HIGIENIZEMOS A CASA MENTAL
Harmonia emocional e equilíbrio
psíquico são estados d'alma que não devem ser descurados pelo homem
(espírito reencarnado) transitando num mundo inferior, onde hábitos de
higiene objetivando a saúde do corpo são realizados com o melhor dos
esmeros, em obediência às conquistas éticas em volta do asseio.
Vejamos que, com facilidade e
imediatismo, recorremos à farmacopéia quando as disposições físicas
cambaleiam e as disfunções psíquicas entram na faixa dos distúrbios
perturbadores, assim mostrando o nosso respeito e apreço pela indumentária
carnal. Não adiemos, de igual modo, a terapia evangélica que sempre haverá
de nos proporcionar a saúde espiritual.
Quando mais drástica é a saúde do
corpo, a cirurgia é chamada à extirpação de órgãos enfermos e os
transplantes deles acontecem favorecendo a continuidade da existência no
plano da carne. Por que então recear amputar do organismo moral os tumores
malignos da inveja, do egoísmo, da insensibilidade diante da dor alheia,
da violência, da busca desenfreada dos gozos sensuais...? São viroses de
alto risco que também precisam de medicação eficaz no seu combate, fixadas
em nosso campo psíquico, contaminando todos os departamentos da alma,
porque foram instaladas em vivências reencarnatórias do passado e
prosseguem sendo alimentadas pela insensatez humana.
Jamais desprezaremos o uso de
analgésicos e calmantes nas horas de aliviar as dores. Assim, também, não
deixemos de usar a oração que adormece as paixões, acalma as
intemperanças, alivia os tormentos, tonifica o ânimo, empurra para o alto
a criatura adormecida pelas ambições terrenas perecíveis. Orar é
medicar-se, minimizando angústias e reorganizando programas de trabalho no
bem.
As academias de ginástica proliferam em
todos os recantos das grandes e pequenas cidades, oferecendo aos
praticantes de ginástica terapêutica a preservação das formas físicas e a
longevidade orgânica, o que é mais do que válido e louvável. Entretanto,
não nos recusemos ao exercício da caridade como ginástica terapêutica por
demais eficaz à manutenção do nosso acervo espiritual, o qual é da nossa
competência preservar na caminhada redentora em que estamos engajados.
Nossa instrumentalidade carnal tem
direito, segundo a lei divina de Conservação, a todo recurso que a possa
conservar à disposição do Espírito para que absorva as experiências que se
fazem necessárias na vivência terrena com vistas à vida espiritual.
Todavia, a alma, no casulo da carne, requer cuidados especiais que devem e
precisam ser atendidos por nós sem postergação, sob pena de esmagarmos
mais tarde os rigores da lei de causalidade, sempre pronta a cobrar pelos
nossos desvios neste ou naquele campo de atividades.
Vejamos que os lares domésticos não
prescindem de lixeiras, canos por onde escoam detritos, a fim de que a
vida se torne agradável, boa de ser vivida. Mas, por que dispensar o uso
de depósitos de lixo e esgotos de origem moral/espiritual para neles
atirarmos os detritos morais que acalentamos em nossas casas mentais?
Façamos isto para desfrutarmos de ambiências saudáveis, sem lixos
miasmáticos mentais que não devem fazer parte de nosso cotidiano.
Conversas maledicentes, censuras
despropositadas, discussões em torno de temas vulgares, pensamentos
deprimentes fazem parte de um lixo não visto pelos olhos humanos, mas que
são uma realidade de ordem moral, cuja limpeza nos propiciará a fruição do
equilíbrio espiritual.
Reprochemos de nossos ouvidos assuntos
perturbadores que causam inquietude, conversas deprimentes que desajustam,
a descrição de cenas violentas que estimulam o desequilíbrio emocional.
Evitamos, deste modo, os lixos morais que infestam e intoxicam a nossa
mente, por se fixarem em região de difícil acesso: o inconsciente do
homem. Toda essa sujeira moral fica instalada nos painéis mentais e
costumam construir ideoplastias infelizes, condutoras que são à rebeldia,
ao relaxamento dos laços afetivos, ao desmoronamento dos casamentos, aos
conflitos entre pais e filhos...
A aparência das pessoas que carregam
habitualmente esses miasmas são fascinantes, mas por momentos. Na
realidade, a aparência vai revelando, com o tempo, sintomas profundamente
infelicitadores em qualquer situação que atue a alma que a carrega.
Preservando o Espírito, manteremos o
corpo sadio, passando ele a gozar a paz de que todos precisam.
Sempre nos é facultado encontrar a
saúde da mente que foi perdida, ao escorregarmos no lodo do erro, na fuga
aos deveres, no desrespeito ao direito alheio...
Se porventura ainda não fomos
contaminados, vamos nos poupar. De que maneira? Ouvindo JESUS, que
identificou as fraquezas humanas e, preocupando-se com elas, receitou as
súplicas contidas na oração dominical, dizendo ao Pai "que nos livre do
mal", e que "não nos deixe cair em tentação".
Em tudo e por tudo é bem mais fácil
usufruir de felicidade antes de sermos contagiados pelos vírus calamitosos
de ordem mental, dessa forma evitando as ocorrências prejudiciais.
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