sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SAUDADE GOSTOSA DE SENTIR




Vinte minutos depois que pedi a minha colega de trabalho que parasse de averiguar os sinais vitais do paciente, lá estava eu, de pé, completamente imóvel, diante daquele leito.
Um sentimento dolorido misturava-se com meu ser frustrado e deprimido pela morte daquele homem. Jamais vivi qualquer outra experiência como aquela.
Averiguar sinais vitais naquele momento, vendo aquele paciente em seu estado terminal, era algo desnecessário. Quando olhei para o médico de plantão, ele sinalizou de longe informando que nada mais havia a ser feito. Era um senhor de quase 88 anos de idade e a probabilidade de prolongar a vida diante de seu quadro, era mínima.
Aquele homem era meu vizinho e amigo há vários anos, ou melhor, desde minha infância, para ser mais precisa. Procurei superar minhas emoções e fiz tudo para prestar-lhe os últimos cuidados paliativos. Foi difícil.
Construí com ele uma conexão diferente de qualquer outra estabelecida com as demais pessoas, até mesmo da minha idade.
Nunca falamos abertamente sobre sua sexualidade. Desde criança sempre observei que ele se portava de modo diferente. Ao invés de mulheres, eram homens quem o visitava sempre. Cresci e aos poucos fui entendendo melhor a situação.
Naquela época, o preconceito já existia. Minha mãe nunca conseguiu entendeu essa minha conexão com ele. Ele era extremamente inteligente e eu muito curiosa. Tínhamos conversas diversificadas e a cada dia eu aprendia algo novo. Ele gostava muito de ler e de contar histórias. E eu ficava horas a ouvi-lo.
À medida que ia crescendo, ia entendendo seus valores, sua vida e seus amores. Entre eles, estava seu belo jardim.
Passados muitos anos, seguindo minha vida, com meus acertos e desacertos, compartilhava com ele meus dias de alegria, como também minhas tristezas, raivas e tédios que a vida me impunha.
Um certo dia, num dos meus dias de tédio, ficamos conversando até mais tarde. Falamos de tudo um pouco, de família, de amizade de amores, guerras e, principalmente, de solidão.
Durante todos esses anos meu amigo sempre viveu sozinho. Desde que o conheci, nunca fiquei sabendo que um único parente tenha lhe visitado.   
Como profissional de saúde, a vida me ensinou muito. Sempre ouvi pessoas falarem de seus medos e o maior deles era o de envelhecerem e morrerem sozinhas.
Vejo esse medo a todo momento nos olhos dos pacientes e dos seus familiares. E, acabo vendo nos meus próprios olhos o mesmo medo que existe em todos... Por quê? Vocês, leitores, acham que as pessoas que lidam com a morte todos os dias não sentem medo? Ah, como sentem!
Durante muito tempo trabalhei e assisti a pessoas que viveram completamente sozinhas, dia após dia, amargando a solidão e seus sofrimentos. E este era mais um caso, só que nele havia um agravante: o meu grande amigo era gay. Talvez, por sua opção sexual tenha sido completamente abandonado por seus familiares. Nem amigos com que contar, ele tinha. 
Numa cama fria de um hospital público ele viveu os últimos momentos de sua vida. E tudo fiz para aliviar suas dores físicas. Porém, contra as dores da alma, nada consegui fazer para aliviá-las. Havia muita tristeza em seus olhos e isto me doía, pois, conhecia sua trajetória de vida solitária. E, naquele momento, respeitando os princípios da ética profissional, não poderia me deixar levar pelas emoções. Tinha que ser a profissional e não a amiga que ele tanto precisava.
Fui pega de surpresa no plantão. Jamais imaginei que o paciente que acabara de chegar à emergência do hospital se tratava de meu grande amigo.
Consciente, ele tinha a certeza da morte. A cada momento, em que a porta da sala se abria, ele direcionava o seu olhar, na esperança de ver uma simples visita. Mas, nada. Somente nós da enfermaria e o médico plantonista, fomos seus 'visitantes'.
Ali, mergulhada em meus pensamentos, procurei reconstruir algumas cenas da vida e vivenciar novamente alguns de nossos momentos felizes.
O homem inteligente, que conhecia grande parte do mundo, que falava de coisas belas, já não existia. Em seu lugar, um corpo velho consumido pelo tempo, era o que restava.
Após seu último suspiro, ele não apresentava um rosto triste. A tristeza que havia estado por longos anos ao seu lado, havia sumido. Ele parecia sorrir. Uma luz, ao longe, iluminava o seu rosto negro e magro.
Com esforços, reuni todas as minhas forças, recompôs-me com o choque e sai.  
Mais de dez anos já se passaram. Hoje, eu não quero lembrar a fisionomia que ele apresentava naquele dia antes de sua morte. Quero lembrar-me do seu sorriso, do seu rosto, dos anos anteriores. O rosto do paciente que assisti naquela tarde de uma quinta feira, perdeu-se com o passar do tempo. É o que restou foram as belas lembranças, a certeza de que existiu uma amizade verdadeira e pura que o tempo se encarregou de transformar numa saudade gostosa de sentir.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PRECONCEITO - Um Câncer que devora o mundo II

