segunda-feira, 23 de abril de 2012

História de São Jorge

 História de São Jorge



Devotos no mundo inteiro comemoram no dia 23 de abril, o Dia de São Jorge, o santo padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Catalunha, dos soldados, dos escoteiros, e celebrado em canções populares de Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Fernanda Abreu. No oriente, São Jorge é venerado desde o século IV e recebeu o honroso título de "Grande Mártir".

Guerreiro originário da Capadócia e militar do Império Romano ao tempo do imperador Diocleciano, Jorge converteu-se ao cristianismo e não agüentou assistir calado às perseguições ordenadas pelo imperador. Foi morto na Palestina no dia 23 de abril de 303. Ele teria sido vítima da perseguição de Diocleciano, sendo torturado e decapitado em Nicomédia, tudo devido à sua fé cristã.

A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, foi difundida na Idade Média. Está relacionada às diversas lendas criadas a seu respeito e contada de várias maneiras em suas muitas paixões. Iconograficamente, São Jorge é representado como um jovem imberbe, de armadura, tanto em pé como em um cavalo branco com uma cruz vermelha. Com a reforma do calendário litúrgico, realizada pelo papa Paulo VI, em maio de 1969, tornou-se opcional a observância do seu dia festivo. Embora muitos ainda suspeitem da veracidade de sua história, a Igreja Católica reconhece a autenticidade do culto ao santo. O culto do santo chegou ao Brasil com os portugueses. Em 1387, Dom João I já decretara a obrigatoriedade de sua imagem nas procissões de Corpus Christi.
A quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e devoção, vencendo batalhas e demandas, questões complicadas, perseguições, injustiças, disputas e desentendimentos.
São Jorge é venerado desde o século IV,
o culto a São Jorge vem do século 4 dC. O soldado foi martirizado na Palestina no dia 23 de abril de 303, vítima da perseguição do imperador Diocleciano. Foi torturado e teve a cabeça cortada, em Nicomédia, devido a sua fé cristã.

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lídia (antiga Dióspolis), onde foi sepultado, e onde o imperador cristão Constantino (que depois de vários imperadores anti-cristãos converteu-se e a império à religião cristã) mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis. Seu culto espalhou-se imediatamente por todo o Oriente. No século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, foram erguidas quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, na Grécia, no Império Bizantino (a região oriental do Império Romano, que tinha capital em Bizâncio, depois, Constantinopla) São Jorge era inscrito entre os maiores Santos da Igreja Católica. No Ocidente, na Idade Média, as Cruzadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como Patrono da Cavalaria. Na Itália, era padroeiro da cidade de Gênova. Na Alemanha, Frederico III dedicou a ele uma Ordem Militar. Na França, São Gregório de Tours era conhecido por sua devoção a São Jorge; o rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotide, erigiu várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Cavalaria da jarrateira, fundada por ele em 1330. Por considera-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o inglês Ricardo Coração de Leão, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam conquistar a Terra Santa dos muçulmanos. No século 13, a Inglaterra celebrava sua festa como dia santo e de guarda e, em 1348, criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos que também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira. Ainda durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra. As artes, também, divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem diversos quadros célebres, como o de autoria de Donatello (1386-1466).

São Jorge e a morte do dragão

A imagem conhecida de todos, do cavaleiro que luta contra o dragão, está relacionada às lendas criadas a partir da Idade Média. Há uma grande variedade de histórias relacionadas a São Jorge. O relato e a imagem de todos conhecidos, do cavaleiro que luta contra o dragão, começaram a ser difundidos na Idade Média . A imagem atual do santo, sentado em um cavalo com uma lança que atravessa um dragão, está relacionada às diversas lendas criadas a seu respeito, contadas de várias maneiras em suas muitas paixões. A versão mais corrente dá conta que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma longínqua cidade do Oriente, trazendo morte com seu mortífero hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exigia regularmente que lhe entregassem jovens mulheres para serem devoradas. Um dia coube à filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia, montado em um cavalo branco, São Jorge. Destemidamente, enfrentou as perigosas labaredas de fogo que saíam da boca do dragão e as venenosas nuvens de fumaça de enxofre que eram expelidas pelas narinas do monstro. Após um duro combate, finalmente São Jorge venceu o terrível dragão, com sua espada de ouro e sua lança de aço. O misterioso cavaleiro assegurou ao povo que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados. Para alguns, o dragão (o demônio) simbolizaria a idolatria destruída com as armas da Fé. Já a donzela que o santo defendeu, representaria a província da qual ele extirpou as heresias. A relação entre o santo e a lua viria de uma lenda antiga que acabou virando crença para muitos. Diz a tradição que as manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.
Desde 1969, Igreja Católica tornou opcional a celebração a São Jorge

