terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Consolador

O Consolador - Segunda Parte

Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
TRANSIÇÃO
146 - É fatal o instante da morte?
- Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra. Esclarecendo-vos quanto a essa exceção, devemos considerar que, se o homem é escravo das condições externas da sua vida no orbe, é livre no mundo íntimo, razão por que, trazendo no seu mapa de provas a tentação de desertar da vida expiatória e retificadora, contrai um débito penoso aquele que se arruína, desmantelando as próprias energias. A educação e a iluminação do íntimo constituem o amor ao santuário de Deus em nossa alma. Quem as realiza em si, na profundeza da liberdade interior, pode modificar o determinismo das condições materiais de sua existência, alçando-a para a luz e para o bem. Os que eliminam, contudo, as suas energias próprias, atentam contra a luz divina que palpita em si mesmos. Daí o complexo de suas dívidas dolorosas. E existem ainda os suicídios lentos e gradativos, provocados pela ambição ou pela inércia, pelo abuso ou pela inconsideração, tão perigosos para a vida da alma, quanto os que se observam, de modo espetacular, entre as lutas do mundo.
Essa a razão pela qual tantas vezes se batem os instrutores dos encarnados, pela necessidade permanente de oração e de vigilância, a fim de que os seus amigos não fracassem nas tentações.
147 - Proporciona a morte mudanças inesperadas e certas modificações rápidas, como será de desejar?
- A morte não prodigaliza estados miraculosos para a nossa consciência. Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as enfermidades ou as virtudes com a simples modificação dos aspectos exteriores. Importa observar apenas a ampliação desses aspectos, comparando-se o plano terrestre com a esfera de ação dos desencarnados. Imaginai um homem que passa de sua aldeia para uma metrópole moderna. Como se haverá, na hipótese de não se encontrar devidamente preparado em face dos imperativos da sua nova vida?
A comparação é pobre, mas serve para esclarecer que a morte não é um salto dentro da Natureza. A alma prosseguirá na sua carreira evolutiva, sem milagres prodigiosos. Os dois planos, visível e invisível, se interpenetram no mundo, e, se a criatura humana é incapaz de perceber o plano da vida imaterial, é que o seu sensório está habilitado somente a certas percepções, sem que lhe-seja possível, por enquanto, ultrapassar a janela estreita dos cinco sentidos.
148 - Que espera o homem desencarnado, diretamente, nos seus primeiros tempos da vida de além-túmulo?
- A alma desencarnada procura naturalmente as atividades que lhe eram prediletas nos círculos da vida material, obedecendo aos laços afins, tal qual se verifica nas sociedades do vosso mundo. As vossas cidades não se encontram repletas de associações, de grêmios, de classes inteiras que se reúnem e se sindicalizam para determinados fins, conjugando idênticos interesses de vários indivíduos?
Aí, não se abraçam os agiotas, os políticos, os comerciantes, os sacerdotes, objetivando cada grupo a defesa dos seus interesses próprios? O homem desencarnado procura ansiosamente, no &paço, as aglomerações afins com o seu pensamento, de modo a continuar o mesmo gênero de vida abandonado na Terra, mas, tratando-se de criaturas apaixonadas e viciosas, a sua mente reencontrará as obsessões de materialidade, quais as do dinheiro, do álcool, etc., obsessões que se tornam o seu martírio moral de cada hora, nas esferas mais próximas da Terra. Daí a necessidade de encararmos todas as nossas atividades no mundo como a tarefa de preparação para a vida espiritual, sendo indispensável à nossa felícidade, além do sepulcro, que tenhamos um coração sempre puro.
149 - Logo após a morte, o homem que se desprende do invólucro material pode sentir a companhia dos entes amados que o precederam no além-túmulo?
- Se a sua existência terrestre foi o apostolado do trabalho e do amor a Deus, a transição do plano terrestre para a esfera espiritual será sempre suave. Nessas condições, poderá encontrar imediatamente aqueles que foram objeto de sua afeição no mundo, na hipótese de se encontrarem no mesmo nível de evolução. Uma felicidade doce e uma alegria perene estabelecem-se nesses corações amigos e afetuosos, depois das amarguras da separação e da prolongada ausência. Entretanto, aqueles que se desprendem da Terra, saturados de obsessões pelas posses efêmeras do mundo e tocados pela sombra das revoltas incompreensíveis, não encontram tão depressa os entes queridos que os antecederam na sepultura. Suas percepções restritas à atmosfera escura dos seus pensamentos e seus valores negativos impossibilitam-lhes as doces venturas do reencontro. É por isso que observais, tantas vezes, ~píritos sofredores e perturbados fornecendo a impressão de criaturas desamparadas e esquecidas pela esfera da bondade superior, mas, que, de fato, são desamparados por si mesmos, pela sua perseverança no mal, na intenção criminosa e na desobediência aos sagrados desígnios de Deus.
150 - É possível que os espiritistas venham a sofrer perturbações depois da morte?
- A morte não apresenta perturbações à consciência reta e ao coração amante da verdade e do amor dos que viveram na Terra tão-somente para o cultivo da prática do bem, nas suas variadas formas e dentro das mais diversas crenças. Que o espiritista cristão não considere o seu título de aprendiz de Jesus como um simples rótulo, ponderando a exortação evangélica -"muito se pedirá de quem muito recebeu", preparando-se nos conhecimentos e nas obras do bem, dentro das experiências do mundo para a sua vida futura, quando a noite do túmulo houver descerrado aos seus olhos espirituais a visão da verdade, em marcha para as realizações da vida imortal.
151 - O Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos?
- Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando poromais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o "tônus vital", nas primeiras horas seqüentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.
152 - A morte violenta proporciona aos desencarnados sensações diversas da chamada "morte natural"?
- A desencarnação por acidentes, os casos fulminantes de desprendimento proporcionam sensações muito dolorosas à alma desencarnada, em vista da situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis. Quase sempre, em tais circunstâncias, a criatura não se encontra devidamente preparada e o imprevisto da situação lhe traz.
emoções amargas e terríveis. Entretanto, essas surpresas tristes n!io se verificam para as almas, no caso das enfermidades dolorosas e prolongadas, em que o coração e o raciocínio se tocam das luzes das meditações sadias, observando as ilusões e os prejuízos do excessivo apego à Terra, sendo justo considerarmos a utilidade e a necessidade das dores físicas, nesse particular, porquanto somente com o seu concurso precioso pode o homem alijar o fardo de suas impressões nocivas do mundo, para penetrar tranqüilamente os umbrais da vida do Infinito.
153 - Se a hora da morte não houver chegado, poderá o homem perecer sob os perigos que o ameacem?
- Nos aspectos externos da vida, e desde que o Espírito encarnado proceda de conformidade com os ditames da consciência retilínea e do coração bem-intencionado, sem a imponderação dos precipitados e sem o egoísmo dos ambiciosos, toda e qualquer defesa do homem reside em Deus.
154 - Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio?
- A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia. Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido. De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia.
155 - O receio da morte revela falta de evolução espiritual?
- Nesse sentido, não podemos generalizar semelhante definição. No que se refere a esses receios, somos obrigados a reconhecer, muitas vezes, as razões aduzidas pelo amor, sempre sublimes na sua manifestação espiritual. Todavia, não é justo que o crente sincero se encha de pavores ante a idéia de sua passagem para o plano invisível aos olhos humanos, sendo oportuno o conselho de uma preparação permanente do homem para a vida nova que a morte lhe apresentará.
156 - Os Espíritos logo após a sua desencarnação ficam satisfeitos pela possibilidade de se comunicarem conosco?
- De um modo geral, muito reduzido é o número das criaturas humanas que se preparam para as emoções da morte, no desenvolvimento dos seus trabalhos comuns na Terra e, freqüentemente, as meditações da enfermidade não bastam para uma situação de perfeita tranqüilidade, nos primeiros tempos do além-túmulo. Eis o motivo por que tão salutares se fazem as vossas reuniões de estudo e de evangelização, às quais concorre grande número de irmãos nossos, ansiosos por uma palavra da Terra, porquanto as impressões que trazem do mundo não lhes permitem a percepção dos mentores elevados, das mais altas esferas espirituais.
157 - Os Espíritos desencarnados podem ouvir-nos e ver-nos quando querem?
Como procedem para realizar semelhante desejo? - Isso é possível, não quando querem, mas quando o mereçam, mesmo porque, existem espíritos culpados que, somente muitos anos após o desprendimento do mundo, conseguem a permissão de ouvir a palavra amiga e confortadora dos seus irmãos ou entes amados, da Terra, a fim de se orientarem no labirinto dos sofrimentos expiatórios. O comparecimento de uma entidade recém-desencarnada, às reuniões do Evangelho, já significa uma bênção de Deus para o seu coração desiludido, porquanto essa circunstância se faz acompanhar dos mais elevados benefícios para a sua vida interior. Quanto ao processo do seu contacto convosco, precisamos considerar que os seres do Além-Túmulo, em sua generalidade, para se comunicarem nos ambientes do mundo, adaptam-se ao vosso modo de ser, condicionando suas faculdades à vossa situação fluídica na Terra; razão pela qual nesses instantes, na forma comum, possuem a vossa capacidade sensorial, restringindo as suas vibrações de modo a se acomodarem, de novo, ao ambiente terrestre.
158 - Se uma criatura desencarna deixando inimigos na Terra, é possível que continue perseguindo o seu desafeto, dentro da situação de invisibilidade?
- Isso é possível e quase geral, no capítulo das relações terrestres, porque, se o amor é o laço que reúne as almas nas alegrias da liberdade, o ódio é a algema dos forçados, que os prende reciprocamente no cárcere da desventura. Se alguém partiu odiando, e se no mundo o desafeto faz questão de cultivar os germens da antipatia e das lembranças cruéis, é mais que natural que, no plano invisível, perseverem os elementos da aversão e da vindita implacáveis, em obediência às leis de reciprocidade, deIpreendendo-se daí a necessidade do perdão com o inteiro esquecimento do mal, a fim de que a fraternidade pura se manifeste através da oração e da vigilância, convertendo o ódio em amor e piedade, com os exemplos mais santos, no Evangelho de Jesus.
159 - No caso das perseguições dos inimigos espirituais, a ação deles se realiza sem o conhecimento dos nossos guias amorosos e esclarecidos?
- As chamadas atuações do plano invisível, de qualquer natureza, não se verificam à revelia de Jesus e de seus prepostos, mentores do homem na sua jornada de experiências para o conhecimento e para a luz. As perseguições de um inimigo invisível têm um limite e não afetam o seu objeto senão na pauta de sua necessidade própria, porquanto, sob os olhos amoráveis dos vossos guias do plano superior, todos esses movimentos têm uma finalidade sagrada, como a de ensinar-vos a fortaleza moral, a tolerância, a paciência, a conformação, nos mais sagrados imperativos da fraternidade e do bem.
160 -Os Espíritos desencarnados se dividem, igualmente, nas esferas mais próximas da Terra, em seres femininos e masculinos?
-Nas esferas mais próximas do planeta, as almas desencarnadas conservam as características que lhes eram mais agradáveis nas atividades da existência material, considerando-se que algumas, que perambulam no mundo com uma veste orgânica imposta pelas cir- cunstâncias da tarefa a realizar junto às criaturas terrenas, retomam as suas condições anteriores à reencarnação, então enriquecidas, se bem souberam cumprir os seus deveres no plano das dores e das dificuldades materiais. Dilatando, porém, a questão, devemos ponderar que os Espíritos, com esses ou aqueles traços característicos, estão em marcha para Deus, purificando todos os sentimentos e embelezando as próprias faculdades, a fim de refletirem a luz divina, transformando-se, então, nessas ou naquelas condições, em perfeitos executores dos desígnios do Eterno.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