O que é preconceito? O que ele produz? E como se configura? Como a própria palavra demonstra, preconceito seria uma opinião formada antes mesmo de ter um conhecimento adequado. Ele é um juízo desfavorável.
No entanto, toda e qualquer atitude que foge dos ‘padrões’ de uma sociedade, pode ser entendida como preconceito. Tais atitudes podem ser de natureza racial, social ou sexual. Independente de sua forma ou natureza, o preconceito sempre leva à discriminação, à marginalização e à violência.
O preconceito social - que bem poderia ser chamado de ignorância social - se configura quando alguém julga outra pessoa por suas atitudes, argumentando que tal atitude faz parte de certa classe social, da qual, esta pessoa não pertence. É muito comum, os ricos discriminarem as pessoas de classes sociais menos favorecidas. Alguns costumam dizer: ‘eu tenho horror a pobre’ ou ‘isto é coisa de pobre’. Embora essas expressões possam parecer brincadeira de mau gosto, são vistas, no campo jurídico, como resultantes do preconceito social.
O preconceito racial, que também é denominado de racismo, se configura como uma violação aos direitos humanos, indo de encontro às disposições contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, que reafirma que todos os homens são iguais, independentemente, dos traços culturais ou étnicos.
Alguns indivíduos alimentam a convicção de que por apresentarem certas características físicas hereditárias e por manterem determinadas manifestações culturais, são superiores aos outros.
Durante muito tempo, utilizou-se crença da existência de raças superiores e inferiores para justificar a escravidão e o domínio de certos povos sobre outros. Contudo, é oportuno lembrar que não existe raça superior. A raça humana é única, apenas é formada por indivíduos que se diferenciam pela cor, pela cultura, pela riqueza. No entanto, são todos iguais, são todos seres humanos, iguais em direitos e valores. Na realidade, o que existem são grupos diferentes e essa diferença se amplia à medida que determinado grupo passa a possuir um maior desenvolvimento tecnológico.
O preconceito racial existe, principalmente, em relação aos negros. No Brasil, esse tipo de preconceito surgiu ainda no período colonial com a escravidão. Lamentavelmente, embora tenha havido a abolição em 1888, o preconceito em relação aos negros em nosso país ainda é algo muito presente.
Por outro lado, o preconceito sexual é baseado na discriminação, devido à orientação sexual do indivíduo. Com muita freqüência, os noticiários mostram casos de homossexuais e bissexuais que são agredidos moralmente e até fisicamente, sob o argumento de que não são ‘iguais’ aos seus agressores e que constituem uma parte ‘suja’ da sociedade.
Essa triste realidade é muito comum no nosso país. O caso mais recente de repercussão nacional tem como vítima Robson de Oliveira Lima, que espaçado na Av. Paulista, no centro de São Paulo, em novembro passado, por três adolescentes e um adulto.
De modo em geral, as mulheres também são vítimas de preconceitos. Este tipo de preconceito denomina-se machismo e é resultado do antigo papel atribuído às mulheres, que eram ‘educadas’ para serem donas de casa e nunca para serem pessoas ativas na sociedade. Em pleno século XXI, quando se vive a chamada sociedade da informação, em vários grupos sociais ainda subsiste o pensamento machista e nestes espaços sociais a mulher ainda é vista como uma extensão da propriedade do homem.
Nas últimas décadas, em várias partes do mundo, até mesmo no tradicional Oriente, a mulher vem cada vez mais conquistando posição na sociedade, ocupando espaços e postos de trabalhos que, historicamente, eram antes reservados aos homens, e isto tem contribuindo para a redução desse tipo de preconceito.
No entanto, um tipo de preconceito que vem sobrevivendo ao longo dos séculos é aquele que diz respeito à religião. Desde os primórdios de sua história, o homem descrimina e até mata seu semelhante por motivos religiosos como se Deus pudesse variar de crença em crença, à semelhança da ignorância humana que muda e até se amplia entre determinados indivíduos.
No passado, tivemos guerras por motivos (lê-se preconceitos) religiosos. Assim foram as Cruzadas, bem como as reações dos reis católicos europeus ao avanço do protestantismo a partir do final do século XVI. Milhões de serem humanos foram mortos. Crianças, jovens e mulheres forma trucidados em nome de Deus, Jeová e Alá, pronúncia que variava segundo a crença do indivíduo que segurava a espada.
Na atualidade, o maior exemplo deste tipo preconceito são os conflitos no Oriente Médio, nos quais, judeus e islâmicos matam-se uns aos outros em nome da ‘fé’. No Iraque, extremistas matam inocentes quando descobrem que os mesmos não seguem os ‘ensinamentos’ de Alá, com se o mesmo tivesse dito: Matem-se uns aos outros e não amem-se uns aos outros.
Outro tipo de preconceito também bastante comum no mundo atual é o contra pessoas de outra nacionalidade. Aos olhos do mundo, o brasileiro é malandro e desonesto. E isto faz com que nós, os brasileiros, sejamos discriminados em vários países do mundo. A Espanha, por exemplo, não gosta de receber brasileiro. Na Inglaterra, matam-se brasileiros sob a alegação que são confundidos com terroristas. Nós, no Brasil, chamamos os portugueses de burros e esquecemos que o Brasil é fruto da colonização portuguesa, e, que por um processo histórico, herdamos alguma coisa daquela nação.
Frequentemente, criticamos os norte-americanos por sua arrogância, ao mesmo tempo em que tentamos imitá-los em quase tudo, principalmente, no falar, de tal forma que a palavra ‘okay’ é uma das mais utilizadas em nosso idioma. Lá, nos ‘Isteites’, nós, os brasileiros, somos discriminados e explorados, sob vários aspectos.
Independentemente da forma que se manifeste, o preconceito é sempre fruto da ignorância humana. Ele se alimenta do próprio homem. Quanto mais forte ele fica, mais fraca fica a sociedade que permite que tal atitude se amplie. Pois, a mesma germina a discórdia, a desunião e a violência. Era o que ocorria na África do Sul quando vigorava a Lei do Apartheid. E também nos Estados Unidos antes das mobilizações promovidas pelos negros nos inícios da década de 1960, sob os discursos pacifistas de Martim L. King, que teve sua boca ‘calada’ por uma bala.
Creio, que as leis (por mais duras que sejam) e nem mesmo as convenções emanadas pelos organismos internacionais não eliminarão os mais vários tipos de preconceitos alimentados entre os seres humanos. Uma aproximação maior com Deus, o entendimento de que todo ser humano é igual, a aceitação de que a melhor classe social é aquela, na qual, todos possam viver de forma digna e pacífica, constituem, sem sombra de dúvidas, nos mais corretos passos em direção à eliminação de toda e de qualquer forma de preconceito. É o que creio!
Abraços a todos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

