta aberta para o início das obsessões mais variadas e, embora obsessão simples, pode servir de trampolim a outras de maior gravidade, pela sujeição a espíritos atrasados. O viciado no fumo é mais uma vítima de sua debilidade mental do que mesmo de uma invencível atuação fisiológica, ele esquece-se de si mesmo e, por isso, aumenta progressivamente o uso do cigarro, tentado continuamente pelo desejo insatisfeito, criando então uma segunda natureza que se torna implacável e exigente carrasco.
Os efeitos perniciosos do cigarro transformam-se em enfermidades crônicas que minam as defesas naturais e de proteção do organismo. Uma das mais conhecidas enfermidades crônicas é a célebre "bronquite tabagista" ou a causada por distúrbios próprios da "asma brônquica", com a presença do incômodo pigarro, que é produto da irritação constante causada pelo fumo às mucosas respiratórias. O fumante inveterado vive com a faringe, a laringe, os brônquios, o estômago e intestinos supercarregados de nicotina e de todos os derivados tóxicos do fumo, obrigando a sua natureza à permanente vigilância, a fim de se poder manter em relativo contato com os fenômenos da vida física exterior.
Portanto, como vimos, o fumo é um dos grandes responsáveis pela falência moral do homem, visto que ele abre brechas para todos os tipos de obsessões.
Assim, para "largar o cigarro" é preciso readquirir o poder da vontade de que se acha escravizado a ele. É na mente do homem que, antes de tudo, deve ser empreendida uma campanha sadia contra o vício. Através de reflexões inteligentes, deve ele se convencer da tolice de se submeter a prejuízos físicos, psíquicos e econômicos, causados pelo cigarro, o charuto ou o cachimbo.

ÁLCOOL E DROGAS



ÁLCOOL

ORIGEM

A cerveja e o vinho foram as primeiras bebidas alcoólicas fermentadas. Surge o vinho, através da fermentação da uva e a cerveja, através de grãos de cereais. Na Idade Média surge o processo de destilação e com essa inovação os problemas relativos ao álcool se aprofundaram.

O álcool contido nas bebidas utilizadas pelo homem é o etanol (álcool etílico), substância psicoativa com capacidade de produzir alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central, podendo modificar o comportamento dos indivíduos, causar prazer e, em decorrência do uso continuado, a dependência e a tolerância.

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA

O alcoolismo é considerado um dos maiores problemas da saúde pública, além de ser comprovadamente porta de entrada para outras drogas.

Detectar o limite existente entre o beber normal e a síndrome de dependência leve nem sempre é fácil e tem sido motivo de muitas controvérsias e polêmicas. Ninguém sabe, de antemão, se vai desenvolver uma dependência química ou não, porque existem outros fatores orgânicos, psicológicos e sociais que precisam estar condicionados, porém sabemos que 15% da população já têm esta doença e se beber ou usar drogas, ela se desenvolverá. É uma doença incurável e a única saída é não tomar o primeiro gole, viver o dia de hoje em abstinência, de acordo com os sábios princípios do AA (Alcoólicos Anônimos).

O fato é que uma pessoa não se torna alcoolista (utilizamos o termo alcoolista, ao invés de alcoólatra, acreditamos que o dependente de álcool, usa-o por necessidade e não por adorá-lo, visto que o sufixo "latra" indica adoração) porque bebeu demais, ele bebe demais porque é alcoolista. A doença preexiste ao ato de beber.

PERSONALIDADE DO POSSÍVEL ALCOOLISTA

A psicologia e a psiquiatria têm realizado estudos tentando vincular alguns tipos de personalidade a uma predisposição para a doença e concluíram que não se pode afirmar com segurança se uma pessoa vai desenvolver o alcoolismo ou não, mas estudando os que já desenvolveram a doença, concluíram que possuem:

-Baixa tolerância à frustração

- Baixa resistência à tensão ou ansiedade

- Sensação de isolamento

- Sensibilidade acentuada

- Tendência a atos impulsivos

- Tendência à autopunição

- Narcisismo e exibicionismo

- Mudanças de humor

- Hipocondria

- Rebeldia e hostilidade incondicional

- Imaturidade emocional

- Conflitos sexuais incógnitos

- Mães superprotetoras

- Antecedentes familiares de alcoolismo

- Tentativa de vencer inseguranças sexuais (o álcool é depressor, anestésico e apresenta falsa desinibição porque relaxa a censura).

OS GRUPOS DE COMPORTAMENTO

De acordo com os autores Vespucci (1999), no caso do alcoolismo, a partir dos primeiros goles, as pessoas acabam se encaminhando para 3 grupos de comportamento:

1º Grupo: A maioria segue bebendo com moderação (socialmente), marcado por alguns episódios de excesso de consumo, criando problemas com acidentes de carro, brigas, desentendimentos, etc.
2º Grupo: Uma pequena parcela não sente o menor atrativo e se torna abstêmia.
3º Grupo: Outra pequena parcela, 12 a 15% da população, desenvolve uma relação toda especial e permanente com o álcool, possuem predisposição para a bebida, é a doença do alcoolismo.

A grosso modo 1 em cada 10 pessoas são alcoolistas.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O ALCOOLISMO

O que leva ao alcoolismo?

O alcoolista começa a beber pelas mesmas razões que o não alcoolista, isto é, pelo prazer que a bebida oferece. Porém uns bebem moderadamente a vida toda, não se excedem e nem se embriagam, devido, segundo alguns autores, ao próprio organismo que impõe limites. Outros não sentem atrativo nenhum pela bebida. Existem aqueles que ficam fascinados pelo prazer de beber, permanecem bebendo longos anos, até que a dependência se instala e problemas sérios começam a surgir.

Como prevenir o alcoolismo?

Através de um diagnóstico precoce, muito dificultado pelo mecanismo mais usado pelo alcoolista e família chamado "negação". A sociedade e a família são permissivas e condescendentes quanto ao álcool. Fica difícil assumir que possuem alguém da família com o alcoolismo, este diagnóstico sempre vem com um forte peso moral, visto que desconhecem que o alcoolista possui uma doença.

Qual a diferença entre alcoolismo masculino e feminino?

Alcoolismo é uma doença progressiva, mais lenta no homem (aparece depois de uns 20 a 25 anos de uso) e mais rápida na mulher (aparece após 5 a 10 anos de uso). Isto porque a mulher tem mais células gordurosas do que o homem, este tem mais massa muscular. A gordura atrai e retêm mais líquidos e fica exposto mais tempo às substâncias nocivas do álcool. Há 15 anos a porcentagem era de 1 mulher para 20 homens, hoje é de 1 mulher para 6 homens

Como diferenciar o bebedor social do bebedor abusivo?

O comportamento de ambos é bem semelhante, ambos podem ou não serem alcoolistas, mesmo que consigam ficar algum tempo sem beber.

A quantidade e a freqüência também podem ser semelhantes, mas para os autores Vespucci (1999), a diferença está na ressaca. O bebedor não alcoólico cuida da ressaca, toma água, alivia a dor de cabeça e do estômago, evita com repulsa a bebida. Não permite que a bebida interfira no seu modo de beber. O alcoolista perde progressivamente o controle sobre o álcool, sutilmente suas ações passam a girar em torno da bebida, nem ele, nem a família se dão conta. Ele procura curar a ressaca, quando as tem, bebendo um pouco mais. Depois do porre, o dia seguinte é um novo namoro, pode também ficar períodos prolongados de abstinência, semanas ou meses, mas quando ingere, mata aquela "saudade", funciona como muleta, a bebida alivia, tranqüiliza.

