sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O anjo de Hamburgo


Aracy Rosa

O anjo de Hamburgo

julho/2014 - Por Maria Helena Marcon
Ela é paranaense, nascida em Rio Negro, em 5 de dezembro de 1908, filha de pai português e mãe alemã. Criança ainda, foi morar com os pais em São Paulo. Aos vinte e dois anos, casou-se com o alemão Johann Eduard Ludwig Tess. O casamento durou somente cinco anos. Separando-se, e com o filho Eduardo, ela foi morar na Alemanha, com uma irmã de sua mãe.
Foi ali, longe de sua pátria, que haveria de revelar um dos traços mais extraordinários de sua personalidade: o amor ao próximo.
Poucos lhe conhecem a saga de heroína, dada sua discrição.  Mas seu nome está escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Israel, junto a uma relação de dezoito diplomatas que ajudaram a salvar judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa é a única mulher. Também homenageada no Museu do Holocausto de Washington, Estados Unidos.
Poliglota, dominando o português, inglês, francês e alemão, ela conseguiu uma nomeação no Consulado Brasileiro, em Hamburgo. No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país.
Aracy, com risco da própria vida, resolveu ignorar a Circular e preparava vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Ao despachar com o Cônsul Geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas, tomando o cuidado de não apor a letra J, nos vistos, a fim de não identificar que se tratava de judeu.
Por sua vez, um outro brasileiro, João Guimarães Rosa, que, como menino pobre, viu na carreira diplomática uma maneira de conhecer o mundo, prestou concurso para o Itamaraty, em 1934, e foi ser cônsul adjunto na Alemanha.
Dessa forma, ele conheceu Aracy, apaixonaram-se e viveram juntos por trinta anos, até a morte dele, em 1967. Quando ele soube do que ela fazia, apoiou sua atitude, com o que Aracy ainda mais intensificou esse trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte. Ajudou a escondê-los, a lhes levar alimentos e a transportá-los, secretamente. Alguns ela salvou levando-os escondidos no porta-malas do seu Opel Olympia azul até a fronteira da Dinamarca. Refugiados relataram que, ao escapar de navio, eram escoltados a bordo pela funcionária Aracy, que ainda levava joias e dinheiro dos viajantes em sua bolsa, para evitar que os bens fossem confiscados pelos nazistas.
O casal viajou pela Alemanha, comparecia à Ópera, conhecendo uma das culturas mais ricas do mundo. Ele, escritor meticuloso, anotava tudo que via e todas as ideias que lhe vinham à mente. Por isso mesmo, ante a sombra de uma Alemanha nazista, era visto com desconfiança pelo governo alemão. Em ficha encontrada por jornalistas brasileiras, durante pesquisa para um documentário da vida do grande escritor, estava anotado: É um admirador da cultura alemã, mas certamente não é um dos nossos.
Em 1942, o Brasil rompeu relações com a Alemanha. Aracy e João, junto com todo o corpo diplomático brasileiro na Alemanha, ficaram detidos três meses, em um hotel em Baden-Baden.
Chegamos a passar fome, lembrou ela, entre lágrimas, certa vez, em documentário dirigido pelo jornalista Pedro Bial. Finalmente, voltaram para o Brasil e fixaram moradia no Rio de Janeiro, passando a conviver com a nata da intelectualidade brasileira e internacional. Moravam num lugar estratégico: bem em frente ao Arpoador, com vista para o Forte de Copacabana.
Fizeram viagens pela Europa, onde Guimarães Rosa colheu mais material para seus livros. Aracy, discreta, ao fundo, era sua musa inspiradora e companheira: lia os originais, opinava e datilografava.
Com o tempo, foi se tornando cada vez mais bonita. Com certeza, a beleza de sua alma extravasava pelo seu exterior. Era de uma beleza rara, como observaram conhecidos e amigos seus.
O grande escritor lhe dedicou uma de suas obras: Grande Sertão: Veredas, considerada sua obra-prima, publicada em 1956.
Escreveu: A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro. E a ela destinou os direitos autorais de forma integral.
Aracy, uma mulher extraordinária: na beleza, na coragem, na ousadia e na solidariedade. Mesmo depois da morte do marido, ela continuou militante.
Em 1968, na vigência do AI-5, em nosso país, soube de um compositor procurado pela ditadura militar. Ela deu abrigo, durante dois meses, a Geraldo Vandré, que conseguiu, sem ser molestado, fugir para país vizinho. Ela o escondeu no escritório de seu apartamento. Aquele mesmo local onde seu marido escrevera tantas histórias.
Durante todos aqueles dias, o abrigado observava, da janela, a movimentação frenética do Exército, no quartel do Forte de Copacabana.
Aracy arriscou-se novamente. E tudo fez, sem nunca se vangloriar. Numa cerimônia da comunidade judaica, em que foi homenageada, um rapaz lhe perguntou por que ela se dedicara aos judeus, mesmo não sendo judia. Sua resposta foi sintética e objetiva: Simplesmente porque todos somos irmãos.
Os que são bons não sabem que o são. Praticar o bem, portanto, lhes é natural, espontâneo.
Aracy veio a padecer do Mal de Alzheimer, nos últimos anos de sua vida e ela, que sempre fora discreta, não comentando seus grandes feitos, os teve apagados da própria memória. Contudo, os que lhe receberam a generosidade da própria vida jamais esqueceram, nem esquecerão o Anjo de Hamburgo.
Morreu no dia 3 de março de 2011 e foi cremada no Horto da Paz. Seu Espírito, com certeza, foi unir-se ao amado e deve ter sido recebido por muitos amigos espirituais, conquistados nas ações beneméritas que empreendeu em sua vida, que transpôs um século.
Bibliografia:
http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,aos-102-morre-aracy-guimaraes-rosa,687205
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=722&p=0
http://www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/1994/artigo70598-1.htm

