terça-feira, 13 de abril de 2010

REENCARNAÇÃO E ALMAS GÊMEAS
A novela “Alma Gêmea”, da Rede Globo, tem na sua temática a reencarnação
e a questão das almas gêmeas. Quanto à reencarnação, vale esclarecer que o
Espírito, após deixar o corpo físico pela morte, normalmente não reencarna de
imediato, como deu a entender a novela. Isso porque, retornando ao mundo
espiritual, ele necessita geralmente planejar a sua nova existência, com vistas à sua
evolução. Depois disso, ao ligar-se ao óvulo fecundado no útero da mãe, o espírito
inicia sua nova reencarnação, precisando, a partir daí, de nove meses de gestação
para nascer na vida física.
Provas Científicas da Reencarnação
A reencarnação, antes de ser mera questão doutrinária, assenta seu
fundamento na palavra de Jesus e na própria Bíblia, sem falar na comprovação do
fenômeno reencarnatório pela pesquisa científica, hoje de amplo domínio público.
O Prof. Hamendra N. Banerjee, na qualidade de Diretor do Instituto Indiano de
Parapsicologia, pesquisou mais de 1.200 casos de pessoas que tinham nítidas
lembranças do que foram em vidas anteriores, ou seja, desde o local onde tinham
vivido no passado até nomes de parentes, passando por seus próprios nomes,
apelidos e fatos acontecidos com elas. Os dados foram devidamente checados por
Banerjee comprovando a reencarnação, embora tenha ele admitido que é possível
alguém recordar-se de outras vidas através de uma memória extra-cerebral. No
entanto, para nós, espíritas, essa memória, que sobrevive à morte do corpo físico e
volta a existir em outra roupagem carnal, chama-se espírito reencarnado.
Um fato observado pelo Professor Banerjee trata da reencarnação em sexos
opostos. Gnana, com três anos de idade, afirmava ter sido o menino Tiillekeratne,
que morrera aos 11 anos. Quando levada a casa em que morara na outra vida, a
menina ficou muito contente ao reconhecer a irmã e manifestou aversão ao irmão
com quem brigara pouco antes de morrer.
Marcas de Nascença
Ao pesquisar o caso das gêmeas Gillian e Jenifer Pollock, nascidas em uma
família católica na Inglaterra, Barnejee comprovou que elas na vida anterior tinham
sido as irmãs Joana, de onze anos, e Jacqueline, de sete. Elas haviam morrido de
mãos dadas, vítimas de atropelamento. Ao reencarnarem do mesmo pai e da
mesma mãe, as gêmeas começaram a falar de suas vidas passadas, inclusive
relatando com detalhes o acidente que sofreram. Este caso está relatado no livro
Vida Pretérita e Futura, fruto de 25 anos de estudos sobre a reencarnação.
O Prof. Barnejee verificou que a menina Jenifer tinha no seu corpo uma
cicatriz muito branca, idêntica a que tinha Jacqueline, a mais nova das duas
meninas mortas. Jenifer também apresentava marca de nascença de cor vermelhoescura,
do tamanho aproximado de uma moeda, situada no quadril esquerdo. A
marca era também igual em forma, tamanho, cor e localização à que Jacqueline
apresentava na encarnação passada.
Como pesquisador da reencarnação, tenho no meu arquivo todas as fotos
desses casos, e de outros investigados por Barnejee, publicados na revista “O
Cruzeiro”, de 22 de setembro de 1971, como o caso do menino Nejati, que nasceu
com a marca do ferimento de uma punhalada sofrida em outra encarnação, quando
se chamava Nagib Budak. Além disso, quando levado à casa de sua família anterior,
Nejati reconheceu parentes de sua vida passada.
No Brasil, o Delegado João Alberto Fiorini pesquisou uma jovem que se
recordava de ter sido a poetisa portuguesa Eugênia Infante da Câmara, ligada à vida
amorosa de Castro Alves. Um dos fatos que serviram como prova reencarnatória foi
à referência que o poeta fazia à mancha que Eugênia tinha no seio esquerdo,
igualmente a que apresentava, no mesmo local, a jovem brasileira.
Almas Gêmeas
Com referência ao significado da expressão “almas gêmeas” do ponto de
vista do Espiritismo, são aquelas que se buscam por uma grande afinidade, tanto
quando estão encarnadas na Terra quanto no plano espiritual. A ligação prossegue
até elas atingirem o estágio da perfeição. Portanto, a expressão “almas gêmeas” não
quer dizer “almas que foram criadas ao mesmo tempo para viverem juntas por toda a
eternidade”, pois Deus não cria almas aos pares. Convém também não confundir
almas gêmeas com metades eternas, pois isso não existe. Afinal, se um espírito
fosse a metade do outro, é lógico que, separados os dois, ambos estariam
incompletos, segundo se entende da questão 299 de O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec.
No romance histórico Há Dois Mil Anos, psicografado pelo médium Chico
Xavier, o autor espiritual Emmanuel conta a saga de sua reencarnação como o
Senador Romano Publius Lentulus, quando teve um marcante encontro com Jesus.
Na obra, encontramos a inspirada letra da música “Alma Gêmea”, cantada pelo
então Senador para sua esposa Lívia, morta na arena de um circo romano por
aceitar e vivenciar os ensinos pregados por Jesus. Aliás, ainda segundo Chico
Xavier, a ligação afetiva entre os Espíritos de Públius Lentulus e Lívia perdura até os
dias de hoje.




