quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Elegância do Comportamento

A Elegância do Comportamento




As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades.
Isso é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.
No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma, nem fotógrafos por perto: é uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca.
É possível detectá-la também nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não.
É elegante não ficar espaçoso demais. Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz com todos os indivíduos, indistintamente.
Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação.
É ser amigo sem conivência negativa.
Ser sincero sem agressividade.
É ser humilde sem relaxamento.
Ser cordial sem fingimento.
É ser simples com sobriedade.
É ter capacidade de perdoar sem fazer alarde.
É superar dificuldades com fé e coragem.
É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar.
Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é.
Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.
Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade.
A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20 aprova texto sem definir objetivos de sustentabilidade

Conferência adotou documento que prevê definição futura de metas.
Texto cita erradicação da pobreza como maior desafio do mundo atual.


Primeira página do texto final publicado pela ONU, com numeração e código de barras. (Foto: Reprodução)Primeira página do texto final publicado pela ONU,
com numeração e código de barras. (Foto: Reprodução)
Os 188 países participantes da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável adotaram oficialmente o documento intitulado "O futuro que queremos", nesta sexta-feira (22).
O propósito da Rio+20 era formular um plano para que a humanidade se desenvolvesse de modo a garantir vida digna a todas as pessoas, administrando os recursos naturais para que as gerações futuras não fossem prejudicadas.
Uma das expectativas era de que a reunião conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, mas isso não foi atingido. O documento apenas cita que eles devem ser criados para adoção a partir de 2015.
O texto final da Rio+20, intitulado "O futuro que queremos", foi publicado no site oficial da conferência (leia o documento, traduzido para os idiomas oficiais da ONU: inglês, espanhol, árabe, russo, francês e chinês). A adoção aconteceu às 19h15, quando o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo consultou a plenária dos líderes e não ouviu objeção. "Fica assim decidido", concluiu, batendo um martelo.
Também na plenária de encerramento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "o documento final que foi adotado por consenso fornece formação firme para um bem-estar social, econômico e ambiental. Agora é nossa responsabilidade desenvolver isso". "Não podemos mais hipotecar o nosso futuro para as necessidades de curto prazo", alertou.
"O documento torna-se, hoje, um marco no conjunto dos resultados das conferências das Nações Unidas ligadas ao desenvolvimento sustentável", discursou a presidente Dilma Rousseff aos delegados. "Um passo histórico foi dado em direção a um mundo mais justo, equânimo e próspero"
A presidente ainda afirmou que o país se orgulha de ter organizado e presidido "a mais participativa e democrática conferência, na qual tiveram espaço diversas visões e propostas, buscando sempre manter um equilibrio respeitoso".
Trecho criticado é mantidoEm relação ao rascunho aprovado pelos diplomatas no início da semana, o documento adotado em definitivo pelos líderes, nesta sexta-feira (22), teve apenas mudanças de formatação, não de conteúdo. Foi mantido, inclusive, o trecho "com total participação da sociedade civil", que ONGs haviam pedido para ser retirado porque consideram que foram excluídas do processo de construção do documento.
O documento prevê, entre outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.
Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.
Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos.
PobrezaO texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento.
Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas.
Por atender restrições de países com visões muito diferentes, o texto da Rio+20 tem sido criticado por avançar pouco: não especifica quais são os objetivos de desenvolvimento sustentável que o mundo deve perseguir, nem quanto deve ser investido para alcançá-los, e muito menos quem coloca a mão no bolso para financiar ações de sustentabilidade. O que o documento propõe são planos para que esses objetivos sejam definidos num futuro próximo (veja abaixo um quadro com o que foi negociado).
CríticasO texto da Rio+20 recebeu críticas das próprias delegações que participaram da conferência e de organizações não-governamentais. Os negociadores da União Europeia classificaram a redação de “pouco ambiciosa” e disseram que faltam “ações concretas” de implementação das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Por sua vez, antes mesmo da ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade civil assinaram uma carta endereçada aos governantes intitulada “A Rio+20 que não queremos”, na qual classificam o texto da conferência de “fraco”.
“O documento intitulado 'O futuro que queremos' é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”, afirma o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais.
A carta diz ainda que a Rio+20 passará para a história como uma conferência das Nações Unidas que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por “graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.”
O documento termina dizendo que a sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20. “Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento”, conclui a carta.
O que vinha sendo negociado
Como ficou o texto final
CBDR – sigla em inglês para Responsabilidades Comuns Mas Diferenciadas, princípio que norteia as negociações de desenvolvimento sustentável. O princípio oficializa que se espera dos países ricos maior empenho financeiro para implementação de ações, pelo fato de virem degradando o ambiente há mais tempo e de forma mais intensa.
Havia rumores de que os países ricos queriam tirar esse princípio do texto, mas ele permaneceu.
Fortalecimento do Pnuma – cogitava-se transformar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em uma instituição com status de agência da ONU, como é a FAO (de Alimentação).
O texto prevê fortalecimento do Pnuma, mas não especifica exatamente como. O assunto deve ser resolvido na Assembleia Geral da ONU em setembro.
Oceanos – Era uma das áreas em que se esperava mais avanço nas negociações, porque as águas internacionais carecem de regulamentação entre os países.
A negociação avançou e o texto adota um novo instrumento internacional sob a Convenção da ONU sobre os Direitos do Mar (Unclos), para uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto mar.
Meios de Implementação – questão-chave para os países com menos recursos, significa na prática o dinheiro para ações de desenvolvimento sustentável. Os países pobres propuseram a criação de um fundo de US$ 30 bilhões/ano a ser financiado pelos ricos.
Avançou pouco. O fundo de US$ 30 bilhões não virou realidade. “A crise influenciou a Rio+20”, admitiu o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago.
ODS – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, metas a serem perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, eram uma das grandes cartadas para a Rio+20.

Os objetivos não foram definidos. Inicia-se apenas um processo para rascunhar quais devem ser as metas até 2013. Elas então devem ser definidas para entrarem em vigor em 2015, quando terminam o

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SOB INVESTIGAÇÃO





SOB INVESTIGAÇÃO
A sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza, e o chefe de gabinete do banco, Robério do Vale (à direita). Três empresas dos cunhados de Vale obtiveram empréstimos suspeitos que chegaram a cerca de R$ 12 milhões (Foto: Kléber A. Gonçalves/O Povo e Miguel Porti/Ag. Diário)
Polícia Federal apura o desvio de mais de R$ 100 milhões do Banco do Nordeste
Lembra o caso dos dólares escondidos na cueca? Uma investigação obtida por ÉPOCA revela desvio de dinheiro envolvendo o mesmo banco – e o mesmo partido político

No auge do escândalo do mensalão, em julho de 2005, nenhum caso chamou tanta atenção quanto os “dólares na cueca”, que levaram à renúncia de José Genoino à presidência do Partido dos Trabalhadores. Um assessor parlamentar do então deputado estadual cearense José Guimarães (PT), irmão de Genoino, foi detido pela Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Em suas roupas de baixo, havia US$ 100 mil em espécie.