  • Um Novo Humanismo e o Espiritismo


  • Desenrola-se em nosso tempo uma luta formidável entre duas forças antagônicas. Os que desejam uma mudança profunda em nossa maneira de viver, em que o homem se torne mais livre e, portanto, mais capacitado para amar e os que desejam manter o “status quo” presente em favor dos valores que defendem.


    Os que lutam por mudar pacificamente são em quantidade mais fracos, porém, mais conscientes. A consciência daquilo que desejam é a grande arma de que dispõem.


    Os adversários das mudanças combatem em nome da “democracia”, da “ordem”, da “propriedade”, da “religião” etc., mas ainda que, sinceros e convencidos desses valores, recusam-se obstinadamente e irracionalmente a aceitar a crítica de que não temos essa vivência real.


    Há uma terceira força. Essa é a força do desespero e do ódio. Os engajados nesse quadro aparentam uma grande coragem. Entretanto, não resistem a uma análise mais profunda e objetiva. Revela em muitos não um destemor para enfrentar a morte, mas sim um medo de viver e um sentimento antivida. Essa força do desequilíbrio, certamente encontra-se inserida em nosso contexto social.


    O homem do nosso tempo não sofre frustrações comuns à era vitoriana. A frustração do homem moderno é uma frustração existencial. Isto porque todo o impulso que o levaria a uma plenitude vivencial é barrado e canalizado para outras direções, conforme determina a estrutura social.


    Hoje poderíamos falar em determinismo social — o homem vale como peça da sociedade e é parte ativa construtora e mantenedora do esquema produção-consumo.


    A problemática atual, o homem e a sociedade, ao contrário do que se pensa, é profundamente vinculada à ideia religiosa.


    A religião, ou mais especialmente, líderes religiosos estão fecundando todas as atividades humanas de um novo humanismo. Vemos brotar em toda parte os ideais de fraternidade e renovação social. Somente por essa atuação constante, corajosa e essencialmente amorosa que a humanidade fará juz à assertiva messiânica: “Bem-aventurados os mansos e pacíficos, porque herdarão a Terra”.


    O Espiritismo se acha também fecundado desse novo humanismo. Kardec aceitava esse humanismo não como uma propriedade exclusiva da Doutrina dos Espíritos, mas como um movimento renovador que estaria em toda parte: “A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Marchando o Espiritismo para o mesmo objetivo (1) e realizando suas finalidades, ambos se encontrarão sobre o mesmo terreno”. (2)


    É curioso notar que Kardec aceitava uma espécie de “determinismo de renovação” para a humanidade: “Não é o Espiritismo que cria a renovação social, “é a natureza da humanidade que faz de tal renovação uma necessidade”. (3). Assim, para Kardec, se o Espiritismo realizar suas finalidades encontrará o movimento de renovação espalhado nas atividades humanas, sobre o mesmo terreno.


