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Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Velhice tem sido considerada, quase sempre, como um processo degenerativo, oposto a qualquer progresso. É como se nessa etapa da vida deixasse de existir o potencial de desenvolvimento humano. O estereótipo tradicional da velhice é o de pessoas doentes, incapazes, dependentes, demenciadas, rabugentas, impotentes, um problema e ônus para a sociedade. Esquece-se que envelhecer é um processo inerente aos seres humanos, que se inicia no nascimento e prossegue ao longo da vida. A cada instante tornamo-nos mais velhos. “Todos envelhecemos e, os mais jovens, um dia, serão os idosos de seu tempo. Esse processo resulta em duas situações-limite: uma com excelente qualidade de vida e outra com qualidade de vida muito ruim. Entre esses dois extremos, há diversas situações intermediárias. Em qual extremo chegaremos depende de inúmeras variáveis. Algumas pertencentes a nós mesmos como indivíduos e, as demais, dependentes da sociedade e do meio em que vivemos”, comenta o Coordenador da área Técnica de Saúde do Idoso – CODEPPS/SMS, de São Paulo, Sr. Sérgio Márcio Pacheco Paschoal. Quando se fala em violência contra os idosos, pensa-se imediatamente na violência física, mas esta não é a única, pois há inúmeras formas de violência, veladas e mascaradas. A violência também se manifesta como psicológica, econômica, moral, sexual, familiar, social, institucional, estrutural, e pode resultar de atos de omissão e negligência. Muitas vezes não a reconhecemos, pois os idosos têm menor importância num mundo que valoriza o vigor e a beleza da juventude. Sem perceber, tornamo-os cidadãos de segunda classe. Mesmo com leis avançadas, o descumprimento desqualifica sua importância como cidadãos. "Apesar da existência do Estatuto do Idoso, os idosos continuam a ter os direitos desrespeitados, sendo tratados, por vezes, como crianças ou pessoas incapazes", desabafa Mirian Trindade, CMI de João Pessoa, PB. A longevidade humana apresenta-se atualmente como uma grande conquista histórica e social. “Diante do crescimento populacional do segmento idoso e do aumento do número de anos de vida, impõe-se hoje pensar e analisar a velhice, não como o fim da vida, mas como uma nova etapa a ser vivida. A nossa sociedade prioriza o novo, destaca a juventude como valor cultural a ser perseguido por todos e apresenta o futuro como algo que pertence ao jovem. O velho aparece como o oposto dele, sem futuro, vivendo de lembranças de uma vida passada, onde foi adulto e jovem. Essa visão da velhice é geradora de representações sociais que a homogeneízam, podendo desenvolver atitudes discriminatória em relação ao segmento idoso.
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna A discriminação, presente nos olhares e atitudes, manifesta-se nas diversas esferas da vida social – família, trabalho, saúde – criando diferentes formas de violência em relação ao idoso”, esclarece Elisabeth Frohlich Mercadante – Antropóloga e Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da PUC. O aumento da expectativa de vida da população brasileira, conquistado graças aos avanços tecnológicos e da medicina, não garantiu, no entanto, a qualidade dessa existência prolongada. Para a maioria das pessoas, há dificuldade de compreender a ocorrência do problema, porque consideram que é somente nas instituições que os idosos sofrem violência e lhes parece improvável que eles possam ser maltratados em casa. A violência contra idosos é uma violação aos direitos humanos e é uma das causas mais importantes de lesões, doenças, perda de produtividade, isolamento e desesperança. “Diante da violência contra o idoso, a sociedade deverá prestar mais atenção a ela, elaborando alternativas com o intuito de erradicar as causas das diversas violências que este contingente populacional sofre. Tenhamos em mente que as melhorias investidas nos idosos de hoje é com certeza melhor para todos nós, pois mais tarde chegaremos a esta etapa da vida”, alerta Nelson García Araneda, Assistente Social, Mestre em Ciências Sociais e Professor da Univesidad del Bio-Bio, no Chile, onde coordena o Programa de Políticas Públicas para pessoas idosas. Simone de Beauvoir, no clássico livro: A Velhice, afirma que há "conspiração do silêncio" contra a velhice, manifestada por alguns grupos sociais que perpetuam uma imagem de velhice como fase temida e apavorante da vida. A violência contra o idoso é parte dessa conspiração. A sociedade e muitos dos idosos consideram que as condutas são normais da idade. Há resistência e dificuldade por parte dos idosos, dos profissionais e da sociedade em falar sobre o tema e conseqüentemente negam a existência do fato. É preciso romper o véu do silêncio que cobre o assunto. A violência ao idoso ocorre, na grande maioria, no contexto familiar, praticada por um membro da família. Muitas vezes, em defesa do agressor (filho, filha, neto, neta...) o idoso se cala, omite e, muitas vezes, somente a morte cessará a cadeia dos abusos e maus tratos sofridos. Para os idosos, a dificuldade acentua-se quando eles têm que denunciar ou declarar que seus filhos são os agressores. Muitos idosos se culpam pela violência sofrida ou acreditam que seja normal da idade sofrer a violência.