As investigações indicaram na ocasião que o dinheiro era propina recebida pelo então chefe de gabinete do Banco do Nordeste (BNB) e ex-dirigente do PT, Kennedy Moura, para acelerar empréstimos no banco. Passados sete anos, uma auditoria interna do banco e outra da Controladoria-Geral da União, obtidas por ÉPOCA, revelam um novo esquema de desvio de dinheiro. Somente a empresa dos cunhados do atual chefe de gabinete, Robério Gress do Vale, recebeu quase R$ 12 milhões. Sucessor de Kennedy, Vale foi o quarto maior doador como pessoa física para a campanha de 2010 do hoje deputado federal José Guimarães
.
O poder de Guimarães sobre o BNB pode ser medido a partir da lista dos doadores de sua bem-sucedida campanha ao segundo mandato, dois anos atrás. A maior doação de pessoa física é dele próprio. A segunda é de José Alencar Sydrião Júnior, diretor do BNB e filiado ao PT. A terceira é do também petista Roberto Smith, presidente do banco no período em que ocorreram operações fraudulentas e hoje presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará, nomeado pelo governador Cid Gomes (PSB).

O atual presidente do BNB, Jurandir Vieira Santiago, vem em 11º. Eleito para a Câmara Federal pela primeira vez em 2006, com a maior votação do Ceará, Guimarães ganhou poder na Câmara. Tornou-se vice-líder do governo e passou a ser amplamente reconhecido como o homem que indicava a diretoria no Banco do Nordeste. No disputado campo de batalha da política nordestina, o BNB é território de José Guimarães.

O novo esquema de desvios e fraudes no banco nordestino segue um padrão já estabelecido na longa e rica história da corrupção brasileira: o uso de laranjas ou notas fiscais frias para justificar empréstimos ou financiamentos tomados no banco. Assim como na dança de dinheiro dos tempos do mensalão, as suspeitas envolvem integrantes do PT. Um levantamento feito por ÉPOCA mostra que, entre os nomes envolvidos nas investigações da CGU e da Polícia Federal, há pelo menos dez filiados ao PT. Apresentado ao levantamento e aos documentos, o promotor do caso, Ricardo Rocha, foi enfático ao afirmar que vê grandes indícios de um esquema de caixa dois para campanhas eleitorais. “O número de filiados do PT envolvidos dá indícios de ação orquestrada para arrecadar recursos”, afirma Rocha.

A maioria das operações fraudulentas ocorreu entre o final de 2009 e o início de 2011. Somados, os valores dos financiamentos chegam a R$ 100 milhões, e a dívida com o banco a R$ 125 milhões. Só a MP Empreendimentos, a Destak Empreendimentos e a Destak Incorporadora conseguiram financiamentos na ordem de R$ 11,9 milhões. Elas pertencem aos irmãos da mulher de Robério do Vale, Marcelo e Felipe Rocha Parente. Segundo a auditoria do próprio banco, as três empresas fazem parte de uma lista de 24 que obtiveram empréstimos do BNB com notas fiscais falsas, usando laranjas ou fraudando assinaturas. As empresas foram identificadas após a denúncia feita por Fred Elias de Souza, um dos gerentes de negócios do Banco do Nordeste.

Ele soube do esquema na agência em que trabalhava, a Fortaleza-Centro, e decidiu procurar o Ministério Público, em setembro do ano passado. “Sou funcionário do banco há 28 anos. Quando soube do que estava acontecendo, achei que tinha o dever de avisar o MP”, diz. O promotor Rocha, depois de tomar conhecimento do teor e da gravidade das denúncias de Souza, chamou representantes do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União para acompanhar o depoimento.

Em um dos casos, fica evidente o aparelhamento político do banco por membros do PT. Souza denunciou a existência de um esquema chefiado pelo empresário José Juacy da Cunha Pinto Filho, dono de seis empresas que obtiveram mais de R$ 38 milhões do Banco do Nordeste, em recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), entre 2010 e 2011. Para conseguir financiamentos