    Toda renovação há de ser em essência e não na aparência. Então, devemos começar pela base.


    Qual a base do movimento espírita em nossa atualidade? Sem dúvida alguma, as instituições espíritas. Essas instituições devem, portanto:


    — Primar pela justiça social em seus próprios quadros, àqueles que trabalham devem receber remuneração condigna e participação democrática nas decisões que dizem respeito às suas tarefas;


    — Desenvolver a liberdade humana, respeitando todo direito de crença e política do assistido ou funcionário;


    — Promover a hierarquia natural ou burocrática, no sentido de engrandecer os comandados e não amesquinhá-los;


    — Transformar as tarefas existentes em trabalho de equipe, aceitando a opinião de técnicos e entendidos, seja nas realizações comuns ou nos empreendimentos maiores;


    — Substituir a fé simples da aceitação de decisões tomadas por espíritos-guias nas sessões da casa por, primeiramente, reuniões de cooperadores e funcionários e, depois, então o diálogo franco e leal com os espíritos, quando a razão prevalecerá na aceitação desta ou daquela sugestão do plano espiritual.


    Essa reformulação nas instituições espíritas é imperiosa (... “se não fizerdes mais do que os gentios que mérito tereis?”), tão imperiosa que poderá mesmo depender em grande parte para a preservação do movimento espírita.


    Ao espírita cabe também a grande opção: o conformismo mantenedor do “status quo”, o inconformismo improdutivo, gerador de reações violentas, ou a busca da plenitude existencial que compreende um programa de excursão na complexidade do eu; uma atitude corajosa ante a injustiça social; uma desafiadora fuga à escravização da posse exclusivista; um domínio sobre si próprio ante o condicionamento manipulador de emoções dirigido por elites dominantes; um esforço verdadeiro, sem fanatismo, para dominar tendências menos sadias; um desejo real para viver — com um real sentimento de felicidade por existir.

    quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

    POLÍTICA E DIREITOS HUMANOS

    A política é uma atividade humana que está diretamente relacionada à vida em sociedade e deve ser regida pelo cumprimento dos direitos humanos. Os direitos referentes à vida devem prevalecer sobre os direitos referentes às coisas; e os direitos referentes ao bem de todos devem prevalecer sobre os direitos referentes ao bem particular. Isso só se efetiva na medida em que as pessoas possam livre e democraticamente discutir os diferentes projetos em disputa e se colocarem em acordo sobre as decisões que precisam ser adotadas. O diálogo permanente é pressuposto básico para a política e a democracia.
    A POLÍTICA NO MEIO ESPÍRITA

    Não deve haver tema proibido no meio espírita. Podemos com naturalidade tratar de política e oferecer excelentes contribuições para a sociedade a partir da visão espírita. Os espíritas, a partir do referencial ético que emana dos princípios doutrinários do espiritismo, têm não apenas o direito como a responsabilidade de interferir no aperfeiçoamento dos sistemas sociais.

    Lidar com o tema da política em nossos grupos de estudo e nas atividades de reflexão que têm lugar nas instituições espíritas pode nos ajudar a interferir como cidadãos nos rumos da sociedade, contribuindo para a promoção da justiça social e da cidadania. Cito como exemplo a CEPA-Brasil, que atua representando os espíritas no Conselho Nacional de Saúde. Em conjunto com outras entidades da sociedade civil, trabalhadores da saúde, universidades e gestores públicos têm dado importante contribuição na formulação e controle da política de saúde em nosso País. Participa de discussões no campo da bioética, da saúde mental, do planejamento familiar, do cuidado ao idoso, das pesquisas com células-tronco, eutanásia, da prevenção e controle ao uso das drogas, entre outros temas, contribuindo com a visão espírita de homem e de mundo.

    Muitos espíritas não conseguem compreender que isso também é política, que existem diversas formas de participação política e que a atividade política não se restringe ao processo eleitoral ou a militância em partidos políticos. Naturalmente, por mobilizar paixões e sentimentos antagônicos, deve-se evitar a partidarização e a realização de qualquer atividade de cunho eleitoral na casa espírita, bem como atrelar as instituições e órgãos de direção do movimento a candidatos ou projetos partidários.


    OS ESPÍRITAS E A AÇÃO POLÍTICA


    Não há como fugir da definição clássica de política, compreendida como a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados, da aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).

    Gosto muito da definição de Norberto Bobbio, para quem política é a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado. O conceito de Política, entendida como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligado ao de poder. O poder político pertence à categoria do poder do homem sobre outro homem, relação que se expressa de diversas maneiras: como relação entre governantes e governados, entre soberano e súditos, entre Estado e cidadãos, entre autoridade e obediência etc. O poder político é apenas uma das formas de poder do homem sobre o homem.

    O espírita é um cidadão como outro qualquer. Tem, portanto, direitos políticos, podendo participar como candidato ou apoiar campanhas eleitorais, se assim for sua vocação ou sua vontade de contribuir com a sociedade. O fato de ser espírita (assim como católico, evangélico, maçon, ecologista ou marxista) não garante que esse cidadão, se eleito, venha a ser um grande político e honre os votos de seus eleitores. Somos seres humanos, espíritos em processo de aprendizado, num mundo de provas e expiações.

    Sem dúvida a política impõe-se como um enorme desafio. O espírita que envereda pela política deve se pautar nos princípios filosóficos e nas consequências éticas que se depreende da filosofia espírita. Deve estar preparado para representar os interesses da coletividade com competência, seriedade, honestidade e responsabilidade, sabendo de antemão que o jogo não será nada fácil. Gosto muito de uma singela recomendação de Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede pois prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt. 10, 16).

    O político assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política requer espírito republicano, que o poder seja exercido para proporcionar o bem público. A ética da política não pode ser diferente da ética da vida pessoal. O político deve exercer o que se convencionou chamar da “ética da responsabilidade”, defendendo o bem comum e o bem estar da sociedade, sem se preocupar com o simples exercício do poder ou com benefícios individuais advindo da sua posição política. O político, espírita ou não, ciente de sua obrigação com a ética da responsabilidade, sabe que não deve subverter seus valores e, muito menos, aqueles que apresentou para seus eleitores.

    Não vejo problema em pedir apoio e o voto dos companheiros de ideal espírita, desde que haja uma clara separação entre o espaço público e o institucional, com o respeito à liberdade de consciência. Ninguém deve se sentir constrangido ou obrigado a votar em um candidato apenas porque é espírita. A partidarização e a utilização dos centros espíritas são absolutamente indesejáveis e perniciosas em minha opinião. Temos que agir de forma muito serena e responsável.

    O EXERCÍCIO POLÍTICO


    Não se deve restringir o exercício político às campanhas eleitorais, militância partidária ou participação em governos. Cabe a cada espírita decidir livremente se é do seu interesse participar ou não esse tipo de atividade e graduar o nível de engajamento. O exercício político, que se confunde com a plena realização da cidadania, é exercido cotidianamente, em cada espaço onde se dão as relações humanas. Atuamos politicamente na família, na escola, no trabalho, no bairro, no clube, no centro espírita etc.

    Quando mobilizamos nossas energias em torno de questões coletivas, que visam garantir e promover a cidadania, a justiça, a equidade, o direito à diferença, a melhoria da vida em sociedade, estamos atuando de forma política. Quando lutamos pela preservação da natureza, contra a injustiça social, pelo fim da miséria, em defesa da paz, pela democracia e pela liberdade, por exemplo, estamos fazendo política. Viver em sociedade é um ato profundamente político.