Existe cura?

Não há cura, o portador do alcoolismo pode deter a doença, mas primeiro precisa aceitar que ela existe depois conscientizar-se do problema e praticar abstinência completa.

Quais as fases da doença?

A doença tem fases evolutivas:

1) Fase da adaptação: o organismo aprende a "funcionar a álcool"

2) Fase da tolerância: o organismo pede doses crescentes para sentir os mesmos efeitos

3) Fase da dependência química. Alguns autores classificam os alcoolistas, na fase da dependência química, de acordo com seu grau de envolvimento com o álcool:

3.1) Bebedor periódico: bebe grandes quantidades em pouco tempo e depois passam meses sem beber.
3.2) Bebedor discreto e silencioso: bebe quase diariamente, regularmente e quantidade relativamente pequena.

3.3) Bebedor assumido: bebe sempre, muito e constantemente.

3.4) Bebedor camuflado: bebe sempre, quantidade pequena, média ou grande, mas raramente se embriaga.

Quais as etapas progressivas da doença?

1) Etapa do "beber social" cotidiano e noturno, mesmo um pequeno drinque, uma lata de cerveja diária, é prenúncio de que o organismo está dependente, precisa relaxar antes de dormir.
Etapa do "beber social" ao apagamento - bebe antes, durante e depois do evento social, quando excede promete a si e aos outros que vai se controlar. Começa a ter os primeiros apagamentos, amnésias que o impede de lembrar o que fez na noite anterior.

2) Etapa intermediária: agravamento dos sintomas, busca ambientes desconhecidos para beber sem fiscalização. Chega em casa bêbado, com acentuado nervosismo, não sabe administrar as emoções, usa da mentira com freqüência para evitar críticas. Começa a tremer as mãos pela manhã, deteriorar as relações profissionais e familiares e freqüentemente não consegue ir ao trabalho às segundas-feiras.

3) Etapa final: morte, loucura ou recuperação. Sofre terríveis síndromes de abstinência se ficar sem a bebida, sofre taquicardia, sudoreses, convulsões, delírios tremuns... fica em desnutrição, cai com freqüência, não tem higiene... entra em degradação física, mental e emocional.

Onde termina o beber normal e começa o alcoolismo?

Esta é uma questão intrigante, saber onde termina o beber normal e começa o alcoolismo.

Ainda leva-se em consideração a quantidade e a freqüência do álcool ingerido; se a pessoa bebe diariamente; se bebe sozinho; se bebe a ponto de sofrer prejuízos físicos ou se chegou a perder a liberdade sobre o ato de beber em detrimento de outras coisas na vida familiar ou profissional.
O processo de transição de um estado moderado para a dependência é longo, leva anos. Ninguém dorme bebendo normalmente e acorda alcoolista.

Qual a ação do álcool do ponto de vista médico?

De acordo com os médicos Dr. Otto Wolff e Dr. Walther Bühler, observa-se no álcool 2 tipos de efeitos: um negativo e outro "positivo".

Sendo o álcool uma droga, é capaz de provocar sérios danos, inclusive a morte, caso seja ingerido em excesso.

O fígado é o órgão mais lesado, pesquisas revelaram que "após a ingestão de pequenas quantidades de álcool, mesmo um fígado sadio apresenta lesões celulares... A ingestão de quantidades maiores de álcool (80-160 g., ou seja, 1-2 litros diariamente, inevitavelmente produz grave lesão do fígado após algum tempo" Wolff, Bulher (1987).

Os danos também podem se dirigir à arterioesclerose coronário (riscos de infarto do miorcádio), neurites, etc. lesões que, no mínimo, encurtam a vida humana e provocam moléstias crônicas.

Quanto ao efeito "positivo", muitos apreciam a sensação psíquica agradável, a sensação de calor que estimula e ativa, a sensação de uma aceleração do metabolismo e da circulação, o esquecimento das preocupações. Após mais doses, esclarece os Drs. Wolff e Bulher aparece o aumento da eloqüência, do bom humor, mais uma dose, o estado de alegria se transforma em excitação, diminui a capacidade do pensamento, visão dupla, vertigens e embriaguez.

Qual o efeito espiritual do álcool?

Em poucas palavras, resumem os Drs. Wolff e Bulher, "o homem perde-se a si mesmo". "A estimulação, a alegria, o esquecimento das preocupações são acompanhados por uma "crescente perda de critério": a censura é desligada, a pessoa desinibe-se, faz e fala coisas que não faria ou falaria se estivesse sóbria, ocorre um "desencadeamento irrefreado de tendências inferiores e vis". Na realidade a pessoa não passa a beber para criar coragem, mas para perder o controle de si, para deixar transparecer sua "natureza baixa".

Mesmo em pequenas doses ocorre uma diminuição da consciência e uma incapacidade do espírito de agir no corpo. Diz Rudolf Steiner que "o álcool isola o homem de tudo o que é espiritual, luta contra a atividade de nosso EU espiritual"

Não podemos subestimar o problema do alcoolismo, é uma doença grave progressiva e incurável, cuja única saída será o tratamento e a abstinência total. Precisamos compreender que os danos físicos não são tão eminentes, a não ser após a ingestão regular de quantidades maiores, mas os efeitos sobre a estrutura espiritual e a personalidade do ser humano são intensos, mesmo ingerindo-se pequenas quantidades, o homem se desconecta do aspecto espiritual, perde-se de si mesmo e provoca a decadência física e psíquica da sua personalidade.

CIGARRO

O cigarro é um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo, comanda legiões de compradores leais e tem um mercado em rápida expansão.

O QUE VAI NO CIGARRO

Até 700 aditivos químicos talvez entrem nos ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os ingredientes matais pesados, pesticidas e inseticidas. Alguns são tão tóxicos que é ilegal despejá-los em aterros. Aquela atraente espiral de fumaça está repleta de umas 4.000 substâncias, entre as quais acetona, arsênico, butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumantes e de quem está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.

Mais viciante que drogas como o álcool, cocaína, crack e morfina; a nicotina atinge o cérebro em até vinte segundos: tempo bem mais rápido que o princípio ativo de qualquer outra destas drogas. Assim, a probabilidade de um indivíduo se tornar dependente da nicotina é muito alta, com crise de abstinência bastante incômoda, que geralmente se inicia minutos depois do último trago, sendo as grandes responsáveis pela dificuldade de um fumante em interromper o uso do cigarro. Esta situação é tão séria, e triste, que não é raro vermos pacientes fumantes em estágio terminal, implorando desesperadamente por mais um trago.

Gás carbônico, monóxido de carbono, amônia, benzeno, tolueno, alcatrão, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel dentre muitas outras substâncias são encontradas no cigarro. Estas são responsáveis pelo aumento dos riscos que estes indivíduos têm de desenvolver problemas de saúde como cânceres, doenças coronarianas, má circulação sanguínea, enfisema pulmonar, bronquite crônica, derrames cerebrais, úlceras, osteoporose, impotência, catarata.