domingo, 17 de junho de 2012

A Peçonha da Língua



A Peçonha da Língua, Ante os Três Filtros Socráticos
Jesus advertiu sobre a contaminação oriunda das substâncias que saem da boca humana. Quem promove a disseminação da maledicência, invoca o distúrbio para si mesmo. Por isso, urge vigiar e domar o vício do falatório, do comentário maldoso – por que não dizer: “fofoca”? Quem se afirme espírita, não pode esquecer que os censores do comportamento alheio acabam, quase sempre, praticando as mesmas ações censuradas.
Lamentamos o clima de comprovada invigilância deixada pelas peripécias do ânimo impiedoso dos caluniadores, com suas mentes doentias, sempre às voltas com a emissão impetuosa do fuxico generalizado. Confrades, esses, que engendram entusiasmos íntimos, ante as dificuldades e eventuais deslizes do próximo. Assestam a volúpia da detração, com acusações infames, de realidades que desconhecem em profundidade, sempre em direção das angústias e lutas íntimas dos que tentam se erguer de um erro cometido.
Comprazem-se no mexerico e na satisfação de verem um irmão sofrendo uma experiência mais difícil. Dissimulam, no velho chavão "vamos orar por eles!!", o aguçamento dos quesitos de suas perfídias.
Esquecem-se que o falatório induz à fascinação, secundando o desequilíbrio emocional, impelindo-os aos processos obsessórios. Muitos irmãos lhes são alvo de açodadas e contundentes críticas, onde os princípios evangélicos são arremessados para as calendas. Se praticassem o bem, escutariam, no recesso da consciência, a advertência inserta no cap. 1, versículo 26, de Tiago: “Se alguém cuida ser religioso e não refreia sua língua, sua religião é vã". (grifamos)
O Apóstolo dos gentios registra, aos romanos, a seguinte admoestação: “Sua garganta é um sepulcro aberto; com a sua língua trata enganosamente, peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.” (grifamos)
Certo orador, médium psicofônico, gostava de trabalhar em um determinado Centro. Realizava todas as suas tarefas doutrinárias com tal cuidado, com tal senso de responsabilidade, que não tardou ser eleito Dirigente de um Departamento da instituição. Novos desafios a vencer, algumas coisas para aprender, outras tantas para reformular... Ao final de uma etapa de trabalho, foi visitar o Presidente do Centro. Após breve diálogo, apresentou seu Relatório das atividades. O Presidente agradeceu e já ia abrindo, quando o novo Dirigente do Departamento começou a falar:
- Sr. Presidente, tenho que fazer algumas modificações na minha equipe de colaboradores, porque o Assistente que me indicaram, imagine o Sr, contaram-me...
Antes que terminasse a frase, o Presidente, lembrando o filósofo Sócrates,  interrompeu:
- Espere um pouco, meu irmão. O que pretende me contar, já passou pelos três filtros?
- Filtros! Que filtros, Presidente?
- Primeiro, o filtro da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é, absolutamente, verdadeiro?
- Não, não tenho. Como posso saber? O que eu sei é o que me contaram. Mas eu acho muito grave que...
O Presidente interrompe novamente:
- Então, a sua história já perdeu substância, ou seja, não passou no primeiro filtro.
- É... mas...
- Vamos para o segundo filtro, que é o da BONDADE. O que você deseja me informar, traz algum benefício a alguém? Você gostaria que dissessem o mesmo a seu respeito?
- Claro que não, Presidente, Deus me livre! Nem poderiam falar uma coisa dessas de mim, que sou...
- Então, meu filho, sua história fica um pouco mais fraca, porque não passou no segundo filtro, por suas próprias palavras.
- Porém, ainda resta o terceiro filtro, que é o da NECESSIDADE. Você acha, mesmo, que há necessidade de me contar o que pretende? Esta história – que ignoro - sobre o seu Assistente, que é seu confrade de fé, seu companheiro de trabalho, merece ser comentada, ou você pretende conquistar público que o aplauda, ao comentá-la? Pense bem, meu caro. Uma vez tenha, eu, tomado ciência de algum fato que me obrigue a agir, visando o bem da Instituição e de todos, tenha certeza de que não hesitarei em tomar as providências cabíveis. 
- Não!... Sr. Presidente, passando pelo crivo destes três filtros, concluo que nada sobra do que eu iria lhe falar, diz o Dirigente, surpreso consigo mesmo.
As pessoas seriam mais felizes se todas utilizassem esses três filtros, antes de divulgarem suas suspeitas a respeito de alguém. Antes de obedecerem ao impulso da difamação, reflitam, porque serão, inexoravelmente, reconhecidos desta forma, ou seja, como cruéis difamadores.
Quando não filtramos nosso parecer a respeito do próximo, é evidente que os elementos psíquicos que verbalizamos são potencialidades que atuam contra nós mesmos. Do campo mental aos lábios, podemos manter absoluto controle. Um pensamento negativo pode ser substituído, de imediato, ao passo que a palavra solta é sempre um instrumento ativo em circulação. Não se pode, nesse contexto, compreender uma atitude espírita conivente com um comportamento que é atentatório ao conteúdo moral do Espiritismo.
Aos devotos da fuxicaria contumaz, os impertinentes ajuizadores de valores morais alheios, atentemos para uma lição de Chico Xavier: “Numa viagem de mil quilômetros, não nos podemos considerar vitoriosos senão depois de chegarmos à meta almejada, porque nos dez últimos metros, a ponte que nos liga ao ponto de segurança pode estar caída e não atingiremos o local para onde nos dirigimos.
Finalmente, não esqueçamos que a palavra constrói ou destrói facilmente e, em segundos, estabelece, por vezes, resultados gravíssimos para séculos.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O INVEJOSO EM AÇÃO

Inveja. Eis um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem eliminados da alma humana. Trata-se de um dos vícios que mais causa sofrimento à humanidade. Onde houver apego à materialidade das coisas, notadamente em seu significado, naquilo que o objeto de desejo simboliza em termos de bem-estar e status quo, aí estará a inveja, sobrevoando os pensamentos mais íntimos qual urubu ou abutre insaciável, esfomeado pela carniça. A cobiça é o seu moto-contínuo.

Há pessoas que se colocam como cães de guarda, sempre alertas ao menor ruído. Basta alguém se destacar em alguma área, por mais ínfima que seja e lá estará o invejoso, pronto para apontar o dedo e tentar minimizar o feito de seu próximo. Uma roupa diferente, um calçado da moda ou mesmo um brico ou pulseira bem colocados, já torna-se motivo para elogios, nem sempre sinceros. As mulheres, e que me perdoem as mulheres, elas são pródigas nesse tipo de expediente.

COBIÇA E BEM-ESTAR

Torna-se necessário, contudo, diferenciar a inveja, a cobiça, da busca do bem-estar. Não há nada de errado em trabalhar para se conquistar o conforto necessário à subsistência e às condições materiais imprescindíveis, visando o aprimoramento e a eficiência em determinada atividade, sem causar prejuízo ao próximo. Se alguém possui um objeto ou uma virtude que nos falta, desejá-los com humildade e sinceridade não é inveja.

Todavia ela surge, graciosa e sedutora, quando sentimos uma sensação de perda, um vazio não preenchido pelo objeto de desejo, principalmente quando, numa formulação mental mesquinha e destrutiva, nos consideramos muito mais dignos do que aquele que possui o que não temos.

902. É repreensível cobiçar a riqueza com o desejo de praticar o bem?
— O sentimento é louvável, sem dúvida, quando puro. Mas esse desejo é sempre bastante desinteressado? Não trará oculta uma segunda intenção pessoal? A primeira pessoa a quem se deseja fazer o bem não será muitas vezes a nossa? (O Livro dos Espíritos - Ed. LAKE)

A acepção desta pequena palavra, contida no dicionário Aurélio, é deveras interessante. “Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio.” Os Espíritos que perturbam a nossa relativa felicidade, erroneamente chamados de obsessores, a fim de nos ver nivelados ao seu estado de inferioridade moral, agem movidos pela inveja.

Invejosos eram os fariseus e os saduceus na época de Jesus de Nazaré. Invejoso foi Judas. E Barrabás, ao se ressentir do carisma que o mestre possuía naturalmente em profusão, sem precisar lançar mão de artifícios, poses e posturas afetadas, às vezes até necessárias para um político profissional.

Quantos reis e rainhas não foram massacrados, mortos em circunstâncias misteriosas, efeito direto dessa viciação moral? A chamada “puxada de tapete”, que ocorre nas empresas, nos vários locais de trabalho, inclusive na família e onde quer que se reúnam pessoas, sempre acontece sob inspiração desse vício hediondo e asqueroso.

TRIO DE FERRO

A vaidade e o orgulho, esses dois gigantes da imoralidade, filhos diletos do egoísmo, combinados proporcionalmente com a inveja, formam um trio de ferro corrosivo, uma espécie de três mosqueteiros às avessas. Um triunvirato repugnante e nauseabundo, espécie de tríade repulsiva e sinistra.

Se nos consideramos mais merecedores do que o próximo que tenha aquele belo carro do ano, imaginando que seria mais “justo” que aquele objeto fosse de nossa propriedade, essa fantasia traz consigo um ranço de origem, proporcionado pela inveja.