IDOSOS: AME-OS, NÃO OS DEIXEM

































































Muitas pessoas têm dificuldade em lidar com aqueles que durante toda a sua vida foram seus portos seguro, aqueles que durante toda a sua vida lhes deram carinho, amor, segurança, enfim, VIDA. Para algumas pessoas, “algumas pessoas”, não estou generalizando! Nossos idosos deixam de ser esse porto e tornam-se frágeis. É ai que os papéis são invertidos. Quem sempre cuidou de nós passa agora a precisar de cuidados em dose dupla, amor, carinho, atenção e o principal: O RESPEITO. Como já falei anteriormente, para alguns, isso significa PROBLEMAS. Vem a obrigação e o que se percebe é que ninguém gosta de se sentir obrigado a nada, principalmente neste sentido. Talvez, pela necessidade de conciliar sua vida própria, a vida de quem tem muito pouco a oferecer. Lembre-se que estou falando de ‘ALGUNS’, certo?
Não me xinguem antes de terminar de ler o artigo, a não ser que você seja uma dessas pessoas. Se não, leia e passe adiante: se solidarize com essa causa. Acredito, que apesar de ter suas próprias vidas, há sim, como cuidar dos nossos velhinhos com todo o amor e o respeito que eles merecem.
Na realidade, essa atitude jamais deverá ser encarada como responsabilidade e sim, como um privilégio. Temos que aprender a exercitar diariamente a conjugação dos verbos AMAR, RETRIBUIR, RESPEITAR e outros mais.
A apatia daquela que era sempre tão atenta e esperta, o desânimo daquele que cumpria com suas tarefas de modo fácil surge e nós estávamos sempre tão ocupados, estudando, trabalhando, cuidando dos nossos filhos, do nosso marido, da nossa casa, da nossa vida. Enfim, nem sequer percebemos.
É preciso estar preparado: NOSSOS PAIS ENVELHECERAM. Porém, isso não quer dizer que temos que jogá-los de lado.
A terceira idade pode ser tranqüila cheia de cuidados dos filhos, netos, bisnetos e toda família. Você que tem idosos em casa, pode tornar a vida deles um pouco mais ativa. Com certeza, irão se assustar um pouco, pois diante da fraqueza da mente e conseqüentemente do corpo, ou mesmo por enfrentarem doenças da fase, como Parkinson e Alzheimer. Mas, nada disso impede que encaremos a realidade e passamos a dar mais importância a quem fez tanto por nós.
Quando despertamos para a velhice de nossos pais, já surge um monte de dúvidas: onde vão morar? Quem vai tomar conta no dia-a-dia? Com que dinheiro? Tudo isso deve ser discutido com os irmãos (se tiver) se não, é enfrentar sozinha mesmo, mas nunca abandonar. Com irmãos costuma ser difícil, pois, na maioria das vezes ninguém se prontifica, o que torna a conversa delicada. É preciso muito sentimento. Porém, a unificação de todos é de suma importância para que possam absorver as mesmas preocupações, sobre vários aspectos: saúde, qualidade de vida, medicamentos, vestuário, saldo bancário etc. Isso é fundamental, pois, feito dessa maneira evitará atritos na hora de dividir custos, tarefas e despesas.
Já vi casos em que foi preciso recorrer à justiça para conseguir ajuda dos irmãos, pois eles não se comprometiam por achar que a aposentadoria dos pais era suficiente para que a pessoa pagasse alguém para cuidar deles.
Não é somente isso que eles precisam. Isso é importante? Sem dúvida. Mas, não o principal. O correto é esclarecer tudo, o cuidado de toda família de forma justa com o idoso é muito raro. Isso já foi comprovado através de pesquisas. Se eles cuidaram de nós por grande parte de nossas vidas, porque pagar pessoas estranhas para cuidar deles? É admissível que se faça isso, mas quando não se tem outra alternativa.
Quem fica perto de uma pessoa idosa nos seus últimos anos vive uma fase interessante na vida. A limitação de tempo, pois ele torna-se cada dia mais dependente. Isso podemos encarar como uma inversão de papéis. Isto é, você deixou de ser filho e passou a ser pai e mãe ao mesmo tempo. Entendeu?
Algumas pessoas não entendem essa mudança e acabam sentindo raiva, porque acha que os idosos não colaboram. Por acaso, criança sabe o que faz numa certa fase da vida?
A diferença é que criança está desenvolvendo todas as suas funções em direção futura, enquanto que o idoso está regredindo todas as suas funções vitais.
A variação de humor das pessoas que estão perto do idoso também é uma humilhação para ele. Preparo emocional é importantíssimo, afinal ele não tem culpa de envelhecer e com o envelhecimento surgir as enfermidades.
Considere isso também e se doe mais um pouco, retribuindo o carinho e o amor do passado, transformando tudo isso em forma de gratidão. Se ele ainda tiver autonomia, respeite o desejo dele, não retire dele o que ele mais gosta de fazer. Ao contrário, observe com carinho e lhe dê forças. Outro ponto importante para quem cuida do idoso é não querer o controle de tudo, principalmente quando ele tem outros filhos. Peça ajuda, a responsabilidade deve ser de todos. O idoso não precisa só desses cuidados ele quer conversar, saber das novidades, quer companhia e não o isolamento. Isso não ajudará a mudar o estado dele. Buscar esse apoio não só vai ajudar a quem cuida do idoso como a ele próprio.