O QUE HÁ POR TRÁS DO CIGARRO

O cigarro é considerado o maior poluente de ambientes domiciliares; é responsável pela derrubada de árvores e queimadas em prol do plantio do fumo e fabricação de lenha para abastecimento de fornalhas para o ressecamento das folhas; contamina os solos pelo uso de agrotóxicos; e é o causador de inúmeras queimadas, graças ao descarte indevido de suas bitucas.

NÃO FUMANTES EM RISCO

Você mora, trabalha ou viaja com fumantes inveterados? Então talvez corra o risco ainda maior de contrair câncer de pulmão ou doenças cardíacas. Um estudo realizado em 1993 pela Agência para Proteção do Meio ambiente (EPA, em inglês) concluiu que a fumaça de cigarro no ambiente é um carcinógeno do Grupo A, o mais perigoso.

A Associação Médica Americana publicou, em junho de 1994, um estudo que revela que as mulheres que nunca fumaram, mas que inalam fumaça de cigarro no ambiente corre um risco 30% maior de contrair câncer de pulmão do que outras pessoas que também nunca fumaram.

Um levantamento feito pela equipe de José Rosember, pneumologista brasileiro, avaliou os efeitos do tabagismo na saúde de 15 mil crianças entre zero e um ano. Nas famílias em que o pai fuma, cerca de 25% das crianças apresentou problemas respiratórios. Quando a mãe é fumante o número passa para 49%, pois ela tem mais contato com a mãe. Em 2002, o governo brasileiro estampará nos maços de cigarro, imagens e alertas aterradores, como por exemplo, uma doente grave aparecendo num leito de hospital com câncer de pulmão. Terá também imagens de crianças prematuras para alertar o fumo durante a gravidez e frases de efeito como “Fumar causa impotência sexual”. Será a maior ofensiva contra os mais de 30 milhões de viciados, que segundo o Ministério da Saúde mata 80 mil brasileiros por ano.

COMO PARAR DE FUMAR

Para quem quer se livrar da dependência, a medicina está trazendo tratamentos desde terapias e antidepressivos até chicletes e adesivos de nicotina. Algumas alternativas se baseiam na reposição de nicotina. O fumante é poupado dos efeitos da interrupção repentina do hábito, como a irritabilidade. Então, se oferece ao corpo a nicotina, mas em doses menores até que ele dispense a substância, como é o caso do chiclete e do adesivo de nicotina. Há outros tratamentos que usam antidepressivos, com bupropriona (Zyban, da empresa Glaxowellcome). Mas ainda não se sabe como ele funciona contra a dependência.

Há também técnicas para quem, durante o tratamento, sente um desejo incontrolável de fumar. Trata-se de um sray de nicotina. Ao bater aquela vontade de tragar, o fumante pode borrifar um pouco do líquido no nariz. Mas esse produto só existe nos Estados Unidos. Já descobriu-se que o cérebro possui receptores de nicotina, espécies de fechadura localizadas nas células nas quais o composto se encaixa. A partir daí começam a ser liberadas no corpo substâncias como a seretonina, catecolamida e dopamina. Elas estão envolvidas no processamento de sensações como bom-humor e relaxamento. Com o tempo, o corpo se acostuma com a nicotina e precisa cada vez mais dela para sentir as mesmas coisas. Está consolidada a dependência.

Sabe-se também que além da nicotina, o outro vilão é o alcatrão. Ele causa alterações nas células que podem levar ao desenvolvimento de vários tipos de câncer como o de pulmão e o de boca.

CONSTATAÇÕES DE 50.000 ESTUDOS – CONSEQÜÊNCIAS À SAÚDE

A seguir temos uma pequena amostra do que preocupa os pesquisadores com relação ao fumo e à saúde:

Câncer de Pulmão à 87% das mortes por câncer de pulmão ocorrem entre os fumantes.

Doenças Cardíacas à os fumantes correm um risco de 70% maior de apresentar doenças cardíacas

Câncer de Mama à as mulheres que fumam 40 ou mais cigarros por dia têm uma probabilidade 74% maior de morrer de câncer de mama.

Deficiências Auditivas à os bebês de mulheres fumantes têm maiores dificuldades em processar sons.

Asma à a fumaça pode piorar a asma em crianças

Predisposição ao Fumo à as filhas de mulheres que fumavam durante a gravidez têm quatro vezes mais probabilidade de fumar também.

Leucemia à suspeita-se que o fumo cause leucemia mielóide.

Contusões em Atividades Físicas à segundo um estudo do Exército dos Estados Unidos, os fumantes têm mais probabilidades de sofrer contusões em atividades físicas.

Memória à doses altas de nicotina podem reduzir a destreza mental em tarefas complexas.

Depressão à psiquiatras estão investigando evidências de que há uma relação entre o fumo e a depressão profunda, além da esquizofrenia.

Outros perigos a acrescentar à lista à câncer da boca, laringe, gargantas, esôfago, pâncreas, estômago, intestino delgado, bexiga, rins e colo do útero; derrame cerebral, ataque cardíaco, doenças pulmonares crônicas, distúrbios circulares, úlceras pépticas, diabetes, infertilidade, bebês abaixo do peso, osteoporose e infecções dos ouvidos. Pode-se acrescentar ainda o perigo de incêndios, já que o fumo é a principal causa de incêndios em residências, hotéis e hospitais.

O Pulmão e o Coração à O pulmão humano é composto de pequenos glóbulos chamados alvéolos. O fluxo de sangue e a irrigação sanguinia entre o coração e o pulmão são intensos. A fumaça do cigarro prejudica diretamente o funcionamento do sistema coração-pulmão. Com o passar do tempo os alvéolos pulmonares vão sendo cimentados pelos componentes da fumaça do cigarro, deixando de fazer sua função. O organismo então passa a ter menor oxigenação dos tecidos, resultando em maior facilidade de cansaço para o fumante. O cigarro também causa inúmeros danos ao coração, tal como infarto.

É POSSÍVEL LIBERTAR-SE

Milhões de pessoas conseguiram se libertar do vício da nicotina. Se você fuma, você também poderá largar esse hábito prejudicial.

Aqui vão algumas dicas

Saiba de antemão o que esperar. Os sintomas de abstinência podem incluir ansiedade, irritabilidade, tontura, dor de cabeça, insônia, distúrbios estomacais, fome, fortes desejos de fumar, talvez por causa de um momento estressante (lembre-se de que o impulso em geral passa dentro de cinco minutos), dificuldade de concentração e tremores. Isso não é nada confortável, mas os sintomas mais intensos duram apenas alguns dias e vão desaparecendo à medida que o corpo vai se livrando da nicotina.

Analise sua rotina para ver quando você procurava um cigarro e altere esse padrão, pois a mente estava condicionada por comportamentos associados ao fumo. Por exemplo, se fumava logo após as refeições, crie a determinação de levantar-se logo em seguida e caminhar ou lavar os pratos. Se estiver desanimado por causa de recaídas, não desista. O importante é continuar tentando.

Parar de fumar é uma coisa. Largar de uma vez por todas o fumo é outra coisa. Estabeleça alvos de abstinência: um dia, uma semana, três meses, para daí então parar de fumar para sempre.