Em função desse sentimento mesquinho, muitos grupos espíritas se dividem (aliás, o movimento espírita cresce mais por divisão do que por uma multiplicação previamente planejada) na busca tresloucada de espaços de trabalho, na direção de determinadas atividades, no exercício do poder. É muito comum vermos subgrupos dentro de um mesmo grupo, a popular panelinha, um tipo de trincheira, um gueto mesmo, que se arma contra os que conquistaram, ao longo do tempo, o seu espaço por mérito moral e intelectual.

Esses grupelhos promovem fofocas, queimam pessoas, malham as legítimas lideranças como se fossem Judas, desmerecem o trabalho realizado e promovem intrigas. Tudo por inveja. Não há dor de cotovelo que suporte o sucesso alheio. É por isso que a cobiça, a avidez desmesurada e destrutiva proporcionam um quadro de morbidez e infelicidade para aquele que se alimenta desse sentimento maligno.

O INVEJOSO EM AÇÃO

O invejoso não suporta ver um novato invadir espaços que ele, em sua santa indolência, deixou de ocupar por pura incompetência e comodismo. Se sente atingido, usurpado e se agarra, com unhas e dentes, ao espaço que ele acha que é seu e somente seu. Uma sutileza interessante, já que o homem pré-histórico, movido pelo instinto brutal, destroçava o seu algoz, a fim de se apropriar de seus pertences. O tempo passou, a evolução se processou como convém à estrutura das leis naturais, mas o princípio permanece o mesmo.

O invejoso passa para o boicote, vai minando com fofocas e pequenas atitudes estrategicamente montadas, a fim de destruir o novo trabalhador da Doutrina. Quer provar, ao menos para si mesmo, que o espaço é dele, e somente dele.

Do micro-universo do centro à macro-estrutura do movimento espírita, acontece, analogamente, a mesma situação. Os burocratas do Espiritismo brasileiro, cercados por seus porta-vozes, asseclas e pseudo-intelectuais, se arrepiam só em pensar na perda do poder. Quando algum grupo surge, contestando sua concepção doutrinária e seus esquemas, tratam logo de persegui-lo, taxando-o de antro de obsedados, de anti-fraternos, anti-espíritas etc.

Não dá para negar que muitos até escrevem livros atacando esses grupos, se esmeram na elaboração de artigos e fazem palestras, movidos pela boa intenção. Mas será que, no fundo, não há também uma razoável dose de inveja do vigor da juventude intelectual e moral que, inevitavelmente, agride os indiferentes?

INSTINTO DEGENERADO

A inveja é uma das facetas do instinto de destruição degenerado, estagnado, pois ela conduz o invejoso ao extermínio, ao transtorno e à ruína de si mesmo.

“Puxa, que belo quadro, gostaria de tê-lo pintado!”

“Que livro interessante, desejaria tê-lo escrito!”

“Caramba, que sacada, por que não tive essa idéia antes!”

Se o sentimento de surpresa diante de uma obra, de um feito ou de uma rara virtude for digno e generoso, não há inveja. Trata-se apenas de um incentivo, um grande estímulo para que nos empenhemos em adquirir novas virtudes, produzir quadros mais belos se formos artistas, textos mais requintados se formos escritores, tortas mais saborosas se formos um mestre-cuca.

O Espiritismo nos ensina que as pessoas que agem de modo desinteressado, com benevolência e ternura, de forma natural, sem afetações, sem hipocrisia, são como velhos guerreiros que no passado já autoconstruiram e conquistaram sua grandeza moral. Ter o desejo de se comportar como essas pessoas não é inveja. Se fosse, seria uma inveja deveras singular.

Daí que o modelo de virtude eleito pelo Espiritismo, Jesus de Nazaré, torna-se ao menos para nós, ocidentais, uma referência longínqua e ao mesmo tempo muito próxima, uma baliza, um marco para a busca necessária da virtude, de uma ética condizente com as leis naturais.

A VIRTUDE

Segundo Platão e Sócrates, virtude não se ensina. A virtude (aretê) nada tem de opiniático. Trata-se de um dom ofertado por Deus, segundo a concepção socrática. Mas virtude é conhecimento, e como tal, segundo os gregos, não pode ser ensinada. Ou seja, não é uma técnica, um conhecimento formal, que possua o mesmo sentido lógico e racional de uma equação matemática ou mesmo de um teorema. Esse aforismo conhecer a si mesmo, a grande máxima inscrita no Templo de Delfos e adotada por Sócrates, é um dos fundamentos de sua doutrina.

Com Sócrates e Platão entendemos que aprender é recordar, relembrar, é rever, revisitar. Eles eram reencarnacionistas e inauguraram uma concepção toda nova do que se convencionou chamar de alma (psiquê), algo imponderável e que sobrevive à matéria. Não foi à-toa que Allan Kardec os considerou, e com razão, como precursores do Espiritismo.

Essa questão da virtude, na história da filosofia, é uma das muitas questões ainda em aberto. Os neo-platônicos, existencialistas, marxistas, positivistas, neo-evolucionistas, e outros istas não se entendem em relação a essa questão. Nem mesmo os espiritistas. Intelectuais espíritas, de mentalidade cristã e formação religiosa, possuem pontos de vista nem sempre compatíveis com espíritas de mentalidade laica e formação mais filosófica e científica.

Segundo o Espiritismo, a evolução moral nem sempre acompanha a evolução intelectual. No processo evolutivo é necessário primeiramente o conhecimento do bem e do mal, somente possível em função do desenvolvimento do livre-arbítrio, consequência natural do aprimoramento intelectivo. A evolução moral é uma consequência da evolução intelectual. “A moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo” ( LE - p. 780-b).

A virtude, segundo o Espiritismo, é uma qualidade primária, um atributo, uma característica variável em função do nível evolutivo do Espírito, o sujeito pensante, que sente, reflete e age. A virtude é uma propriedade moral adquirida, consquistável. Segundo Kardec, “aquele que a possui a adquiriu pelos seus esforços nas vidas sucessivas, ao se livrar pouco a pouco das suas imperfeições” (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Introdução - LAKE).

Para se combater os vícios, nada melhor do que aprimorar as virtudes, com conhecimento de causa. Aí está a chave da questão. O ato de reprimir as viciações é sempre louvável, mas se não vier acompanhado de um processo de autoconhecimento, de autopercepção, não terá sentido. Sem uma atitude racional, sem o devido bom senso, o que temos é a hipocrisia, a repressão cega e insensata com o verniz da virtude piedosa, uma usina produtora de sepulcros caiados.

A EDUCAÇÃO

O Espiritismo nos oferece uma compreensão racional muito bem fundamentada na observação, na experimentação. A base de todas as viciações se acha no abuso das paixões. “As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa.” (LE - p. 908).