Não somos só responsáveis por nossos idosos, somos também abençoados. Sabe por quê? Existem pessoas que dariam tudo para ter uma mãe ou um pai para cuidar e não tiveram tempo para isso.
Minha mãe, por exemplo, se foi com apenas 53 anos de idade. Eu estou incluída nesta estatística. REFLITA. Portanto, sinta-se um(a) privilegiado(a). bjusssss

DIAS ROUBADOS b

DIAS ROUBADOS




Nos últimos dez anos o número de idosos com AIDS dobrou. O vírus HIV está com cara nova.
Após trinta anos de sua descoberta, muitas mudanças aconteceram. Entre essa mudança, a que mais impressiona, é o aumento de pessoas idosas infectadas pelo vírus.
Essas pessoas acreditam que estão fora do grupo de risco e acham que a AIDS é uma doença de pessoas jovens. E, ao descobrirem que estão contaminados, preferem ficar em silêncio. A vergonha fala mais alto e muitos cultivam esse silêncio até a morte. Somente após sua morte, a família fica sabendo que os mesmos teriam contraído a AIDS.
As drogas que devolvem a vida sexual à terceira idade estimulam o sexo sem cuidados. Por acreditarem que estão fora do grupo de risco estas pessoas não se protegem.
Para esses idosos, ter que conviver com isso é reaprender a se relacionar e, conviver com a dor e a vergonha de ter sido contaminado.
Os remédios que têm como apelido azulzinho, abriram as portas e devolveram a vida sexual a esse grupo, em contrapartida, acabaram trazendo consigo riscos para os mesmos. Tal medicação eleva o encorajamento a ter mais disposição para as relações sexuais, estimulando a prática do sexo sem o devido cuidado pelos mesmos.
Além da degradação de ter que lidar com vários tipos de problemas, em decorrência da própria idade, o que é mais doloroso para essas pessoas é ter sido contaminada por seu próprio parceiro ou parceira. Para cada idade, a certeza da morte é algo doloroso. E a certeza de não poder aproveitar a vida a ter os seus últimos momentos, também é algo que causa dor.
A melhor forma de evitar problemas como esses é a prevenção, é ter a consciência de que em qualquer idade a vida deve ser vivida com responsabilidade. Prevenir ainda é o melhor remédio!

HOMOSSEXUALIDADE


Gostaria de começar esse texto de outra forma, mas vou começar assim: homossexualidade vem do grego homos (igual) e do latim sexus (sexo). Assim, etnologicamente, o referido termo significa sexos iguais.
A homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os paises desenvolvidos. Enquanto que em alguns, o casamento entre homossexuais é legal, em outros, o homossexualismo é considerado crime, punível com penas severas, inclusive, com a pena de morte.
O homossexualismo prevalece não somente entre seres humanos, mas também em alguns animais.
No passado, a psicologia e a psiquiatria consideravam a homossexualidade com doença, distúrbio ou perversão. No entanto, a partir de 1975, a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença, graças aos posicionamentos apresentados pela Associação Americana de Psicologia. No Brasil, somente dez anos mais tarde, esse posicionamento passou a ser acolhido pelo Conselho Federal de Psicologia, que estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos frente a tal questão.
As discussões em torno da homossexualidade avançaram, fazendo-se refletir no campo do direito das pessoas, ao ponto da Anistia Internacional, a partir de 1991 considerar como uma violação aos direitos humanos, qualquer discriminação contra homossexuais.
Lindo, não é? Acontece que todos sabem que não é bem assim. A sociedade brasileira ainda reprova, descrimina e violenta os homossexuais.
Diante de tantos esforços, tem havido, não pode-se negar, maior aceitação dessas pessoas. Mesmo assim, no sentido de socialização, ainda existe muitas dificuldades a serem superadas pelos homossexuais. O sofrimento é tanto, que, às vezes, resulta em suicídio ou tentativa frustada.
No imaginário da sociedade, o homossexual representa o grupo mau. Os meios de comunicação, a escola, a igreja e os aparelhos ideológicos do estado, e, até mesmo a família, têm feito seu papel alimentando esse imaginário, formentando de forma brutal os homossexuais, colocando-os, muitas vezes, na posição de não-seres humanos.
Muito já se ouviu sobre esta questão, mitos criados por falta de conhecimento, que precisam ser banidos da cabeça de muitas pessoas.
Homossexualismo nada mais é do que expressar seus sentimentos, só que com uma pessoa do mesmo sexo.
Falando com uma grande amiga minha, que tem um filho homossexual, ela declarou-me que carrega toda a culpa do mundo nas costas. Primeiro, porque o filho foi criado na ausência do pai.
Segundo ela, o rapaz é promíscuo por não ficar muito tempo com ninguem e que o mesmo precisa curá-se de tal doença. Mas, como explicar que não consegue mudar um desejo racional?
Agora, eu pergunto: quantos gays foram criados com pai, mãe, irmãos, irmães, tia e tudo o mais, e, nem por isso são heteros?
Se os homossexuais são considerados promíscuos, devido aos issucessos nos relacionamentos, os heterossexuais tambem são. Caso contrário, não teríamos tantos fracassos nos casamentos. Nem por isso, as traições dos heterossexuais são consideradas como promíscuidade e muito menos, como doença.
As informações a esse respeito, em sua grande maioria, ainda são desencontradas, erradas, rídiculas e preconceituosas, sendo repassadas de forma irresponsável, principalmente, pela Internet.
A fase dolorida é quando você escuta algém dizer: Devemos respeitar, é uma opção dele!
Ninguém pára para pensar que pode não ser questão de opção. É como se você quisesse dizer que alguém escolhe ser homossexual. Eu quero e pronto!
Tenho amigos e amigas que sofreram de verdade, choraram noites e mais noites, sentiram muito medo, tentaram se matar. E, por toda a adolescência aguentaram esse sofrimento sozinhos(as), sem falar com ninguém e sem entender nada. Principalmente, em relação ao desejo por pessoas de mesmo sexo.
O medo, a insegurança diante de uma realidade obscura, rendia muito sofrimento, solidão e decepções consigo mesmos. E, por incrível que pareça, até hoje, essas pessoas enfrentam dificuldades diante da família, amigos (as), e, sobretudo, da sociedade.
No meu ponto de vista, o homessexual precisa quebrar suas próprias barreiras e aceitá-se como ele é realmente. A auto-aceitação é um momento dificil na vida de qualquer ser humano e, ao mesmo tempo, um processo demorado.
Contudo, ninguém escolhe sofrer e tampouco ter problemas para resto da vida. Afinal, qual é o ser humano que vai querer passar por tudo isso?
Ser gay, significa ter que passar da adolescencia à fase adulta, em muito menos tempo, se não quiser ser esmagado. O amadurecimento tem que surgir pela pressão de uma sociedade, que não está preparada para isso. E, ninguém se engane, os homossexuais enfrentarão muitas lutas pela frente. Pois, o homosexualismo ainda foge aos padrões desta sociedade despreparada. Essa, é a realidade. Para finalizar, quero dizer que não sou homossexual. Porém tenho amigos e amigas que para mim é o bastante. Só sei que são GENTE.