Se a idéia de engordar o incomoda, lembre-se de que os benefícios de parar de fumar superam esses quilinhos a mais. É bom ter frutas e hortaliças à disposição. E beba muita água.

E falando em benefícios ao parar de fumar saiba mais sobre isso:

- Vinte minutos depois de deixar o cigarro, a pressão arterial e os batimentos cardíacos retornam ao normal

- Um dia depois de largar o vício, as chances de infarto começam a se reduzir

- Após três dias, há um aumento da capacidade respiratória

- De duas a 12 semanas a circulação sangüínea melhora

- No intervalo de 1 a 9 meses a tosse e as infecções das vias aéreas vão cessando. A capacidade física melhora

- Em um ano diminui o risco de doença coronariana em 50%

- Em dez anos caem às chances do aparecimento de câncer

- No período de dez a 15 anos o perigo de desenvolver problemas cardíacos se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou

Conclusão

O fumo e seus derivados fazem parte do grupo de drogas consideradas de alta periculosidade a saúde humana. Vidas são tragadas pelos malefícios do fumo a cada minuto. Se o fumo é um mal para uns, faz muito bem a outros tantos que usufruem do lucro gerado pelo fumo e seus derivados. A grande maioria, entretanto, morre e adoece todos os dias. O fumo traz inúmeras despesas à nossa sociedade.

COCAÍNA

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Coca.jpgDE QUE É FEITA A COCAÍNA

A cocaína ou éster do ácido benzóico é uma droga derivada do arbusto Erythroxylum coca Lamarck, estimulante com alto poder de causar dependência. A produção da droga é realizada através de extração, utilizando como solventes álcalis, ácido sulfúrico, querosene e outros.

Arbusto Erythroxylum coca Lamarck

ORIGEM DA COCAÍNA

A cocaína é a segunda droga ilegal mais consumida atualmente, depois da maconha.E usada comprovadamente há mais de 1200 anos pelos povos nativos da América do Sul. Eles a mastigavam para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço, sendo, ainda hoje, consumida legalmente em alguns países (Peru, Bolívia) sob a forma de chá (a absorção do princípio activo, por esta via, é muito baixa). Inicialmente os espanhóis, constatando o uso quase religioso da planta, nas suas tentativas de converter os índios ao cristianismo, declararam a planta produto do demónio.

Caixa de texto: Anúncio à Coca-Cola com cocaína, c1900.http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6d/Cocacola-5cents-1900.jpg/180px-Cocacola-5cents-1900.jpgO seu uso entre os espanhóis do novo mundo espalhou-se, sendo as folhas usadas para tratar feridas e ossos partidos ou curar a constipação/resfriado. A coca foi levada para a Europa em 1580. O seu uso espalhou-se gradualmente. Após visitas à America do Sul de cientistas italianos que levaram amostras da planta para o seu país, o químico Angelo Mariani desenvolveu, em 1863 o vinho Mariani, O vinho Mariani era muito apreciado pelo Papa Leão XIII, que inclusivamente premiou Mariani com uma medalha honorífica. A Coca-Cola seria inventada em parte como tentativa de competição dos comerciantes americanos com o vinho Mariani importado da Itália. A Coca-Cola continuaria desde a sua invenção até 1903 a incluír cocaína nos seus ingredientes, e os seus efeitos foram sem dúvida determinantes do poder atractivo inicial da bebida.

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Em Viena, Sigmund Freud, o médico criador da psicanálise experimentou-a em pacientes, fascinado pelos seus efeitos psicotrópicos. Publicou inclusivamente um livro Über Coca sobre as suas experiências. Contudo acabou por se desiludir com a dependência a que foram reduzidos vários dos seus amigos. A popularidade da cocaína ganha terreno: Em 1885 a companhia americana Park Davis vendia livremente cocaína em cigarros, pó ou liquido injectável sob o lema de "substituir a comida; tornar os covardes corajosos, os silenciosos eloqüentes e os sofredores insensíveis à dor", porém logo foi descoberto o seu efeito altamente viciante e degradante, acabaram por resultar na regulação e posterior proibição da substância.

QUAL O TIPO E COMO É A DROGA

Depois de extraída e trabalhada quimicamente está é a forma da cacaína, em uma das imagéns exemplo já pronta para o consumo em um nome batizado pelos usuários como “carreiras”

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0G2l0hSQS89CA82HA_37FwjPRO71adOj4uPrNWNEDZye5v34NjFjnKR4CglZlML_LHplrcClH458LqZaRI7BK7ee7EyV5w1kKkU7BXrgjTVFIy8GRKxPsA9UyjqGl_5q5UJq4R_44tXdm/s400/coca%C3%ADna.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/67/Cocaine3.jpg

A cocaína tem o aspecto de um pó branco e cristalino (é um sal, hidrocloreto de cocaína).

O CRACK

O crack foi um desenvolvimento moderno do consumo da cocaína. É muito mais barato e fácil de consumir, e as comunidades com renda menor arruinam-se ainda mais por todo o mundo devido ao seu consumo.

Muitos usuários de cocaína, conhecendo o crack, começaram a utilizar somente ele, pois o efeito de euforia é mais forte do que da cocaína e por muitos não terem dinheiro para comprar ambas, compram somente o crack. Porém isso não é uma regra, muitos usuários de cocaína e crack, podem ter uso abusivo de ambas, ou mais ainda da cocaína, depende da assimilação do usuário.

Muitos preferem a cocaína ao crack, pois já estão viciados psicologicamente no ritual da inalação. O crack é dito por muitas pesquisas que é mais barato do que a cocaína, porém não é o que foi constatado, pois comparando a utilização de ambas as drogas, o crack acaba mais rápido e o efeito, apesar de mais forte, é mais curto que o da cocaína, durando cerca de 20 minutos no máximo.

A cocaína não produz o mesmo efeito depois de anos de utilização no usuário que consome 1 grama, ela não causa mais efeito .Muitos usuários de cocaína ou crack abusam e muito, da droga, pois o seu efeito é rápido e a vontade de ter as sensações causadas psicologicamente pela droga novamente fazem com que muitos utilizem doses maiores, o que, às vezes, pode acabar numa overdose.

http://www.abracomta.org/drogas1.jpgEFEITOS DA COCAÍNA E DO CRACK NO ORGANISMO

Sensações de “super-poderes”

Aumentam a velocidade e clareza do pensamento, destreza dos músculos, inibem a dor, aumentam a tensão arterial. O indivíduo sente-se invulgarmente consciente e desperto, eufórico, excitado, com mente clara e sensação de paragem do tempo. O consumidor sente-se extremamente auto-confiante, poderoso,irresistível e capaz de vencer qualquer desafio, de uma forma que não corresponde à sua real situação ou habilidade. A motivação do indivíduo torna-se "irreal", desligando-se dos interesses sociais, familiares, emocionais, ambição profissional ou aprendizagem de formas de lidar com novos desafios, para se concentrar apenas na droga, que dá um sentimento de auto-realização.

Efeitos devastadores para o organismo

A cocaína pode causar malformações e atrofia do cérebro e malformações dos membros na criança se usada durante a gravidez. Ela pode ser detectada nos cabelos durante muito tempo após consumo, e o seu uso pela mãe é comprovado desta forma em bebês.