" Alma gêmea de minha alma...
flor de luz de minha vida....
Sublime estrela caída...
das belezas da amplidão
Quando eu errava no mundo...
triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração....
Vinhas na bênção das flores
Da divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor!!!
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança,
Como és todo meu amor!
Alma gémea de minha alma,
Se eu te perder algum dia...
Serei tua escura agonia,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus."




AMOR acaba? Continua? Como? Quando?

Alma gêmea da minh’alma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão! (…)

És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança,
Como és todo o meu amor! (…)

(Emmanuel, Há dois mil anos, Chico Xavier)

Hoje não falaremos sobre o amor universal, exemplificado por Jesus, intuído e desejado para o futuro da humanidade; analisaremos o amor entre duas almas, o que nos liga especialmente a uma pessoa.

Das definições de Amor que encontramos, a que parece estar mais de acordo com as necessidades deste estudo é:

Amor é o sentimento que indica a viva afeição
que nos impele para a pessoa
que é objeto dos nossos desejos,
numa clara inclinação da alma e do coração.

O verdadeiro amor, portanto, é aquele que sente afeição profunda, nos inclinando para uma pessoa em especial, com a qual a alma e o coração desejam compartilhar do mesmo ar, experiências e momentos. Qualquer desejo de posse, desconfiança, medo, ou exclusivamente sensual que haja no sentimento, demonstra que o amor está mesclado de paixão – ainda não se sublimou.

O AMOR ULTRAPASSA A MORTE?
Sim, o verdadeiro amor (paixão NÃO é amor) é laço incorruptível que transcende a morte. A morte é o fim da vida orgânica, nada mais que um desatar dos nós que prendem o princípio inteligente (alma) ao corpo material. Com a morte, o que somos, sentimos e pensamos permanece vivo, até mais intenso, pois já não está ofuscado pela matéria. Sendo assim, os sentimentos permanecem vivos.

HÁ VÍNCULOS DE AMOR NAS REENCARNAÇÕES E NA ETERNIDADE?
Se a alma é imortal e o amor transcende a morte, fácil é conceber que os vínculos de amor alimentado nas diversas encarnações, continuam existindo tanto na erraticidade (período vivido na espiritualidade, entre as encarnações) quanto durante a encarnação. Na vida espiritual o sentimento é pleno, consciente, sabemos quem é alvo de nosso afeto e dedicação, embora não deixemos de amar fraternalmente, infinitos outros espíritos que caminham conosco.

EXISTEM ALMAS GÊMEAS?
Não existem almas gêmeas no sentido popularmente utilizado, ou seja, duas metades que eternamente necessitam uma da outra para completar-se, que se procuram incessantemente, infelizes uma sem a outra, e sendo uma fatalidade estarem juntas um dia. Deus fez cada espírito inteiro, indivisível. No entanto podemos entender como sendo almas gêmeas, as almas que caminham juntas na imortalidade, encarnam próximas, conhecem-se, ajudam-se, compartilham, e aprendem a amar-se de forma especial. Uma e outra são inteiras, embora se amem e procurem ajudar-se. Este amor não as faz olvidar o amor fraterno e universal que todos sentiremos um dia, por toda a humanidade.