Leiam, pesquise sobre o assunto. Informe-se, o conhecimento é a base de tudo. bjusss

IDOSOS SÃO ROUBADOS PELOS PARENTES


Oitenta por cento das ocorrências registradas pelos idosos na Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi) são de desvios de proventos (quando alguém apropria-se indevidamente de dinheiro, bens e imóveis dos idosos), de acordo com o agente policial Eduardo Bezerra Peixoto, que foi chefe de investigação da Depi. A delegacia foi criada em outubro de 2009 e já registrou 137 boletins de ocorrência, número considerado alto, mas que está longe do número real de delitos cometidos contra idosos no RN.

Logo em seguida, vêm as queixas de agressão. Na maioria dos casos, os maiores infratores são os familiares, o que contribui para a subnotificação da violência. "O idoso tem medo de denunciar e prejudicar a família. Às vezes, o vizinho vem aqui, denuncia a agressão, mas o idoso não quer registrar a queixa. Nestes casos, o processo não é levado adiante e a gente fica de mãos atadas", explica. Se a violência doméstica praticada contra idosos no RN fosse registrada, os números apresentados pela Depi seriam bem maiores, avalia Eduardo.

Até bem pouco tempo atrás, a queixa mais frequente na delegacia eram os abusos cometidos contra os idosos no transporte público. Na maioria das vezes, o agressor era o próprio motorista que "queimava" paradas ou acelerava quando o idoso estava entrando no veículo. Segundo Eduardo, o quadro está mudando. Nenhum idoso prestou queixa contra motoristas de ônibus em julho. Quando o atendimento ao idoso era realizado pela Delegacia Especializada de Costumes (Dec-Al), os idosos iam até a delegacia, registravam queixa, mas depois voltavam atrás e pediam para o processo não ser levado adiante. Isso porque, segundo Eduardo, os idosos têm receio de denunciar o infrator, que na maioria dos casos, é o filho, a filha ou o neto.

Antes de se tornar chefe de investigação da Depi, Eduardo foi chefe de investigação da Dec-Al e explica que a unidade também era responsável por suporte na investigação de delitos contra os idosos. Mas devido à falta de infraestrutura, a Dec atendia apenas ocorrências de desvio de proventos. Com a criação da Depi, o idoso passou a ter uma delegacia especializada. Na avaliação de Eduardo, seria necessário construir uma rampa de acesso. A delegacia funciona na Central do Cidadão, na Avenida Rio Branco. Para chegar à sala, os idosos precisam subir dois lances de escada.

Atualmente, a Depi tem oito agentes, um escrivão e um delegado. Como o delegado e o escrivão precisam estar presentes em todas as audiências com vítimas e agressores, o número reduzido gera sobrecarga de trabalho. Para atender a demanda, na avaliação de Eduardo, seria necessário convocar mais um delegado e um escrivão. Para agosto, foram agendadas 82 audiências. Em setembro, só vai ter vaga após o dia 28. Quando a demanda é alta, delegado e escrivão chegam a realizar até cinco audiências por dia.


Esta reportagem retirada do Jornal Diário de Natal, Edição de quarta feira, 4 de agosto de 2010, mostra a fragilidade da vida dos idosos, não só no Rio Grande do Norte, mas em todo o país. Estou postando como forma de alerta para todos. As vezes você tem casos parecidos na família ou vizinho e ainda não se alertou para o mal que estão fazendo com aqueles que ajudaram a construir o seu viver e hoje estão sendo maltratados por quem acha que nunca chegará à velhice. Isso é desumano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA EM CASA