A cocaína causa danos cerebrais microscópicos significativos com cada dose. Com o início do consumo regular os danos tornam-se irreversíveis Causa também urgência de urinação, tremores,dilatação da pupila, hiperglicemia, saliva grossa. Os seus efeitos imediatos duram 30-40 minutos. Entre os efeitos descritos da droga no sistema nervoso central estão: Euforia, sensação de poder, ausência de medo e ansiedade, agressividade, excitação física, mental e sexual, anorexia (perda do apetite), insônias, delírios, cardiovasculares, aumento da força e freqüência cardíacas, palpitações (sensação do coração a bater rápido contra o peito), hipertensão arterial. Convulsões e depressão neuronal , alucinações, coma e morte. As overdoses de cocaína são rapidamente fatais.

Efeitos a longo prazo:

· Perda de memória

· Perda da capacidade de concentração mental

· Perda da capacidade analítica.

· Falta de ar permanente, trauma pulmonar, dores torácicas

· Destruição total do septo nasal (se inalada).

· Perda de peso até níveis de desnutrição

· Cefaléias (dores de cabeça)

· Síncopes (desmaios)

· Distúrbios dos nervos periféricos ("sensação do corpo ser percorrido por insetos")

CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E ESPIRITUAIS

SOCIAIS

Nós como integrantes de uma sociedade de encarnados aqui na terra não devemos estar a margem das regras das organizações sociais, o individuo com sua imagem degradada por qualquer tipo de vicio estará sujeito a rejeição e não adequação nas instituições familiares e empresas empregatícias. Não estaremos ajustados ném mesmo a nossa auto-imgem, por tanto estaremos em constatnte desamor conosco, nos excluindo cada vez mais de um convivio sadio com aqueles que nos cercam.

ESPIRITUAIS

Sabemos que nós somos seres constituidos em três aspectos (Corpo-Perispirito-Espirito) como tal a ações implementadas em nossa existência refletirão nas dimensões. Se nos entregamos aos vicios, degradamos o corpo reduzindo a nossa vitalidade, agredimos o nosso perispirito causando chagas a serem curadas e ao espírito o endividamento com as leis divinas tais como: a lei de conservação, lei de sociedade,lei de progresso, lei de amor e principalmente a lei de causa e efeito. Estaremos projetando um grande ajuste futuro, estacionando ou atrasando a nossa caminhada em direção ao nosso crescimento moral. Conscientizar-se do equivoco, buscar auxilio e seguir adiante na jornada que todos nós estamos sujeitos torna-se inprescidivel para todos aqueles que já tomaram consciencia da nossa verdadeira essência moral.

COMBATE DO GOVERNO E DE NÓS ENQUANTO SOCIEDADE

As forças governamentais policiais estudam e agem cada vez mais na repressão a chegada e consumo de drogas nos estados brasileiros. Atuando em patrulhas e roteamento do tráfico no país, não conseguem ter ainda uma eficácia evidente por conta do número cada vez maior de usuarios e comerciantes destes produtos ilegais, que alimentam e fortalecem de forma crescente os criminosos. Em pesquisa recente foi informada em jornais televisivos o indice cada vez maior de jovens entre 12 e 18 anos mortos por conta da criminalidade e as drogas têm um papel fundamental nestes dados, em Foz do Iguaçu cidade do sul do Brasil a cada 1000 jovens nesta feixa-etária 10 estão morrendo assasinados. Campanhas e informativos são veinculados para o comabate de intorpecentes de todo o gênero, casas de recuperação de dependentes estão surgindo nos estados como A Cidade da Luz. A responsabilidade é de cada um de nós em disseminar valore reais como amor, fraternidade e amizade para aqueles que nos rodeiam apoiando-nos mutualmente nas nossas fraquezas diminuindo cada vez mais estes tristes indices de dor e sofrimento.

CENTROS DE TRATAMENTO

A Cidade da Luz tem, às quintas-feiras, um trabalho voltado para dependentes químicos e seus familiares. Se desejar, ir pessoalmente à Instituição para entrar em contato com a equipe. O trabalho inicia às 19 horas, portanto, chegar com antecedência. Telefone para informações: 33363-5538 - secretaria da Instituição (horário administrativo).

CRACK

SUBSTÂNCIA

O crack é uma droga ilegal, obtida a partir da merla - uma variação da pasta de coca, obtida como subproduto do processamento das folhas de coca, para obtenção de cocaína. A merla é misturada ao bicarbonato de sódio e água. O bicarbonato de sódio faz com que a mistura tenha um baixo ponto de fusão (passagem de sólido para líquido) e ebulição (uma forma de passagem de líquido para gasoso), tornando possível a queima da droga com o auxílio de cinzas, que são colocadas em um cachimbo, junto ao crack

ORIGEM

O crack deriva da planta de coca, é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos. O surgimento do crack se deu no início da década de 80, o que possibilitou seu fumo foi a criação da base de coca batizada como livre.


CONSEQÜÊNCIAS PARA A SAÚDE

Intoxicação pelo metal: O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.

Fome e sono: organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.

Pulmões: A fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito

Coração: A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer

Ossos e músculos: O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos.

Sistema neurológico:

Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível.

Prejuízo cognitivo: pode ser grave e rápido. Há casos de pacientes com seis meses de dependência que apresentavam QI equivalente a 100, dentro da média. Num teste refeito um ano depois, o QI havia baixado para 80.

Doenças psiquiátricas: em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, com psicoses, paranóia, alucinações e delírios

Sexo: O desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade para conseguir ereção. Há pesquisas que associam o uso do crack à maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis, em razão do comportamento promíscuo que os usuários adotam

CONSEQÜÊNCIAS ESPIRITUAIS

Muitas são as entidades que se manifestam durante as reuniões mediúnicas ainda presas ao seu vício e ao desencarne prematuro, sejam os mesmos provocados pelo uso de drogas ou de vícios abusivos de bebidas alcoólicas, fumo, sexo, gula etc. Muitos espíritos continuam perseguindo e vampirizando seres encarnados, viciosos e invigilantes1, através da empatia entre eles. O diálogo com estes espíritos é difícil porque eles sempre têm suas justificativas para odiarem e perseguirem viciados ou aqueles que foram seus desafetos no passado e estão de conformidade com a lei que diz: “semelhante atrai semelhante”. O tratamento espiritual do viciado está baseado no arrependimento e mudança de comportamento, tanto do espírito desencarnado como do encarnado. Não adianta um espírito obsessor se afastar do obsediado se não houver modificação de seu comportamento. Será sempre substituído por outro e assim sucessivamente... Observamos também que o vício obsessivo3 e suas conseqüências físicas e morais, encontram na mediunidade uma porta aberta para a influência de entidades viciosas, e muitos irmãos chegam à casa espírita pensando que estão loucos, esquizofrênicos ou epiléticos; outros são espíritas que perderam o controle de sua mediunidade, estando obsediados ou fascinados, necessitando de um amparo especial para o seu reequilíbrio

O CONJUNTO DESSES FATORES PODE INDICAR O CONSUMO:

ü Zero Hora e A Notícia.

ü O jovem anda retraído, deprimido, cansado e descuidado do aspecto pessoal (com cabelo e barba por fazer e unhas sujas e malcuidadas), agressivo, com atitudes violentas.