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Jesus em Casa


Jesus em Casa

O lar é o santuário em que a Bondade de Deus te situa. Não olvides a necessidade de Cristo no cenário de amor em que te refugias.

Escolhe alguns minutos por semana e reune-te com os laços domésticos que te possam acompanhar no cultivo da lição de Jesus.

Quanto seja possível, na mesma noite e no mesmo horário, faze teu circulo íntimo de meditação e de estudo.

Depois da prece com que nos cabe agradecer ao Senhor o pão da alma, abre as páginas do Evangelho e lê, em voz alta, alguns dos seus trechos de verdade e consolo, para o que receberas a inspiração dos Amigos Espirituais que te assistem. Não é necessário a leitura por mais de dez minutos.

Em seguida, na intimidade da palavra livre e sincera, todos os companheiros devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades sentimentais.

Atráves da conversação edificante, emissários da Esfera Superior distribuirão idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Amor em outra época

Para os mais esclarecidos, as fotos falariam por si e não seria necessário um discurso sobre como essa relação deveria ser vista com naturalidade. Mas como a história é outra, lá vai o que eu acho (longe de mim querer ser referência a alguém.)
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É engraçado ver as pessoas pregando o amor ao próximo, buscando um mundo melhor e toda essa coisa de sociedade feliz e, ao mesmo tempo, tomando atitudes que desconsideram o amor alheio, desfavorecem um mundo mais decente e deformam a sociedade. Um clássico desse comportamento é a tal história de que família é formada por mulher, homem e filho(a) e que um casal do mesmo sexo não é família, não tem amor. É problema psicológico, é moda, defeito ou, ainda, é safadeza (é, eu já cheguei a escutar essa).
Apesar da legalidade que os casais homoafetivos já alcançaram através da união civil, a aceitação ainda tem um longo caminho a percorrer. E a ideia de que isso é errado parece tão enraizada na sociedade, que não é só religioso que tem preconceito. Já vi gente que se diz ateu, expressar ideias do tipo: “eu não ligo de ser gay, só não quero perto de mim”. Quer dizer, os religiosos acreditam que é errado pela crença que seguem – a discussão sobre como o fato deles acreditarem não tornar errado é longa e não cabe agora -, mas um ateu achar errado me parece mais estranho. Se alguém tiver uma explicação, por favor.
Enfim, a questão não é essa. O problema é que ao invés de achar que é moda, problema, ou qualquer outra coisa, por que não supor que é simplesmente amor?
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Os casais nessas fotos não são uma afronta aos seus direitos, muito menos um perigo para a sociedade. São pessoas que se encontraram e decidiram que, juntos, a vida poderia ser melhor. Simples assim. Querer ser feliz com alguém não é exclusividade de homem ou de mulher, é coisa do ser humano, entende? Agora, se você não vê um humano nessa foto, me permito concluir que, bom, o problema não é a imagem, é você.
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PERDIDAS