    VOTO CONSCIENTE

    Considero o voto uma das decisões mais importantes e sérias que tenho periodicamente que tomar na minha vida. Aqueles poucos minutos gastos na urna definem o futuro de milhões de pessoas. Sou muito rigoroso e procuro tomar como referência, para destinar o meu voto, um conjunto de critérios. Por mais frágil que seja o sistema político brasileiro, procuro analisar criteriosamente o partido e suas alianças políticas, ou seja, o grupo que irá governar o Estado, implantar as políticas públicas ou formular leis e fiscalizar o executivo. Analiso também o programa de governo e as propostas defendidas (antes e durante o processo eleitoral). Levo em consideração a biografia dos candidatos, sua postura e compromisso com princípios éticos que considero fundamentais.

    Nunca voto apenas porque gosto ou confio em uma pessoa, ou porque ela é honesta. Confiança e honestidade são pré-requisitos para a função pública, mas procuro acompanhar criticamente o que fazem os partidos e os políticos cotidianamente.

    O voto consciente não pode ser exercido de forma alienada, influenciado pelo que dizem os meios de comunicação, por indicação de um amigo ou líder religioso que conhece o candidato. Devemos submeter criticamente todas as informações disponíveis ao crivo da razão, como nos ensinou Allan Kardec.

    A escolha de candidatos não deve ser também uma brincadeira inconsequente, elegendo o humorista ou a celebridade de plantão. Por trás dessas figuras há sempre um grupo de espertos aproveitadores, que acabam se beneficiando do voto proporcional dado à legenda ou coligação. Por isso é importante também conhecer as regras do processo eleitoral.

    Já lamentei muito não ter conseguido eleger candidatos em quem votei, porque teriam dado uma grande contribuição à sociedade, mas nunca me arrependi do meu voto.


    POLÍTICA E CIDADANIA

    Minha responsabilidade como cidadão não acaba no dia da eleição. Com o mesmo rigor que escolho o partido e os meus candidatos procuro acompanhar, monitorar e fiscalizar as ações dos políticos eleitos, com especial ênfase àqueles que receberam o meu voto. O controle social é o mecanismo mais efetivo de aperfeiçoamento do sistema político. Se cada cidadão cumprisse esse dever cotidianamente (e não a cada quatro anos) teríamos outro sistema político e um país muito mais civilizado.

    A lógica é muito simples. Você controlaria a sua conta bancária uma vez a cada quatro anos? Veria o boletim dos seus filhos ou controlaria o que eles assistem na TV uma vez a cada quatro anos? Controlaria as vendas do seu negócio ou as despesas da sua empresa uma vez a cada quatro anos? Ou controlamos os políticos ou eles nos controlam. Não adianta depois reclamar ou afirmar simplesmente que não votou nesse ou naquele político.

    Uma vez eleito, o político que ocupa lugar no poder executivo ou legislativo passa a ser um problema meu, seu e de todos nós. Não importa se ele recebeu ou não o meu voto. Suas decisões têm implicações na vida de toda a sociedade e, portanto, todos têm a responsabilidade de controlá-los.

    O regime democrático pode não ser um sistema perfeito, mas é sem nenhuma dúvida o mais eficiente e civilizado que a humanidade conseguiu erigir até o momento.


    POLÍTICA E DEMOCRACIA


    É inegável que vivemos hoje num país democrático, ainda que em pleno processo de desenvolvimento. Desde o fim do regime militar temos eleições livres e democráticas. Todos têm o direito de votar e serem votados. Nossas instituições funcionam com autonomia e independência, embora ainda reféns da influência do poder econômico e das elites que dominam algumas regiões. Os poderes executivo, legislativo e judiciário funcionam com autonomia e regularidade. O Ministério Público atua vigorosamente em defesa dos interesses coletivos e difusos. Temos liberdade de expressão e imprensa livre. Vem crescendo na sociedade brasileira a consciência da ética na política, isto é, o dever que têm os políticos de se comportarem conforme os preceitos da democracia. Eles são cada vez mais obrigados a agir com honestidade, fidelidade às promessas de campanha e compromisso com o bem comum acima dos interesses individuais.

    Depusemos um presidente da República por impeachment. Elegemos uma liderança operária que se tornou o mais popular presidente da história democrática. Temos juízes negros. Mulheres passam a lutar em pé de igualdade para exercer as mais variadas funções públicas. Só quem não consegue comparar as mudanças históricas que ocorreram no país é que pode colocar em dúvida a consolidação do processo democrático no Brasil.

    O nosso maior desafio agora é acabar com a miséria e a ignorância. O exercício pleno da cidadania e a garantia dos direitos sociais consolidarão de vez a nossa jovem democracia. Tenho muito fé no futuro do Brasil.


    POLÍTICA E MORALIDADE

    O Espiritismo, na definição de Allan Kardec, seu fundador, é a “ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”, uma filosofia espiritualista de consequências morais. Ele é, por excelência, um agente da solidariedade humana. Ao mostrar as provas da vida atual como consequências lógicas e racionais dos atos praticados em anteriores existências, fazendo de cada pessoa autor da felicidade própria, possibilita uma importante contribuição à elevação do nível moral da sociedade.

    Na lógica espírita, a união da inteligência e da moralidade pode produzir formas de organizações e sistemas — políticos, econômicos e sociais — mais condizentes com as necessidades e dotados de maior poder de legitimidade. Para o espiritismo, os homens não podem ser felizes enquanto não viverem em paz e enquanto procurarem esmagar uns aos outros.

    Segundo Kardec, a causa do orgulho está na crença que o homem tem da sua superioridade individual; a igualdade é um fato e não uma teoria filosófica. São verdades que derivam da preexistência da alma e da reencarnação.

    A visão espírita, fundamentada nos princípios da caridade, igualdade e fraternidade vai além, descortinando novos horizontes e leis, provando que não se trata apenas de uma doutrina moral, mas de uma lei natural, que está no interesse dos homens em cultivar e praticar. Alarga o campo da solidariedade, que se assenta numa lei universal da natureza, que liga todos os seres ao passado, ao presente e ao futuro, e a cujas consequências ninguém pode subtrair-se.

    A visão de homem e de mundo proporcionada pela filosofia espírita permite conceber um novo homem (moral), resultado e ao mesmo tempo construtor de uma nova humanidade. Para o espiritismo, a harmonia que rege o universo material e o universo moral está fundamentada sobre leis naturais, inscritas em nossa consciência. Estão contidas na máxima de amor ensinada por Jesus, baseadas nos preceitos de justiça, de amor e de caridade. O trabalho, para o espiritismo, é uma lei natural, uma necessidade para o aperfeiçoamento da sociedade e do próprio espírito. O forte deve trabalhar pelo fraco e na falta da família, a sociedade deve tomar-lhe o lugar: é a lei da caridade. O Estado, portanto, assume um papel essencial de proteção e regulação das relações sociais.