O princípio das paixões não é um mal. O mal está no exagero, nos excessos e nas consequências nefastas que possam existir quando há o abuso. Segundo o provérbio latino, “o abuso não desmerece o uso”.

A saída que o Espiritismo propõe é a educação. Nesse sentido, podemos afirmar que, ao contrário dos filósofos clássicos, a virtude pode ser ensinada, não no sentido tecnológico, formal, mas como um conjunto de caracteres passíveis de serem moralmente formatados.

O comentário de Allan Kardec, a esse respeito, é bem elucidativo: “A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam plantas novas. Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro acreditar que basta ter a ciência para aplicá-la de maneira proveitosa.” (LE - p. 917)

A educação segundo o Espiritismo é moralizante. O moralismo hipócrita não cabe em seus princípios. A educação espírita é libertária sem ser libertina. Ela não é religiosa; é cultural, reflexiva e tolerante.

Trabalho, solidariedade e tolerância, o lema que Kardec adotou para si se constitui, em termos sintéticos, numa atitude entusiasta e viril diante da vida. Sentimentos viciosos como a inveja, o orgulho, a hipocrisia, dentre tantos outros, se esvaem, tendem a se diluir e se reordenar diante do processo de transformação moral que o Espiritismo propõe, na incessante busca da sabedoria e da virtude.

A inveja

A inveja e o bicho


Inveja é uma coisa danada. Acho que a pessoa não sabe muito bem como ela vai chegando, aí ela se instala, vai crescendo e crescendo lá dentro, cada ação e não ação do objeto da inveja vai sendo interpretado como afrontas e ofensas pessoais ao invejoso, mesmo que o objeto da inveja mal se interesse pelo que o invejoso pensa ou sabe de sua existência. Na mente do invejoso provavelmente passa meio que subconscientemente um “Afinal de contas, como o objeto da inveja ousa ter ou ser aquilo que ele admira ou não suporta ver realizado pelo e no outro?

A inveja é até mesmo considerada um dos sete pecados. E também tem muito a ver com intolerância, não? A impossibilidade de haver alguém diferente daquilo que pensamos como ‘o certo’ é insuportável. Mas, enfim, quando esse bicho cresce lá dentro, aí é que o bicho pega mesmo. As barreiras morais se desfazem, e as ações e linguagem se rebelam, saem da serenidade e se tornam armas ferinas que não se importam em inventar, criar estórias, caluniar. Talvez nada disso seja nem mesmo percebido já que uma característica de quem deixa o bicho crescer é não perceber nada mesmo.

Tenho uma amiga que nos seus tempos de faculdade foi escolhida, por seus méritos, a ser assistente da professora. Ela monitorava a turma que ficava de recuperação. E não deu outra, ~ sempre tem alguém em quem o bicho pegou ~ uma aluna que ficou de recuperação encrencou com ela, a tal era bonita, inteligente, não tinha ficado de recuperação e ainda tinha virado assistente da professora! Que ultraje! E aí começou a espalhar que essa amiga usava drogas, crack, etc., até que a coisa chegou na diretoria! Não é incrível? Quando o bicho pega, a pessoa perde a razão. O Buddha dizia que era como alguém que pegava uma ponta de um bastão que tinha sido enterrado no esterco e nem se importava com isso.

Quando Sakka veio falar com o Buddha, ele perguntou: “Bem Aventurado, todos os seres desejam ser livres da raiva e da malevolência. Eles não querem disputar, nem ser mal tratados, mas oram por felicidade, segurança, paz e liberdade. Ainda assim, eles não se veem livres do perigo e do sofrimento. Qual é a causa para isso?

E o Buddha respondeu: “Todos os seres vivos almejam a felicidade, segurança, paz e liberdade. Ainda assim, eles não se veem livres do perigo e do sofrimento. Esta condição infeliz se deve aos grilhões da inveja e da avareza”.

Está aí, o Buddha resumiu a origem das raivas, ódios e maledicências: a inveja e a avareza.

Inveja o Buddha chamava de issā e é a “aversão pela prosperidade e bem-estar dos outros. Essa aversão os torna maliciosos e destrutivos”. O invejoso pensa sempre que está correto, suas distorções mentais são interpretadas por ele como verdades, afinal, seu objeto de inveja (ou seria de admiração velada?) tem o que ele não tem. Claro, é uma ilusão da mente. Mas a felicidade ou prosperidade do outro é vista com ressentimento. Na classificação do Abhidhamma buddhista, a característica da inveja é o ressentimento pelo sucesso do outro. Sua função é tornar a pessoa invejosa miserável. Sua manifestação é fechar os olhos em relação à prosperidade do outro. “Um homem poderoso buscará arruinar a pessoa que ele inveja”. Felizmente há uma cura. Aqueles que atacam, agridem e caluniam podem fazer uso da virtude de muditā, a ativa expressão de alegria pelo sucesso do outro. Aos poucos, se eles se esforçarem, seu ódio acalmará, sua mente ficará mais clara, e quem sabe até possam perceber que seu objeto de inveja pode ser um amigo, ou pelo menos uma pessoa legal para se conversar de vez em quando.

sábado, 2 de junho de 2012

Vidas Passadas:


6 - Vidas Passadas:

Todos os planetas são habitados por espíritos que já viveram no Mundo Espiritual Divino planeta Terra, no corpo físico  e etéreo. Os seres encarnados que já são iluminados, elevados, evoluídos e desenvolvidos estão vivendo na Luz, através de alimentação natural e de muita água.
No corpo etéreo, aqueles que viveram vidas passadas na forma de homem e nesta vida resolveram nascer na forma de mulher, são espíritos que vieram resgatar seus carmas, dívidas e débitos que foram homens e não cumpriram suas missões e não resgataram seus carmas, dívidas e débitos.
Os que hoje são homens e fazem tudo o que as mulheres fazem, são espíritos que vieram resgatar vidas passadas quando não cumpriram as suas missões, enquanto mulheres.
As mulheres, que em vidas passadas foram homens, estão fazendo tudo para evoluírem, desenvolverem e se elevarem espiritualmente porque, quando foram homens, não cumpriram a sua Missão Espiritual. Os que já foram homens em outras vidas e nesta, têm a forma de mulher, também estão procurando a evolução e desenvolvimento, no sentido vertical e estão resgatando seus carmas, dividas e débitos de vidas passadas.
Aqueles que viveram a vida passada na espiritualidade ou religiosidade têm formação, compreensão, sabedoria e usam sua intuição, para captar e perceber.
No Juízo Final, todos os que vivem no planeta Terra e que receberam a graça da Vida Eterna, se fizerem uso da Luz Divina e da Luz de Força Cósmica,  viverão limpos e neutralizados de energias negativas, através do pensamento positivo, da alimentação natural e das vibrações de amor, em perfeita sintonia e harmonia Divina e Cósmica.
Aqueles que não conseguirem passar  no Julgamento Final, estarão recebendo a Luz e Força Cósmica e também a Luz e Força Divina, bem como perdão dos carmas, dívidas e débitos, através de todos do Plano Divino e do Cosmo, dos Instrumentos Cavalos Brancos, Deuses e Deusas da Fertilidade e do Amor Universal. Estes estão vibrando para todos, dentro da energia de cada um, para conduzi-los ao crescimento vertical concedendo a graça maior,  para que possam cumprir as suas Missões Sagradas, como também, resgatarem seus carmas, dívidas e débitos de vidas passadas, para receber a graça de serem salvos para a Vida Eterna.