Embora muitos considerem que sua história não passe de um mito e outros até mesmo acreditem que o santo tenha sido cassado pela Igreja Católica, o martírio de São Jorge e o seu culto continuam sendo reconhecidos pelo catolicismo. A lenda do guerreiro que matou o dragão havia sido rejeitada no século 5 por um concílio, mas persistiu e ganhou enorme popularidade no tempo das Cruzadas. "A imagem atual é fruto de uma lenda. Isso não quer dizer, no entanto, que esse santo não existiu e que o martírio dele não foi significativo", diz o monsenhor Arnaldo Beltrami, vigário episcopal de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. No dia 9 de maio de 1969, a observância do Dia de São Jorge tornou-se opcional, com a reforma do calendário litúrgico, realizada pelo papa Paulo VI. A reforma retirou do calendário litúrgico as comemorações dos santos dos quais não havia documentação histórica, mas apenas relatos tradicionais. Daí ter-se falado, naquele tempo, em "cassação de santos". Mas o fato da celebração do Dia de São Jorge tornar-se opcional não significa o não reconhecimento do santo.

São Jorge é o padroeiro da Inglaterra

O "Santo Guerreiro" é também o padroeiro da Inglaterra, de Portugal e da Catalunha (região da Espanha que reivindica identidade nacional, onde se localiza Barcelona). Não há consenso, porém, a respeito da maneira como teria se tornado patrono da Inglaterra. Seu nome era conhecido na Inglaterra e na Irlanda muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que retornavam das Cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade. Acredita-se que o santo tenha sido escolhido o padroeiro do reino quando o rei Eduardo III fundou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. Em 1415, a data de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país. Em 1970, a festa anual do santo nas igrejas católicas foi tornada opcional, com a reforma do papa Paulo VI. Entretanto, na Inglaterra e em outros lugares onde São Jorge é especialmente venerado, tal festa guarda ainda toda a sua antiga solenidade. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país.
No dia de São Jorge, uma rosa e um livro. Esta tradição, que combina o fato religioso, a rosa como símbolo do amor e o livro como símbolo da cultura, transformou o dia 23 de Abril na data mais comemorada, por todos os catalães. Como todas as tradições bem enraizadas, muitas vezes é seguida e vivida pelo povo sem que se conheça a sua origem. Por isso, fazemos aqui uma aproximação às origens desta tradição que todos os catalães, dentro e fora da Catalunha, compartilhamos e comemoramos todos os anos.
Apesar da grande devoção que São Jorge despertou na Europa durante a Idade Média, como figura histórica sabe-se muito pouca coisa. Militar romano, cristão, que foi martirizado por volta do ano 303 por não abdicar das suas crenças. O nome Georgius quer dizer camponês, e talvez por isso a comemoração litúrgica foi fixada em 23 de Abril, em plena primavera no continente europeu. Isto também explicaria em parte que as tradições populares tenham feito dele o protetor das colheitas. Esta ligação com a primavera e o seu patrocínio dos namorados também o relaciona diretamente com a Feira das Rosas que desde o século XV se celebra na praça de Sant Jaume, onde está localizada a sede do Governo da Catalunha (Generalitat de Catalunya).
Em contraste com o pouco que se sabe sobre a história, a lenda de São Jorge está ampla e fortemente enraizada. Uma tradição muito estendida na Idade Média explicava que o martírio de São Jorge durou sete anos, diante de um tribunal formado por sete reis. Esta tradição, que lhe atribui uma grande tenacidade por não abdicar de sua fé durante sete anos de tortura, foi condenada até por Roma mas justifica que o jovem cavaleiro fosse invocado como patrono pelos cavaleiros e pelo Império Bizantino. Naquela época, a sua ajuda era invocada para combater os infiéis e foi escolhido como patrono pela Geórgia, pela Sérvia, pela Inglaterra, pela Grécia, por Aragão, pelos Países Catalães e também por Portugal. Surgiram também lendas e tradições sobre a sua ajuda aos exércitos cristãos.
A presença documental da devoção a São Jorge em terras catalãs remonta ao século VIII: documentos da época falam de um sacerdote de Tarragona chamado Jorge que fugiu para a Itália. Já no século X, um bispo de Vic tinha o nome de Jorge, e no século XI o abade Oliba consagrou um altar dedicado ao santo no mosteiro de Ripoll. Encontram-se exemplos do culto a São Jorge, nesta época, na consagração de capelas, altares e igrejas em diversos pontos da nossa terra. Os reis catalães mostraram a sua devoção a São Jorge: Jaime I explica na sua Crônica que viram o santo ajudando os catalães na conquista da cidade de Mallorca; Pedro o Cerimonioso fundou uma ordem de cavalaria sob a sua proteção; Afonso o Magnânimo dedicou-lhe capelas nos seus reinos da Sardenha e Nápoles. Os reis e a Generalitat de Catalunya impulsionaram a celebração da festa de São Jorge em todos os Países catalães. Em Valência, em 1343 já era uma festa popular; em 1407, Mallorca celebrava-a publicamente. Em 1436 a Generalitat da Catalunha propôs, nas Cortes reunidas em Montsó, a celebração oficial e obrigatória de São Jorge; em 1456, as Cortes reunidas na Catedral de Barcelona ditaram uma constituição que ordenava a festa, incluída no código das Constituições da Catalunha. As remodelações do Palau de la Generalitat ( sede do governo catalão) feitas durante o século XV são a prova mais clara da devoção impulsada pela Generalitat, ao colocar o medalhão do santo presidindo a fachada gótica e ao construir no interior a capela de São Jorge.