Palmadas, beliscões, pontapé, tapas, puxão de cabelo, bater com objetos, xingar, humilhar, ameaçar, sacudir, empurrar, rejeitar, desqualificar, castigar. Essas punições corporais são formas de violência contra crianças.
Encarada por muitos adultos como uma forma de educar, esta ‘pedagogia’ muitas vezes leva a criança a achar que a violência é a maneira correta de se solucionar conflitos. E, ao levar essa pratica humilhante ao longo de sua vida, torna-se um adulto agressivo.
Este tipo de violência fere os direitos fundamentais da criança: é um atentado à sua dignidade.
Educar não é uma tarefa fácil. O relacionamento entre pais e filhos é cheio de expectativas. E quando tais expectativas não são satisfeitas, geram frustrações e desentendimentos. São inúmeras as razões. Muitas vezes os pais não têm condições suficientes para dar aos seus filhos o que eles necessitam para um crescimento saudável ou ainda, querem que os mesmos sejam aquilo que eles esperam que sejam ou que gostariam de ser e não conseguiram.
Muitas vezes alguns pais acham que a melhor forma de educar é através da rigidez e do castigo físico, que na grande maioria das vezes não funciona e pode ter efeitos nocivos ao desenvolvimento da criança. Muitos pais alegam que conversar não dá resultado, tentando desta forma, justificar o uso do castigo físico.
É muito mais fácil dá logo um bom tapa ou mesmo uma boa chinelada, um puxão no cabelo um beliscão, etc. Pura covardia!
Logicamente, o adulto que castiga fisicamente uma criança é muito poderoso e forte, não é? Imagina...
Esse tipo de ‘educação’ a base do tapa e outras agressões, é, por conseqüência, levado para as relações futuras da criança e ele passa a praticá-las com os amigos mais fracos e irmãos mais novos.
Na verdade, as crianças que sofrem este tipo de agressão tendem a se comportar de forma retraída e confusa, sua auto estima fica seriamente comprometida, apresentado muita insegurança, medo e timidez. Geralmente, é uma criança passiva e submissa.
Alimentar esse ciclo que muitos pais enxergam como “metodologia educativa” é um grande erro. Pais que usam de violência para ‘educar’ suas crianças, fazem, tendo a certeza que é o melhor para seus filhos, talvez por ignorância, isto é, por falta de conhecimento não sabem que violência contra qualquer ser humano é crime por infringir seus direitos. Se não é aceitável a violência contra um adulto, porque deve-se aceitar e achar normal contra uma criança que não tem como se defender?
Você deve estar pensando: “é falta de conhecimento”. Puro engano. Conheço muitos ‘diplomados’ que ainda usam a diferença de ‘poder’ entre ele e a criança, onde o correto seria sentar e conversar usando toda a sinceridade possível, pelo menos para tentar explicar sua falta de controle e demonstração de arrependimento verdadeiro.
Essa atitude é mínima diante da agressão para com a criança e servirá de exemplo tanto de humildade como de respeito. Assim o pai entenderá que pedir desculpas não é motivo para se envergonhar e que cometer erros é humano, além de ter a oportunidade de ouvir os filhos.
Dicas difíceis, mas possíveis e necessárias:
a) Respire e conte até dez. Isto é, acalme-se antes de sair distribuindo violência contra seus filhos;
b) Nos momentos de ira, evite tentar resolver qualquer situação;
c) Pense antes de falar coisas que magoe seus filhos o tanto quanto lhe magoaria;
d) Converse com seus filhos;
e) Nunca... nunca recorra a tapas, palavrões ou xingamentos, que você como adulta(o) não gostaria que usassem contra você;
f) Não descarregue no seu filho(a) seu stress, sua raiva etc. Ele(a) não tem culpa;
g) Jamais responsabilize sua criança por coisas que não são deveres dela e sim seus;
h) Ao conversar com seus(as) filhos(as), sente-se e fique na mesma altura dos olhos dela(e), para que a(o) mesma(o) não se sinta ameaçada(o);
i) Não é preciso falar aos gritos; mantenha o tom de voz calmo;
j) Demonstre confiança entre você e a criança;
l) Leve em conta as opiniões e idéias dos (as) seus (as) filhos(as).
m) Mostre que valoriza o comportamento deles (as);
n) Faça elogios sempre que eles merecerem;
o) Não faça críticas duras como: Você é um desastrado(a), não serve prá nada, você é inútil e outras; Diga: Preste mais atenção, veja o que acaba de acontecer, etc.

Espero ter contribuído. E para aqueles que usam este tipo de ‘recurso’ achando que estão ‘educando’ seus filhos, quero dizer que analise o seu tamanho e olhe para baixo e pense... e se este pequeno fosse eu???? Até a próxima.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA HOMENS