    POLITICAGEM

    A politicagem é uma sociopatia cuja fisiopatologia deve ser explicada por questões relacionadas tanto ao indivíduo político como à sociedade. Não existe corrupto sem o corruptor. Essas mazelas não são exclusivas do setor público. Há muita corrupção, desvio de verbas e outros crimes na esfera privada também. O problema é que o político corrupto que destrói a idoneidade das instituições e rouba oportunidades de vida para o povo, influencia a vida das pessoas mais do que qualquer outra atividade humana. Assume, assim, as responsabilidades advindas da posição privilegiada que ocupa. Pode até escapar, num primeiro momento, da justiça humana, mas a justiça divina, inscrita nas leis da natureza, haverá de lhe cobrar a fatura. Essa criatura, mais cedo ou mais tarde — e o espiritismo alarga a dimensão temporal para além da morte física — irá se defrontar com a própria consciência.

    O aperfeiçoamento dos sistemas sociais depende do esforço individual de cada ser e do conjunto da sociedade. Só assim será possível construir o progresso e a justiça social. O que você chama de politicagem é reflexo tanto das fragilidades do sistema político, que requer aperfeiçoamento, como da omissão ou conivência de parte considerável da sociedade, inclusive dos cidadãos espíritas, com essas mazelas inaceitáveis.

    Não podemos esquecer que vivemos num mundo de provas e expiações, onde habitam espíritos cujo estágio evolutivo ainda é marcado pelo predomínio do orgulho, do egoísmo e de outras paixões. A vida em sociedade dá a oportunidade de crescimento para cada individuo. Temos livre-arbítrio para tomar as decisões que achamos mais adequadas em cada circunstância e arcamos com as consequências delas advindas. Somos livres para errar ou acertar.

    A visão espírita nos traz muita esperança no futuro, mas também uma enorme responsabilidade: afinal, o progresso da sociedade depende de uma postura ativa de cada cidadão para que haja a predominância do bem e a implementaçao de uma nova hegemonia, reflexo do adiantamento intelectual e moral da sociedade.


    REFORMA POLÍTICA

    Nosso país precisará enfrentar com urgência uma ampla reforma política que modifique o sistema político, eleitoral e partidário. Defendo que diversas medidas sejam adotadas: o financiamento público e a proibição do uso de recursos privados nas campanhas eleitorais; o estabelecimento do voto em lista pré-ordenada; a revisão do papel do Senado; a correção das distorções do pacto federativo na representação parlamentar; a convocação de plebiscitos para decidir questões de grande alcance nacional; o fim da reeleição para todos os cargos majoritários a partir das próximas eleições; a proibição do exercício de mais de três mandatos consecutivos no mesmo cargo; o Orçamento Participativo e a simplificação das formalidades para proposição de iniciativas populares legislativas, dentre outras medidas.

    A reforma política não pode ser um debate restrito ao Congresso Nacional, que já demonstrou ser incapaz de aprovar medidas que prejudiquem os interesses estabelecidos dos seus integrantes. A sociedade precisa enfrentar esse debate e desencadear uma campanha pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte exclusiva para realizar a reforma política, com mandatos eleitos especificamente para promover a reforma das instituições políticas do Estado nacional.

    O ESPÍRITA E A CIDADANIA


    A visão de mundo a partir da filosofia espírita delega ao homem o papel de sujeito, de protagonista de sua própria história, responsável pelo que é e pelas circunstâncias em que se encontra. E mais: delega ao próprio homem o papel de construtor de seu destino, de seu futuro, tanto numa perspectiva individual como societária. Permite-nos vislumbrar, a partir da perspectiva imortalista e evolucionista (não determinística, mas sim, dialética), um novo comportamento pessoal, familiar e social em busca da transformação da sociedade através de formas mais fraternas e justas de convivência.

    A filosofia espírita requer que estejamos integrados com a vida, para alcançarmos a transformação que os novos tempos requerem. Como afirma o escritor espírita venezuelano Jon Aizpúrua: “o espiritismo não se reduz à fria experimentação de laboratório. O científico e o filosófico se projetam no ético e no moral...”. Daí a necessidade de participar ativamente do processo de aperfeiçoamento da sociedade, do qual a política é um dos dispositivos disponíveis.

    Devemos agir de forma coerente com os princípios éticos decorrentes da filosofia espírita. A concepção espírita fundamenta-se nas leis naturais que regem o universo e indicam o que o homem deve fazer para ser feliz. A lei (divina ou natural, segundo Kardec) está inscrita em nossa consciência.

    O instrumento para distinguir o bem e o mal, segundo a visão espírita, é o uso da inteligência. Ela permite o discernimento, mediado pela vontade, que se mobiliza no sentido de fazer o bem, o máximo de amor capaz de estabelecer novos patamares de relação entre os seres humanos e impor um novo status evolutivo para a humanidade. Se efetivamente praticados e perseguidos obstinadamente, a liberdade, a fraternidade, a solidariedade e a justiça social podem propiciar uma existência profícua, que coloque todo o potencial intelectivo do homem e o direcionamento de suas ações a serviço do progresso.


    AS DESIGUALDADES SOCIAIS


    Desde a Revolução Francesa deseja-se a felicidade na terra e não só no céu: igualdade, liberdade e fraternidade. O resgate destes princípios passa pela promoção da cidadania e a participação política. Não é possível mudar o mundo sem tomar partido ao lado dos sofredores, contra qualquer ordem de injustiça e tirania.

    Os espíritos foram claros quando responderam a Kardec sobre a origem das desigualdades sociais. Não são obras de Deus. Traduzem o grau de adiantamento da sociedade. Segundo o filósofo espírita Herculano Pires, somos co-construtores do Universo. Ou assumimos o papel de protagonistas do nosso destino ou não veremos tão cedo o “reino” de justiça, igualdade, fraternidade e felicidade que tanto almejamos. Não cabe, portanto, uma posição de indiferença.

    Compreender as limitações alheias ou perdoar os nossos inimigos não pode ser confundido com alienação ou perda da capacidade de indignação com o sofrimento, a dor e a injustiça. A melhor maneira de exercer a solidariedade e a caridade é lutando pelo direito de todos a uma vida digna. Isso exige, entre outras coisas, um enorme compromisso com o aperfeiçoamento de nosso sistema político, o que só ocorrerá com a efetiva participação de cada cidadão.

    Nossa capacidade de alterar o destino das coisas é diretamente proporcional ao quanto nos esforçamos e trabalhamos para que isto de fato ocorra.

    O VOTO E A LIDERANÇA POLÍTICA


    “Cada povo tem o líder que merece” é uma frase que simplifica um tema de enorme complexidade. É inegável a interferência do poder econômico, a influência das elites e o complexo jogo de interesses que se expressam nas relações de poder.

    Segundo Allan Kardec, chegará o dia em que o poder será exercido por uma aristocracia intelecto-moral. Para ele, o desenvolvimento intelectual sem o guia dos princípios morais pode ter consequências desastrosas para a humanidade. Por outro lado, a simples moralidade pode não ter capacidade de dar conta dos desafios de organizar e dirigir o Estado.

    A união da inteligência e da moralidade que Allan Kardec visualizou vai liderar o desenvolvimento e o governo de nossa sociedade no futuro. Atingir esse patamar é nossa responsabilidade e será fruto do nosso esforço individual e coletivo.

