Artigo
A DOUTRINA ESPÍRITA E A CORRUPÇÃO NA POLÍTICA.
Há alguns meses havíamos conclamado a participação dos espíritas no
movimento de combate à corrupção na Política Brasileira. A reação dos
espíritas, embora acanhada, foi prestada. Hoje, aqueles que aderiram ao
movimento já podem se sentir compensados. O projeto que proíbe políticos
de ficha suja se candidatarem está em trâmite final no nosso Congresso.
Para comemorar esse avanço com a participação vamos relembrar a nossa conclamação abaixo.
Estamos apoiando o movimento de combate à corrupção política.
Precisamos, em todo o Brasil, de 1.500.000 assinaturas de eleitores para
aprovar um projeto de lei de iniciativa particular que proíbe a
candidatura de políticos com fichas sujas. Por isso solicitamos sua
adesão.
Existe, no movimento espírita brasileiro, um mito de
que a participação política é contrária aos princípios da doutrina.
Buscamos nas obras básicas alguns subsídios que possam levar o espírita a
decidir pela assinatura ou não da lista que lhe será apresentada.
A obra matriz da Doutrina dos Espíritos é O Livro dos Espíritos. (Nele
encontramos na questão 781 a): “O que pensar dos homens que tentam deter
a marcha do progresso e fazem com que a humanidade retroceda? - Pobres
seres; . Serão arrastados pela torrente que pretendem deter.”.
Outra amarra que o movimento espírita, às vezes endossa, é o rigorismo
na interpretação da parábola evangélica; não julgueis para não serdes
julgados. Procuramos nas obras básicas um antídoto contra esse rigorismo
e fomos encontrá-lo no O Evangelho Segundo do Espiritismo. A citação
está escrita no capítulo XX, item 21: “Há casos nos quais é útil revelar
o mal do outro? Essa questão é muito delicada, e aqui é preciso fazer
um chamado à caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa
só a ela prejudicam, não há utilidade alguma em fazê-las conhecidas.
Mas se elas podem causar prejuízo a outros, é preferível o interesse da
maioria ao interesse de um só. Segundo as circunstâncias, desmascarar a
hipocrisia e a mentira pode ser um dever; pois antes caia um homem que
vários sejam feitos suas vítimas ou logrados por ele. Nesse caso, é
preciso pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes (São Luiz.
Paris, 1860).” A questão acima se aplica, inteiramente, aos políticos de
fichas sujas, que tentam se reeleger para beneficiar-se do fórum
privilegiado, onde, geralmente, não são condenados. Não poderia ser
diferente, pois a doutrina não aceita rigorismo ou fanatismo e, sim a
coerência com o bem, com o progresso e com melhores caminhos para um
futuro redentor, sem fugir à justiça.
Num recente opúsculo –
Atitudes de Amor - o espírito Bezerra de Menezes conclama as entidades
espíritas a participarem das questões sociais da comunidade. Esta
questão social da corrupção na política é urgente, uma vez que, se nos
livrarmos dos políticos corruptos estaremos limpando a estrada de
ascensão ao mundo regenerador, apontado por São Agostino no O Evangelho
Capítulo III. O opúsculo Atitudes de Amor encontra-se, também,
transcrito no livro Seara Bendita e com algumas citações em Lírios de
Esperança, psicografados por Wanderley Soares de Oliveira.
Vamos dar nossa colaboração procurando pavimentar o caminho do futuro
redentor, procurando, aderindo ao movimento contra a corrupção na
política, eliminar a possibilidade de políticos com fichas sujas se
candidatarem.
José Carlos de Souza – Engenheiro Civil –
Especialização em Administração Pública e extensão em Meio Ambiente e
Liderança Social. – Conselheiro da Associação de Divulgação da Doutrina
Espírita.
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