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Princípios Orientadores O tema da violência contra o idoso comporta uma complexidade muito grande, a começar pelo recente reconhecimento do fenômeno pela sociedade. Para facilitar a compreensão dos diversos fatores que envolvem a violência contra o idoso, chamamos a atenção para os seguintes princípios orientadores: - Todo idoso, até que se prove o contrário, é competente para tomar decisões sobre a vida dele. - Envelhecimento não é sinônimo da perda de autonomia. Entretanto, sabemos que a presença da violência pode promover o medo e inibir a capacidade de decisão do idoso. Em alguns casos, a avaliação profissional, a partir da situação apresentada, nos levará à conclusão de que existe a violência contra o idoso, mas ele mesmo não tem a percepção de que esteja acontecendo. Essas situações exigem do profissional maior cuidado e prudência. – Prevenção deve ser a palavra-chave. - É preciso investir numa cultura que ofereça atitudes positivas na sociedade sobre a velhice e envelhecimento. - Para a detecção da violência é indispensável a prontidão e atenção para identificar os sinais de alerta. Quando se caracteriza violência São muitos os termos utilizados para definir o que é a violência contra o idoso. São exemplos: maus tratos, abuso, negligência, omissão, abandono, etc.. Usaremos a expressão Violência contra a Pessoa Idosa (VCPI). • Violência Física: é o uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar dor, incapacidade ou morte. • Violência Psicológica: corresponde a agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar do convívio social. • Violência Sexual: refere-se ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou heterorrelacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças. • Abandono: violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro ao idoso que necessite de proteção e assistência. • Negligência: refere-se à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. A negligência é uma das formas de violência mais presente no país Ela se manifesta, freqüentemente, associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade. • Violência Financeira ou econômica: consiste na exploração imprópria ou ilegal ou ao uso não consentido pelo idoso dos recursos financeiros e patrimoniais que possui. • Autonegligência: diz respeito à conduta do idoso que ameaça a própria saúde ou segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si mesmo. • Violência Medicamentosa: é administração por familiares, cuidadores e profissionais dos medicamentos prescritos, de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos. • Violência Emocional e Social: refere-se à agressão verbal crônica, incluindo palavras depreciativas que possam desrespeitar a identidade, dignidade e autoestima. Caracteriza-se pela falta de respeito à intimidade, aos desejos, negação do acesso a amizades, desatenção a necessidades sociais e de saúde.