    Este ano elegemos o presidente, governadores, senadores e deputados nas esferas federal e estadual. No caso do poder legislativo é preciso entender como funciona o voto proporcional. Esse sistema eleitoral contribui para garantir a representatividade dos cidadãos porque o voto dado a um candidato menos votado ajuda a eleger outro candidato do mesmo partido. Em tese, os membros de cada partido deveriam ter o mesmo ideário político. É de se esperar que todos os candidatos de um mesmo partido se identifiquem com o projeto do partido. Porém, quando o partido se transforma em simples legenda eleitoral, sem coerência partidária, o nosso voto pode sim eleger pessoas indesejáveis. Havendo coerência partidária, não há “voto perdido” em eleições proporcionais (exceto quando o partido não alcança o quociente eleitoral).

    O sistema eleitoral pode distorcer a representatividade ao facilitar a eleição de políticos profissionais que estimulem a candidatura de pessoas desinformadas, artistas, jogadores de futebol e outras personalidades famosas somente para acrescentarem votos ao seu partido. Tais políticos induzem as pessoas famosas a se candidatarem porque elas trazem votos sem, contudo, colocarem em risco o seu favoritismo. Em geral, a campanha não destaca o partido, e sim sua vida pessoal e familiar, sua participação em igrejas e movimentos sociais, sua honestidade pessoal e outros temas alheios à política. Sem entender bem o funcionamento do sistema eleitoral é impossível saber qual será o destino do nosso voto.

    Voto para deputado não se “perde”, porque conta para o partido. Por isso, é preciso informar-se sobre os outros candidatos lançados pelo partido do candidato em quem desejamos votar. Isso é tão ou mais importante quanto informar-se sobre as qualidades do próprio candidato e sua capacidade para o exercício de cargo político, porque o voto vai primeiro para o partido e só depois para o candidato.

    E sempre bom lembrar que a participação política e cidadã não termina com o voto, no dia da eleição. Ela prossegue durante todos os dias, no acompanhamento dos eleitos, na luta pelas melhorias em nossas comunidades, na exigência da ética na política. O exercício da política, com responsabilidade, faz parte da vivência espírita.


    FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É?

    FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É? - hereditariedade moral



    Freqüentemente, os pais transmitem aos filhos a parecença física. Transmitirão também alguma parecença moral?
    Resp.: Não, que diferentes são as almas ou Espíritos de uns e outros. O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consangüinidade. (questão 207).

    Vários provérbios ressaltam a idéia de que os filhos reproduzem defeitos e qualidades dos pais:
    Tal pai, tal filho; Filho de peixe, peixinho é; Quem sai aos seus não regenera . . .
    Bem, depende do ângulo em que observamos o assunto. Quanto à estrutura física é notório que funciona a hereditariedade. Filha de pais obesos dificilmente será manequim. Filho de pais magérrimos terá poucas chances de ser lutador de sumô.
    É necessário recordar sempre, no estudo da reencarnação, que o Espírito subordina-se às possibilidades do corpo que lhe serve às experiências humanas. Um gênio da Espiritualidade terá imensas dificuldades em mobilizar seu potencial num corpo subnutrido desde a gestação.
    Isto é claramente demonstrado nas experiências com adoção. Filho de favelados humildes, paupérrimos, é adotado por família rica, ainda recém-nascido. Recebe desde logo o que há de melhor em nutrição e cuidados médicos. O confronto deste bebê, na idade adulta, com um irmão que permaneceu na favela, revelará sensível diferença em favor do primeiro.
    O mesmo não se pode dizer quanto à moral.
    Não herdamos a bondade ou a maldade, o altruísmo ou o egoísmo, o vício ou a virtude de nossos pais. Estes valores não estão impressos nos genes, nem se condicionam à estrutura ou desenvolvimento do corpo físico. Constituem patrimônio do Espírito. Os pais geram um corpo físico, o espírito que irá vincular-se a este corpo tem sua história á parte.
    Há, sem dúvida, a influência do meio. A criança é sensível aos exemplos que recebem ao pressionamento do ambiente em que vive. Mas é uma influência relativa, mesmo porque a evolução moral opera-se de dentro para fora, a partir da disposição íntima do indivíduo em lutar contra suas imperfeições e deficiências. Por isso os filhos revelam suas próprias características, eminentemente pessoais, sua maneira de ser, não raro em oposição ao lugar em que vivem e aos estímulos que recebem. A melhor demonstração disso está no próprio lar. Numa família de cinco filhos, com os mesmos pais, o mesmo ambiente, os mesmos cuidados, sob as mesmas condições, são todos diferentes entre si, como os dedos da mão. Há um carinhoso; outro que é muito agressivo; Há o que não gosta de mentir; outro que se destaca por ser amigo do engodo; Há o fascinado por sons estridentes; outro que prefere música suave; Há o ávido por aventuras amorosas; outro extremamente comedido no relacionamento afetivo. A moral, portanto é a carteira de identidade do Espírito, dando-nos conta de que ele é filho de si mesmo, de seus patrimônios íntimos, de suas experiências pretéritas, revelando-nos o estágio de evolução em que se encontra.
    Quando há uma família onde pais e filhos tem comportamento imoral, sempre dispostos a lesar o semelhante, costumamos ouvir:
    - É tudo farinha do mesmo saco.
    Realmente, isto pode acontecer, não por herança moral ou mera influência ambiente, mas por afinidade. Uma família de bandidos é constituída por Espíritos que tem essa tendência. Uma família de gente honesta e digna integra Espíritos do mesmo porte.
    Há, ainda, a “ovelha negra”, um filho degenerado, de comportamento inconseqüente e vicioso, no seio de uma família ajustada. Espírito atrasado que foi acolhido com o propósito de ser ajudado em seu aprendizado.
    O inverso também acontece: “ovelha branca” entre marginais. Espírito evoluído numa tarefa sacrificial em favor dos familiares.
    Algo semelhante ocorre em relação à vocação, ponta visível de nosso universo íntimo, sem subordinação a fatores hereditários ou ambientes. Desde a mais tenra infância a criança revela tendências e habilidades relacionadas com determinada atividade que, não raro, surpreendem os adultos. Se houvesse uma escola para os pais uma disciplina seria indispensável: como ajudar os filhos a seguir suas inclinações, no indispensável casamento entre vocação e profissão.
    Quando isto não ocorre, temos verdadeiros desastres: Maus médicos que seriam excelentes fazendeiros; Maus advogados que seriam ótimos músicos; Maus administradores que se dariam bem melhor como operários.
    Como vemos, os filhos trazem suas próprias aptidões e senso moral. Podemos e devemos auxiliá-los a desenvolver para o Bem esses valores. Para isso estão junto de nós.
    Consideremos, contudo, que chegará o momento em que seguirão seus caminhos. Então, aprenderão com seus próprios erros e crescerão com seus próprios acertos.

    A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais.

    A força do Espiritismo


    A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou pela altura do domo das casas espíritas; sua força vem do nosso exemplo.

