Amor em outra época: fotos antigas de casais homossexuais
Para
os mais esclarecidos, as fotos falariam por si e não seria necessário
um discurso sobre como essa relação deveria ser vista com naturalidade.
Mas como a história é outra, lá vai o que eu acho (longe de mim querer
ser referência a alguém.)
É engraçado
ver as pessoas pregando o amor ao próximo, buscando um mundo melhor e
toda essa coisa de sociedade feliz e, ao mesmo tempo, tomando atitudes
que desconsideram o amor alheio, desfavorecem um mundo mais decente e
deformam a sociedade. Um clássico desse comportamento é a tal história
de que família é formada por mulher, homem e filho(a) e que um casal do
mesmo sexo não é família, não tem amor. É problema psicológico, é moda,
defeito ou, ainda, é safadeza (é, eu já cheguei a escutar essa).
Apesar da
legalidade que os casais homoafetivos já alcançaram através da união
civil, a aceitação ainda tem um longo caminho a percorrer. E a ideia de
que isso é errado parece tão enraizada na sociedade, que não é só
religioso que tem preconceito. Já vi gente que se diz ateu, expressar
ideias do tipo: “eu não ligo de ser gay, só não quero perto de mim”.
Quer dizer, os religiosos acreditam que é errado pela crença que seguem –
a discussão sobre como o fato deles acreditarem não tornar errado é
longa e não cabe agora -, mas um ateu achar errado me parece mais
estranho. Se alguém tiver uma explicação, por favor.
Enfim, a
questão não é essa. O problema é que ao invés de achar que é moda,
problema, ou qualquer outra coisa, por que não supor que é simplesmente
amor?
Os casais
nessas fotos não são uma afronta aos seus direitos, muito menos um
perigo para a sociedade. São pessoas que se encontraram e decidiram que,
juntos, a vida poderia ser melhor. Simples assim. Querer ser feliz com
alguém não é exclusividade de homem ou de mulher, é coisa do ser humano,
entende? Agora, se você não vê um humano nessa foto, me permito
concluir que, bom, o problema não é a imagem, é você.
PERDIDAS
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