ü Quando a pessoa muda radicalmente o grupo de amizades.

ü Se estuda, mostra dificuldades na escola e perde o interesse por passatempos, esportes e hobbies.

ü Se trabalha, começa a faltar e ficar relapso.

ü O usuário muda seus hábitos alimentares, deixa de se alimentar com freqüência e passa a sofrer com distúrbios de sono. O usuário de crack pode perder 10 quilos em um mês.

ü Usa desodorante para disfarçar cheiro, fica com os olhos vermelhos, as pupilas dilatadas e usa colírios.

ü Mantém conversas telefônicas com desconhecidos, começa a furtar objetos de valor na própria casa.

ü Adota mudanças no visual, usa roupas sujas e faz apologia a drogas.

ü No caso da maconha, quando há caixas de fósforos furadas no centro, ou piteiras e cachimbos, que permitem fumar o cigarro de maconha até o final sem queimar os dedos ou os lábios; papel de seda (para enrolar a droga); tem manchas amareladas entre as pontas dos dedos e queimaduras e há cheiro nos lençóis.

ü No caso da cocaína, cartões de crédito e lâminas utilizados para pulverizar o pó e canetas sem carga, para aspirá-lo, são sinais de uso.

ü Também é importante perceber se o nariz da pessoa sangra com frequência ou apresenta coriza, se tem dificuldade para falar, gasta mais dinheiro do que o normal e sai mais de casa, ou passa noites insones.

ü Mentiras recorrentes e descaso com compromissos

COMBATE

O Ministério da Saúde (MS) investirá R$ 117,3 milhões na ampliação do acesso às ações de prevenção e tratamento do uso nocivo de álcool e outras drogas na rede de atenção e saúde mental do SUS (Sistema Único de Saúde) até o próximo ano.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para dependente de álcool e outras drogas. Esse tratamento é feito nos CAPSad (Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas). Os CAPSad são serviços extra-hospitalarias de atenção diária, de base comunitária e que têm equipe multiprofissional – psicólogo, psiquiatra, assistente social, terapeuta ocupacional, clínico geral, enfermeiro, entre outros.

HEROÍNA

A heroína ou diacetilmorfina é uma droga opióide natural ou sintética, produzida e derivada do ópio, extraído da cápsula (fruto) de algumas espécies de papoula. Na sua forma pura, é encontrada como um pó branco facilmente solúvel em água. A heroína pode ser injetada, inalada ou fumada. Uma injeção intravenosa provoca maior intensidade e início de euforia mais rápido (7 a 8 segundos), enquanto a injeção intramuscular causa a sensação mais lentamente (5 a 8 minutos). Esta forma de consumo leva a uma rápida subida das concentrações sangüineas, e resulta numa ação inicial muito mais forte de satisfação intensa. Quando a heroína é inalada ou fumada o pico do efeito é atingido em 10 a 15 minutos. Todas as formas de uso da heroína causam dependência e tolerância.

A heroína quando usada junto com outras drogas depressoras do Sistema Nervoso Central, como álcool e calmantes, tem seu efeito potencializado. Uma pequena dose de heroína pode rapidamente produzir os mesmos efeitos de uma dose elevada (ou uma overdose) se for combinada com outras drogas. O consumo de heroína pode causar dependência física, envelhecimento acelerado e danos cerebrais irreversíveis, além de outros problemas de saúde. O consumo de heroína leva à dependência física e psicológica. A dependência física surge 6-10 horas depois da última dose e caracteriza-se por : tremores, ereção dos pêlos, priapismo (ereção do pénis continuada e dolorosa com danos no orgão), suores abundantes, lacrimejamento, rinorréia, respiração rápida, temperatura elevada, ansiedade, anorexia (falta de apetite), dores musculares, hostilidade, vómitos e diarréia. Um sinal importante é a miose (constrição da pupila do olho), já que não ocorre com outras drogas (é muito mais frequente a dilatação -midríase). Há hipertensão arterial com risco de cegueira, enfartes, paralise ou ataques epilépticos.

O dependente de heroína também pode ter problemas sociais e familiares. Ele torna-se apático, desanimado, perdendo o interesse por sua vida profissional e familiar. Metabolizada no figado, ultrapassa a barreira hemato-encefálica e a placenta: os filhos de consumidoras apresentam mal formações aumentadas e profunda dependência.

Logo após o uso, pessoa fica num estado sonolento, fora da realidade. Os batimentos cardíacos e respiração aceleram, causando uma sensação de calor. As primeiras sensações são de euforia e conforto. Logo depois, o usuário entra em profunda depressão. Causa surdez, cegueira e inflamações nas válvulas cardíacas. O indivíduo vai ficando cada vez mais desanimado, sem interesse para nada. Começa a gastar todo o seu tempo e energia para obter mais doses da droga.

Produz euforia e bem estar, mas a sua ação necessita de doses cada vez maiores para se manter ao mesmo nível de tolerância.A tolerância leva o consumidor recreativo a consumir doses cada vez maiores. Estas provocam alterações bioquímicas temporárias ou permanentes no cérebro.

LSD/ EXTASY

1 – O QUE É O LSD - A SUBSTÂNCIA

LSD - Dietilamida do Ácido Lisérgico, uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas. Derivada de uma palavra alemã. O LSD, é um composto cristalino, que ocorre naturalmente como resultado das reações metabólicas de um fungo, podendo ser produzido a partir do processamento de substâncias.

2 – ORIGEM

Foi sintetizado pela primeira vez em 1938 e, em 1943, o químico suíço Albert Hofmann descobriu os seus efeitos de uma forma acidental. A descoberta dos efeitos do LSD aconteceu quando Hofmann, após manuseio contínuo de substâncias (A pequena quantidade de LSD absorvida pelo contato com a pele é o suficiente para produzir seus efeitos) se viu obrigado a interromper o trabalho que estava realizando devido aos sintomas alucinatórios que estava sentindo.

3 – CONHECIMENTO

É uma droga que ganhou popularidade na década de 60, estando seu consumo culturalmente associado ao movimento psicodélico, mais conhecido na tradicional "fase psicodélica" da banda de rock inglesa The Beatles entre 1965 à 1967, e de muitas outras, como o Pink Floyd, cujo vocalista e guitarrista fundador Syd Barrett enlouqueceu devido ao consumo excessivo da droga.

Pode apresentar a forma de barras, cápsulas, tiras de gelatina, liquída, micropontos ou folhas de papel secante (como selos ou autocolantes), sendo que uma dose média é de 50 a 75 microgramas. É consumido por via oral, absorção sub-lingual, injetada ou inalada. Esta substância age sobre os sistemas neurotransmissores. Além disso, inibe a atividade dos neurônios em nível visual e sensorial. Atualmente não é utilizada na terapêutica, apesar de já ter sido extensivamente usada e pesquisada em décadas passadas, ou seja, utilizada como remédio.

O LSD é, por massa, uma das drogas mais potentes já descobertas. As dosagens de LSD são medidas em microgramas (µg), ou milionésimos de um grama. Em comparação, as doses de quase todas as drogas, sejam recreacionais ou médicas, são medidas em miligramas (mg), ou milésimos de um grama.