 


 
SABEDORIA DIVINA
 
Na Nova Era, o mais necessário para o crescimento, elevação, evolução e desenvolvimento de cada um é a Sabedoria Divina. Se o espírito não for sábio não conseguirá ser LIVRE. A sabedoria será dada àqueles  que têm a Convicção de Fé Concreta e Cósmica, para que possam dar passagem para a Verdade.
É importante ter Crescimento Espiritual para viver uma vida sem sofrimento ou dor. Cada um deve fazer de tudo para melhor a sua espiritualidade e dar-se o tempo necessário para aprender a usar a Sabedoria Divina e Cósmica. A maioria das pessoas não  a usam, porque não estão sendo perfeitos e puros. São espíritos que já estão mais pesados, densos, negativos e sem Luz.
Todos os que são mais iluminados, evoluídos e desenvolvidos, conseguem fazer o Trabalho Divino através da Revelação Divina dentro de si mesmo e passam a verdade para outras pessoas, esclarecendo-as e fazendo-as entender, compreender e aceitar a verdade.
As pessoas que usam a Sabedoria Divina e  se entregam  a Deus dedicando-se ao Trabalho Divino, em pensamento, deixam tudo acontecer pela Graça Divina. Esta é a grande Sabedoria: "SABER TER PACIÊNCIA, ESPERAR E PROSSEGUIR, SÓ DETERMINANDO E FIRMANDO".
Pela Sabedoria Divina, todos devem saber usar a energia para conduzir a própria vida pelos ensinamentos e orientações  vindos do Plano Divino e Cósmico, livrando-se do sofrimento e da dor, pela Sabedoria Divina, usando os potenciais de Luz Divina e Cósmica.
A  fé convicta e concreta, na verdade absoluta, fazem crescer no sentido vertical e horizontal. Devemos usar a Infinita e Eterna Sabedoria Divina e Cósmica com perfeição e pureza  utilizando, também, a astúcia e a inteligência Superior Divina.



 
ENSINAMENTOS:
Cada pessoa tem que aprender a intuir Sabedoria Divina pelo 3o. olho e executar todo o trabalho da Obra Divina de acordo com o seu DOM.
 

1o.) Quando o espírito sofre por antecipação, precisa ser conduzido através da sua Luz Divina e da sua Consciência da Verdade, isto é, deve receber a ajuda de um espírito mais elevado do Plano Divino Cósmico.
 

2o.) Quando o espírito recebe a Revelação Divina e não percebe, negativa, porque age e conduz errado, não sabendo da verdade. É preciso que peça a graça uma só vez e espere para ela seja concedida, realizada e concretizada, sem agonia, ansiedade, angústia ou pressa.
 

3o.) Quando a graça que pediu depende do outro para se realizar e concretizar, deve limpar o outro para que possa fluidificar de Luz, a fim de que a graça seja concedida, determinando e firmando.
 

4o.) Quando a pessoa está fechada e não recebe a Sabedoria Divina, é preciso abrir a sua Luz  e os seus 23 canais de comunicação com o Mundo Espiritual Divino, recebendo a ajuda do alto, para voltar a ser iluminado.
 

5o.) Quando o ser é bem negativo e contrário da verdade, é preciso criar condições de esclarecer e orientar, ensinando a usar a própria sabedoria para ser conduzido a Luz, revertendo o negativo.
 

6o.) Quando a Sabedoria é para todos, é preciso dar a graça através da prática do bem e do amor ao próximo verdadeiro, fazendo a caridade e sendo fraterno.
 

7o.) Toda a sabedoria, que é dada, precisa ser conduzida através de criatividade, a realizar e a concretizar, seguindo as intuições e esclarecimentos.
 

8o.) Quando a Sabedoria Divina é usada para corrigir e consertar, é preciso seguir a própria Consciência da Verdade, com a ajuda de quem tem amor ou sente amor.
 

99o.) Quando o espírito é rebelde e não aceita a verdade, deve ser ajudado através do pedido de graça, com a ajuda dos Guias, Astronautas todos os Mentores, Protetores e os Espíritos de Luz de Saturno e Vênus, que são direcionados pelos Instrumentos Divinos e Cavalos Brancos da Terra.
 

10o.) Quando a Sabedoria Divina é dada através da escrita, é preciso editar livro, revista, site, folhetos, E-mails, para que a graça Divina possa ser lida e compreendida por todos.
 

11o.) Quando a Sabedoria é dada através da religião ou seita, é preciso seguir os dogmas e os ensinamentos na prática do bem ao próximo, para que se possa receber a graça da evolução e do desenvolvimento, pedindo ou ensinando as pessoas, espiritualizando-as.
 

12o.) Quando a Sabedoria é Mística, a Revelação Divina é dada ao médium através do Plano Divino ou Cósmico. Ele precisa, compreender e aceitar a verdade, passando a ajudar os outros, salvando-os do sofrimento e da purificação, bem como  espiritualizar-se para ser também instrumento de Deus.
 


 
CONSCIÊNCIA DA VERDADE:
 
Na espiritualidade:
A Consciência da Verdade é dada através de sabermos o que é verdadeiro, certo, correto, puro,  na consciência do que pode ou não pode, do que é bom ou mal, do que é belo ou feio, no sentimento de amar.
Cada um de nós tem a Consciência da Verdade, de acordo com seu habitat. Quando vivemos junto com os espíritos sem luz e de dimensões inferiores, criamos dúvidas e dubiedades de ação, comportamento e atitude, porque recebemos a Consciência da Verdade de dentro para fora  e a negatividade gerada pelo ambiente, de fora para dentro através do convívio  com os que não se encontram na Luz.