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A balsa

A balsa

Na História da Humanidade encontramos acontecimentos que nos levam a profundas reflexões.
Em 1816, uma fragata francesa encalhou próxima à costa do Marrocos. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram a única balsa que manteve vivas cento e quarenta e nove pessoas.
A tempestade as arrastou ao mar aberto por mais de vinte e sete dias sem rumo.
A dramática experiência dos sobreviventes impressionou a um artista. Theodoro Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir a pintura.
Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e, inclusive, viu os mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nessa situação.
Seu quadro, intitulado A balsa de Medusa, retrata não somente o naufrágio do navio A Medusa, ocorrido no dia dois de julho de 1816, mas um acontecimento que comoveu a França e trouxe repercussões que tocaram o mais profundo da alma humana.
Na pintura, pode-se ver as diferentes atitudes humanas que se manifestam nos momentos cruciais da vida.
Alguns dos sobreviventes se apresentam deitados, em total abandono, sem reação alguma. Parecem simplesmente aguardar a morte inevitável.
Outros se mostram desesperançados, alheios aos demais. O olhar distante, perdido no vazio, demonstra que perderam a vontade de viver e de lutar.
Um punhado deles, no entanto, mantém a esperança acima de tudo. Tiram do corpo as próprias camisas e as agitam com força, fixando um ponto no horizonte, como se desejassem ser vistos por alguma embarcação, por alguém.
O curioso, entretanto, é que embora eles estejam balançando as vestes brancas, não há nenhum navio à vista. Nada que indique que eles serão resgatados.
*   *   *
A balsa é como o planeta Terra. Os tripulantes são a Humanidade e as atitudes que cada um toma diante da vida.
Podemos ser como os desesperançados, quando atravessamos situações difíceis e nos decidimos a simplesmente nos entregar sem luta alguma.
Podemos estar enquadrados entre aqueles que acreditam que não há solução e, assim, também não há porque se esforçar para melhorar o estado de coisas.
Podemos também ser os que duvidamos de tudo e de todos. Ou, finalmente, ser aqueles que mantemos a esperança acima de tudo, esforçando-nos para chegar à vitória, embora ela pareça estar muito, muito distante.
Afinal, decidir pela vitória em toda circunstância que a vida nos coloca é atitude de esperança.
*   *   *
Quando os problemas se multiplicam no norte da vida e os desafios ameaçam pelo sul, as dificuldades surgem pelo leste e os perigos se multiplicam no oeste, a esperança surge e resolve a situação.
Mensageira de Deus, torna-se companheira predileta da criatura humana, a serviço do bem.
É a esperança que, ante os quadros da guerra, conclama ao trabalho e à paz.
Em meio ao inverno rigoroso, inspira coragem e aponta a estação primaveril que, logo mais explodirá em cor, perfume e beleza.
Nunca se afaste da esperança!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Chico Xavier

Mensagem de Chico Xavier


"Você nasceu no lar que precisava nascer, vestiu o corpo físico que merecia, mora onde melhor Deus lhe proporcionou, de acordo com o seu adiantamento. 
Você possui os recursos financeiros coerentes com suas necessidades… nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas. 

Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu espontaneamente para a sua realização. 
Seus parentes e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com sua própria afinidade. 
Portanto, seu destino está constantemente sob seu controle. 
Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa, modifica tudo aquilo que lhe rodeia a existência. 

Seus pensamentos e vontades são a chave de seus atos e atitudes. São as fontes de atração e repulsão na jornada da sua vivência. 
Não reclame, nem se faça de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. 
A mudança está em suas mãos. Reprograma sua meta, busca o bem e você viverá melhor. 
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Chico Xavier

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Manoel Carlos planeja beijo gay entre Alinne Moraes e Giovanna Antonelli em novela

Manoel Carlos escalou Alinne Moraes e Giovanna Antonelli para interpretarem um casal lésbico em sua próxima novela da Globo, "Em Família".
"Giovanna será Clara, uma dona de casa comum, com uma vidinha doméstica entediante, que descobre o amor numa outra mulher [Marina, papel de Alinne Moraes]. Inicialmente muito assustada, vai aos poucos se deixando levar", disse o autor ao jornal "O Globo".
Maneco afirmou à publicação que planeja mostrar um beijo entre as duas atrizes. "O beijo é uma consequência natural de qualquer relação de amor, seja ela qual for. Não vejo nenhuma diferença. E se a relação entre Clara e Marina caminhar nesse sentido, colocarei um beijo entre elas."
O novelista lembra ainda que, na novela "Mulheres Apaixonadas" (2003), fez duas personagens --Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli)-- se beijarem no último capítulo, quando interpretavam os papéis centrais da peça "Romeu e Julieta".
Manoel Carlos disse também não acreditar ser mais fácil abordar a homossexualidade feminina em uma novela em rede nacional. "Me parece que o preconceito é mais severo e comum quando se trata de mulheres homossexuais", declarou.
"Eu não acompanho as novelas. Mal tenho tempo de seguir as minhas. Sei que existem gays em muitas delas, mas desconheço o tratamento que recebem dos autores. E é nisso que reside a diferença."
"Em Família" está prevista para estrear em janeiro de 2014, substituindo "Amor à Vida" no horário das 21h da Globo.

Fotógrafa americana registra casamento indiano entre duas mulheres

Após derrubada da lei Doma (que defende o casamento apenas entre pessoas do sexo oposto nos Estados Unidos), Shannon e Seema subiram ao altar e convidaram Steph Grant para registrar o momento inesquecível na vida do casal

A lei Doma (que defende o casamento apenas entre pessoas do sexo oposto nos Estados Unidos) foi derrubada em junho de 2013 e o casal Shannon e Seema aproveitou para oficializar a união. Vivendo no país, elas decidiram fazer a cerimônia em estilo indiano, seguindo a tradição, e contaram com um presente especial: lindas fotos da norte-americana Steph Grant.
Havia tanto amor que consumiu o SmogShoppe (local de Los Angeles onde aconteceu a recepção) naquela noite”, diz ela em seu blog. “O amor vence, sempre!”. Steph costuma dizer que seus cliques contam histórias inesquecíveis. “Ouço as histórias das pessoas e elas vivem em meu coração”. Para comprovar o que a fotografa diz, é só conferir as imagens do casamento de Shannon e Seema:

 (Foto: Steph Grant)
 (Foto: Steph Grant)
 (Foto: Steph Grant)
 (Foto: Steph Grant)
 (Foto: Steph Grant)
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