Enquanto uma dose típica única de LSD pode estar entre 100 e 500 microgramas — uma quantidade aproximadamente igual a um décimo da massa de um grão de areia — seus efeitos mínimos já podem ser sentidos com pequenas quantidades como 20 microgramas

4 – EFEITOS ORGÂNICOS

Os efeitos variam conforme a personalidade do sujeito, o contexto (ambiente) e a qualidade do produto, podendo ser extremamente agradáveis ou muito desagradáveis. O LSD pode provocar ilusões, alucinações (auditivas e visuais), grande sensibilidade sensorial (cores mais brilhantes, percepção de sons imperceptíveis), sinestesias, experiências místicas, flashbacks, paranóia, alteração da noção temporal e espacial, confusão, pensamento desordenado, baforadas delirantes podendo conduzir a atos agressivos como o suicídio, perda do controle emocional, sentimento de bem-estar, experiências de êxtase, euforia alternada com angústia, pânico, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração, perturbações da memória, psicose por “má viagem”

5 – CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS

Algumas sensações:

  • Latência, de 0,5 a 3 horas
  • Frio ou calor, dor de cabeça, insônia, dilatação da pupila.
  • Sensações de medo e angústia
  • Alterações de tempo, espaço, visual

As reações físicas ao LSD são extremamente variáveis e podem incluir o seguinte: contrações uterinas, frio intenso, níveis elevados de glicemia, bolhas na pele, aumento da frequência cardíaca, mandíbula presa, transpiração, pupilas dilatadas. Os usuários de LSD relatam muita fraqueza.

6 – CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS

O LSD é considerado um enteógeno porque ele pode catalisar experiências espirituais intensas nas quais os usuários se sentem como se estivessem em contato com uma ordem cósmica ou espiritual maior. Alguns demonstraram alteração da percepção de como sua mente trabalha, e alguns experienciam mudanças de longa duração em suas perspectivas de vida. Alguns usuários consideram o LSD um sacramento religioso, uma ferramenta poderosa para que terem acesso ao que é divino. O que também, torna o indivíduo vulnerável a ação de entidades do plano espiritual que atuam na mesma sintonia do encarnado, viciados em drogas, a levarem este indivíduo a um processo de obsessão.

7 – CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS

Desmotivação pessoal, irritação, insônia, perda de peso, sensações estranhas, alterações físicas e comportamentais.

8 – COMBATE AO USO DAS DROGAS EM GERAL

O trabalho de prevenção ao uso indevido de drogas responde à demanda das crianças e de adolescentes, famílias e da sociedade. A escola tem um papel a desempenhar esclarecendo, abrindo o debate e provocando a reflexão sobre essa e outras questões sociais de grande relevância. Para poder construir um projeto pedagógico consistente as escolas, é indispensável investir em movimentos como os de prevenção ao uso indevido de drogas, fazendo os alunos entenderem o que é droga, seus usos e abusos, e não só esclarecendo seus aspectos físico-químicos, mas as conseqüências e risco da dependência, com abordagens dentro do contexto sócio-cultural da escola, pois a realidade de cada comunidade envolve questões bastante diferenciadas.

ECSTASY

A metilenodioximetanfetamina (MDMA), mais conhecida por ecstasy, é uma droga moderna sintetizada (feita em laboratório), neurotóxica, cujo efeito na fisiologia humana é o bloqueio da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial do consumidor e grande perda de líquidos. As alterações ao nível do tacto promovem o contacto físico, embora não tenha propriedades afrodisíacas, como se pensa.

É vendido sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Embora estudos mostrem que a neurotoxicidade do ecstasy não cause danos permanentes em doses recreativas, ainda suspeita-se que o consumo de ecstasy cause tais danos a cada dose, e perigo de desenvolvimento de doenças psicóticas (e.g. esquizofrenia).

Durante o período de intensidade do ecstasy podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação, hipertermia, hiponatrémia. Estes sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte. Assim, tornou-se frequente ver os consumidores em todos os tipos de festas e comemorações dotados de garrafas de água ou bebidas energéticas. Quando ingerido com bebidas alcoólicas, pode ocasionar choque cardiorrespiratório, levando ao óbito.

Em termos de efeitos secundários, o MDMA provoca variações de humor nos dias seguintes; alguns indivíduos registram períodos depressivos; outros, podem detectar a ocorrência de erupções cutâneas (espinhas) no rosto nos dias subsequentes ao uso. Também pode acarretar perda de memória parcial para usuários muito freqüentes; essa perda de memória é reversível, caso a pessoa pare de consumir a substância por alguns meses. Imediatamente à cessação dos efeitos primários, prevalece também a falta de apetite o que deve ser activamente combatido para repor a energia gasta durante o uso.

O relato de um usuário acerca dos efeitos da droga descreve inicialmente uma sensação de tontura semelhante a de embriaguez. Essa sensação é a primeira manifestação da droga. Em seguida, perde-se a sensação de peso do corpo e sente-se como se estivesse flutuando. A partir daí, todos ao seu redor parecem amigos e sente-se uma forte atração física por todos. Cerca de vinte minutos após a manifestação inicial, começam formigamentos que, segundo relatos, se assemelham a repetitivos espasmos por todo o corpo. Por agir no sistema nervoso central, mais especificamente no sistema serotonérgico, o humor pode tornar-se instável após o consumo da substância. Portanto recomenda-se, nos dias após a experiência, o consumo de alimentos que induzam a liberação de serotonina (como o chocolate e o abacaxi) e também alimentos ricos em triptofano (precursor da serotonina). A mistura do ecstasy com outras substâncias é ainda mais prejudicial à saúde.

MACONHA

ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS

Seu plantio foi incentivado durante muitos séculos devido à utilização de seus talos para a fabricação de cordas, fibras têxteis, palitos e até papel. Todavia, é das folhas, bem como de seus topos floridos, que se extrai a substância ativa THC Delta-9-Tetrahidrocanabinol.

Ao contrário do que é difundido, a maconha não é inofensiva ao organismo, trazendo conseqüências danosas para o corpo e para a mente. Ela vem da planta ‘cannabis sativa" e sua fumaça contém mais elementos cancerígenos que a do tabaco, sendo atualmente 20 vezes mais forte que a usada nos anos 60. A sua resina mais concentrada é o HAXIXE. Pode ser fumada, comida, mascada ou aspirada.

DE QUE É FEITA

A maconha é feita das folhas secas e do topo das flores da cannabis. Haxixe é a resina da planta, que é desidratada em nacos marrom escuro. O óleo de haxixe que sai desta planta é marrom avermelhado ou verde. O óleo de haxixe e o próprio haxixe são mais fortes que a maconha, pois tem mais THC. A preparação da maconha vendida hoje em dia, a torna mais forte que há vinte anos, pois os plantadores usam a engenharia genética para aumentar o nível de THC nela existente.

PRINCIPAIS EFEITOS

A maconha reduz o tempo de reação dos reflexos, torna a pessoa distraída e esquecida, confunde a noção de tempo, dificulta o pensamento e a concentração, distorce as percepções e a realidade. O individuo apresenta dificuldade no aprendizado e queda de rendimento no trabalho. Os usuários sentem falta de motivação, fadiga e apatia, perdendo o interesse pela escola, pelo trabalho, por exercícios físicos, pela família e pelos amigos. A maconha reduz o impulso sexual e causa prejuízo às funções reprodutoras. Pode desenvolver tolerância e levar ao uso de drogas mais pesadas.

Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).

Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.

O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.

Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.

Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.

CONSEQÜÊNCIA FÍSICA, ESPIRITUAL E SOCIAL

Os malefícios mais danosos da maconha e de outras drogas acontecem no campo espiritual.
Conforme preconiza a Doutrina Espírita, a predisposição ao uso indevido de drogas psicotrópicas advém de eras passadas onde o espírito imortal cometeu diversos desvios, que se apresentam no presente, através de dificuldades de relacionamento humano, materiais e morais, gerando um desequilíbrio psicológico, que é preenchido através da alucinação dos sentidos, na insana tentativa da fuga da própria realidade de vida.

A não fixação de valores morais e uma visão não-espiritualizada da vida, características muito comuns na sociedade materializada, possivelmente, farão com que o jovem não resista às pressões do seu grupo de convivência, desequilibre-se com facilidade e vindo a fugir de sua realidade moral e material através do consumo de alcoólicos e demais drogas que provocam o entorpecimento da mente humana.

Um dependente químico pode atrair duas modalidades de espíritos: uma de obsessores, inimigos do passado que não desejam o seu bem, impulsionando-o para o desequilíbrio e a fuga pelas drogas, a outra modalidade é de espíritos viciados, aqueles que desencarnaram e não abandonaram o vício, sentindo necessidade constante do consumo, mesmo após o desenlace do corpo físico, ficam "ao redor" do dependente incentivando-o ao consumo, para que possam se aproveitas dos fluidos que saem de seu corpo físico, saciando o seu vício, são verdadeiros vampiros. Ramatís chama os dependentes de piteiras ou taças vivas.

Desta forma, pode-se concluir que muitas são as implicações espirituais geradas pelo uso de drogas. As que ocorrem com mais freqüência são as seguintes:

- vinculações com espíritos viciados através da obsessão ou da vampirização;

- danificação do perispírito na vida atual;

- herança de doenças cármicas em reencarnações futuras;

- escravização no plano espiritual por espíritos menos esclarecidos;

- necessidade de tratamento médico no plano espiritual para deixar o vício, atrasando a sua evolução.

Danos cerebrais - "Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral – às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos –, mas nada foi encontrado.
Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente.

Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.

Coração - O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.

Infertilidade - Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.

Depressão imunológica - Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções.

Loucura - No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.

Gravidez - Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool.

AS DROGAS NA VISÃO ESPÍRITA

Como agem as drogas no corpo físico e no psiquismo do usuário? Quais os males que causam?

AQ “Os males são muitos. No corpo físico vão desde a destruição de células que acabam modificando o funcionamento dos órgãos, até o próprio aniquilamento destes, podendo levar o paciente a óbito. No psiquismo agem excitando, deprimindo ou alterando o funcionamento cerebral; provocam delírios; alucinações; a depressão, que é um caminho perigoso em direção ao suicídio; o embotamento afetivo; a agressividade; a demência, dentre muitos outros”.

Temos sinais de alerta para saber se uma pessoa está ingressando no mundo das drogas?

MRG “As alterações no comportamento, a agressividade e certas companhias podem ser sinais de que algo há que precisa ser monitorado na educação dos filhos. Os educadores necessitam avaliar o ser como um macro onde o micro interfere, condiciona e/ou facilita a retomada de comportamentos atávicos”.

O Espiritismo tem como ajudar as pessoas envolvidas nesse drama?

MRG “O Espiritismo pode auxiliar muito antes da dependência quando informa que ao observarmos nossas tendências atuais temos conhecimento do nosso passado e podemos, através do presente, determinar o nosso futuro. Para resistir aos arrastamentos do mal vale o exercício de Santo Agostinho descrito na resposta à pergunta nº 919 de “O Livro dos Espíritos”. Depois de instalada a dependência a Doutrina Espírita fornece conhecimentos e energias suficientes para a luta a ser enfrentada com muito amor e persistência”.

IZ– “A melhor ajuda será atuando no preventivo e, para isso, os Centros Espíritas precisam investir nos jovens através dos programas de evangelização. Perguntaram ao mestre suíço de Kardec, Pestalozzi, quando se deveria iniciar a educação das crianças. Ele respondeu: “vinte anos antes delas nascerem”. A adicção é um problema de educação intelectual e moral do qual só obteremos respostas favoráveis quando as crianças de hoje forem os pais de amanhã e deixarem de dar maus exemplos aos seus filhos”.

AQ “O Espiritismo é um grande aliado no tratamento aos usuários de drogas. Através da fé e da crença na vida futura, nos mostra a responsabilidade que temos por preservar nosso corpo, mente, perispírito e fazendo bom uso do nosso livre arbítrio. Mostra-nos também a necessidade da sintonia com os bons espíritos, que nos ajudam na nossa reforma íntima e afastam os obsessores para estes também serem tratados e esclarecidos”.

Capítulo “Das Paixões” do Livro dos Espíritos - questões de nº 907 a 912 (essas perguntas e respostas abordam sobre as drogas)

Visto que o princípio das paixões está na Natureza, ele é mau em si mesmo?

– Não, a paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi concedido ao homem para o bem e as paixões podem levá-lo; as grandes coisas, sendo o abuso que delas se faça que causa o mal.

O homem poderia sempre vencer suas más tendências por seus esforços?

– Sim, e, algumas vezes, por fracos esforços. É a vontade que lhe falta. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!

Não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tem poder para superá-las?

– Há muitas pessoas que dizem: ‘eu quero’, mas a vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão contentes que assim não seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em conseqüência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las, compreende sua natureza espiritual, e as vitórias são para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.


Qual é o meio mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal?

– Praticar a abnegação de si mesmo.”

Contribuições do Livro: Janela para a Vida – Psicografia Francisco Cândido Xavier – Fernando Worm

A ação do perispírito

Sabemos, portanto, que o perispírito é o agente intermediário das sensações externas. Tudo que façamos, nele fica gravado indelevelmente, como se fora num filme intocado, Após a morte do corpo físico, as sensações se generalizam no espírito, ou seja, as dores não ficam localizadas. Num paciente que tenha desencarnado, por exemplo, de câncer pulmonar proveniente do uso prolongado e constante do cigarro, o espírito não fica propriamente sofrendo de um mal localizado, mas de um mal correspondente que lhe abrange toda a constituição espiritual.

P – A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico?

Até quando?

R – “O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo, espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida paro arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.” (EMANUEL)


P – Como descreveria a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?
R – “As sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções. O assunto, no entanto, no capítulo da saúde corpórea deveria ser estudado na Terra mais atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderiam ser claramente evitáveis. A necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.” (EMMANUEL)


P – Sendo o perispírito o substrato orgânico resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que uma criança, nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova inicial a ser vencida, em conseqüência de certas tendências negativas de vidas passadas?

R – “muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dipsômanos inveterados são aqueles mesmos espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e das avós) apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação.”

P – É viável imaginar-se que um fumante, tendo desencarnado, tão logo desperte do letargo da morte física sinta desde aí o prosseguimento da vontade insopitável de fumar?

R – "Quando o espírito não conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é compreensível que esses mesmos hábitos não o deixem tão logo se veja desencarnado.”