A VIDA ESPIRITUAL:
1o.) Começou no Plano Divino, quando éramos puros, perfeitos, belos e tínhamos a consciência plena e clara.
2o.) Ao encarnar no planeta Terra, foi alterando de acordo com o "habitat" e convívio com espíritos menos elevados, de dimensões inferiores.
3o.)  Ao partir para o Plano Divino, por não ter realizado e concretizado sua Missão Sagrada, regredimos e caímos na dimensão inferior, no Intermediário Purgatório.
4o.)  Os que cumpriram suas Missões Sagradas completamente, partiram desde o começo do ano 2000, por terem recebido a Vida Eterna e subiram diretamente para a Luz, habitando nos novos Planetas Terra II, III, IV, V e VI. Os que não cumpriram suas Missões Sagradas e não resgataram seus carmas, dívidas  e débitos, foram para o Intermediário Purgatório; onde estão sendo corrigidos e consertados, para que possam receber a elevação de alma e espírito, para irem a uma dimensão maior, no planeta Marte.

 





COMO CONSEGUIR TER A CONSCIÊNCIA DA  VERDADE:

É preciso evoluir e desenvolver, recebendo Revelações Divinas e praticando as suas Missões Sagradas, para que possa ser Instrumento Divino e Cavalo Branco, ser Entidade e fazer parte da Trindade, recebendo ainda a Consagração Maior da Pureza e da Perfeição como Deus e Deusa e poder conceder graças, por sua intercessão, a todos os seres viventes e energias.

CORREÇÃO E CONSERTO PARA A CONSCIÊNCIA DA VERDADE:
1o.) É preciso aumentar a fé, pela dedicação verdadeira á Obra Divina, do Plano Divino, em pensamento, vibração, oração, prece e pedido de graça.
2o.)  É preciso  praticar o bem, acreditando, verdadeiramente no Trabalho Divino, no amor ao próximo, ajudando os seres viventes e energias, em todos os planetas e dimensões, para os perdidos, abandonados, aflitos e necessitados, fazendo tudo em pensamento, corrigindo, consertando cada um desde a primeira vida.
3o.)  Todos os Trabalhos Divinos, dos Planos Divino e Cósmico, deverão ser cruzados com todos os seres viventes, de todos os planetas e dimensões, como para os perdidos, abandonados, vagantes, aflitos, necessitados, para que recebam a graça da Luz e Força Cósmica, e a conscientização de cada um na verdade.





FÉ E CRENÇA:
Deixar passar a verdade, não bloquear, não fazer falso juízo ou dar falso testemunho. Fazer tudo certo, não prejudicar, não bloquear e dar passagem, pois falso juízo ou falso testemunho cria carma.

RELIGIOSIDADE
Todas as religiões foram criadas através do Plano Divino, em Revelações Divinas, para que cada um compreendesse o Mundo Espiritual Divino e a sua ligação com o  espírito com Deus. Nas religiões que hoje existem em todo planeta Terra, nem todos seguem os ensinamentos, orientações e esclarecimentos, puros e perfeitos, porque foram mudados e modificados pelos homens no decorrer do tempo.

COMO SE CONSCIENTIZAR DA VERDADE ATRAVÉS DA RELIGIÃO
1o.) Desbloquear toda e qualquer energia negativa dos conceitos, aprendizagens e práticas em cada vida, que  impediram a passagem da Verdade, para que receba, hoje, a intuição perfeita e pura.
2o.) Arrepender-se e pedir perdão a Deus por não ter usado os ensinamentos e orientações e esclarecimentos em cada vida, através das religiões.
3o.) Corrigir e consertar todas as maneiras de conduzir a Verdade de modo contrário e negativo, para que possa, hoje, realizar e concretizar os Trabalhos Divinos através do Plano Divino e na Obra Divina em cada religião, sendo Instrumento Divino, no pensamento e na Luz.




CARIDADE:
- Doar a sua Luz Divina e Cósmica.
- Pedir graça orando e fazendo preces.
- Doar as coisas materiais, com amor para os carentes e necessitados.
- Servir verdadeiramente ao outro, com amor.
- Conceder graça, conseguindo para o outro o que está necessitando.

FRATERNIDADE:
- Ensinar, orientar e esclarecer com amor.
- Contribuir com a sua presença nos Trabalhos do Plano Divino, na Obra Divina, na Sociedade, na Comunidade, na Família e também junto aos antepassados e todos, de todos os planetas e dimensões, através do amor e da caridade verdadeira, dando paz, amor, sabedoria, compreensão e verdade.


CARIDADE E FRATERNIDADE:
- Tudo na matéria deve ser dado com amor. A caridade é feita pela doação do amor.
- Abrir a alma, o coração e o espírito, dando passagem para desbloquear e desapegar.
- Desprendimento das coisas materiais.
- Dar carinho, amor, atenção, sabedoria e paz, ajudando e servindo, sendo verdadeiro e autentico.

Infringimos muito, através da incompreensão nos relacionamentos.

O egipcio


Não sabia porque na vida atual sentia saudcivilizacao_egitoade e nostalgia do Egito, afinal nunca havia estado lá, mas agora estava descobrindo de onde isso vinha, era uma sensação clara. Logo que me ví novamente naquela época foi como se eu houvesse entrado numa máquina do tempo e voltado àquela época; quando entrei no meu personagem procurei imediatamente desfrutar de todas as sensações que pude naquela hora, senti a areia sob meus pés, o sol intenso sobre minha pele, os aromas do deserto que me chegavam. Perto de mim havia uma palmeira da qual me aproximei e coloquei a mão para sentir seu tronco áspero, a cada impressão e toque meu espírito deleitava-se, era como se uma saudade milenar estivesse sendo saciada finalmente.
Após essas impressões iniciais me localizei e ví que estava num canteiro de obras, minha perspectiva mudou e passei a me ver de fora, eu era um capataz de obras, enérgico com meus subordinados e muito eficiente no trabalho.
Percebi meu corpo, um corpo jovem, forte, robusto, um tanto atarracado, de pele morena, vestia um pequeno saiote e um arranjo de cabeça, ambos de linho, típicos dos egípcios do antigo reino, usava sandálias de couro e tinha o torso estava nu, com mais ou menos 28 anos eu olhava o deserto.
Sentia muito orgulho e satisfação pelo que fazia, construia templos, era obcecado pelo trabalho, que me dava respeito e uma vida confortável.
Me veio à mente que vivia apenas para satisfazer minhas necessidades e não cultivava vínculos nem afetividade; tinha mulher e filhos apenas por convencionalismo social, mas vivia praticamente para o trabalho e dividia os poucos momentos de prazer com os amigos e uma amante.

