terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que é ser pai?


Hoje as mulheres executam muitas tarefas que antigamente eram exclusivas do homem - chefe da família. A evolução das técnicas nos trazem os bebês gerados em proveta, os óvulos fecundados fora do corpo, a possibilidade de escolha do tipo genético, do sexo da criança a ser gerada. Será o pai importante? Ou será que a mulher é suficiente para o desenvolvimento da criança? Durante muitos anos, estudos do desenvolvimento da personalidade fixaram-se na relação mãe-filho. No entanto, o aprofundamento dos estudos psicológicos dos desvios da personalidade mostraram que o pai participa de forma completa na organização ou desorganização da personalidade do filho. Ser pai, portanto, é participar de forma efetiva desde a concepção, tendo como elemento fundamental o Amor. Amor manifestado e cultivado, através do toque, da carícia, da presença e do exemplo positivo. A pergunta 582 de O Livro dos Espíritos nos diz o seguinte: Pode-se considerar a paternidade como uma missão? É, sem contradita, uma missão; é ao mesmo tempo um dever muito grande e que obriga, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade pelo futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais para que estes o dirijam na organização frágil e delicada que o torna acessível a todas as impressões.... Para melhor entendermos a missão da paternidade, vamos analisar cinco atributos que contribuem para o seu bom desempenho: 1. Equilibrar as relações entre mãe e filho O amadurecimento harmônico das relações mãe-filho ocorre com a presença do pai. É uma aptidão do pai iniciar a relação triádica (mãe-filho-pai) encontrando o justo lugar entre mãe e filho, regulando sua distância e respeitando a ambos. Afastar-se demais da mulher ou ama-la insuficientemente é submetê-la a uma situação de insegurança; ela poderá acercar-se demais do filho como compensação. Exigir exclusividade da mulher é repelir a criança, privando-a da afeição materna e presença paterna. Estar muito próximo do bebê/criança pode ser uma forma de compensação por desequilíbrio no relacionamento do casal. Afastar-se do bebê/criança pode ser uma forma de eliminá-la (o) como um rival na competição pelo amor da mãe. O pai tem o papel de equilibrador emocional pois a mãe é muito sensível e o bebê dependente. 2. Dar condições para a criança perceber-se como ser autônomo. A presença do pai provoca a passagem da estreita relação mãe-filho, de natureza biológica natural para uma relação triangular de natureza social. É o pai, com sua presença, que representará o corte do cordão umbilical psicológico da criança com a mãe. Isso contribui para que a criança inicie o processo de socialização como ser único, independente da mãe.3. Introduzir a criança no mundo do conhecimento. O pai é o primeiro outro percebido pela criança como personagem fora da mãe. Como ele se introduz na vida do filho, inaugura assim o mundo do conhecimento e prepara a criança para as relações sócio-culturais. 4. Introduzir a criança no mundo da autoridade. Ao regular a distância nas relações mãe-filho, o pai apresenta-se como o principio incondicional da autoridade, pois, por sua existência, o filho vê-se obrigado a renunciar à posse exclusiva da mãe. A imagem de autoridade desdobra-se por dois caminhos: Coração: quando impõe limites, regula a distância mãe-filho; filho-mãe. Proteção: quando a autoridade significa força e esta serve de refúgio á fragilidade e dependência da criança. A autoridade do pai é indispensável à formação da personalidade dos filhos assim como seu exercício adequado irá ensinar-lhes a se submeterem a uma estrutura social feita de leis e obrigações. Autoridade (do latim augere) significa aumentar, fazer crescer, desenvolver. A criança reclama autoridade porque precisa dela para sua segurança. A falta de autoridade ou erros na sua aplicação poderá ser sentida como falta de afeto e desinteresse. 5. Ser modelo de masculinidade e paternidade. O pai existe porque existe o ser humano de sexo masculino. Isto tem conseqüências: o pai não pode ser só o progenitor, mas também o representante do sexo masculino. Sua existência contribuirá para a formação (construção) da personalidade do filho. O pai é duplamente pai: ao participar naturalmente no ato de engravidar e como sendo representante do sexo masculino na constelação familiar, influindo na formação do caráter e da personalidade do filho. -x- Nossa reflexão até aqui se fundou sobre alguns dos atributos da paternidade e nos leva a concluir ser o pai indispensável na vida do filho. Quando da sua ausência física no lar, por separação do casal, é importante lembrar que quem se separou foi o homem e a mulher e não a mãe e o pai. Quando o filho é criado só pela mãe (mãe solteira, viúva, separada) esta deverá colocar o papel do pai sempre presente, falando sobre ele e, se possível deixar o filho conviver com o avô, tios ou amigos, que representarão o papel masculino na formação da sua personalidade. Pai Ausente _ Um pai ausente não tem condições de conhecer seu filho. Assim sendo terá grandes dificuldades em criar vínculos afetivos e terá condições reduzidas de exercer autoridade, bem como dificuldades em estabelecer a distância mãe-filho. Pai Indiferente _ É o caso do pai fisicamente presente, mas que não assume seu papel. Isso pode levar a criança a comportamentos agressivos para chamar a atenção. Pai faça-o-que-eu-mando... _ Atitude que desgasta a autoridade e a iniciativa e a criatividade. Pai Mau Exemplo _ Esse pai não conhece a extensão da máxima: A palavra convence, o arrasta. Pai Presenteador _ Pai submisso aos caprichos do filho, invertendo os papéis e os valores, correndo sempre o risco de dar o que não se deve. Pai Autoritário _ A agressão só condiciona. O autoritarismo não educa para o reconhecimento da autoridade. O animal obedece ao seu dono através do condicionamento. Pai Pagador _ É o pai que paga o comportamento do filho. Exemplo: Se tirar boas a sua bicicleta... Quais as características positivas que um pai deve desenvolver? Possíveis respostas: Respeitar o filho Conhecer as principais característica dos filhos, nas diversas faixas etárias Ser presente Ser e fazer realmente o que diz Ter tempo para dedicar ao filho Ser amigo e firme - saber impor limites Aceitar o filho como ele é Ter prestigio junto ao filho (...) Prestigio do Pai: É o resultado de uma educação bem conduzida, condição básica para o exercício da autoridade. As atitudes consistentes e coerentes, as admoestações serenas e firmes, são os construtores do prestigio paterno. Pai acertador: São os pais que aceitam os filhos como são, respeitando a maturidade dentro de cada fase em que se encontram. A aceitação não significa compactuação com o erro, mas a compreensão dos filhos como espíritos em evolução, com potencialidades a desenvolver e defeitos a superar. Pai participativo: Cada momento é único e passa depressa. Ser pai participativo é esforçar-se para aumentar a freqüência desses momentos criando oportunidades de conhecimento mútuo. A participação do pai nos momentos felizes ou difíceis estreita os vínculos na família, oferecendo segurança necessária ao desenvolvimento. Pai presente: Éo pai afetivo e interessado, transmitindo amor e segurança, conhecendo o filho, suas potencialidade e limitações.Pai e Mãe devem crescer junto com o filho para não criar barreiras dentro de uma sociedade que se modifica rapidamente. Pai companheiro: O pai é um amigo especial, diferente dos outros amigos por ter autoridade, identidade própria, credibilidade, transparência e imagem nitidamente definida. A mãe colabora muito com isso, favorecendo esse contato e não fazendo do pai o Bicho-Papão que corrige os problemas ao chegar em casa. Muita paz. :)


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