Homenagem a São Jorge
Prostrado ali , aos pés da verdade
na caverna ajoelha-se o guerreiro
Sua espada é o apoio derradeiro
Uma doce alegria sua alma invade
Já erguido no porte e altaneiro
Determinado, brande a espada indomável
E afronta o dragão o fero cavaleiro
De escudo afronta o bravo guerreiro
escondendo o temor pela face suada
de armadura emposta do velho ferreiro
em seu puro-sangue, ele ergue a espada
Em sua luta pela luz da verdade desafia
os ferrenhos dragões malditos
que cospem o fogo da iniquidade
envolvendo a multidão de aflitos
Transpõe tormentas esquece dores e lamentos
o sangue derramado exprime o mais nobre sentimento
estrênuo defensor cavalga nuvens de tempestade
galga cerro adiante escorrendo honestidade
A alma de lágrimas lavada se encanta
por guerreira se sentir, vida conquista
e no sulco rasgando os céus de brilhos
penetra, punho forte abrindo caminhos!
Não posso me furtar a este plácido canto
pois vi as trincheiras do seu desencanto
guerreiro que luta, que fala, não cala
já provei do fel no cálice do pranto.
Ao serviço da luz está seu coração
ainda que solitária seja sua luta
contra a mentira, antiga prostituta
combate sem medo da retaliação....
De santo, o coração lhe dá o alento
Jorge é seu nome e galharda a postura
E a derrota do mal tem por juramento
Bravil e galante dono do poder
traçado na alma marcado coração
em terra de reis só quer proteger
a saga valente sua predestinação
Bravo cavaleiro sempre disposto
a não se calar diante das falas
que chegam insanas ao seu rosto
e delas seu peito jamais se cala
Paladino clama em alto brado a injustiça
expondo a tenacidade nos versos a coroar
N'alma exposta despreza a vã cobiça
lutando com afinco até a vitória encontrar.
Nada solitário, seu vulto reflete o bando
cuja luz apaga o remoto palor de látegos,
e sua espada, asas reluzentes ganhando,
marca glória flutuante nos celestes lagos!
Nesse mundo de anjos com asas de corais
que cintilam tão belas e ferem demais
merece o guerreiro a minha parcela
no teu coração sei que não há procela.
A luz da verdade nua e crua
Invade a sua alma já cansada
Como bálsamo para suas agruras
De luz o seu semblante está banhado
Em mil cansaços busca da luz pura
A feérica força de um ser iluminado
Guerreiro sagaz carrega sua luz
e deixa um rastro de pura esperança
naquele que esteve pregado na cruz
Que com o grande Salvador aprendeste
que o bem se encontra nas almas puras
e num fraternal gesto tua luta ofereceste
Reluzente medalha na armadura incrustada
em verdadeiro amor a tua espada empunhada
contra as trevas em plena sabedoria
Alma em punho sobrevoa a estrada pétrea
descobrindo os tais segredos da vida flórea,
caminha e suspira, ri e flameja constelada!
Que não falhe a espada, nem mais uma vez
ferindo de morte a mentira suprema
sua luz para o mundo, será de altivez!
O lema que guia sua empreitada :
Mais vale a verdade mais escura
do que a mentira mais iluminada
E ao satânico monstro se lhe atira
De uma estocada o coração lhe fere
Dando morte de vez à vil mentira
Seguidor da palavra abençoada
que leva encrustado o nome Jesus
de vermelho sangue e alma purificada.
Segues o teu caminho, missão cumprida.
Que outros sigam o teu exemplo de coragem,
pois é chegada a hora de viver a tua vida.
Desbrava terras em árdua busca de ideais
estilhaça frias aventuras em veredas sombrias
transpõe barreiras, escreve teu nome nos umbrais
Porque cada maldade exilada se transfigura
no cântico doce selado ao beijo de candura,
calcado e labutado d'alma confiante e pura!
Que esse canto povoe corações autênticos
decepando as mãos enluvadas, da hipocrisia
dissemine, guerreiro, propagadores da ira!

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