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Denuncie a violência “Para denunciar é muito simples. A pessoa pode realizar a denúncia pelo telefone 181 do disque-denúncia ou se dirigir a uma delegacia especializada ou qualquer distrito policial. Em nenhuma dessas opções há risco de revelação da identidade do denunciante, caso ele queira manter-se em sigilo”, explica o delegado Cosmo Stikovics Filho, titular da Delegacia do Idoso, em São Paulo. “Não é necessário que a vítima esteja presente, nem que o denunciante apresente nenhuma prova, pois será a Polícia quem realizará a investigação. As provas devem ser colhidas se a policia presenciar o fato denunciado, ouvindo o idoso, por perícia, para verificar as condições de higiene e alimentação, ou por qualquer detalhe que ofereça a denúncia. A maior parte das infrações penais previstas na lei 10741/03 resultam em TC (Termo Circunstanciado), que impõe pena de multa ou restrição dos direitos e das visitas, e prestação de serviços. Algumas resultam em autos de prisão, em flagrante e inquéritos policiais que podem levar a uma infração mais grave com pena de detenção”, esclarece o delegado Cosmo Stikovics Filho. Como prevenir a violência contra o idoso? A prevenção tem como principal objetivo evitar as diversas manifestações da violência contra o idoso, detectando situações e fatores de risco e a efetiva intervenção nas conseqüências. Entre as diversas circunstâncias que podem favorecer a VCPI podemos destacar: – A dependência (física, mental, afetiva, socioeconômica);
Além das situações anteriores, destacamos: – Comportamento difícil do idoso;
As dicas citadas acima não são fatores de acusações. Devemos analisá-las com cautela e cuidado. O propósito é para servir de alerta sobre a necessidade de prestar apoio ao idoso que se encontra em situação de risco.
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Recomendações aos idosos Evitar o isolamento social por meio das seguintes ações: - Manter em contato com velhos amigos;
Muitos idosos têm medo de denunciar o agressor por diversos fatores, como citamos abaixo: - Medo da vítima de possíveis represálias. Por exemplo: o aumento da violência, a institucionalização, a perda da liberdade, etc..
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Abaixo mostramos os principais indícios de que o idoso possa estar sofrendo algum tipo de violência: Físicos • Queixas de ter sido fisicamente agredido.
Comportamentais e Emocionais • Mudanças no padrão da alimentação ou problemas de sono.
Sexuais • Queixas de ter sido sexualmente agredido.
Financeiros • Retiradas de dinheiros que são incomuns ou atípicas do idoso.
Indicadores relativos às pessoas que cuidam dos idosos • A pessoa que cuida do idoso aparece cansada ou estressada.
Violência contra a pessoa idosa Aprenda sobre os direitos dos idosos, como detectar a violência e denunciar os agressores. Ajudem a romper esse pacto de silêncio! Por Redação Clube Vida Moderna Como proceder quando há suspeita de violência contra o idoso? É imprescindível o respeito à vítima e as decisões dele. Se o idoso está em pleno exercício das capacidades cognitivas, deve-se respeitar as decisões dele, mesmo que não estejam de acordo. Infelizmente, muitos idosos que estão sendo violentados, escolhem continuar na situação, devido aos laços afetivos que tem com o agressor. Essa situação pode resultar em frustração e sentimento de impotência para quem deseja ajudar. Apesar da escolha do idoso não ser a mais apropriada, continue apoiando. Tente mostrar, de alguma forma, que ele não precisa necessariamente continuar nessa situação e proporcionar algumas alternativas para cessar essa violência. Por exemplo: • "Quando o senhor (a) se sentir preparado para..., estarei disposto a ajudá-lo (a). Pode me procurar." Violência Institucional Há práticas violentas exercidas por instituições públicas e privadas, cujo principal objetivo deveria ser a prestação de serviços aos cidadãos que delas necessitam e dependem, principalmente, das instituições de prestação de serviços de saúde, assistência e previdência. Segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos, essas instituições são as campeãs de queixas e reclamações nas delegacias de proteção aos idosos. Abaixo, alguns exemplos de como a violência institucional deve ser manifestada nos serviços de saúde: – Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento;
Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa Delegacia dos Idosos no Brasil - Endereços e Telefones
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terça-feira, 30 de agosto de 2011
Artigo Violencia contra os idosos
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