O GRANDE ADEUS DE Whitney Houston
Cerraste os olhos dos entes amados, orvalhando-lhes o rosto inerte com
as lágrimas que te corriam da ternura despedaçada, e inquiriste, sem
palavras, para onde se dirigiam no grande silêncio.
Disseste adeus,
procurando debalde aquecer-lhes as mãos frias, desfalecentes nas tuas, e
colaste neles o ouvido atento, no peito hirto, indagando do coração
prostrado a razão porque parou de bater.
Entretanto, o vaso impassível nada pode informar, quanto à destinação do perfume.
Ergue as antenas da prece, no santuário da tua alma, e perceberás o verbo inarticulado dos que partiram...
Saberá, então, que te comungam a dor, estendendo-te as mãos ansiosas.
Arrojados à vida nova, querem dizer-te que ressurgiram. Extasiados,
perante o sol que a imortalidade lhes apresenta, suspiram por
transfundir a saudade e o amor, no cálice da esperança, para que não
desfaleças.
Libertos do cárcere em que ainda te encontras,
rogam-te a paz e conformação, para que possam, enfim, demandar a
renascente manhã que lhes acena dos cimos...
Não lhes craves nos ombros a cruz da aflição, nem lhes turves a mente, no nevoeiro de pranto que te verte da angústia.
Honra-lhes a memória, abraçando os deveres que te legaram, e ajuda-os
para que avancem com a tua benção, de modo a te prepararem lugar, na
pátria comum, em que todos nos reuniremos um dia.
São agora
companheiros que te pedem fidelidade e consolo para que te confortem, à
maneira da árvore que solicita a rega da fonte a fim de preservá-la
contra a secura.
Ante o fel da separação, trabalha com
paciência e confia neles!...E quando a agonia da suposta distância te
constrinja os refolhos do espírito, deixa que eles próprios te falem ao
pensamento, sob a luz da oração.
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