Rosélia Santos

A dura realidade da violência doméstica contra as mulheres no Brasil é muito debatida na atualidade. Porém, pouco se fala na mesma violência doméstica quando se é cometida contra o sexo oposto. Isso mesmo!
A violência doméstica praticada por mulheres contra seus companheiros está cada dia mais perceptível.
Esse tipo de violência, ainda é pouco explorado e com freqüência escondida ou disfarçada, à semelhança de como acontecia com as mulheres.
Considera-se violência doméstica todo e qualquer tipo de agressão, seja ela, física ou psicológica, ou ainda, conduta controladora, frases insultantes, frases depreciativas, ameaças e tapas, pontapés ou golpes. Podemos citar também o abuso sexual por parte de algumas mulheres.
O homem vítima de violência por parte da companheira, geralmente, apresenta pouco auto-estima, vergonha e culpa pelo acontecimento. Tem certa dificuldade em sair da relação, pois, imagina que saindo, o motivo pelo qual ele se afastou se tornará público, causando ainda mais constrangimento para o mesmo. Com isso, o comportamento do cônjuge continua, devido a vítima mostrar essa atitude de aceitação, dando a agressora a oportunidade de repetir essa conduta cada vez que é contrariada.
Quando a mulher passa a agredir o companheiro, ela começa a praticar aos poucos, devido ser conhecedora da força física do sexo oposto. E, alguns homens por questões culturais, religião ou outro motivo qualquer, se recusa a usar a força física, dando a agressora o poder de dominar a situação e agir dessa forma.
Outra forma de violência contra os homens é a chamada violência psicológica. Essa agressão emocional é tão dolorosa quanto a física, pois, causa humilhação, desrespeito e até depressão.
Por tratar-se de uma forma de agredir e não deixar marcas visíveis no corpo, algumas mulheres usam desse artifício para ferir seu companheiro e deixar cicatrizes emocionais para o resto de suas vidas. A maioria dessas agressoras são mulheres histéricas que tem como único objetivo mobilizar de maneira emocional o outro, por achar que o mesmo não lhes dá atenção, carinho e o amor que ela imagina não ter. E, chegam até, a inventar algum tipo de doença, alguma dor, enfim, algo que exija todo cuidado, atenção e muita tolerância por parte do companheiro que acaba sofrendo mais.
Outras, no entanto, sentem prazer em saber que o companheiro se sente inferior, dependente, culpado ou omisso. E, de forma dissimulada usa esse tipo de agressão para mostrar ao outro que ele é incompetente, muitas vezes dirigindo toda sua artilharia contra o homem na presença de pessoas estranhas ou alguém da família.
A ameaça de morte, quebra de utensílios, móveis, atos como destruir documentos pessoais, quebrar telefone, são formas de violência comum praticada contra o homem por sua companheira.
Esse acontecimento não atinge somente homens jovens. Pelo contrário, homens acima de cinqüenta anos também são vítimas desse tipo de violência. O diferencial é que os mais jovens falam mais sobre o assunto. Os mais velhos tem muita vergonha em comentar sobre tal fato.
E, dessa forma, mesmo sofrendo tais abusos esses homens preferem continuar na relação.
Quanto aos níveis de escolaridade e renda, não existe diferenciação. Isto é, esse tipo de violência acontece nas famílias de baixa, média e alta classe social, sendo praticada por mulheres de diferentes graus de escolaridade.
Não sei se no Brasil já foi feito algum tipo de estudo com relação ao assunto. Contudo, só para conhecimento de que esse fato acontece não apenas no nosso país, mas em todo o mundo, pesquisando um pouco, li que nos Estados Unidos, a Organização Independente Group Health, fez uma pesquisa por telefone com mais de 400 homens. E, segundo os dados levantados, 5% dos homens entrevistados afirmaram já ter sofrido violência doméstica no último ano e 10% nos últimos cinco anos. Dos 400 homens consultados, 29% disseram já ter sofrido com esse tipo de abuso em algum momento de suas vidas.
E o mais interessante, é que as afirmações desses homens são idênticas as afirmações das mulheres quando indagados por que não saem da relação.
A maioria deles repete que a primeira vez não sabia que ela era tão agressiva. A segunda foi porque queria dar mais uma chance para que ela se corrigisse. E a terceira, quarta e quinta...
Vocês devem estar pensando... de onde ela tirou isso?
Respondo in loco!
Leiam estes depoimentos.

“Minha mulher sempre foi muito ciumenta, fez com que eu me isolasse dos meus parentes e amigos. Não me deixa sair sozinho e aos poucos estou percebendo que não tenho mais ninguém, só ela. Um dia fui reagir e ela quase me mata com socos durante uma briga. Nunca procurei a delegacia, tenho vergonha, pois, sei que serei motivo de piadas”. N.B.C, 49 anos, professor.

“Durante cinco anos venho passando por isso, me sinto mal. Ela quando quer, não tenho o direito de dizer que não, ela faz o que quer e como quer e se tento falar, ela me manda ficar calado. Depois de tudo vira e dorme, sem sequer olhar na minha cara. Me sinto violado, usado como se fosse um objeto. Tenho vergonha de mim, vergonha de passar por isso e não resolver. Prefiro fingir que isso não é problema e que é o jeito dela”. K.S.C 19 anos. Digitador.

“A velha lá de casa sempre foi muito nervosa e descontrolada, xinga por tudo, tudo que tem na mão ela joga, isso no começo. Agora, ela piorou e muito... (pausa). É socos, pontapés, puxão de cabelo... nossa (pausa). Quando fica marcas, digo que foi briga na rua. Ainda bem que ninguém desconfia, porque senão como eu vou explicar que apanho de minha mulher?”. J.B.O, 55 anos, agricultor.

Como já falei antes, não sei se já existe algum estudo sobre o caso. No entanto, li que a Fiocruz fez um levantamento que dá uma idéia sobre o caso entre casais adolescentes, em dez capitais brasileiras. Foram entrevistados 3.200 jovens e ficou constatado que nove entre dez adolescentes tanto do sexo feminino como do sexo masculino já praticaram ou foram vítima de alguma violência no namoro.
Enfim, os motivos pelos quais esses homens não deixam a relação são poucos esclarecidos. Uns se consideram dependentes, outros citam os filhos. Mas, nem sempre esses homens agredidos são dependentes financeiramente, das esposas. Pelo contrário, eles trabalham, são donos de casa e sustentam muito bem suas famílias.
O motivo só eles sabem!