Interessante é que pude me lembrar de cenas e sensações do cotidiano enquanto estava regredido, as cenas passavam rápido na minha mente: numa casa pública bebendo com os amigos, na casa da amante em seus braços, andando nas ruas de barro batido em meio à casas e tendas simples, tudo isso me ocorreu como mum filme.
Não sei precisar que época era aquela da história egípcia, mas vivi aproximadamente 60 anos, o que era muito naquela época, e morri de velhice, desgastado, no momento da minha morte ví que estava muito envelhecido, completamente careca, magro, deitado em uma mesa de pedra em minha casa. Era noite, no aposento apenas uma luz fraca, minha mulher e filho estavam comigo, tristes e abatidos, tudo muito silencioso.
Naqueles momentos, avaliando tudo o que havia feito, pensei que deveria ter feito mais pela minha família, senti culpa por não ter cuidado melhor e dado mais amor a eles; sentí também um vazio na alma por ter passado a vida apenas pensando em mim, me achei egoísta. Poderia ter olhado mais os outros…
Após a morte meu espírito pensou que não devia ter passado a vida cuidando só das minhas necessidades, na próxima vez ( ou vida) iria olhar com mais carinho os outros.
Meu espírito decidiu, após tudo isso, que em outra oportunidade (outra vida) não seria mais egoísta”.

O PROBLEMA DO DESTINO - AS VIDAS SUCESSIVAS


O PROBLEMA DO DESTINO - AS VIDAS SUCESSIVAS
Certas escolas espiritualistas combatem o princípio das vidas sucessivas e ensinam que a evolução da alma depois da morte continua a efetuar-se somente no mundo invisível; outras, conquanto admitam a reencarnação, crêem que ela se realiza em esferas mais elevadas; o regresso à Terra não lhes parece ser uma necessidade.
Aos partidários dessas teorias lembraremos que a encarnação na Terra tem um objetivo e esse objetivo é o aperfeiçoamento do ser humano. Ora, dada a infinita variedade das condições da existência terrestre, quer quanto à duração, quer quantos aos resultados, é impossível admitir que todos os homens possam chegar ao mesmo grau de perfeição numa única vida. Daí, a necessidade de regressos sucessivos que permitam adquirirem-se as qualidades requeridas para ter entrada em mundos mais adiantados.
O presente tem a sua explicação no passado. Foi precisa uma série de renascimentos terrestres para que o homem conquistasse a posição que atualmente ocupa, e não parece admissível que este ponto de evolução seja definitivo para a nossa esfera. Os seus habitantes não estão todos em estado de transmigrar depois da morte para sociedades mais perfeitas; pelo contrário, tudo indica a imperfeição da sua natureza e a necessidade de novos trabalhos, de outras provas que lhes completem a educação e lhes dêem acesso a um grau superior na escala dos seres.
Em toda parte, a Natureza procede com sabedoria, método e morosidade. Numerosos séculos foram-lhe indispensáveis para fabricar a forma humana; só volvidos longos períodos de babaria é que nasceu a Civilização. A evolução física e mental e o progresso moral são regidos por leis idênticas; não basta uma única existência para dar-lhes cumprimento. E para que havemos de ir buscar muito longe, a outros mundos, os elementos de novos progressos, quando os encontramos por toda parte em volta de nós? Desde a selvageria até a mais requintada civilização, não nos oferece o nosso planeta vasto campo ao desenvolvimento do Espírito?
Os contrastes, as oposições que aí apresentam, em todas as suas formas, o bem e o mal, o saber e a ignorância, são outros tantos exemplos e ensinamentos, outras tantas causas de emulação.
Renascer não é mais extraordinário do que nascer; a alma volta à carne para nela submeter-se às leis da necessidade; as precisões e as lutas da vida material são outros tantos incentivos que a obrigam a trabalhar, aumentam a sua energia, avigoram-lhe o caráter. Tais resultados não poderiam ser obtidos na vida livre do Espaço por Espíritos juvenis, cuja vontade é vacilante. Para avançarem, tornam-se precisos o látego da necessidade e as numerosas encarnações, durante as quais a alma vai concentrar-se, recolher-se em si mesma, adquirir a elasticidade, a impulsão indispensável para descrever mais tarde a sua imensa trajetória no céu.
O fim dessas encarnações é, pois, de alguma sorte, a revelação da alma a si mesma ou, antes, a sua própria valorização pelo desenvolvimento constante das suas forças, dos seus conhecimentos, da sua consciência, da sua vontade. A alma inferior e nova não pode adquirir a consciência de si mesma senão com a condição de estar separada das outras almas, encerrada num corpo material. Ela constituirá, assim, um ser distinto, que vai afirmar a sua personalidade, aumentar a sua experiência, acentuar a sua marcha progressiva na razão direta dos esforços que fizer para triunfar das dificuldades e dos obstáculos que a vida terrestre lhe semeia debaixo dos pés.
As existências planetárias põem-nos em relação com uma ordem completa de coisas que constituem o plano inicial, a base de nossa evolução infinita e que se acham em perfeita harmonia com o nosso grau de evolução; mas, esta ordem de coisas e a série das vidas que com ela se relacionam, por mais numerosas que sejam, representam uma fração ínfima da existência sideral, um instante na duração ilimitada dos nossos destinos.
A passagem das almas terrestres para outros mundos só pode ser efetuada sob o regime de certas leis. Os Globos que povoam a extensão diferem entre si por sua natureza e densidade. A adaptação dos invólucros fluídicos das almas a esses meios novos somente é realizável em condições especiais de purificação. É impossível aos Espíritos inferiores, na vida errática, penetrarem nos mundos elevados e lhes descreverem as belezas aos nossos médiuns. Encontra-se a mesma dificuldade, maior ainda, quando se trata da reencarnação nesses mundos. As sociedades que os habitam, por seu estado de superioridade, são inacessíveis à imensa maioria dos Espíritos terrestres, ainda demasiadamente grosseiros, em insuficiente grau de elevação. Os sentimentos psíquicos dos últimos, mui pouco apurados, não lhes permitiriam viver da vida sutil que reina nessas esferas longínquas. Achar-se-iam lá como cegos na claridade ou surdos num concerto. A atração que lhes encadeia os corpos fluídicos ao Planeta prende-lhes, do mesmo modo, o pensamento e a consciência às coisas inferiores. Seus desejos, seus apetites, seus ódios, seu amor mesmo fazem-nos voltar a este mundo e ligam-nos ao objeto da sua paixão.
É necessário aprendermos primeiramente a desatar os laços que nos amarram à Terra, para depois levantarmos o vôo para mundos mais elevados. Arrancar as almas terrestres ao seu meio, antes do termo da evolução especial a esse meio, fazê-las transmigrar para esferas superiores, antes de terem realizado os progressos necessários, seria desarrazoado e imprudente. A Natureza não procede assim, sua obra desenrola-se, majestosa, harmônica em todas as suas fases. Os seres, cuja ascensão suas leis dirigem, não deixam o campo de ação senão depois de terem adquirido virtudes e potências capazes de lhes darem entrada num domínio mais elevado da Vida Universal.