    Certa vez, em um jornal espírita da década de 90, lemos a seguinte frase de um articulista: “(...) perdemos a grande oportunidade de eleger fulano como deputado federal e mostrar a força do Espiritismo”.
    Será que essa é realmente a força do Espiritismo? Será que o Espiritismo, como religião, precisa de representantes na estrutura da República?
    Essa questão sempre volta à baila em períodos eleitorais, quando recebemos emails ou vemos peças de publicidade de candidatos que exaltam essa condição, na busca de ampliar a sua base de eleitores por uma afinidade religiosa. Além de procurar no público espírita seus eleitores, alguns, por vezes, se arriscam a se proclamar representantes do Espiritismo no plano político. Essa situação não é das mais simples e implica diversas questões.
    Quando falamos de candidatos espíritas, pensamos logo em situações em que a imagem e o bom nome do Espiritismo não sejam afetados, caso um candidato dito "dos espíritas" apareça em situações lamentáveis na mídia.
    Por outro lado, a vida política é saudável e desejável. A política está presente no nosso dia-a-dia, quando precisamos fazer escolhas, estabelecer consensos, negociar, ceder, em prol de um bem maior. O espírita não pode ser um alienado, ele é um "homem do mundo" – de nada adianta viver os nossos dias pensando apenas nos sofrimentos ou consolações futuras.
    Em tempos recentes vivemos recheando nossas Casas Espíritas com eventos grandiosos de autoajuda, shows artísticos, badaladas palestras e novidades literárias. Queremos descobrir o que fomos no passado, mas abdicamos de fazer o bem no presente.

    Os espíritas não podem esquecer que são também cidadãos, homens com deveres diante da questão social.

    Fazer o bem é se ligar às questões sociais, ao coletivo! Nesse sentido, não devemos ser omissos. Precisamos estar engajados nas lutas sociais, nas questões da coletividade, na busca do bem comum.
    Como diria Bezerra de Menezes, que, aliás, foi deputado antes de presidir a Federação Espírita Brasileira: “(...) para nós, a política é a ciência de criar o bem de todos. E nesse princípio, nos firmaremos”.
    E nesse campo também é possível fazer o bem! A política também é sementeira divina do plantio do progresso.
    Essa intervenção permanente do Espiritismo nos problemas do mundo se apresenta bem em A Gênese, quando Kardec assevera: “(...) o Espiritismo trabalha com educação. Esta é a base da própria Doutrina, pois, para praticá-la, temos de nos educar. E a educação tem um conteúdo extremamente político, pois muda
    nossa forma de ver o mundo e de agir nele”. Reafirma-se aí a necessidade de os espíritas não esquecerem que são também cidadãos, homens do seu tempo, com deveres diante da questão social.
    A necessidade de nossa participação na vida social é, no entanto, diferente da situação de apresentar-se com a credencial "espírita" para pedir votos. “O Espiritismo se liga a todos os campos das atividades humanas, não para entranhar-se neles, mas para iluminá-los com as luzes do Espírito. Servir o mundo através de Deus é sua função e não servir a Deus através do mundo”, reitera Kardec na mesma obra já citada.

    Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”

    Em face disso, se quisermos pleitear a ocupação de um cargo público eletivo, devemos nos isentar de associar essa cruzada político-social aos papéis desempenhados no movimento espírita, e, como disse Kardec, iluminar nossa jornada política com o Espiritismo e não o Espiritismo com a nossa jornada política. Essa é a diferença entre ser um espírita-candidato e ser um candidato-espírita.
    Quanto aos eleitores, nos parece bastante razoável que cada um escolha aqueles projetos que, de acordo com seu foro íntimo, atendam de maneira mais adequada às necessidades de sua coletividade. E, com base nesses, escolha seus candidatos, independentemente das crenças que esses professem. Para isso existem partidos políticos, para congregar nossas ideias no campo político! Existem várias formas de se obter espaço, prestígio ou força para defender nossos princípios, que não seja a opção de destacarmos, dentre um numeroso grupo de espíritas, um representante para disputar um cargo eletivo.
    A César o que é de César! O Estado é laico!
    Essa foi uma grande luta desse país e constitui a base da democracia. Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”. Isso pode redundar em situações-limite de pedidos de votos em reuniões públicas, ou ainda, intervenções na opinião política dos frequentadores da casa espírita, ambas as situações que na nossa visão seriam eticamente inconcebíveis.
    A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou mesmo pela altura do domo das casas espíritas. A força vem do exemplo e da difícil tarefa de se fazer a reforma íntima para a construção do homem de bem. Esse é o nosso desafio!

    Não devemos votar em alguém pelo simples fato de ele trazer em seu currículo a condição de espírita.

    Para isso não conseguimos vislumbrar, sinceramente, a necessidade de se ter um representante do segmento espírita em qualquer órgão legislativo ou do Executivo, como situação que ajude a promover a renovação na busca do homem de bem.
    Somos espíritas e cidadãos, o que não são coisas excludentes. Queremos, sim, pela nossa ação, povoar de homens de bem as instâncias decisórias, sejam eles espíritas ou não.
    O grande risco dessas situações, em um país com muitos espíritas como o nosso, com um número maior ainda de simpatizantes, é o oportunismo de se aproveitar o bom nome que goza o Espiritismo para carrear votos e a promoção pessoal no período eleitoral.
    A questão da representatividade é de mão dupla. O candidato representa o Espiritismo, mas o Espiritismo é representado por sua conduta como político. Se ele se arvora em se proclamar representante da Doutrina, acaba com sua imagem representando-a para quem o ouve, mesmo que o movimento espírita disso não se dê conta.
    A decisão de alguém de se candidatar é um direito individual que deve ser respeitado. A participação política deve ser uma consciência, sob pena de nos tornarmos analfabetos políticos, como bem preconizava Bertolt Brecht. Mas não devemos depositar nosso voto pela simples razão de o panfleto do candidato trazer, como currículo, o fato de ser espírita, doutrinador, orador ou congênere.
    O voto deve ser dado pela história de cada um, pelas suas propostas e pelo seu alinhamento na esfera política. Se o votado for espírita, ou não, isso pouco deve importar nesse contexto.

    Marcus Vinicius de Azevedo Braga é pedagogo e um dos articulistas desta revista ( Consolador ) e de diversos periódicos. Paulo de Tarso Lyra é jornalista e articulista espírita.

    quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

    Eu Olho Para Você

    Ao me deitar

    O céu me ouve agora
    Estou perdida sem uma causa
    Depois de me dar por inteira


    As tempestades de Inverno vieram
    E escureceram meu sol
    Depois de tudo que passei
    A quem posso me voltar?


    (RefRão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção, eu olho você


    (Verso 2)
    A ponto de perder minha respiração
    Não há mais porque lutar
    Não há mais pensamentos de se reerguer
    Procurando por aquela porta aberta


    E cada caminho que tomei
    Levou-me ao desgosto
    E não sei se vou conseguir
    Nada a fazer senão levantar a minha cabeça


    (Refrão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção
    Eu olho para você


    (Coro)
    O meu amor foi todo destruído (oh Senhor)
    As minhas paredes caíram sobre mim (se desfazendo)
    Caindo sobre mim (a chuva está caindo)
    A chuva está caindo (hoo!)
    A derrota está chamando (me liberte)
    Preciso de você para me libertar


    Leve-me para longe da batalha
    Preciso de você para brilhar sobre mim


    (Refrão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção
    Eu olho para você


    Eu olho para você
    Eu olho para você...

    I will always love you live 1994 - Whitney Houston (subtítulos en español)





    MINHA GRANDE DIVA

     Whitney Houston 

    O GRANDE ADEUS DE Whitney Houston


    Cerraste os olhos dos entes amados, orvalhando-lhes o rosto inerte com as lágrimas que te corriam da ternura despedaçada, e inquiriste, sem palavras, para onde se dirigiam no grande silêncio.
    Disseste adeus, procurando debalde aquecer-lhes as mãos frias, desfalecentes nas tuas, e colaste neles o ouvido atento, no peito hirto, indagando do coração prostrado a razão porque parou de bater.
    Entretanto, o vaso impassível nada pode informar, quanto à destinação do perfume.