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA HOMENS



Rosélia Santos

A dura realidade da violência doméstica contra as mulheres no Brasil é muito debatida na atualidade. Porém, pouco se fala na mesma violência doméstica quando se é cometida contra o sexo oposto. Isso mesmo!
A violência doméstica praticada por mulheres contra seus companheiros está cada dia mais perceptível.
Esse tipo de violência, ainda é pouco explorado e com freqüência escondida ou disfarçada, à semelhança de como acontecia com as mulheres.
Considera-se violência doméstica todo e qualquer tipo de agressão, seja ela, física ou psicológica, ou ainda, conduta controladora, frases insultantes, frases depreciativas, ameaças e tapas, pontapés ou golpes. Podemos citar também o abuso sexual por parte de algumas mulheres.
O homem vítima de violência por parte da companheira, geralmente, apresenta pouco auto-estima, vergonha e culpa pelo acontecimento. Tem certa dificuldade em sair da relação, pois, imagina que saindo, o motivo pelo qual ele se afastou se tornará público, causando ainda mais constrangimento para o mesmo. Com isso, o comportamento do cônjuge continua, devido a vítima mostrar essa atitude de aceitação, dando a agressora a oportunidade de repetir essa conduta cada vez que é contrariada.
Quando a mulher passa a agredir o companheiro, ela começa a praticar aos poucos, devido ser conhecedora da força física do sexo oposto. E, alguns homens por questões culturais, religião ou outro motivo qualquer, se recusa a usar a força física, dando a agressora o poder de dominar a situação e agir dessa forma.
Outra forma de violência contra os homens é a chamada violência psicológica. Essa agressão emocional é tão dolorosa quanto a física, pois, causa humilhação, desrespeito e até depressão.
Por tratar-se de uma forma de agredir e não deixar marcas visíveis no corpo, algumas mulheres usam desse artifício para ferir seu companheiro e deixar cicatrizes emocionais para o resto de suas vidas. A maioria dessas agressoras são mulheres histéricas que tem como único objetivo mobilizar de maneira emocional o outro, por achar que o mesmo não lhes dá atenção, carinho e o amor que ela imagina não ter. E, chegam até, a inventar algum tipo de doença, alguma dor, enfim, algo que exija todo cuidado, atenção e muita tolerância por parte do companheiro que acaba sofrendo mais.
Outras, no entanto, sentem prazer em saber que o companheiro se sente inferior, dependente, culpado ou omisso. E, de forma dissimulada usa esse tipo de agressão para mostrar ao outro que ele é incompetente, muitas vezes dirigindo toda sua artilharia contra o homem na presença de pessoas estranhas ou alguém da família.
A ameaça de morte, quebra de utensílios, móveis, atos como destruir documentos pessoais, quebrar telefone, são formas de violência comum praticada contra o homem por sua companheira.
Esse acontecimento não atinge somente homens jovens. Pelo contrário, homens acima de cinqüenta anos também são vítimas desse tipo de violência. O diferencial é que os mais jovens falam mais sobre o assunto. Os mais velhos tem muita vergonha em comentar sobre tal fato.
E, dessa forma, mesmo sofrendo tais abusos esses homens preferem continuar na relação.
Quanto aos níveis de escolaridade e renda, não existe diferenciação. Isto é, esse tipo de violência acontece nas famílias de baixa, média e alta classe social, sendo praticada por mulheres de diferentes graus de escolaridade.
Não sei se no Brasil já foi feito algum tipo de estudo com relação ao assunto. Contudo, só para conhecimento de que esse fato acontece não apenas no nosso país, mas em todo o mundo, pesquisando um pouco, li que nos Estados Unidos, a Organização Independente Group Health, fez uma pesquisa por telefone com mais de 400 homens. E, segundo os dados levantados, 5% dos homens entrevistados afirmaram já ter sofrido violência doméstica no último ano e 10% nos últimos cinco anos. Dos 400 homens consultados, 29% disseram já ter sofrido com esse tipo de abuso em algum momento de suas vidas.
E o mais interessante, é que as afirmações desses homens são idênticas as afirmações das mulheres quando indagados por que não saem da relação.
A maioria deles repete que a primeira vez não sabia que ela era tão agressiva. A segunda foi porque queria dar mais uma chance para que ela se corrigisse. E a terceira, quarta e quinta...
Vocês devem estar pensando... de onde ela tirou isso?
Respondo in loco!
Leiam estes depoimentos.

“Minha mulher sempre foi muito ciumenta, fez com que eu me isolasse dos meus parentes e amigos. Não me deixa sair sozinho e aos poucos estou percebendo que não tenho mais ninguém, só ela. Um dia fui reagir e ela quase me mata com socos durante uma briga. Nunca procurei a delegacia, tenho vergonha, pois, sei que serei motivo de piadas”. N.B.C, 49 anos, professor.

“Durante cinco anos venho passando por isso, me sinto mal. Ela quando quer, não tenho o direito de dizer que não, ela faz o que quer e como quer e se tento falar, ela me manda ficar calado. Depois de tudo vira e dorme, sem sequer olhar na minha cara. Me sinto violado, usado como se fosse um objeto. Tenho vergonha de mim, vergonha de passar por isso e não resolver. Prefiro fingir que isso não é problema e que é o jeito dela”. K.S.C 19 anos. Digitador.

“A velha lá de casa sempre foi muito nervosa e descontrolada, xinga por tudo, tudo que tem na mão ela joga, isso no começo. Agora, ela piorou e muito... (pausa). É socos, pontapés, puxão de cabelo... nossa (pausa). Quando fica marcas, digo que foi briga na rua. Ainda bem que ninguém desconfia, porque senão como eu vou explicar que apanho de minha mulher?”. J.B.O, 55 anos, agricultor.

Como já falei antes, não sei se já existe algum estudo sobre o caso. No entanto, li que a Fiocruz fez um levantamento que dá uma idéia sobre o caso entre casais adolescentes, em dez capitais brasileiras. Foram entrevistados 3.200 jovens e ficou constatado que nove entre dez adolescentes tanto do sexo feminino como do sexo masculino já praticaram ou foram vítima de alguma violência no namoro.
Enfim, os motivos pelos quais esses homens não deixam a relação são poucos esclarecidos. Uns se consideram dependentes, outros citam os filhos. Mas, nem sempre esses homens agredidos são dependentes financeiramente, das esposas. Pelo contrário, eles trabalham, são donos de casa e sustentam muito bem suas famílias.
O motivo só eles sabem!