segunda-feira, 7 de junho de 2010

Portugal fala sobre os Homossexuais Brasileiros

A situação no Brasil ?está péssima? em relação aos direitos homossexuais, acusam vários intervenientes na questão, criticando sectores religiosos "que impedem avanços na legislação". ?No Brasil não se aceita nem a união estável do mesmo sexo, que seria o primeiro passo para o reconhecimento do casamento. São algumas concessões do judiciário, mas são poucos os juízes que aceitam. É uma lotaria?, disse à Lusa Sylvia Maria do Amaral. Apesar de haver alguns avanços no poder judiciário, os direitos civis de homossexuais permanecem barrados no Brasil, afirmam os especialistas consultados pela Lusa. No âmbito legislativo, não há lei federal que proíba a discriminação. ?Discriminação não é crime no Brasil?, critica Sylvia Amaral que se dedica há nove anos a defender os direitos homoafectivos. Os casos de discriminação ainda são muito frequentes, destaca a advogada, ?em várias situações e em diferentes classes sociais?. Actualmente, já é mais fácil ganhar causas na Justiça contra a homofobia, ?mas existe também um preconceito no poder Judiciário?. As indemnizações por danos morais chegam a variar de três mil a 100 mil reais (de 1.200 a 40 mil euros). Já segundo Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), o ?grande problema no Brasil são os fundamentalistas religiosos que vão contra os direitos e têm o poder de atravancar o cumprimento da cidadania plena da comunidade? gay. Na esfera federal, não há lei aprovada para as necessidades da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros), mas em 112 cidades e em 13 Estados brasileiros, já há leis que coíbem a discriminação. No Congresso Nacional, estão a tramitar dois projectos de lei para crimes de homofobia e para o reconhecimento da união estável. No poder Executivo, o representante brasileiro da comunidade LGBT destaca alguns avanços como a criação do programa nacional de combate à homofobia, o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos e a primeira Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, realizada em 2008. ?A mentalidade da sociedade ainda precisa ser educada, o que barra é a concepção tradicional que se tem de casamento?, ressalta Reis. O movimento gay tem crescido em pressão e em importância no Brasil. Em 2009, foram realizadas 189 paradas gays em várias cidades brasileiras, sendo a mais famosa na cidade de São Paulo, que reúne todos os anos milhões de pessoas na Avenida Paulista. Só a ABGLT reúne 220 organizações e movimentos do segmento gay e contribui para criar centros de referência com apoio psicológico e jurídico à comunidade. Actualmente, existem 30 centros no país. A ABGLT tornou-se em Julho de 2009 na primeira organização LGBT de um país em desenvolvimento com estatuto consultivo das Nações Unidas. Por não haver proteção específica na legislação brasileira contra a discriminação por orientação sexual e identidade de género, a ABGLT estima que 10 por cento da população brasileira, cerca de 18 milhões de pessoas, sofre diversos tipos de discriminação, como agressão verbal, violência física e assassínios. Numa sondagem feita pela Unesco entre jovens, 40 por cento dos adolescentes disseram que não gostariam de estudar numa mesma sala de aula em que estivesse um gay ou lésbica. E ainda, 60 por cento de homossexuais afirma já ter sido discriminado nas grandes capitais federais no Brasil, tendo sofrido algum tipo de discriminação na rua, no trabalho, entre amigos e, sobretudo, na família.


Parada Gay deve atrair 3,2 milhões de pessoas em SP

Maior evento do tipo no mundo acontece no próximo domingo e promete injetar R$ 190 milhões à economia do município

iG São Paulo | 04/06/2010 11:40

Foto: AE

Avenida Paulista recebe arco-íris inflável como parte da decoração para a Parada Gay

No próximo domingo, dia 6, a avenida Paulista ganhará as cores do arco-íris para receber cerca de 3,2 milhões de pessoas para a 14ª Parada do Orgulho GLBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), o maior evento do tipo no mundo.

Neste ano, a Prefeitura aumentou o investimento de R$ 600 mil para R$ 1 milhão na intenção de melhorar a segurança e infraestrutura. Tudo porque a Parada Gay é o evento que mais atrai turistas à cidade. Segundo dados do Observatório do Turismo de São Paulo, a expectativa é que os turistas deixem cerca de R$ 190 milhões no município.

“A parada é um evento inclusivo, moderno, que mostra a diversidade humana de nossa cidade e traz, com suas cores, a bandeira do respeito aos direitos humanos, junto a demais benefícios turísticos e econômicos”, considera Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads).

Voto pela diversidade

Em ano de eleição, o tema da Parada Gay é “Vote contra a Homofobia: Defenda a Cidadania”. Eles pedem que o público escolha candidatos que “defendam a causa e acreditam que os direitos devam ser garantidos”.

“Votar contra a homofobia é dizer um basta às imposições de uma classe conservadora, que defende valores arcaicos, baseados unicamente em interesses próprios e sem visão democrática”, afirma Alexandre Santos, o Xande, presidente da Associação da Parada.

Programação

A concentração para a caminhada começará às 12h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. Dali, os participantes seguirão rumo à rua da Consolação e terminarão na Praça Roosevelt. Segundo a organização, 17 trios elétrios prometem animar o percusso de 3,5 km. Ao longo da Parada, agentes distribuirão preservativos e panfletos com instruções de saúde e prevenção.

A segurança será feita por cerca de 3 mil policiais militares, além de 700 guardas civis. Uma das intenções da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para evitar incidentes é coibir o consumo excessivo de álcool pelo público. “É impossível proibir o álcool, mas pretendemos bloquear o acesso dos vendedores à Parada. Iremos fiscalizar o comércio irregular e estar em todo percurso para garantir que esta atividade, que é pacífica, ocorra sem nenhum problema grave”, afirma Gevanildo de Souza, inspetor da GCM.

A polícia orienta que todos os pais coloquem identificação nas crianças. Aqueles que forem vistos com objetos pontiagudos ou cortantes, como garrafas ou até mesmo sombrinhas, terão os itens apreendidos. A PM afirma que terá um grupo de policiais bilíngues para atender turistas ingleses, franceses e espanhóis. Eles estarão indentificados com bandeiras dos países.

Quinze caçambas de lixo estarão espalhadas pelo percurso na tentativa de impedir o acúmulo de lixo pelas ruas. A idéia dos organizadores é fazer uma “Parada ecologicamente mais correta”. Outros 900 banheiros públicos, sendo 70 para portadores de deficiência física, estarão pelo trajeto.

Trânsito

Por conta da Parada, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) irá realizar bloqueios no trânsito da região. A interdição na avenida Paulista começará às 10h, em ambos o sentidos, entre a Alameda Joaquim Eugenio de Lima e rua Peixoto Gomide. Depois das 11h, a interdição se estenderá até a rua da Consolação. Depois das 12h, com o início do evento, serão realizados os seguinte bloqueios:

• Rua da Consolação, em ambos os sentidos, entre as avenidas Paulista e a Ipiranga;
• Rua da Consolação, sentido Centro, pista da esquerda, entre as avenidas Ipiranga e São Luis;
• Rua Rego Freitas, entre as ruas da Consolação e a Major Sertório;
• Avenida Ipiranga, entre a Rua da Consolação e a Avenida São Luís




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