    Ergue as antenas da prece, no santuário da tua alma, e perceberás o verbo inarticulado dos que partiram...
    Saberá, então, que te comungam a dor, estendendo-te as mãos ansiosas. Arrojados à vida nova, querem dizer-te que ressurgiram. Extasiados, perante o sol que a imortalidade lhes apresenta, suspiram por transfundir a saudade e o amor, no cálice da esperança, para que não desfaleças.

    Libertos do cárcere em que ainda te encontras, rogam-te a paz e conformação, para que possam, enfim, demandar a renascente manhã que lhes acena dos cimos...

    Não lhes craves nos ombros a cruz da aflição, nem lhes turves a mente, no nevoeiro de pranto que te verte da angústia.
    Honra-lhes a memória, abraçando os deveres que te legaram, e ajuda-os para que avancem com a tua benção, de modo a te prepararem lugar, na pátria comum, em que todos nos reuniremos um dia.

    São agora companheiros que te pedem fidelidade e consolo para que te confortem, à maneira da árvore que solicita a rega da fonte a fim de preservá-la contra a secura.

    Ante o fel da separação, trabalha com paciência e confia neles!...E quando a agonia da suposta distância te constrinja os refolhos do espírito, deixa que eles próprios te falem ao pensamento, sob a luz da oração.

    Eu Olho Para Você

    Ao me deitar
    O céu me ouve agora
    Estou perdida sem uma causa
    Depois de me dar por inteira


    As tempestades de Inverno vieram
    E escureceram meu sol
    Depois de tudo que passei
    A quem posso me voltar?


    (RefRão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção, eu olho você


    (Verso 2)
    A ponto de perder minha respiração
    Não há mais porque lutar
    Não há mais pensamentos de se reerguer
    Procurando por aquela porta aberta


    E cada caminho que tomei
    Levou-me ao desgosto
    E não sei se vou conseguir
    Nada a fazer senão levantar a minha cabeça


    (Refrão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção
    Eu olho para você


    (Coro)
    O meu amor foi todo destruído (oh Senhor)
    As minhas paredes caíram sobre mim (se desfazendo)
    Caindo sobre mim (a chuva está caindo)
    A chuva está caindo (hoo!)
    A derrota está chamando (me liberte)
    Preciso de você para me libertar


    Leve-me para longe da batalha
    Preciso de você para brilhar sobre mim


    (Refrão)
    Eu olho para você
    Eu olho para você
    Depois que toda a minha força se foi
    Em você posso ser forte


    Eu olho para você
    Eu olho para você
    E quando as melodias se foram
    Em você ouço uma canção
    Eu olho para você


    Eu olho para você
    Eu olho para você...

    quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


    UM SONHO DE  Whitney Houston QUANDO CRIANÇA.

      De casinha, de boneca...
    De menina bem sapeca
    A brincar de esconder.
    Na pequenina cidade
    Onde a responsabilidade
    Era somente viver.


    Ser cantora, bailarina...
    Era o sonho da menina
    Que crescia sem sofrer.
    A praça, o coreto, o realejo...
    E apenas um desejo
    De bem depressa crescer.

    Cantigas de roda a cantar
    Da briga do cravo e a rosa
    (Será que as brigas findaram
    Será que enfim se casaram
    E tiveram mil cravinhos
    e também tantas rosinhas?)
    De querer ser um peixinho
    Do fundo do mar te tirar
    E contigo me casar.

    Memórias de um tempo perdido
    Porém nunca esquecido
    Por ter sonhado... E vivido!

    maricell17.jpg (12665 bytes)
    Adolescer

    Paisagens da vida a mudar...
    Querer ser mulher, namorar...
    O garoto da esquina.
    O banco da praça, o cinema...
    Decorar o teorema...
    Pra, à noite, poder sair.
    Voltar para casa bem cedo...
    Mesmo assim, com muito medo,
    Do pai, o namoro, descobrir.
    O primeiro bolero dançado
    O beijo, que foi roubado...
    Viver... Amar... E sorrir!



    Adulta ser

    São muitos ainda, os sonhos
    Ainda há belas paisagens...
    Há passeios, há viagens...
    Mas há  um mundo tristonho...
    Dentro deste existir.
    Há tanta responsabilidade...
    Da  infância há a saudade...
    Que teima em sempre aqui vir.

    Há o amor encontrado...
    Os filhos no quarto ao lado...
    A vida é quase poesia..

    Um dia, há o desalento...
    E os sonhos se vão com o vento...
    Mergulham no escuro do mar...
    Da felicidade que havia...
    Não fica nem a poesia...
    Nem poentes, nem auroras...
    Tudo foi jogado fora...
    Tudo esvaeceu no ar.


    Hoje ser

     Crença de novo na vida...
    paisagens desconhecidas...
    Volto outra vez a buscar...
    Em mares e céus... em  encantos...
    Enxugo este meu pranto...
    Posso de novo amar.

     Voltarei a navegar...
    Pelo céu e pelo mar...
    Em paisagens, em viagens...
    Dos meus sonhos de menina...
    Mesmo sem ser cantora,
    Ou atriz, ou bailarina...
    Posso de novo viver
    E voltar a ser feliz.
    SIMPLESMENTE SAUDADE ...

    Whitney Houston




    Quando pelas manhãs me debruço à janela do apartamento, olhar vazio no horizonte, buscando não sei o que me vem sempre imagens do passado, e as lembranças de tudo que um dia marcou minha vida.

    Dizem que a alma nós não a enxergamos e que nem existe, é porque ainda não viveram um grande amor e que deixasse marcas profundas;

    Meu olhar fitando o infinito reflete em minh´alma todas as lembranças e passagens daquilo que vivi um dia. Lembranças do primeiro amor, dos amigos de infância, lembranças de tantas pessoas que passaram pela minha vida.

    Depois de tantos anos, olhando para o vazio e com o pensamento perdido na imensidão do infinito, minh´alma como um espelho reflete como se o passado agora eu estivesse vivendo ainda, e todas imagens de minhas lembranças vislumbram no espelho da alma o que viveu ontem, mesmo decorridos muitos anos.

    Quando o adeus chega para tudo àquilo que marcou nossa vida, algum dia voltará como uma imagem ou um vídeo, os amigos de faculdade que desapareceram, os amigos de jogar bola na rua que sumiram e o amor que o tempo apagou e que desapareceu deixando um vazio enorme em nosso interior.

    E por mais e mais que tenhamos tido contatos na infância, na escola, e mesmo em nosso relacionamento, eles serão como uma flor que precisa ser regada todos os dias, do contrário irá murchar e morrer.

    E, quando esse contato desaparecer com o tempo, as lembranças serão eternas em nosso coração, mas infelizmente o tempo se encarregará de apagar todas as mágoas, todas as tristezas e estancará as lágrimas do que foi um grande amor.

    Assim, quando isso ocorre, nossos contatos irão se tornando cada vez mais raros, então, até que finalmente não nos falaremos mais e tudo se perderá no tempo, ficará em nossa memória apenas uma vaga lembrança do que vivemos um dia e restará apenas a saudade.

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