AS ALMAS QUE SE AMAM, SE ENCONTRAM EM OUTRAS VIDAS?
Havendo continuidade da vida na espiritualidade, a única permanente, e havendo a condição positiva do espírito levar consigo suas aquisições morais, de conhecimento e sentimentais, o amor que sentem é como imã que os atrai aos objetos de seu afeto, tanto na encarnação quanto na espiritualidade. A vida espiritual é de atividade construtiva, as almas que se amam procuram estudar e trabalhar juntas, ajudam-se no crescimento mútuo, os mais adiantados auxiliam os que se perderam temporariamente no caminho. Muitas encarnam juntas; outras optam por seguir o afeto que encarnou, em espírito, como “anjo de guarda”. O certo é que não se esquecem, e procuram estar por perto para mutuamente apoiarem-se.

É POSSÍVEL RECONHECER UM AMOR DE VIDAS PASSADAS?
Na espiritualidade o sentimento é claro, de uma força e suavidade que mostram o que existe entre os espíritos que o sentem. Tanto mais fácil perceber este elo afetivo, quanto mais desenvolvido moral e espiritualmente é o espírito. Já durante a encarnação, há uma limitação imposta pelo esquecimento do passado, uma vantagem que Deus nos proporcionou para que o livre-arbítrio fosse pleno em nós. Quando encarnamos esquecemos do passado, e deixamos adormecidas lembranças e sentimentos. Se duas almas que se amam se encontram, talvez não venham a perceber imediatamente a importância real de uma na vida da outra, mas sentirão empatia, simpatia ímpar e profunda, o que as faz pender para a pessoa que acabaram de conhecer na nova encarnação. O reconhecimento de um amor de milênios pode ser forte e imediato, mas em geral, para nos facilitar a vida, surge doce e suave, lenta e profundamente.

O QUE FAZER QUANDO SE REENCONTRAM COM DESTINOS JÁ DEFINIDOS?
O fato de duas almas gêmeas – no sentido que expusemos, de terem aprendido a amar-se e que se procuram para continuar juntas sua jornada – encontrarem-se na encarnação, não significa necessariamente que devam ficar juntas, enquanto a experiência terrena estiver em andamento. Há reencontros que acontecem para que formem família, exemplifiquem o sentimento, evoluindo e dando, uma à outra, força nas provas, expiações e missões que vieram cumprir. É bem comum também que afetos verdadeiros não se encontrem, que estejam, cada um, vivendo experiências com outras almas, de modo a ampliar os laços do amor fraternal. Neste caso, costumam aliviar a saudade através de visitas em espírito (sonhos).

Há ainda outra possibilidade, em geral prova bem difícil por exigir o mais amplo sentimento de resignação, coragem e amor ao próximo: duas almas encontrarem-se, reconhecerem-se, amarem-se e não poderem ficar juntas porque já estão comprometidas com outras pessoas e famílias.

E porque Deus faria isso? Deus não fez. As próprias almas pediram esta prova como exercício expiatório e prova de resistência de suas más tendências, em geral, o egoísmo.

Imaginemos…

Duas almas aprendem a se amar; almas gêmeas que se tornam, escolhem experiências que irão fazê-las evoluir. Espíritos ainda em progresso, possuem defeitos morais que estão trabalhando nas existências. Nascem juntas, separadas, na mesma família, em outras, entre amigos ou inimigos. Entre tantas vidas, numa optam por temporariamente (o que são os anos de uma encarnação perante a imortalidade?) por encarnarem separadas. Casam-se com outras pessoas, formam famílias. Mas um dia encontram-se. Reconhecem-se. O amor ressurge. Seus compromissos espirituais são logo esquecidos, desejam-se. Eles deveriam resistir à tentação de trair, de abandonar os companheiros, os filhos, os compromissos, construindo falsa felicidade sobre lágrimas alheias. No entanto cedem. Traem, abandonam, fogem… não importa. Querem ser felizes e isso lhes basta. É o EGOÍSMO e a falta de fé no futuro, que lhes dirige a ação.

Mas não há real felicidade senão a conquistada no direito e na justiça. Se vencerem a tentação de fazer o que citamos, terão no futuro o mérito de estar uma com a outra. Se se deixam arrastar pelas paixões, estarão fadadas a novos afastamentos, lições dolorosas.

Escolhem esta experiência porque a visão que têm na espiritualidade é diferente da limitada visão da encarnação. Melhor abrir temporariamente mão da presença amada, já que o afeto não se esvai na ausência, do que abrir mão de estarem juntos em várias vidas e seus intervalos. Sendo o egoísmo o único motivador (e não o amor) da escolha de ficarem juntos a qualquer preço, constrói-se sólido castelo sobre a areia das ilusões. Fatalmente ele desmoronará, e será preciso reconstruí-lo.

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